Assim que Willian partiu, Beatriz correu para baixo.— O que vocês falaram? Você está bem? Você parece pálido. — Beatriz olhou para ele com preocupação.Inesperadamente, Daniel a puxou para um abraço apertado.Ela podia sentir sua tensão, seu corpo levemente tremendo, como se ele estivesse com medo de algo. — Você... está bem?Ela queria se libertar para ver como ele estava, mas ouviu a voz rouca dele sussurrando ao seu ouvido. — Não se mexa, deixe-me abraçá-la.Ao ouvir isso, Beatriz não ousou se mexer mais.Ela hesitou por um longo tempo, as mãos suspensas ao lado do corpo, finalmente pousaram suavemente nas costas dele, tentando acalmar sua emoção. Ele a abraçava tão forte que chegava a doer seus ossos, mas ela não reclamou.Conforme os minutos passavam, ele finalmente a soltou.— Estou bem, daqui a pouco te levo para o asilo, você vai ficar um tempo com seu avô, preciso resolver algumas coisas.— É por causa daquele Willian?— Beatriz, eu queria poder te enganar, mas não consigo. T
— A melhor maneira agora é encontrar uma desculpa para detê-lo e investigar lentamente. O passaporte dele tem algum problema? — Manuel perguntou.— Não há razão para detê-lo. — Benício, um veterano detetive, também sentia que a situação era complicada.Trabalhar na repressão ao contrabando é perigoso e não deve ser exposto. Ele não queria envolver seus antigos companheiros de batalha. Benício e Manuel tinham suas famílias na Capital, ele poderia protegê-los.— Espere, eu tenho uma ideia. Daniel, você não salvou uma vítima naquele navio? Deixe que Willian saiba que foi essa vítima quem secretamente passou informações, permitindo que vocês chegassem tão rápido. Eles seguem um código nas ruas, precisam capturar e matar essa pessoa para acalmar os espíritos de seus irmãos caídos.— Daniel, você encontrou aquela pessoa e depois espalhou o boato. O Willian chegou à posição que ocupa hoje, certamente tem muitos subordinados. Se ele quiser estabelecer sua autoridade, mesmo que não queira agir
— Beatriz, você está me ouvindo? — Após um silêncio de Beatriz, Benício não pôde deixar de perguntar.Levou um tempo até Beatriz se recuperar, segurando o telefone com força, as palmas das mãos todas suadas.— Estou... ouvindo, eu vou falar com Daniel. Eu entendo o que irmão Benício quer dizer, sacrificar uma pessoa pode salvar muitas outras...— Não é sacrificar, nós protegeremos a segurança da isca. Em tempos excepcionais, medidas excepcionais são necessárias, Willian não é um contrabandista qualquer, eu e Daniel também somos aposentados, às vezes é preciso agir fora das regras...— Eu entendo... vou convencê-lo.— Você sempre compreende, agradeço então.Beatriz desligou o telefone, seu corpo fraco encostado na parede, deslizando lentamente para baixo. Ela não queria ser a isca, não queria passar por aquela situação terrível novamente.Mesmo com a proteção deles, ela ainda estava com medo. Se eles não conseguirem proteger? Ela até pensou covardemente em se esconder em algum lugar.Ma
— Por que a pressa em me chamar? Tem algum novo plano? — Manuel estava confuso, não esperava que no segundo seguinte Daniel lhe desse um soco, deixando seu rosto machucado.— O que você está fazendo? — Benício ficou aterrorizado, apressando-se em intervir.Manuel caiu no chão confuso: — Daniel, você está louco.— Por que você contou para Beatriz?— A cunhada? Ela sabe? Como assim, eu não contei para ela. — Manuel ficou chocado e nervoso.— Se não foi você, então quem foi?— Você não pode culpar o Manuel, foi a irmãzinha que me ligou. Eu acabei mencionando isso casualmente, para ela tentar te convencer. Parece que ela concordou, então? Onde está a vítima? Você já explicou tudo? A vítima concorda em colaborar? — Benício perguntou esperançoso.Ao ouvir isso, Daniel e Manuel ficaram visivelmente perturbados.Daniel apertou os punhos, com veias saltadas, como se estivesse prestes a atacar Benício, mas acabou suspirando, derrotado.— Vamos para o escritório falar mais, a vítima... estará aqu
Após a conversa, Benício e Manuel se retiraram. Benício olhou para ela com um olhar cheio de desculpas.Beatriz sabia que eles valorizavam muito Daniel como um irmão, e se soubessem que a vítima era a esposa de Daniel, nunca teriam permitido que isso acontecesse. Era um erro acidental, talvez fosse o destino.Depois que eles saíram, o silêncio tomou conta do ambiente, tornando a respiração de ambos pesadas.Daniel a abraçou por trás, com força. — Eu sei que as pessoas são sacrificadas, e estou pronto para ser um deles a qualquer momento, mas não quero que você esteja envolvida. — Ele não podia imaginar Beatriz sendo sacrificada.— O que, você está me tratando de forma especial? — Beatriz virou-se para ele, com um sorriso caloroso e olhos brilhantes, tentando parecer relaxada para confortá-lo. Mas seus punhos cerrados revelavam o medo e a tensão em seu coração.— Daniel, estamos fazendo a coisa certa. Então, não se preocupe com o resto.Daniel ficou em silêncio, com uma expressão séria
Ela estava cansada, então sentou-se à beira da piscina. Atrás dela, ouviu passos leves. Alguém estava se aproximando.Beatriz ficou tensa. Será que Willian a viu sozinha e veio de propósito?Ela era a principal responsável pela morte de muitos dos subordinados de Willian, e como Chefe, para manter sua reputação, mesmo correndo riscos, ele teria que lidar com ela, caso contrário, seria difícil para ele continuar no submundo.Essas pessoas não têm limites, mas valorizam muito a lealdade. Um Chefe que valoriza seus subordinados pode fazê-los servir de bom grado.Ela sussurrou: — Manuel, é o Willian se aproximando?— A câmera do jardim dos fundos foi sabotada, não conseguimos ver nada agora!Ao ouvir isso, o coração de Beatriz afundou.Ela queria fugir, mas a razão lhe dizia que se Willian a empurrasse na piscina, fingindo que ela caiu acidentalmente, eles alcançariam seu objetivo.Sua testa já estava coberta de suor. Ela não ousava se mover, segurando a respiração instintivamente.Foi ent
Willian sentiu dor com a mordida, seu olhar se tornou sinistro ao olhar para Beatriz, mas ele não se enfureceu a ponto de lhe dar um tapa. Com a outra mão, ele apertou fortemente seu queixo, com força suficiente para deslocá-lo.Beatriz era resoluta, disposta a correr o risco de deslocar o queixo, só para morder mais forte, arrancando um pedaço de sua carne. Os dois pareciam predadores em um impasse, cada um segurando a garganta do outro.Foi então que Daniel chegou às pressas. — Beatriz, solte.O fogo dentro de Beatriz se apagou imediatamente, não mais parecendo a pequena pantera agressiva de antes.Ela imediatamente soltou e, sem sequer colocar os sapatos, correu em direção a Daniel.Willian olhou para a mão agora sangrenta, com um sorriso malicioso nos lábios. — Policial Dias, sua garota é bem feroz, hein? — Havia até um tom de repreensão em suas palavras.Beatriz franziu a testa, olhando para ele com repulsa.Daniel estreitou os olhos, sentindo que o olhar de Willian sobre ela era
— Uh...Quando Daniel estava prestes a rasgar sua roupa, ouviu-se uma tosse seca de Benício ao fundo. — Daniel, sei que você está ansioso, mas calma aí. Nós realmente não queríamos interromper, mas... parece um jogo de duas pessoas, mas na realidade são quatro.Daniel congelou. Droga, ele havia esquecido dos outros dois.Ele estava com um fone de ouvido e Beatriz tinha uma câmera espiã. Os outros dois tinham visto tudo.— Por que você parou? — Beatriz estava desconfortável, com um olhar nebuloso e inocente. Ela estava desesperada por sua salvação.— Precisamos resolver alguns problemas primeiro. — Daniel tirou o fone de ouvido.No momento em que Beatriz viu isso, seu sangue pareceu fluir na direção oposta.— Aaah! — Ela gritou. Ela estava sendo monitorada!Tudo o que eles fizeram e disseram foi conhecido por Manuel e Benício, como eles poderiam enfrentar as pessoas agora?Ela não sabia de onde veio a força, mas chutou Daniel, que caiu no chão.Daniel segurou seu peito, soltando um gemi