Camila arregala os olhos, surpresa com a revelação.— Como assim ele está vivo? Mas... mas por que ele fingiu estar morto?Talles suspira, olhando para o chão por um instante antes de responder.— Não sei, pode ter ligação com a minha contratação.— Qual foi essa ordem? Quem ele quer que você mate?— Camila pergunta encarando os olhos de Talles com medo de suas desconfianças seja verdade.— Dois homens, um será um pouco mais difícil de alcançar sendo ele quem é, Fabrício Gutierrez, ou Leon como é conhecido no meio da máfia. Esse vai me dar um pouco de trabalho. Mas o outro... Caio Cesarini Bianchi será fácil, tudo que sei é que ele apenas um homem comum sem muitas informações, só um homem rico que preserva a imagem.— Não...— ao ouvir isso Camila senta no banco que havia próximo deles.— Você não pode matar eles, Caio principalmente.— ela sussurra colocando as mãos sob as dele.— Por favor Talles, sei que não tenho direito de te pedir nada. Mas não machuque ele.— Você o conhece?— Talles
Camila sobe para o apartamento suspirando. Por um tempo, ela chegou a acreditar que não merecia ser feliz. Talvez ela não tenha pagado pelo que fez com Medson, mas ela estava disposta realmente a tentar conquistar a confiança e o perdão dela. A noite que ela ficou com Vinícius, a expressão de decepção no rosto de Medson e a do pai nunca saíram da sua cabeça. Todos os dias ela se tortura.Conhecer Talles foi algo que ela jamais imaginou, principalmente pelas circunstâncias que aconteceu.Ela olha na sala e ouve a voz de Caio vindo do escritório. Em passos mansos, ela se dirige para seu quarto para não atrapalhar a conversa, mas então lembra da conversa com Talles. Caio tem os ouvidos aguçados e atentos, o mínimo soar é o suficiente para ele ouvir. Assim que percebe que alguém chegou, ele muda de assunto. Caio conversava com Luana e estava morrendo de ciúmes porque ela iria sair com os amigos.Camila bate na porta e, mesmo contrariado, Caio se despede de Luana e levanta para ver quem er
Fabrício murmurou baixinho, quase inaudível, mas foi o suficiente para ela ouvir. Medson se virou, ficando de frente para ele.— Sabe? Como você sabe? — ela pergunta, sem entender.— Eu não sei se esse é o momento, mas eu preciso te contar a verdade. — Fabrício diz, com um tom de nervosismo na voz.Medson não consegue esconder o olhar de confusão. Ela podia sentir a ansiedade no ar, a expectativa pairando entre eles.— Me fala, estou ficando preocupada. Por que sinto que está nervoso? — ela pergunta, com a voz suave e preocupada.Fabrício respira fundo, tentando reunir coragem para dizer o que estava guardado há tanto tempo em seu coração.— Medson, eu... eu sou o seu melhor amigo, o seu primeiro amor. Sou eu... Sei que não deveria ter ficado em silêncio sobre isso, mas por medo não consegui te dizer antes. Preciso que saiba que eu nunca deixei de te amar, mesmo depois de todos esses anos.Medson fica paralisada, sem palavras. Ela sente o coração disparar, a emoção invadir sua alma. E
Medson se assusta com o que ouviu e, dando passos para trás, acaba esbarrando em um vaso que estava na mesa do corredor. Ela tenta sair rapidamente, mas acaba caindo no chão.— Nem para ouvir atrás da porta você presta...— Ela diz para si mesma, apertando a mão que se cortou no pedaço dos cacos.Fabrício, ao ouvir o barulho do vaso se quebrando, corre em direção à porta. Quando vê Medson com as mãos sangrando, ele se desespera.— Amor, meu Deus.— Ele diz ajoelhado no chão e rasgando a manga da sua camisa para enfaixar a mão dela.— Vamos para o hospital.— Não quero!— Como não quer, sua mão está sangrando. Segura no meu pescoço, vou te ajudar a levantar.Medson faz o que ele pede, porém está com o semblante irritado.— Medson, você precisa de um médico.— Caio diz segurando sua mão com preocupação.Ela fecha a cara ignorando os pedidos deles. Medson se vira de frente para Caio e, com firmeza, o confronta.— Até quando vocês vão ficar escondendo coisas importantes de mim? Não sou uma cr
Ao ouvirem tais revelações, Medson fica em choque; ela não consegue acreditar que Camila não é filha do seu pai e, muito menos, que ela e Caio são irmãos do homem que ela mais odeia.Camila arregala os olhos, sentindo que não havia ouvido direito: tudo o que Caio disse parecia ser apenas uma ilusão.— O quê? Isso é loucura! — Camila exclama. — Como pode ser possível?— Parece que nosso mundo virou de cabeça para baixo. — Medson comenta, tentando processar a informação.Mauro, que estava no meio das filhas, leva as mãos ao rosto, como se tentasse acordar de um pesadelo; a dor no corpo e na alma o consumia.— Como isso é possível? Como nunca desconfiei de nada? — ele sussurra.— Pai... Eu juro que eu não sabia. — Camila diz de cabeça baixa, incapaz de encarar os olhos do pai.— Eu sei, filha. Sua mãe nos enganou com falsas promessas e falsas boas ações.— Pai, não me importo de quem sou filha. Eu nasci e cresci ao seu lado, aprendi a andar e a falar com você. Por favor, não me rejeite..
Fabrício ficou o resto da manhã com Medson, eles almoçaram juntos, ele reuniu alguns dos seus homens para protege-la. O prédio parecia cena de filme aos olhos dos outros moradores: homens de terno, fortemente armados, com olhos atentos e sem sequer perder o foco.E assim um mês se passou. Medson estava no sétimo mês de gestação e hoje Antonella estava agitada, mexendo e chutando sem parar.— Essa bebezinha só pode estar pendurada em um dos ossos da minha costela, não é possível doer tanto assim com seus chutes. — Medson brinca e Mauro sorri acariciando a barriga da filha.— Puxou a mãe, você era assim, não parava, dava para ver seu corpinho mexendo dentro da barriga da sua mãe, quando ouvia minha voz era ainda mais eletrizante. — Mauro recorda com um sorriso nos lábios.— Tenho que ligar para o Fabrício. Ele vai entrar em reunião com o pai dele e com os outros homens da cúpula. É uma pena ele não poder estar comigo na consulta.— Sim. Ele estava tão animado, mas um dos homens resolveu
Miguel saiu rapidamente das vistas dos seguranças de Fabrício. Em menos de 2 minutos, o corredor estava uma loucura. Os capangas de Miguel conseguiram prender dois seguranças dentro de uma sala, tirando celulares ou qualquer meio de comunicação. Assim que Miguel chega no apartamento do seu amigo, ele senta e fica pensando em tudo que foi capaz de fazer Com Medson. — Que cara é essa? Não gostou de saber o sexo, é uma menina? Por isso que está com essa cara? — Jackson pergunta vendo ele cabisbaixo. — Não é isso... Vê-la tão perto após tanto tempo me fez ver como eu fiz mal para essa garota. Não sei, sinto que poderia ter sido diferente, talvez ela poderia ter se apaixonado por mim, e agora eu estaria do lado dela vendo cada fase do crescimento do meu filho. Cara, ouvir o seu coração me fez chorar, tem noção do que estou sentindo? Depois de tantos anos sem derramar uma lágrima, saber que meu filho está lá, daqui dois meses irá nascer e será extremamente difícil conseguir se aproxima
Fabrício na mesma noite retornou para o Texas, apesar de querer contar a verdade sobre Miguel ter invadido o consultório, ele está com receio dela se retrair, tem medo de que ela não queira nem mais sair. Então ele decidiu que no momento não falaria.O dia entre eles estava tranquilo, Fabrício levou ela para comprar os móveis para o quarto da Antonella, foi escolhido cada detalhe assim como Medson havia desenhado.Por alguns minutos eles param para comer alguma coisa, até que Fabrício percebeu que Medson está como se tivesse incomodada ou com medo.— O que foi amor? Aconteceu alguma coisa, está passando mal, quer ir para outro lugar?— Não... Eu não sei o que é isso. Esses dias estão tão estranhos, me sinto vigiada até mesmo quando estou no quarto sozinha, quando tento dormir sinto uma sensação ruim, sabe? Parece que tem alguém dentro do meu quarto, até mesmo quando vou ao médico. Espero que não seja nada, pode ser só coisas da minha cabeça.— Não se preocupe, não vou permitir que nad