— Ah! — Willian soltou um grito desesperado de agonia, desmaiando de dor, pálido, com suor frio e sangue misturando-se pelo corpo.Lucas, observando ao lado, sentiu um arrepio, inspirando ar frio.Daniel olhou de cima para o inconsciente Willian, então tirou um lenço de papel, limpou os dedos e jogou o lenço no rosto de Willian.— Lucas, leve-o para a Polícia Federal, diga ao diretor que estou disposto a cooperar.Lucas acenou com a cabeça imediatamente. Ele sempre gerenciou o grupo para Daniel, sabendo também sobre seu trabalho infiltrado.Hoje, Daniel não tinha intenção de esconder, ele entendeu um pouco, sua cunhada havia sido maltratada, Daniel estava determinado a lidar com todos os contrabandistas daquele dia no navio, sem deixar nenhum para trás.Agora, os que fugiram eram Yago e Enzo.Quando Lucas voltou de resolver as coisas, viu Daniel arrumando suas coisas para sair, parecia que ia ao hospital.— Daniel, vai ver a cunhada, é?— Sim.— Ela ainda não consegue te perdoar? Naque
A voz de Beatriz era calma, e Bruna ficou atônita. Será que ela estava delirando?Beatriz iria embora? Seria isso verdade?Ela olhou para Beatriz com desconfiança: — Por quê?— Eu não gosto do seu irmão, não nos damos bem, por isso quero ir embora. Mas o seu irmão não permite, então não tenho escolha.— O que você fez ao meu irmão para deixá-lo tão enfeitiçado?Bruna sentia-se extremamente injustiçada, e um pouco invejosa. Como seria bom se a preferência de Daniel fosse toda para ela.Ela costumava pensar que Daniel já a tratava de maneira muito especial, que ela era única, mas agora percebia que o carinho que Daniel tinha por ela não era nada comparado ao amor incondicional que ele dedicava a Beatriz. Ela sentia inveja, ciúmes e raiva, mas não sabia o que fazer.E agora, Beatriz queria ir embora? Se ela fosse embora, Bruna não teria mais inimigas?— Você tem como me ajudar a sair?Beatriz realmente não conseguia pensar em mais ninguém que pudesse ajudá-la, exceto por Bruna. Ela era qu
A porta se abriu, e Bruna saiu correndo, cobrindo o rosto e chorando.A cuidadora de Beatriz olhou para dentro do quarto e viu Beatriz deitada na cama, claramente a vencedora da disputa.— Srta. Rocha, vai descansar agora? O almoço será servido em breve, quer esperar para comer antes de dormir?— Estou cansada, vou dormir agora.Beatriz puxou o cobertor sobre a cabeça, sua voz abafada e ininteligível.A cuidadora, sem querer incomodar, apressou-se em fechar a porta, com medo de perturbar o sono de Beatriz.Enquanto isso, 'Bruna' apressava o passo, afastando-se rapidamente do hospital. Ela já havia recebido alta, então a cuidadora não tinha mais razões para segui-la.Daniel enviou alguém para buscá-la, mas ela saiu mais cedo de propósito, então não havia ninguém de Daniel esperando na porta.Ela rapidamente entrou em um táxi.— Para onde?— Aeroporto, por favor. — Beatriz respondeu rapidamente.Bruna havia trazido sua identidade e passaporte, além de trocar alguns dólares para ela, faci
Ao ver Bruna debaixo do cobertor, o rosto de Daniel imediatamente ficou pálido.Ele agarrou o pulso de Bruna com força, puxando-a da cama com tanta intensidade que parecia querer arrancar seu braço.Ela conseguiu ficar em pé, cambaleante, e encontrou os olhos escuros e intimidadores de Daniel, com o coração tremendo.Lembrava-se de quando era pequena e tinha fugido de casa, como Daniel ficou enfurecido quando a encontrou.Aquela tinha sido a vez que ela viu Daniel mais irritado, mas agora isso ultrapassava qualquer coisa anterior. Ela estava com medo e inveja, por que Beatriz, que apareceu por tão pouco tempo, conseguiu tirar dela todos os mimos e privilégios? Por quê?— Onde está Beatriz?— Beatriz... Beatriz fugiu... Eu vim aqui hoje para acertar as contas com ela, mas ela ameaçou meu rosto com uma faca. Disse que se eu não fizesse o que ela queria, ela desfiguraria meu rosto. Eu não tive escolha!— Ela fugiu, por que você não me ligou?— Eu... eu estava com medo dela, com medo de qu
Beatriz olhou para a porta do avião, que havia sido reaberta, sentindo um medo crescente.Ela não podia descer. Era o último voo do dia e, se ficasse em Brasília, Daniel certamente a encontraria.— Meu passaporte está em ordem, não posso simplesmente chegar lá e colaborar com vocês em uma investigação na embaixada?— Desculpe, senhora, mas se você não desembarcar, nosso voo não poderá decolar normalmente, atrasando a viagem de outros passageiros.Ao ouvir isso, murmúrios se espalharam ao redor. Beatriz olhou em volta, encontrando apenas olhares de reprovação.Sem opção, ela desembarcou, assistindo seu voo partir sem ela.Rapidamente, ela se acalmou. Não podia simplesmente esperar, precisava sair do aeroporto o quanto antes. Ela voltou apressadamente, mas viu vários seguranças de preto. Rapidamente, abaixou a cabeça e colocou a máscara, tentando passar despercebida.Mas todas as saídas estavam bloqueadas. Havia uma segunda checagem, era necessário mostrar o rosto.Beatriz só pôde se esc
Sua voz rouca soou, seus olhos escuros fixos nela com uma intensidade que fervilhava de desejo. Ela se perguntava se ele a consumiria ali mesmo.Afinal, ela sabia demais, não havia mais razão para disfarces.— Não... não vou fugir.Ela era pragmática, mas apenas palavras. Ela ainda poderia tentar outra vez. Ela não poderia deixá-lo ir para a prisão, mas também não podia conviver sob o mesmo teto que um agressor.Se ela tolerasse isso, ainda teria alguma dignidade ou consciência?Ela tentou se convencer de que, dada a situação desesperadora e o fato de ter sido drogada, era melhor que fosse Daniel e não outro. Compreender é uma coisa, mas ela jamais poderia perdoar as ações de Daniel.Ela era a vítima! Ela não poderia se solidarizar com os outros!— Você tem medo de mim? — ele perguntou, olhando profundamente para ela. — Medo de quê? Medo de que eu te devore? Fique tranquila, se você não estiver disposta, eu não vou tocar em você.— Daniel, você agora se fazendo de bom moço, não acha is
Se não fosse por Beatriz, ele já teria enlouquecido há muito tempo.Se possível, ele também não queria revelar sua verdadeira natureza. Ele preferiria viver uma vida de disfarces, contanto que ela estivesse feliz.Ele estava atuando intencionalmente. Mas o carinho por ela era verdadeiro. No entanto, ele sabia que tinha cometido erros, e erros imperdoáveis.Ele passaria a vida tentando compensar; ele não tinha o direito de pedir seu perdão, nem conseguia convencer a si mesmo a deixá-la ir, sabendo que ambos estavam sofrendo. Mas ele realmente não queria fazer Beatriz feliz assim.Se ele a deixasse ir desta vez, nunca mais teria uma chance com Beatriz.Beatriz nunca foi uma pipa solta ao vento, presa por uma linha. Ela era um pássaro livre que, uma vez solto, nunca mais seria encontrado.— Finja... que tudo isso foi um engano, — Daniel disse baixinho. — Eu não vou restringir sua liberdade. Você pode ir ao estúdio quando quiser, encontrar-se com Franciely se desejar, mas não pode deixar a
Quando ela mais queria se vingar de Afonso, Daniel propôs casamento.Quando ela usou-se como isca para atrair Willian, ele prometeu protegê-la.Franciely estava em perigo, e ela foi sozinha enfrentá-lo, sem medo, porque sabia que Daniel a encontraria.Ele ensinou-a, passo a passo, como manejar uma arma. Foi ele quem lhe deu a coragem para confrontar Débora.Naquele casamento grandioso, todos estavam atentos ao beijo apaixonado dos noivos no palco, enquanto Daniel beijava a si mesmo em segredo.Como ela pôde ser tão ingênua a ponto de não perceber os sinais evidentes?Afinal, ele havia feito tudo tão obviamente, mas ela sempre achou que era culpa de Daniel, simplesmente porque ela era sua esposa, e nada mais.Ela suspeitou de Bruna, suspeitou de todos, exceto de si mesma.Antes de conhecer a verdade, Daniel era quase perfeito em sua mente, irrepreensível. Ele era o herói de muitos, e também o grande herói que a salvou de perigos iminentes.Ela se orgulhava de sua profissão e sentia-se h