— Sem noção, não vê que os pombinhos estão tendo um momento?— Mas é tão raro vermos...— Eles não querem te ver agora, sai de perto. Daniel também tem seus momentos, hein? Incrível. Vocês se lembram, quando Daniel estava apaixonado?— Lembro! Foi aquela vez do sequestro, levou um tiro no peito, quase morreu. Ele estava inconsciente e ferido, mas murmurando o nome de alguém. Era Beatriz?— Não sei, ele falava tão baixo, era difícil entender, só um nome.— Se não fosse por Beatriz...— Finjamos que nada aconteceu, vamos embora....Beatriz entrou no carro, hesitante e disse: — É raro vocês se encontrarem, vocês podem ficar mais um pouco, eu posso dirigir ou pegar um táxi para casa, tenho que passar no estúdio e resolver algumas coisas.— Tudo bem, pode levar meu carro. Depois, eu me viro para voltar.— Não beba demais, — Beatriz não pôde deixar de avisar, ao que Daniel levantou uma sobrancelha, com um olhar intrigante.Ela se sentiu um pouco envergonhada: — Eu vou indo.Ela parou o carr
Com toda a coragem que pôde reunir, Beatriz finalmente quebrou a rigidez de seu corpo. Ela correu sem olhar para trás.— O que houve? Sou assim tão assustador? — O homem falou, sorrindo, com um olhar significativo em seus olhos.Beatriz continuou correndo sem olhar para trás, sem ousar perder nem um segundo, com medo de ser alcançada pelo homem.Ela ultrapassou os limites de seu corpo, correndo até sentir que seu coração saltaria pela boca.À medida que mais pessoas apareciam ao redor, ela começou a se sentir um pouco mais segura. Ela olhou para trás, mas ele não a havia seguido.Ainda assim, ela estava extremamente assustada, escondendo-se no banheiro de um shopping, tremendo enquanto pegava o celular para ligar para Daniel.Ela deveria chamar a polícia. Mas seu instinto fez com que ela contatasse Daniel primeiro.A ligação foi rapidamente atendida.— O que aconteceu?A voz de Daniel era calma e firme, fazendo com que Beatriz se sentisse imediatamente emocionada, sua voz embargada.—
— Você estará segura, vou ficar com você por um tempo.Beatriz assentiu, ainda meio atordoada.Mais tarde, o celular de Daniel tocou novamente, desta vez era a seguradora. Beatriz havia deixado o carro dele na rua, e agora a seguradora o havia recolhido.Daniel a levou para casa. Beatriz se trancou no quarto, sentindo-se mais segura assim. Ele foi para o escritório verificar as câmeras de segurança da rua.Beatriz havia estacionado o carro na rua para fazer uma ligação, quando de repente outro veículo mudou de faixa e veio em sua direção. Um motorista profissional jamais cometeria tal erro básico.Era claramente intencional. Esse deputado era suspeito.Talvez, ele estivesse tentando mandar uma mensagem, pensando que Daniel estaria no carro.Poderia ser uma provocação. O visitante tinha más intenções.Era evidente que, sabendo que não podíamos apresentar provas, ele agia com arrogância.Se ele não estivesse se encontrando com um velho amigo, se ele tivesse chamado um táxi para Beatriz..
— Eu estou bem, já melhorou muito. Você poderia por favor não ir ficar aqui e me fazer companhia um pouco mais? — Talvez porque ela acabou de acordar de uma doença, sua voz estava cheia de exaustão.Daniel queria repreendê-la por ter tentado pôr fim à sua própria vida, mas ao vê-la nesse estado, ele suportou. — Eu estarei aqui, não irei a lugar nenhum.Daniel ficou com ela, mas ainda estava preocupado com o estado de saúde dela. Ele apertou o botão de chamada e o médico veio para examiná-la. A febre já tinha passado e por enquanto, ela estava bem.Por precaução, seria melhor observá-la por mais um dia, mas ela também poderia voltar para casa imediatamente.Beatriz escolheu voltar para casa. Ela não queria ficar em um ambiente desconhecido.— Daniel, podemos ir para casa? Eu não quero ficar aqui.— Claro, então vamos para casa.Ela trocou de roupa, mas não tinha força para andar. Ela estava pensando em pedir a Daniel para conseguir uma cadeira de rodas para ela, mas então.... Daniel a l
— Até que ele caiu nas mãos do Sr. Dias, eu desconhecia completamente seu paradeiro. Ele se envolveu em atividades ilícitas, o que é profundamente decepcionante. Pensando nos transtornos que causou ao Sr. Dias, sinto-me culpado e fiz questão de vir pessoalmente pedir desculpas. Além disso, reforcei a vigilância; qualquer um dentro do meu território que veja essa escória será levado à justiça! — Eu agradeço o esforço. — Daniel respondeu com um tom neutro, impossível de decifrar seus pensamentos. É incerto se ele acreditou ou não.— Que coincidência, ontem eu acabei batendo no carro dessa senhora. Não sabia que ela tinha relação com o Sr. Dias. Vocês são namorados?— Ela é minha esposa. — A resposta de Daniel foi firme, seu olhar fixo em Willian.Willian mostrou-se surpreso: — Ah, entendi, que coincidência então! Parece que realmente estamos destinados a nos cruzar.— Por falar nisso, tenho um projeto que gostaria de discutir com o Grupo Dias. Na próxima vez que eu for até a empresa, le
Assim que Willian partiu, Beatriz correu para baixo.— O que vocês falaram? Você está bem? Você parece pálido. — Beatriz olhou para ele com preocupação.Inesperadamente, Daniel a puxou para um abraço apertado.Ela podia sentir sua tensão, seu corpo levemente tremendo, como se ele estivesse com medo de algo. — Você... está bem?Ela queria se libertar para ver como ele estava, mas ouviu a voz rouca dele sussurrando ao seu ouvido. — Não se mexa, deixe-me abraçá-la.Ao ouvir isso, Beatriz não ousou se mexer mais.Ela hesitou por um longo tempo, as mãos suspensas ao lado do corpo, finalmente pousaram suavemente nas costas dele, tentando acalmar sua emoção. Ele a abraçava tão forte que chegava a doer seus ossos, mas ela não reclamou.Conforme os minutos passavam, ele finalmente a soltou.— Estou bem, daqui a pouco te levo para o asilo, você vai ficar um tempo com seu avô, preciso resolver algumas coisas.— É por causa daquele Willian?— Beatriz, eu queria poder te enganar, mas não consigo. T
— A melhor maneira agora é encontrar uma desculpa para detê-lo e investigar lentamente. O passaporte dele tem algum problema? — Manuel perguntou.— Não há razão para detê-lo. — Benício, um veterano detetive, também sentia que a situação era complicada.Trabalhar na repressão ao contrabando é perigoso e não deve ser exposto. Ele não queria envolver seus antigos companheiros de batalha. Benício e Manuel tinham suas famílias na Capital, ele poderia protegê-los.— Espere, eu tenho uma ideia. Daniel, você não salvou uma vítima naquele navio? Deixe que Willian saiba que foi essa vítima quem secretamente passou informações, permitindo que vocês chegassem tão rápido. Eles seguem um código nas ruas, precisam capturar e matar essa pessoa para acalmar os espíritos de seus irmãos caídos.— Daniel, você encontrou aquela pessoa e depois espalhou o boato. O Willian chegou à posição que ocupa hoje, certamente tem muitos subordinados. Se ele quiser estabelecer sua autoridade, mesmo que não queira agir
— Beatriz, você está me ouvindo? — Após um silêncio de Beatriz, Benício não pôde deixar de perguntar.Levou um tempo até Beatriz se recuperar, segurando o telefone com força, as palmas das mãos todas suadas.— Estou... ouvindo, eu vou falar com Daniel. Eu entendo o que irmão Benício quer dizer, sacrificar uma pessoa pode salvar muitas outras...— Não é sacrificar, nós protegeremos a segurança da isca. Em tempos excepcionais, medidas excepcionais são necessárias, Willian não é um contrabandista qualquer, eu e Daniel também somos aposentados, às vezes é preciso agir fora das regras...— Eu entendo... vou convencê-lo.— Você sempre compreende, agradeço então.Beatriz desligou o telefone, seu corpo fraco encostado na parede, deslizando lentamente para baixo. Ela não queria ser a isca, não queria passar por aquela situação terrível novamente.Mesmo com a proteção deles, ela ainda estava com medo. Se eles não conseguirem proteger? Ela até pensou covardemente em se esconder em algum lugar.Ma