— Eu disse, não me provoque sem necessidade, você não faz ideia de quem eu realmente sou. Beatriz, eu já te poupei várias vezes, desta vez você veio até mim, não tenho razões para te perdoar. Eu disse, tenho muita paciência, algumas coisas ou não se faz, ou se faz bem feito. Não tenha medo, daqui para frente, coisas assim serão comuns.Após falar, Daniel se virou e saiu, sem olhar para trás.Quando ele se foi, Beatriz finalmente se deixou cair na cama, completamente atordoada. Suas roupas estavam encharcadas de suor.Que tipo de pessoa ela havia provocado? Alguém que parecia justo e decidido, mas na realidade... obsessivo, sombrio, aterrorizante.Beatriz não ousava pensar mais nisso.Ela percebeu que havia guardas ao seu redor, tornando impossível deixar o hospital.Enquanto estava desesperada procurando uma saída, ela encontrou Bruna. Bruna também estava no mesmo hospital, sua ferida de bala na perna ainda não havia cicatrizado, precisando de uma cadeira de rodas todos os dias.Ao ver
Beatriz estava cheia de ressentimentos contra Bruna. Ela não hesitou em arrancar cabelos e dar tapas, sem nenhuma cortesia. Bruna, com sua mobilidade reduzida, não tinha forças para resistir e acabou gritando de dor.Depois de um tempo, a porta do elevador se abriu, e Beatriz saiu calmamente, batendo palmas levemente. Bruna encolhida no canto, com o nariz e o rosto inchados, cabelos em desalinho. Ela, sentindo-se injustiçada, pegou o celular, tremendo, e ligou para Daniel.— Irmão, a Beatriz me intimidou, ela... ela me bateu!Ela estava chorando, quando de repente Beatriz se virou, mostrando seus punhos e a silenciando de medo.Meia hora depois, Daniel chegou ao hospital, já tendo visto o vídeo no carro. Desta vez, Bruna não tinha provocado Beatriz, mas acabou apanhando brutalmente.Ele massageou as têmporas, sem saber se deveria estar irritado ou rir.Primeiro, foi consolar Bruna.— Irmão... — Bruna o viu e começou a chorar, apontando para o próprio rosto. — Irmão, a Beatriz me bateu,
— Então, você fez bem.Ao dizer isso, ele se aproximou, e seu caloroso hálito foi soprado no rosto dela. O coração dela acelerou, as orelhas ficaram vermelhas, e ela recuou imediatamente. Por alguns segundos, seu cérebro parou, pensando que Daniel poderia tentar beijá-la.Ele a olhou seriamente, com um olhar ardente. Não havia mais disfarces, seu olhar era intensamente sedutor, como se quisesse devorá-la por inteiro.Beatriz sentia seu coração bater rapidamente, como se fossem tambores. Ela rapidamente desviou o olhar dele: — Daniel, você está sendo fiel à sua profissão? Você sabe que está infringindo a lei, não tem medo...— Medo de quê? — ele perguntou, arqueando uma sobrancelha: — Você pode me denunciar por assédio, eu admito minha culpa. Desde que você vá denunciar!— Você acha que eu não teria coragem? — Beatriz disse, irritada.Daniel permaneceu em silêncio, apenas observando-a, e de repente a pegou no colo.— O que você está fazendo, me solte...Por mais que ela se debatesse, Da
‘Eu quero denunciar Daniel por, enquanto era um policial de combate ao contrabando, infringir a lei, me estuprar! Ele cometeu um crime, eu quero que ele vá para a prisão e pague pelo que fez...’As palavras se prenderam em sua garganta, mesmo depois de ter ensaiado inúmeras vezes, ela não conseguiu dizer.Manuel, ao lado, ficou ansioso. — Cunhada, o que você quer dizer, o que exatamente você quer denunciar...— Ela quer me denunciar por má conduta... — Daniel deu um passo à frente, não querendo que Beatriz se sentisse desconfortável, e tomou a iniciativa.O coração de Beatriz pulou de repente, ele realmente havia dito por conta própria. Ela não sabia o que deveria fazer, mas seu instinto foi cobrir a boca de Daniel.— Eu... Nós estávamos apenas brincando com você? Você tem tempo hoje, só queríamos te convidar para jantar. Se você estiver ocupado, nós já vamos... — Beatriz disse às pressas, então puxou Daniel de volta para o carro rapidamente.Manuel ficou confuso por um longo tempo, se
— Beatriz, não pergunte mais. Eu assumo toda a culpa.Sua voz era baixa, incerta sobre seu arrependimento. Se pudesse voltar no tempo, talvez fizesse tudo de novo. Ele sabia que era imperdoável e que, uma vez revelada a verdade, a distância entre eles se tornaria imensa. Mas o que estava feito, estava feito.— Você pode me culpar ou me odiar, já é tarde demais. Eu não vou te deixar ir.O coração de Beatriz caiu num abismo.— Por que eu? Por que justo eu! — Ela questionou.Ele empalideceu ainda mais, finalmente fechando os lábios finos, sem dizer uma palavra.Beatriz fechou os olhos em desespero, com lágrimas escorrendo.Ela conhecia um Daniel tão bom. Ele sempre aparecia nos momentos de sua maior aflição, salvando-a de perigos. Ele a respeitava e a protegia.Mas, no fim, tudo não passou de uma piada.— Daniel, você fez algo mais que seja contra a moral e a ética?— Não, tudo o que fiz foi com a consciência limpa, exceto por você... Eu falhei com você.O desespero de Beatriz aumentou. P
Willian foi levado para a mansão. Ele estava coberto de sangue, a roupa estava em farrapos, a camisa branca já não se via mais a cor original.Seu rosto estava machucado, um dos seus olhos já estava totalmente cego. Ele estava caído no chão, tossindo muito, cuspiu um pouco de sangue. Então ele se virou, deitou-se e começou a rir.— Daniel ah... Daniel...Ele tinha perdido um dente da frente, falava entre os dentes, soava muito estranho.— Você deveria ter me levado imediatamente para o departamento da alfândega, mas decidiu me apreender. Isso é algum tipo de desabafo? Você não é sempre o reto e imparcial? Você não é aquele que coloca a lei acima de tudo?— Eu vou levar você para o tribunal, mas não agora — , disse Daniel em um tom sombrio.— Você não deveria contar para ela.— Não é a minha culpa, pensei que ela já soubesse.Ao ouvir isso, Daniel pisou fortemente na perfuração na coxa de Willian. O ferimento que havia parado de sangrar, em seguida, começou a jorrar sangue novamente.Wi
— Ah! — Willian soltou um grito desesperado de agonia, desmaiando de dor, pálido, com suor frio e sangue misturando-se pelo corpo.Lucas, observando ao lado, sentiu um arrepio, inspirando ar frio.Daniel olhou de cima para o inconsciente Willian, então tirou um lenço de papel, limpou os dedos e jogou o lenço no rosto de Willian.— Lucas, leve-o para a Polícia Federal, diga ao diretor que estou disposto a cooperar.Lucas acenou com a cabeça imediatamente. Ele sempre gerenciou o grupo para Daniel, sabendo também sobre seu trabalho infiltrado.Hoje, Daniel não tinha intenção de esconder, ele entendeu um pouco, sua cunhada havia sido maltratada, Daniel estava determinado a lidar com todos os contrabandistas daquele dia no navio, sem deixar nenhum para trás.Agora, os que fugiram eram Yago e Enzo.Quando Lucas voltou de resolver as coisas, viu Daniel arrumando suas coisas para sair, parecia que ia ao hospital.— Daniel, vai ver a cunhada, é?— Sim.— Ela ainda não consegue te perdoar? Naque
A voz de Beatriz era calma, e Bruna ficou atônita. Será que ela estava delirando?Beatriz iria embora? Seria isso verdade?Ela olhou para Beatriz com desconfiança: — Por quê?— Eu não gosto do seu irmão, não nos damos bem, por isso quero ir embora. Mas o seu irmão não permite, então não tenho escolha.— O que você fez ao meu irmão para deixá-lo tão enfeitiçado?Bruna sentia-se extremamente injustiçada, e um pouco invejosa. Como seria bom se a preferência de Daniel fosse toda para ela.Ela costumava pensar que Daniel já a tratava de maneira muito especial, que ela era única, mas agora percebia que o carinho que Daniel tinha por ela não era nada comparado ao amor incondicional que ele dedicava a Beatriz. Ela sentia inveja, ciúmes e raiva, mas não sabia o que fazer.E agora, Beatriz queria ir embora? Se ela fosse embora, Bruna não teria mais inimigas?— Você tem como me ajudar a sair?Beatriz realmente não conseguia pensar em mais ninguém que pudesse ajudá-la, exceto por Bruna. Ela era qu