Ao ouvir isso, a mente de Beatriz explodiu, como se uma bomba tivesse sido detonada. Sua mente ficou em branco, e seus ouvidos zuniam, incapazes de entender o que Willian dizia a seguir.Suas mãos tremiam segurando o celular.‘Quem abusou de você naquele barco foi o Policial Dias…’Daniel... como poderia ser Daniel.— Você está mentindo, quer nos separar, se vingar do Daniel? Você não vai conseguir, Daniel jamais faria algo assim, ele nunca.— Você acha que ele é um santo? Quando estava infiltrado, até se envolveu com minha irmã, os dois tiveram um caso, e se casaram no Triângulo Dourado. Ele faria qualquer coisa para alcançar seus objetivos. Você sabe o que aconteceu com minha irmã? Ela levou um tiro por ele, salvando sua vida, mas ele friamente a mandou para a cadeia. Minha irmã enlouqueceu, virou uma demente. Ela, Beatriz, é um aviso para você.— Impossível, impossível... — Beatriz repetia descontroladamente.— Se não acredita, por que não pergunta a ele diretamente?Willian, parece
Caminhava pela rua, descalça e vestindo roupas de hospital, murmurando para si mesma enquanto as pessoas a olhavam.Alguns pensaram que ela estava louca e chamaram a polícia rapidamente. Logo, um policial local a encontrou.— Cunhada?Manuel a reconheceu de imediato. Ao ver Manuel, a primeira reação de Beatriz foi fugir.Manuel correu atrás dela: — Cunhada, o que houve? Por que você está correndo?— Me larga, me larga...Beatriz se debatia freneticamente, como se estivesse em pânico, e devido à intensa emoção, sua visão escureceu, e ela desmaiou.Manuel imediatamente ligou para Daniel. Quando Beatriz acordou, estava de volta ao quarto de hospital familiar. Ela olhava fixamente para o teto, com um olhar vazio.— Bia, o que houve? Não me assuste, por favor? — Daniel a olhava preocupado.Ao ouvir essa voz familiar, as lembranças na cabeça de Beatriz se abriram como uma porta. Era exatamente a mesma voz que ela ouviu quando foi violada no navio.— Bia... — Daniel segurou sua mão.Ele queri
Ao ouvir isso, Daniel apertou os punhos com força. Ele levantou os olhos, encarando-a diretamente, sem um pingo de arrependimento.— Eu não vou me divorciar, a não ser que eu morra!— Daniel... — Ela tremia de raiva: — Você não pode me impedir, e também não pense em usar seu avô contra mim. Ele é seu avô, não o meu, por que eu deveria considerar um estuprador em tudo o que faço?Beatriz pensou em como ela se esforçou, apesar de doente, para manter a empresa funcionando, mas no final, ele cooperou estreitamente com a polícia. Se não tivesse deixado o emprego, provavelmente receberia mais uma medalha.Todos estavam atuando, apenas ela estava sinceramente envolvida. Ela desejava poder cegar seus próprios olhos inúteis por acreditar em homens novamente.Daniel levantou-se lentamente, olhando para ela de cima. — Você entendeu errado.Sua voz era calma e suave, como sempre. Mas seus olhos profundos pareciam esconder um abismo sem fim, sugando qualquer um que nele caísse.Ela o encarou, e sua
— Eu disse, não me provoque sem necessidade, você não faz ideia de quem eu realmente sou. Beatriz, eu já te poupei várias vezes, desta vez você veio até mim, não tenho razões para te perdoar. Eu disse, tenho muita paciência, algumas coisas ou não se faz, ou se faz bem feito. Não tenha medo, daqui para frente, coisas assim serão comuns.Após falar, Daniel se virou e saiu, sem olhar para trás.Quando ele se foi, Beatriz finalmente se deixou cair na cama, completamente atordoada. Suas roupas estavam encharcadas de suor.Que tipo de pessoa ela havia provocado? Alguém que parecia justo e decidido, mas na realidade... obsessivo, sombrio, aterrorizante.Beatriz não ousava pensar mais nisso.Ela percebeu que havia guardas ao seu redor, tornando impossível deixar o hospital.Enquanto estava desesperada procurando uma saída, ela encontrou Bruna. Bruna também estava no mesmo hospital, sua ferida de bala na perna ainda não havia cicatrizado, precisando de uma cadeira de rodas todos os dias.Ao ver
Beatriz estava cheia de ressentimentos contra Bruna. Ela não hesitou em arrancar cabelos e dar tapas, sem nenhuma cortesia. Bruna, com sua mobilidade reduzida, não tinha forças para resistir e acabou gritando de dor.Depois de um tempo, a porta do elevador se abriu, e Beatriz saiu calmamente, batendo palmas levemente. Bruna encolhida no canto, com o nariz e o rosto inchados, cabelos em desalinho. Ela, sentindo-se injustiçada, pegou o celular, tremendo, e ligou para Daniel.— Irmão, a Beatriz me intimidou, ela... ela me bateu!Ela estava chorando, quando de repente Beatriz se virou, mostrando seus punhos e a silenciando de medo.Meia hora depois, Daniel chegou ao hospital, já tendo visto o vídeo no carro. Desta vez, Bruna não tinha provocado Beatriz, mas acabou apanhando brutalmente.Ele massageou as têmporas, sem saber se deveria estar irritado ou rir.Primeiro, foi consolar Bruna.— Irmão... — Bruna o viu e começou a chorar, apontando para o próprio rosto. — Irmão, a Beatriz me bateu,
— Então, você fez bem.Ao dizer isso, ele se aproximou, e seu caloroso hálito foi soprado no rosto dela. O coração dela acelerou, as orelhas ficaram vermelhas, e ela recuou imediatamente. Por alguns segundos, seu cérebro parou, pensando que Daniel poderia tentar beijá-la.Ele a olhou seriamente, com um olhar ardente. Não havia mais disfarces, seu olhar era intensamente sedutor, como se quisesse devorá-la por inteiro.Beatriz sentia seu coração bater rapidamente, como se fossem tambores. Ela rapidamente desviou o olhar dele: — Daniel, você está sendo fiel à sua profissão? Você sabe que está infringindo a lei, não tem medo...— Medo de quê? — ele perguntou, arqueando uma sobrancelha: — Você pode me denunciar por assédio, eu admito minha culpa. Desde que você vá denunciar!— Você acha que eu não teria coragem? — Beatriz disse, irritada.Daniel permaneceu em silêncio, apenas observando-a, e de repente a pegou no colo.— O que você está fazendo, me solte...Por mais que ela se debatesse, Da
‘Eu quero denunciar Daniel por, enquanto era um policial de combate ao contrabando, infringir a lei, me estuprar! Ele cometeu um crime, eu quero que ele vá para a prisão e pague pelo que fez...’As palavras se prenderam em sua garganta, mesmo depois de ter ensaiado inúmeras vezes, ela não conseguiu dizer.Manuel, ao lado, ficou ansioso. — Cunhada, o que você quer dizer, o que exatamente você quer denunciar...— Ela quer me denunciar por má conduta... — Daniel deu um passo à frente, não querendo que Beatriz se sentisse desconfortável, e tomou a iniciativa.O coração de Beatriz pulou de repente, ele realmente havia dito por conta própria. Ela não sabia o que deveria fazer, mas seu instinto foi cobrir a boca de Daniel.— Eu... Nós estávamos apenas brincando com você? Você tem tempo hoje, só queríamos te convidar para jantar. Se você estiver ocupado, nós já vamos... — Beatriz disse às pressas, então puxou Daniel de volta para o carro rapidamente.Manuel ficou confuso por um longo tempo, se
— Beatriz, não pergunte mais. Eu assumo toda a culpa.Sua voz era baixa, incerta sobre seu arrependimento. Se pudesse voltar no tempo, talvez fizesse tudo de novo. Ele sabia que era imperdoável e que, uma vez revelada a verdade, a distância entre eles se tornaria imensa. Mas o que estava feito, estava feito.— Você pode me culpar ou me odiar, já é tarde demais. Eu não vou te deixar ir.O coração de Beatriz caiu num abismo.— Por que eu? Por que justo eu! — Ela questionou.Ele empalideceu ainda mais, finalmente fechando os lábios finos, sem dizer uma palavra.Beatriz fechou os olhos em desespero, com lágrimas escorrendo.Ela conhecia um Daniel tão bom. Ele sempre aparecia nos momentos de sua maior aflição, salvando-a de perigos. Ele a respeitava e a protegia.Mas, no fim, tudo não passou de uma piada.— Daniel, você fez algo mais que seja contra a moral e a ética?— Não, tudo o que fiz foi com a consciência limpa, exceto por você... Eu falhei com você.O desespero de Beatriz aumentou. P