Daniel não tinha nem um pingo de poeira em si, o que mostrava o quão fácil tinha sido lutar contra eles.A expressão de Afonso era de extrema insatisfação.— Sr. Dias, sua chegada é mais que oportuna. Sua esposa realmente precisa de disciplina, e eu estava apenas tentando, com toda a boa vontade, dar-lhe uma lição.Ao ouvir isso, Daniel puxou Beatriz para perto de si, encarando Sra. Pacheco com um olhar que ela não ousava retribuir. Era evidente que o olhar de Daniel era intimidador e frio.— Minha esposa não está sob sua jurisdição para ser disciplinada.— Ela me atacou!— Bia, foi assim mesmo?— Não, ela que começou. Eu deveria apenas ficar parada e apanhar? Desde o início, foi ela quem me provocou, unindo-se a outras para me intimidar. Ela me atacou primeiro, e eu apenas reagi.Beatriz não sabia por que, mas ao ver Daniel, sentiu um alívio imediato, como se tivesse encontrado seu porto seguro, esquecendo-se de que ainda estava zangada com ele e que ainda não o havia perdoado.— Se f
Afonso estava furioso, sem palavras para responder.Beatriz nunca havia vindo aqui por vontade própria; sempre fora trazida contra a sua vontade. De fato, ele estava errado e não sabia o que dizer.Daniel, levando Beatriz consigo, saiu e entrou no carro. O clima dentro do veículo era tenso, e Beatriz se sentia tão sufocada que mal conseguia respirar.Daniel estava irritado? O que ele tinha para ficar irritado, se ela originalmente havia vencido a disputa? Se não fosse pela preocupação com as possíveis consequências para o Grupo Dias, ela jamais teria baixado a cabeça para admitir um erro. Ela sentia-se injustiçada no fundo do coração, então por que ele estava irritado?Beatriz tossiu levemente duas vezes, recuperando sua voz. — Daniel... você viu, eu sou uma fonte de problemas, é melhor você se divorciar de mim logo, quanto mais longe, melhor. Não conheço limites, tenho uma personalidade forte, não consigo tolerar injustiças, eu te aconselho...Enquanto ela falava, não esperava que Dan
Benício havia mencionado antes sobre brincar no campo de cavalos, mas Beatriz não havia levado a sério, contudo, ao ver o magnífico cavalo, seu interesse foi despertado.— Posso montar este?— Este não, este cavalo é muito selvagem, ainda está sendo domado. Se você quiser brincar, eu escolho um mais manso para você.— Ah, sim, por favor.Os olhos de Beatriz brilhavam. Benício a levou ao campo de cavalos, escolheu cuidadosamente um cavalo dócil para ela.Primeiro, ele ensinou Beatriz a montar, depois, segurando as rédeas, familiarizou-a com o animal.— Toque nele, fale com ele, crie um vínculo.— Tá bom.Beatriz acariciou a crina do cavalo, criando um laço com ele. Após algumas voltas, Beatriz já conseguia cavalgar sozinha.Ela também não ousava correr rápido, então, andava lentamente em círculos. O vasto pátio estava cheio, com outros também se divertindo.Foi nesse momento que Daniel apareceu.— Você chegou na hora certa, você pode segurar as rédeas para a Beatriz, tenho coisas para f
— Você está bem? — Ela perguntou rapidamente.— Estou bem.Ele a ajudou a se levantar com uma mão, enquanto a outra pendia ao lado do corpo, claramente deslocada.Benício correu para ajudar. — Venha comigo para o escritório, eu vou cuidar disso. Beatriz, você também deveria ir ao ambulatório, ver se tem mais algum problema.Daniel tinha o ombro deslocado, e o ambulatório não sabia como lidar com isso, mas Benício era habilidoso nesse aspecto.Ele examinou Daniel. Ao tirar a camisa, revelou uma grande área de contusões e inchaço nas costas.— Aguente firme, já vai passar.Benício segurou o braço de Daniel, girando-o suavemente, e então aplicou uma força súbita. O rosto de Daniel empalideceu instantaneamente, a testa coberta de suor.Antes de colocar o ombro no lugar, qualquer movimento era extremamente doloroso. Após o procedimento, o braço ficou adormecido.Ele soltou um suspiro profundo e balançou o braço levemente.— Não force esse braço por um tempo, para evitar um novo deslocamento
— Isso aí, é só mimá-la um pouco. Quando ela reclamar de você, apenas sorria escondido. Se um dia ela parar de reclamar, aí sim você terá motivos para chorar.— Benício, você realmente sabe como aconselhar as pessoas, mas talvez devesse falar um pouco menos.Daniel se levantou, pronto para ir ver Beatriz.Benício não sabia se estava sendo elogiado ou insultado.Beatriz, parada à porta, ouviu a conversa e imediatamente se afastou em silêncio. Ela só estava com um arranhão, que foi rapidamente tratado com iodo na enfermaria.Ela estava preocupada com a ferida de Daniel e queria ver como ele estava, quando ouviu aquela conversa.Então, Daniel tinha uma paixão antiga, por quem ele chamava mesmo em um estado delirante devido a ferimentos graves em uma missão, e mantinha a foto dela consigo.Isso era o passado de Daniel, ela não deveria se intrometer, especialmente porque ela estava determinada a se divorciar, o que tornava isso ainda menos relevante para ela.Mas, por alguma razão, ela sent
Beatriz imediatamente consultou o melhor psiquiatra da cidade.— Não fique nervosa, sente-se e vamos conversar um pouco.O médico parecia tão jovem que Beatriz duvidava de sua competência.O lugar estava decorado mais como um aconchegante lar do que um consultório médico, e não havia o cheiro pungente de desinfetante.Ele perguntou se ela gostaria de algo para beber, tendo café e água disponíveis, e até mesmo álcool.Beatriz, um pouco nervosa, pediu um café.O médico o trouxe e sorriu para ela. — Qual é o problema que está enfrentando?— Eu acho que estou sofrendo da Síndrome de Estocolmo. Eu sei que ele não é uma boa pessoa, mas ainda assim não consigo controlar meus sentimentos, fico ansiosa por ele, fascinada por ele.— Como ele te trata? Houve abuso mental ou físico?Beatriz mordeu o lábio, hesitante em contar tudo.Ele era um médico, teoricamente deveria confiar nele. Mas ela tinha medo de espalhar os atos repreensíveis de Daniel e afetar sua imagem.Beatriz sentia que sua doença
Foi então que um barulho veio de fora, e o barco começou a balançar violentamente. Beatriz hesitou por um momento, mas logo percebeu que Daniel e seus homens haviam subido a bordo.Ela correu para o convés e viu Daniel em uniforme pela primeira vez, com cabelos extremamente curtos, olhar aguçado como o de uma águia e movimentos ágeis inacreditáveis.Ele liderou o ataque, avançando implacavelmente, em um estilo de luta que parecia desdenhar da própria vida.Ela o viu várias vezes quase ser atingido por balas, que por pouco não lhe tiravam a vida. Ele desviava delas com habilidades extraordinárias.Logo, eles conseguiram capturar todos a bordo.Daniel começou a procurar pelos reféns, mas no final, só encontrou ela. Sem dizer uma palavra, ele tirou sua própria roupa e a cobriu com ela, que estava em uma situação desoladora.Beatriz sabia que o efeito da droga estava prestes a fazer efeito!Daniel tentou levá-la para fora, mas ao perceber sua condição anormal, a levou de volta para dentro
— Impossível, eu devo ter algum distúrbio psicológico.— Srta. Rocha, existe algo que a impede de se comunicar comigo? Há algo em que você não confia, ou algo do tipo?— É... — Era a posição especial de Daniel. Se as pessoas soubessem que ele abusou de seu poder, ele provavelmente acabaria na prisão.Ela não conseguia superar essa barreira, mas também entendia que Daniel estava tentando salvá-la.Aquele sonho tinha sido um apelo desesperado, pedindo a ele por ajuda.Pensando nisso, ela sentiu vergonha.— Srta. Rocha, já que você tem algo difícil de expressar, não vou pressioná-la mais. Mas, já que veio ao psicólogo, deve confiar em mim. Srta. Rocha, vá para casa descansar, e quando estiver pronta, volte.O médico manteve uma expressão amistosa do começo ao fim, sem mostrar nenhum sinal de irritação.A pedido insistente de Beatriz, ele prescreveu alguns medicamentos para acalmar os nervos e ajudar no sono.Beatriz saiu do hospital meio atordoada, pensando que tinha apenas cochilado por