— O que você quer dizer?— Bruna percebeu algo de errado, franziu a testa severamente, um pouco irritada.— Eu tenho nossas conversas gravadas, e se o senhor souber...— Você ousa me ameaçar?Bruna não esperava que Camila tivesse a audácia de ameaçá-la.Camila, na verdade, também não tinha coragem, mas ela havia se esforçado tanto para se tornar a governanta dos empregados, com um salário anual de centenas de milhares.Agora sendo expulsa pela família, seria ainda mais difícil encontrar outro emprego. Ela estava fazendo isso para ajudar Bruna, portanto, naturalmente, Bruna deveria assumir a responsabilidade.— Srta. Bruna, eu acabei nesta situação por estar fazendo um favor para você. Você tem que me ajudar, caso contrário, só me restará pedir ao senhor.— Está bem, eu assumo a responsabilidade!— Bruna disse entre dentes.Ela realmente tinha se enganado sobre Camila, pensando que ela era uma das antigas empregadas da família Dias, tratando-a como se fosse sua própria filha, mas acabou..
Depois disso, Afonso não apareceu mais.Ela ficou no hospital por cinco dias, sua saúde gradualmente melhorou, e não sentiu mais aquela sensação de leveza ao andar. As várias contusões pelo corpo também começaram a desaparecer lentamente.Ela arrumou suas coisas para sair do hospital e foi até a mansão pegar seus pertences pessoais.Nesses dias, ela mal falou com Daniel, que visitava todos os dias, às vezes chegando de madrugada devido a compromissos.Daniel frequentemente parecia hesitante em falar. Seus olhos profundos pareciam esconder sentimentos insondáveis, que ela não conseguia entender, nem queria tentar.Quando ela recebeu alta, Daniel a buscou de carro e a levou de volta à mansão.Para sua surpresa, ao entrar, viu uma fileira de empregados com uniformes uniformizados, todos rostos desconhecidos.Eles a cumprimentaram com respeito e sinceridade: — Bom dia, senhora.Beatriz ficou surpresa.— Isso é...— Empregados novos, que seguirão apenas as suas ordens.— Ele falou, com a voz
Com isso, todas foram levadas, e só então Beatriz sentiu que a ordem foi restaurada.Ela não é nenhuma santa; por que trataria bem essas criadas mal-intencionadas?Ela olhou para Daniel, reconhecendo sua própria maldade. Será que ele se arrepende de ter se enganado a respeito dela? Se ele pedisse o divórcio agora, ela aceitaria sem hesitar.No entanto, Daniel olhava para ela intensamente, sem um pingo de repulsa em seus olhos, apenas admiração.O que ele queria dizer com isso?— Descanse um pouco aqui, vou subir para pegar algo.— Como quiser.Rapidamente, Daniel desceu.— Meus pertences já foram todos para o quarto de hóspedes, que fica trancado, você provavelmente não os verá. Não vou mais morar aqui, você pode fazer o que quiser com o lugar, até derrubar, se desejar. Os empregados estão sob suas ordens, o dinheiro fica por minha conta. Se algo não lhe agradar, sinta-se livre para dispensá-los e contratar novos.— O que você quer dizer?Beatriz ficou atônita. Ela pensou que seria ela
Lucas estava um tanto ansioso, pois sabia que, se Beatriz falasse, pedindo a Daniel que cuidasse de sua saúde, ele certamente o faria.Depois de uma reunião, Daniel já estava com febre baixa, mas continuava trabalhando.Lucas não podia mais ver aquilo e foi falar com Beatriz.Beatriz estava ocupada em seu estúdio resolvendo algumas questões.— Cunhada, Daniel está se desdobrando em trabalho, nem almoça e à noite só dorme quatro ou cinco horas. Mesmo sendo resistente, isso vai acabar afetando sua saúde. Você não precisa ir vê-lo, apenas mande uma mensagem ou faça uma ligação pedindo para ele descansar e não se sobrecarregar. Ele com certeza irá ouvir você.— O corpo é dele, se ele não cuida, qual é a minha relação com isso? Lucas, não me coloque em um pedestal, minha relação com Daniel é bem comum.Ela mordeu o lábio, sentindo-se um pouco culpada ao dizer isso.— Você pode ir agora, estou ocupada.— Cunhada...— Até logo, não vou acompanhá-lo.Lucas teve que sair decepcionado. Ao voltar
Beatriz não esperava encontrá-lo aqui. Lucas estava na recepção fazendo alguns procedimentos e não notou sua presença, logo após, partiu apressadamente.Beatriz congelou, Lucas havia mencionado que Daniel estava doente, a situação não era das melhores, esperava que ela fosse visitá-lo. Mas ela ainda estava aborrecida, recusando-se a vê-lo.Nos últimos dias, Lucas não a procurou, ela pensou que Daniel apenas tivesse algo leve e já estivesse recuperado, mas agora ele estava no hospital, será que isso indicava que Daniel ainda estava internado?— Bia, por que você parou?— Carlos... Você pode descobrir uma coisa para mim? Daniel está nesse hospital? Ele está se sentindo mal? É grave?— Claro, vou perguntar por você.— Não diga que fui eu quem perguntou, está bem?— Tudo bem, eu entendo.Carlos sorriu ao concordar, mas quando se virou, seu sorriso se tornou amargo. Se Beatriz soubesse o que ele sentia, entenderia o quanto essa tarefa aparentemente simples o afetava profundamente.Rapidamen
Beatriz pensou rapidamente, desejando poder se esconder em um buraco naquele momento.— Eu... Sou a cuidadora que Lucas contratou para cuidar de você à noite.— Beatriz, sou um policial, sua tentativa de disfarce é facilmente desmascarada aos meus olhos.Beatriz corou, esquecendo-se de que Daniel era um profissional. Ela tirou a máscara, irritada.— Sou eu, e daí? Vim ver se você tinha morrido.— Ela tentou parecer ameaçadora. — Já que não morreu, estou indo embora...Beatriz correu para a porta, mas assim que tocou a maçaneta, ela caiu. A porta estava quebrada, impossibilitando sua saída.— Tem alguém aí? Abra a porta, socorro...Por mais que Beatriz chamasse, não havia movimento algum do lado de fora.Ela, furiosa, deu um forte chute na porta, machucando o dedão do pé. A dor fez com que ela cerrasse os dentes, quase chorando.Ao ver a cena, Daniel, sem se importar com o soro que estava tomando, arrancou a agulha e apressou-se em sua direção.— Está tudo bem? Machucou o osso?— Não é d
Beatriz estava irritada: — O que você quer dizer?— Cunhada, você não está curiosa para saber como Daniel se machucou?— Não me importo...A Srta. Bruna se feriu, e o médico disse que se fosse mais profundo, poderia ter perfurado uma artéria principal, e ela poderia ter morrido na hora. Daniel não sabia que você era inocente, naquela época todas as evidências estavam contra você. A Srta. Bruna estava determinada a puni-la, sendo uma a irmã dele e a outra a esposa, ele ficou dividido, sem saber como agir. Ele não queria que sua irmã sofresse, mas também não queria puni-la, então acabou se ferindo com duas facadas. Daniel é assim, honesto, poderia ter feito apenas um corte superficial, mas ele quis fazer um corte profundo para apaziguar as reclamações da Srta. Bruna e evitar que ela continuasse a causar problemas para você. Ele ficou coberto de sangue, não queria que você soubesse, com medo de que você se sentisse culpada e preocupada, por isso não voltou para a mansão para vê-la. Ele nã
Beatriz tentou se soltar, mas ele a segurava tão forte que lhe doía as costelas.— Dói...— Ela mal conseguiu falar, e Daniel imediatamente a soltou, olhando para ela preocupado.— Eu... não foi de propósito, te machuquei, não foi? Vou tomar mais cuidado da próxima vez...— Ele parecia perdido, como uma criança que fez algo errado.— Não tem problema, agora volta para a cama.Daniel obedientemente voltou para a cama.— Está com fome? Passei por uma pastelaria no caminho, estava cheia mesmo sendo tão tarde, deve ser muito boa. Peguei duas porções.Ele acenou com a cabeça.— Por que está sempre me olhando?Ela levantou a cabeça, caindo naquele olhar profundo. Ele a fixava com tanta intensidade que ela se sentiu desconfortável.Ele então desviou o olhar, sem mais encará-la. Parecia não acreditar que ela estivesse ali.— Eu pensei que você ainda estivesse chateada comigo, que não viria me ver.— Estou chateada com você, por não confiar em mim. Se acontecer de novo, não vou perdoar. Daniel, e