— Por quê?— Não há porquê, é uma ordem.Beatriz foi trancada e tudo aquilo lhe pareceu muito estranho. Movida pela curiosidade, abriu cuidadosamente uma fresta da porta e pôde ouvir sons peculiares vindos de fora.— Hmm...— Ah!!!A respiração pesada de um homem. O gemido delicado de uma mulher. Eram... sons de amor!Ela corou e, em pânico, tentou fechar a porta, mas escorregou e acabou caindo para fora.Ao vê-la assim, Daniel apressou-se até ela.— Não te pedi para ficar quieta? Se fosse um dos meus soldados, já teria te mandado correr dez voltas.— Coloque isso, não ouça esses sons impuros.Após repreendê-la, Daniel colocou pessoalmente os protetores auriculares nela e fechou a porta novamente.Beatriz suspeitou que talvez o Velho Senhor estivesse do lado de fora, escutando atrás da parede, querendo saber se eles tinham consumado o casamento.Meia hora depois, o silêncio reinava. Ela saiu apressadamente do banho, ainda um pouco desconcertada.Daniel, com uma expressão tranquila, con
Beatriz engasgou-se com a torrada, e Daniel lançou um olhar severo para o Velho Senhor, apressando-se em ajudá-la a se recuperar, passando-lhe o leite para aliviar.— Vovô, essas coisas não se apressam. Eu e a Bia ainda queremos aproveitar um tempo só nosso.— Mas você não é mais tão jovem...— Bia ainda é jovem, não há pressa. Vovô, eu e a Bia certamente teremos filhos, mas não agora. O tom de Daniel era tão seguro que a deixou surpresa. Mas ela rapidamente se deu conta de que aquilo era apenas uma desculpa para enganar o avô.O avô, embora um pouco insatisfeito, não insistiu mais no assunto.Daniel foi para a empresa e ela ficou em casa para fazer companhia ao idoso.— Também é hora de arrumar algumas velharias, Bia, vem comigo.No final do corredor superior, havia uma porta trancada que o Velho Senhor abriu. Dentro, todos os objetos estavam cobertos por panos, os quais ele mandou os empregados retirarem e limparem.O Velho Senhor abriu uma gaveta e pegou um álbum de fotografias esp
— Procurando por um emprego? Veja, na minha empresa, o ambiente é descontraído, a equipe é enxuta, oferecemos salário-base mais comissão e também vale-refeição... Conhece a Desenhista Nara, a recente vencedora de um prêmio? Sou amiga íntima dela, vou convidá-la para se juntar a nós! Em breve, nosso estúdio de design será reconhecido como a marca de criação original líder no país!— kkkkkkk...De repente, um riso irritante veio de trás. Beatriz franzindo a testa, olhou para trás, e lá estava Débora, a uma curta distância.— Beatriz, você realmente chegou ao ponto de enganar estudantes universitários? Amigas íntimas? Convidá-la para se juntar? Pelo que sei, nos últimos três anos, você não teve nenhum contato útil!— Débora, você pode parar de se intrometer nos meus assuntos?— Este é meu cartão, sou a diretora da Empresa de Design de Roupas Flor, vocês podem vir trabalhar como assistentes de design na minha empresa.— Uau, a empresa que está fazendo sucesso agora, né? Ouvi dizer que é um
Afonso investigou as pessoas ao redor de Beatriz e não encontrou o suposto novo namorado. Embora estivesse confuso, preferiu acreditar que Beatriz estava mentindo para ele.Eles claramente não tinham tido nenhum relacionamento, mas ela disse coisas que levavam a mal-entendidos. E ainda tentou incriminar Débora, quase a levando à morte.Não se sabe quando começou, mas suas mentiras se tornaram uma segunda natureza para ela. Agora, um pouco de dificuldade faria bem a ela.— Acabei de receber uma ligação da empresa, preciso resolver algumas coisas. Faça alguns amigos aqui, e eu volto mais tarde para buscá-la.— Certo, tenha cuidado.Afonso partiu.Beatriz chamou um táxi, mandou Helena ir primeiro, e então esperou pelo próximo.Inesperadamente, um familiar Bentley parou na sua frente. A janela abaixou, revelando o lado atraente do rosto de Afonso.— Beatriz... — Ele chamou seu nome, parecendo cheio de emoções mistas.— Sr. Silva, o que deseja?Beatriz olhou para ele friamente.— Vim te aco
— Daniel?— Estou pronto. — Daniel falou calmamente, fechando os olhos.Lucas também era decisivo, começou a cortar imediatamente.O som da lâmina cortando a carne. Era muito sutil, mas ela ouvia claramente, e se sentia aterrorizada.— Eu... o que posso fazer para distraí-lo, talvez diminua a dor? — A língua de Beatriz estava presa pelo nervosismo.Daniel, suportando a dor, olhou para ela ao ouvir suas palavras. — Você, de verdade, quer me ajudar?O suor cobria sua testa densamente, seus lábios estavam descoloridos, era difícil não sentir compaixão.— Posso ajudar?— Pode, venha aqui. — Daniel acenou para ela se aproximar.Beatriz foi até ele imediatamente, disposta a fazer qualquer coisa para aliviar sua dor.Quando ela se aproximou, não esperava que Daniel segurasse a nuca dela, puxando-a para perto, e seus lábios se encontraram.Beatriz arregalou os olhos, incrédula.Ele estava a beijando? Isso era algum método de distração?Ela queria se debater, mas não ousava se mover muito, com
Beatriz, preocupada em machucar sua ferida, manteve-se o mais afastada possível, mas Daniel também se moveu para o lado da cama, deixando espaço suficiente entre eles para uma pessoa muito grande.Após apagar as luzes, a atmosfera do quarto tornou-se pesada e íntima. Sua respiração estava ofegante.O tempo passava lentamente, e ela não conseguia dormir. Nunca havia compartilhado uma cama com outro homem antes. Em três anos com Afonso, eles nunca haviam feito nada impróprio.De repente, ela ouviu a respiração pesada de Daniel, algo não estava normal.— Daniel, você está bem?Ela o tocou levemente, e sentiu sua pele ardente. Acendeu rapidamente a luz para ver melhor.Daniel tinha o rosto vermelho de febre, coberto de suor, claramente com febre alta. Ele franzia a testa, uma expressão de dor, e até murmurava em delírio. — Bruna...Ele parecia estar chamando alguém.Naquele momento, Beatriz não podia se preocupar com isso e ligou imediatamente para Lucas, que estava a caminho com um médico
— Sim... eu também não ousei chamar outra pessoa, com medo de incomodar o vovô...— Você fez bem. — Daniel afirmou com aprovação.— Você deve estar com fome. Vou preparar algo para você comer.Beatriz apressou-se em descer as escadas para preparar algo para Daniel comer, mas encontrou-se com o avô.— Bia, o que houve? Você não dormiu bem?— Sim... não dormi bem.— E Daniel? Ele nunca fica na cama. O que aconteceu hoje?— Ele está um pouco cansado, quis descansar mais. — Beatriz tentou disfarçar.— Cansado? Isso não é típico dele, será que aconteceu algo? Vou ver como ele está.O avô estava prestes a subir as escadas, mas Beatriz rapidamente o segurou.— Vovô... ontem à noite... ficamos acordados até tarde, por isso...Ela não conseguia continuar falando, suas bochechas ardendo em vermelhidão. O Velho Senhor hesitou por um momento, mas logo entendeu e começou a rir alegremente.— Então descansem. Você também, não se esforce demais.— Eu... eu vou comer algo e depois deitar um pouco.— V
Beatriz estava à beira das lágrimas.Daniel saiu e, quando voltou à noite, o avô já tinha preparado o jantar. Daniel olhou para os pratos e, então, lançou um olhar descontente para Beatriz.Beatriz baixou a cabeça para dentro do prato, evitando o contato visual.Brócolis, alho-poró, espinafre, carne de cordeiro, carne de jumento... Todos conhecidos por seus benefícios ao vigor e à saúde renal.— Coma mais um pouco. — O avô insistia em servir mais comida no prato de Daniel, sem se preocupar com quem estava por perto, o que era quase como anunciar aos empregados da casa que Daniel estava debilitado.Beatriz queria desaparecer.— Está bem, eu vou comer.— Então, vovô, já terminei, vou subir.— Pode ir.— E, então, você vai visitar o médico...?Ao ouvir isso, Beatriz quase tropeçou na escada.Daniel, após comer, subiu com o rosto tão fechado quanto o fundo de uma panela.Beatriz queria fingir-se de adormecida para evitar complicações, mas ela precisava trocar os curativos de Daniel.Dada a