Beatriz, preocupada em machucar sua ferida, manteve-se o mais afastada possível, mas Daniel também se moveu para o lado da cama, deixando espaço suficiente entre eles para uma pessoa muito grande.Após apagar as luzes, a atmosfera do quarto tornou-se pesada e íntima. Sua respiração estava ofegante.O tempo passava lentamente, e ela não conseguia dormir. Nunca havia compartilhado uma cama com outro homem antes. Em três anos com Afonso, eles nunca haviam feito nada impróprio.De repente, ela ouviu a respiração pesada de Daniel, algo não estava normal.— Daniel, você está bem?Ela o tocou levemente, e sentiu sua pele ardente. Acendeu rapidamente a luz para ver melhor.Daniel tinha o rosto vermelho de febre, coberto de suor, claramente com febre alta. Ele franzia a testa, uma expressão de dor, e até murmurava em delírio. — Bruna...Ele parecia estar chamando alguém.Naquele momento, Beatriz não podia se preocupar com isso e ligou imediatamente para Lucas, que estava a caminho com um médico
— Sim... eu também não ousei chamar outra pessoa, com medo de incomodar o vovô...— Você fez bem. — Daniel afirmou com aprovação.— Você deve estar com fome. Vou preparar algo para você comer.Beatriz apressou-se em descer as escadas para preparar algo para Daniel comer, mas encontrou-se com o avô.— Bia, o que houve? Você não dormiu bem?— Sim... não dormi bem.— E Daniel? Ele nunca fica na cama. O que aconteceu hoje?— Ele está um pouco cansado, quis descansar mais. — Beatriz tentou disfarçar.— Cansado? Isso não é típico dele, será que aconteceu algo? Vou ver como ele está.O avô estava prestes a subir as escadas, mas Beatriz rapidamente o segurou.— Vovô... ontem à noite... ficamos acordados até tarde, por isso...Ela não conseguia continuar falando, suas bochechas ardendo em vermelhidão. O Velho Senhor hesitou por um momento, mas logo entendeu e começou a rir alegremente.— Então descansem. Você também, não se esforce demais.— Eu... eu vou comer algo e depois deitar um pouco.— V
Beatriz estava à beira das lágrimas.Daniel saiu e, quando voltou à noite, o avô já tinha preparado o jantar. Daniel olhou para os pratos e, então, lançou um olhar descontente para Beatriz.Beatriz baixou a cabeça para dentro do prato, evitando o contato visual.Brócolis, alho-poró, espinafre, carne de cordeiro, carne de jumento... Todos conhecidos por seus benefícios ao vigor e à saúde renal.— Coma mais um pouco. — O avô insistia em servir mais comida no prato de Daniel, sem se preocupar com quem estava por perto, o que era quase como anunciar aos empregados da casa que Daniel estava debilitado.Beatriz queria desaparecer.— Está bem, eu vou comer.— Então, vovô, já terminei, vou subir.— Pode ir.— E, então, você vai visitar o médico...?Ao ouvir isso, Beatriz quase tropeçou na escada.Daniel, após comer, subiu com o rosto tão fechado quanto o fundo de uma panela.Beatriz queria fingir-se de adormecida para evitar complicações, mas ela precisava trocar os curativos de Daniel.Dada a
— Sim, eu pensei que vocês não tinham passado muito tempo juntos, que o relacionamento não era profundo, mas agora vejo que esse rapaz está ansioso. Sabendo que vocês estão bem, eu posso partir tranquilo. — O avô parecia profundamente contente.Beatriz engoliu a amargura em seu coração, sem saber que Daniel tinha tomado a iniciativa primeiro. Isso é bom, poupa-lhe os incômodos.Após a partida do avô, Daniel imediatamente mandou que levassem suas coisas de volta para o quarto de hóspedes.Quando os empregados moviam as coisas, olhavam para ela de um jeito estranho. Casais recém-casados dormindo em quartos separados, certamente significa que há problemas no relacionamento.— A senhora é tão bonita, por que o senhor quer dormir separado?— Quem sabe, talvez ele não esteja interessado. Se eu acabasse de me casar para viver como viúva, com certeza eu pediria o divórcio.— Ela jamais pediria o divórcio, afinal é a Sra. Dias do Grupo Dias. Ela abriria mão disso?— É verdade, caso contrário, e
— Deixe isso pra lá, não se envolva.Daniel estava firme e autoritário, fazendo com que Lucas não insistisse mais.Lucas murmurou baixinho, — Quando falavam aquelas coisas, a cunhada deve ter ficado tão triste.Daniel baixou a cabeça para continuar com seus papéis, como se não ouvisse, apenas apertando mais forte a caneta.Depois que Lucas saiu, ele pegou o celular, pensando em explicar para Beatriz, mas no final, decidiu não dizer nada.Algumas coisas ela não precisa saber.Beatriz tratou dos assuntos da Vila e logo se dirigiu ao estúdio de design. Há dois dias, não conseguia recrutar uma única pessoa, o que realmente era desanimador.Helena estava à beira da loucura.— Não se preocupe, se não conseguirmos recrutar, tudo bem, vamos nos concentrar em pedidos sob medida, apenas nós duas trabalhando. Conseguir um pedido já é lucro!— Você acha que estou preocupada em não conseguir recrutar? Estou preocupada é com sua aposta com a Débora. Você foi muito corajosa, apostando assim? Você tem
Beatriz ficou extremamente feliz. Se Carlos estivesse disposto a ajudá-la, seria maravilhoso.— Todos esses anos, você realmente não teve sucesso? Eu vi os esboços do concurso de moda, e um deles era muito parecido com seu estilo. Eu queria conhecer essa pessoa, mas os organizadores disseram que o designer prefere manter-se reservado, e eu não consegui entrar em contato... — Carlos a observava enquanto falava.Beatriz sentia-se um pouco culpada.— É você, não é?— Não esperava que o Irmão ainda lembrasse do meu estilo.— Ousado, detalhista, criativo. Vendo aquele desenho, pensei em você imediatamente. Eu estava preocupado que você tivesse desistido dessa carreira depois da formatura.— Se o Irmão participasse, com certeza seria ainda melhor do que eu.— Por que você não se promove, ganha reconhecimento? Assim não teria problemas em recrutar.Ele não podia acreditar que Beatriz ainda se preocupava em recrutar pessoas.— Irmão, peço que guarde segredo sobre isso, tenho outros planos em m
— Esta é... sua namorada? — Daniel perguntou.— Não é...Beatriz apressou-se nervosamente em responder, enquanto Carlos também sorria e explicava. — Ela é minha colega, Beatriz Rocha. Bia, deixe-me apresentá-lo. Este é o presidente do Grupo Dias, Daniel Dias. Cresci brincando na casa da minha avó, que é vizinha da dele. Ah, e Daniel, a Bia está abrindo um estúdio de design na Capital, e eu vou me juntar a ela. Esperamos contar com seus pedidos, seja uniformes de equipe ou encomendas pessoais.— Vocês vão se associar?— Sim.— Isso é bom. Com certeza vou apoiar. Importa-se de adicionarmos mais um lugar? Também não nos vemos há muito tempo.— Claro, quanto mais gente, melhor.Daniel sentou-se com naturalidade, mas Beatriz se sentia como se estivesse fazendo algo errado, querendo encontrar um buraco para se esconder.Foi então que o celular de Beatriz vibrou. Era uma mensagem de Carlos. “Não estava preocupada em não conseguir pedidos? Faça um bom contato com Daniel, e não faltarão encom
Ela sentiu o olhar frio e distante de Daniel passar por cima dela.— Nós veremos novamente, se houver oportunidade. — Após dizer isso, Daniel partiu.Depois que ele se foi, Beatriz demorou para voltar a si.— Bia, o que aconteceu, você está com uma cor péssima. Está se sentindo mal?— Eu... Eu estou bem.Foi então que o celular dela tocou, uma mensagem de Daniel.【Em dez minutos, quero te ver no estacionamento subterrâneo.】Beatriz, desesperada, sentiu como se o karma a tivesse alcançado. — Aquilo... Eu acabei de lembrar que tenho outro compromisso, preciso ir. Venha amanhã que assinaremos o contrato.— Você nem comeu ainda...— Não dá tempo. — Beatriz, em pânico, saiu às pressas e deu uma volta antes de ir ao estacionamento subterrâneo.Enquanto procurava o carro de Daniel, ao passar por uma van, de repente uma mão se esticou e a puxou para trás.Ela levou um susto, tentou gritar, mas então sentiu um cheiro familiar. Daniel a prensou contra a porta do veículo, envolvendo-a com seus br