David e Elo retornam até Nina, que estava super envergonhada pelo que acabara de acontecer, ela mal consegue levantar a vista para olhá-los; não por que era tímida, insegura ou coisa assim, mas em relação a eles, sua luta era interna, estava perplexa consiga mesma: “Quem anda por aí molhando as calcinhas no meio de centenas de pessoas”? — Pensava enquanto olhava suas mãos entrelaçadas em suas pernas.
David a observava enquanto ela estava petrificada. Antes que ele tivesse a oportunidade de abrir a boca, ouviu a voz de Elo pergunta-lhe :
— Aconteceu alguma coisa, Nina?
—Não! Não, aconteceu nada. Por quê?
— Você parece apreensiva...
—Está tudo bem! Eu só estou um pouco cansada, só isso! Vai ficar tudo bem!
— Cansada? Não vai me dizer que quer ir embora? Vai perder o melhor da festa, foram meses de isolamento, quarentena, recaídas da pandemia e agora que está tudo bem, é hora de extravasar! Nunca se sabe o que vai acontecer de repente...
David deu a volta na mesa, sentou-se ao lado de Nina e inclinou-se até ela.
— Se você quiser ir embora nós podemos partir agora mesmo!
— Não! Imagina... Não vou ser um balde de água fria na sua noite, Rich. Mesmo que eu tivesse que ir, você deveria ficar.
— E por que você teria motivos para ir? — Nesse instante ele já segurava a mão dela e os dois estavam falando com os rostos quase colados...
Nina observou o movimento ao seu redor, Elo estava conversando com outras pessoas nas mesas vizinhas, as outras já haviam começado a se deslocar para o salão da discoteca.
— Eu... — respirou fundo — Eu... — David segurou seu queixo obrigando-a olhá-lo nos olhos — Eu... preciso tirar minha calcinha... — David franziu a testa a olhando profundamente em sua íris amarela.
— Eu posso ajudar você com isso. — Nina esboçou um sorriso vago. — Quer me contar o que aconteceu? — Nina sussurrou em seu ouvido:
— Eu não pude me conter, não consegui evitar, não depois da dor que você deixou dentro de mim e saiu correndo para o palco... — Os dois já estavam quase se beijando.
— Você está querendo dizer que teve orgasmos aqui? — David perguntou, Nina fez um movimento brusco como se quisesse fugir dali...
— Ei! Olha para mim! —ele pôs a mão dela em cima de seu membro rígido, discretamente ela olhou para os lados apavorada e retirou a mão rapidamente.
— Não fique assim, você é muito especial! Você é meu mais, lembra? — Ela confirmou com a cabeça.
— Estou com vergonha de levantar Dave, está tudo molhado aqui...
— Daria tudo para enfiar as minhas mãos embaixo desse vestido agora e sentir... Não... daria tudo para ficar de joelhos e senti-la na minha boca!
— Para David! Não está ajudando!
—Ainda bem que eu não estava aqui quando isso aconteceu, do contrário eu não sei se teria resistido...
— Para!
— Vem, vamos ao camarim. , você está usando um vestido preto de paetê Nina. As luzes estão escuras, ninguém vai perceber nada, confie em mim! Além do mais, eu vou atrás de você e agarro sua cintura.
Então os dois andaram até o camarim. Milhares de olhares voltados para eles, entre cochichos, caretas e a falação de centenas de mulheres ali, que desejavam estar ocupando o lugar de Nina, além é claro, dos jornalistas credenciados que não perdiam um clique.
No local, Nina não teve tempo de sentar-se, David a pegou pelos braços e tacou-lhe um beijo apaixonado, enroscando-a em sua teia e borrando toda a sua maquiagem. A beijava com tanta força que ao redor de sua boca ardia como um fogo que a queimava todo o seu corpo. De repente eles escutaram batidas na porta, pois a noite de David nunca terminava, a lista de pessoas que queriam cumprimentá-lo era interminável...
Eles deixaram a porta bater por vários minutos, mas os seguranças de David usaram o código que havia entre eles, o informando que se não os respondesse, teriam que arrombar a porta, então ele respondeu.
Nina trancou-se no banheiro e tentou dar um jeito naquela bagunça que ele havia feito em seu rosto e por pouco não havia rasgado seu vestido de gala, mas a calcinha, em contrapartida, já era!
David enfiou a calcinha no bolso de sua calça preta e abriu a porta para seu chefe de segurança, avisou Nina de que teria que sair um pouco, mas que voltaria para buscá-la.
Nina demorou uma eternidade se aprontando e quando saiu do banheiro, nem sinal dele. Ela bisbilhotou tudo o que era possível naquele cômodo, sentou-se para esperá-lo, telefonou para ele, mas não obteve resposta e então saiu em disparada! Apressando seus passos pelo corredor, , Nina guardou seu telefone em sua clutch, esbarrou em algumas mulheres que aparentemente a olharam com desdenho, dando risadinhas com tom de deboche, dava para ouvir um eco vindo de suas vozes sussurrando ao fim do corredor:
— Ele costumava levar todas para o camarim no meio das apresentações... — mais risadas — Deve ter a deixado esperando como fazia com as outras...
— E as calcinhas que ele coleciona? — disse uma das duas garotas, deixando Nina intrigada.
— Todas achavam divertido andar por aí sem calcinha... —às duas moças se dirigiram até o camarim de David. Nina nem se deu conta de que não havia trancado o local, pois nem tinha acesso ao cartão da porta.
Chegando ao enorme salão do show, ela viu que as mesas já estavam vazias e pouquíssimas pessoas se deslocavam de um lado para o outro. Ela tentava falar com um, tentava falar com outro, mas as pessoas pareciam não ter tempo para nada.
Então, Nina aproximou-se de um funcionário, pediu ajuda para chegar ao salão da disco, o rapaz começou a descrever um mapa, como se fosse de um labirinto, a deixou mais confusa, até que ela resolveu seguir o fluxo de pessoas e finalmente conseguiu entrar no local desejado.
Havia tantas pessoas em pé dançando, extravasando, dando tudo de si na pista de dança, que era impossível achar ou ouvir alguém em meio aquele tumultuo. As pessoas estavam recuperando o tempo perdido depois do fim da pandemia...
Nina entrou, ficou num canto observando de longe, aparentemente, não havia mesas desocupadas e ela jamais iria tentar juntar-se a alguém ali, a elite do mundo. A única coisa que sabia, era que precisava de um drink urgente! Ela foi se esgueirando pelos fundos, passando entre os grupos de amigos, até que conseguiu chegar ao bar.
Depois de muita espera, teve um pouco de atenção, mas quando lhe perguntaram a respeito do cartão de drinks, ou pulseira VIP, ela não entendeu nada; não tinha nenhum dos dois, apenas achava que poderia pagar por seu próprio drink.
“Quanta burocracia para se conseguir um drink! Ai, ai, ai, Lyon e Kara, que falta vocês me fazem!” — Pensou.
Elo que estava de pé com alguns amigos no salão inferior, a viu cabisbaixa, segurando sua bolsinha de mão, evitando olhares e diálogos, abriu um largo sorriso, bebeu sua bebida em um gole só, e subiu em direção a ela.
— Precisando de ajuda?
—Ah, oi! Tentei comprar um drink, mas não entendi nada sobre um tal de cartão do evento, algo desse tipo...
— Pega! Fica com o meu e tome os drinks que quiser, whisky, champagne , seja lá, o que for que você queira beber.
—
— Elo! whisky, conhaque, essas bebidas quentes não dessem! Vou ver se consigo um bacardi razz com sprite!
— Eu pego para você, ou melhor, vem comigo!
Elo apresentou Nina para as principais pessoas que estavam organizando a coordenação de drinks e prioridades
daquela noite, ele fez questão de fazê-la se sentir importante.
— Estão vendo esse rosto? Gravem bem, hein! Ela tem o meu cartão, mas ela precisa? — As pessoas retribuíam a simpatia dele, e afirmavam que , Nina teria tudo o que quisesse.
— Agora está feliz com seu poderoso drink em mãos? — Ela estava sorrindo, se sentindo mais confiante, enfim um rosto amigável no meio daquelas faces desconhecidas.
— Agora só falta uma mesa. Venha! Vamos sentar-nos ali! — Antes que Nina conseguisse protestar, Elo já havia a conduzido até lá.
Eles estavam sentados numa das principais e mais bem localizadas mesas de todo o evento. Nina conseguia ver o palco, o DJ, todo o salão e todos ali presentes, de um certo modo. Os jogos de luzes não facilitavam!
— Vamos andar um pouco Nina, dizer oi para as pessoas, quando você cansar, aqui está sua mesa. — Elo falava com todos que passava por ali, era muito querido e respeitado naquele ambiente, inclusive pelos os cinéfilos, ele estava em seu habitat natural...
— Desculpa, eu prefiro ficar aqui quietinha, tomando uns drinks e ir embora daqui a pouco! Muito obrigada mesmo, por tudo o que você tem feito por mim a noite inteira. Você é um anjo que Deus colocou no meu caminho essa noite, sabia?
Elo levantou os olhos, Nina virou-se para ver quem ele olhava, David havia dado o ar de sua graça novamente.
— Pronto Nina, agora, não vai mais ficar sozinha e apavorada nessa selva!
— Aqui está o seu cartão Elo. Valeu mesmo! Você foi muito gentil, sabia?
— Gentileza é meu sobrenome! Pode ficar com o cartão, eu não preciso mesmo...
— Está bem, eu fico. Obrigada! — E ele se foi...
David sentou-se ao seu lado, ela mal o olhava. Nina não fez cara feia, não o indagou, nada falou, apenas tentava desviar sua atenção, não queria demonstrar que cada segundo de sua noite girava em torno dele. Quando o olhou, ela deu lhe um sorriso falso, bebeu seu drink e continuou a observar a festa, David franzia a testa, ela fazia questão de demonstrar que nada tinha acontecido.
— Vou ali pegar outra bebida. Você quer alguma coisa, ou já bebeu demais? Ele a estudava , havia notado o tom de atrevimento em sua voz, respondeu que ela não precisava ir ao bar, eles vinham até a mesa...
— Ah! É! Eles vêm? É, pode ser que venham agora, já que Elo me cedeu a mesa importante dele, ou talvez, porque ele falou com todo mundo do evento para me tratar bem... ou talvez porque você agora está aqui. Eu mal consegui um drink por meu próprio mérito sabia? Tudo bem, vou lá pegar, quer saber, vou apreciar a noite... — E saiu...
Nina entornou seu drink e desceu as escadas para o primeiro piso, Elo estava dançando com várias pessoas e a puxou pelo braço, apresentando a todos que ele conseguia em volta deles. David tomava seu dry martini os observando lá de cima, em momento algum ela virou o rosto o procurando, apenas tentava se distrair. Elo a puxava pela mão para dançar com ele, ela fugia de todas as formas possíveis , mas ele não desistia, assim fez com que ela retornasse até sua mesa.
— Está se divertindo, Nina? — Perguntou David.
— Sim, agora estou! Antes não estava, fiquei sozinha sabe, num camarim esperando uma eternidade, meu acompanhante me esqueceu lá..., mas, tudo bem. Não vou ficar aqui resmungando, estragando a minha noite por essas e outras bobagens, não tenho mais dez anos...
— Que outras bobagens?
— As pessoas me tratando mal, cochichos, para onde quer que eu fosse podia ouvir cochichos e boatos sobre quão popular você era: “bendito sois entre as mulheres”, e o quanto todas que passaram pela sua mão se sentiam especiais... Várias pessoas comentaram isso hoje à noite, perto de mim, provavelmente para que ouvisse de propósito.
— Eu estava muito ocupado! Sinto muito por não ter estado com você a noite toda, ou pelo menos ter arrumado tudo para você. Me desculpe, Nina!
— É claro que desculpo! Você não é minha babá, sou uma mulher forte e independente, sei me virar sozinha. Não foi nada demais, apenas a princesa aqui ficou cansada de esperar, de ficar em pé, de se sentir um peixe fora d’água, sem drink, sem mesa, sendo insultada por um bando de mulheres que com certeza querem você, fora isso, ocorreu tudo bem!
— Sinto muito! Quem eram essas pessoas?
— Deixa pra lá! Você sabe que confio em você! O que aconteceu antes de nos conhecermos não importa, e nada no mundo me faria te amar menos! Sei que você sumiu porque não teve como evitar, todos se divertindo e você cuidando de negócios... Acha que além de tudo eu ainda brigaria com você? De jeito nenhum, mas, estou com um pouquinho de mau-humor... coisa de mulher!
— Coisa de pessoas! Todo mundo fica irritado... — Os dois já estavam segurando a mão um do outro e trocando carícias... — Avisa se você quiser ir embora, okay?
— Ah1 Vamos ficar! Vamos nos divertir! Por muitos meses não temos um final de semana só para nós dois, pelo menos não temos nada para fazer amanhã cedo, ou temos?
— Não, podemos ficar.
— Eu quero dançar, vem!
Os dois dançaram e beberam muito essa noite. Nina finalmente estava aproveitando a festa mais relaxada, pois David nunca tinha tempo para o lazer, e inevitavelmente, isso muitas vezes a deixava estressada.
Havia muitos olhos fixados nos dois, não somente durante aquela estreia, mas onde quer que eles estivessem, não apenas as pessoas da imprensa ou executivos do meio artístico, mas pessoas importantes as quais, Nina não conhecia. Ela sentia constantemente a sensação de que estava sendo observada de perto por algo obscuro, sentia até calafrios, e não era a respeito dos paparazzis, mas algo ainda mais macabro. Seu sexto sentido a alertava sobre algo que não conseguia compreender.
Nina e David ficaram até o fim da festa, foram embora para casa exaustos de tanto dançar. Ele aproveitou seu estado “alegre” para enchê-la de perguntas, sabia como extrair exatamente as respostas que estava procurando,Nina contava em tom irônico, fazendo gracinhas, imitando as vozes das pessoas esnobes que a desdenharam. Ela fazia gestos com as mãos e caia na gargalhada, ele amava o jeito como ela não se abatia com essas situações, apesar de estar prestando muita atenção no nome das pessoas que citava. Toda vez que ela ria, ele se iluminava... Eram amigos, confidentes e amantes.
No dia seguinte, os tabloides e os demais veículos portadores de fofocas sobre as celebridades, estavam eufóricos com suas manchetes sensacionalistas. Eles não pouparam esforços! Não escapou ninguém que lá esteve presente, inclusive Nina e David.Ele deslizava o dedo pela tela de seu telefone para frente e para trás, deitado em sua cama, vestido apenas em seu roupão de banho, já havia visualizado dezenas de sites que lhe foram enviados por seus assessores de imprensa. Nina, o trouxe café da manhã na cama, e apesar de ter retribuído com um sorriso, ela não se convenceu de que aqueles dentes a amostra expressavam um sorriso verdadeiro.— Está tudo bem?— Sente-se aqui um pouco, vamos tomar café primeiro.— Nossa, agora você me deixou curiosa!Nina pulou na cama e se acomodou ao lado dele e enquanto os doi
De volta as suas rotinas, Nina e David trabalhavam duro. Ela continuava trabalhando na área saúde na medida que possível, em locais especializados na batalha contra o coronavírus, enquanto tentava concluir seu doutorado, já ele vivia uma rotina tumultuada entre gravações para o cinema, para serviços de streamings e aparições públicas. Sem contar a publicidade em propagandas e entrevistas para divulgar os seus trabalhos.Nos meses que se seguiram, Nina tentava ao máximo levar uma vida normal, sem holofotes, recusava várias propostas de trabalhos que envolvessem fotos, campanhas de publicidades e até convites para participar de algumas séries ou filmes ela já estava recebendo. Na maioria das vezes nem comentava com David sobre isso, mas ele sempre ficava sabendo de um jeito ou de outro.— Oi, amor! Você chegou? — Nina correu até porta p
Nina estava se divertindo em família, com o seu amor aquela tarde, David seguia seus olhos que não paravam de olhar para o relógio e para a porta, ele a sentia apreensiva.— Está tudo bem?— Sim, obrigada por trazê-los aqui. Significa muito para mim, ter quebrado essa barreira, ver como eles são legais, me senti bem-vinda a sua família!— Não sentiu isso em dezembro, no Natal?— Claro! Eles são muito gentis, me trataram com muita educação, mas é diferente quando se é estranha e foi logo depois de todos aqueles escândalos, você sabe. Eu amei ter podido participar de uma celebração tão intima em família, ver de perto as tradições de uma família inglesa. Não tem preço!— Estou sentindo que você não consegue relaxar... É por causa da mam&ati
O fim de semana passou como um furacão .“Nada que é bom dura para sempre”, pensava David, ele não cabia em si de tanta felicidade e Nina também se sentia muito realizada.Algumas semanas a frente, ele viaja novamente para passar dois dias fora, sempre a convidava para ir junto a todos os lugares, mesmo que fossem á reuniões intermináveis em outros países. Ela ia com ele nos primeiros meses, mas depois foi ficando em casa, quando esses eventos eram dispensáveis.Na noite de segunda-feira, maio de 2021, o celular de Nina toca diversas vezes, “número desconhecido chamando”, ela estava cantando alto em sua banheira de espuma, escutando suas músicas preferidas da sua cantora predileta “Anitta”, que para ela era a maior artista do Brasil.O celular continuava tocando, vibrando até cair no chão, felizmente não quebrou a tela de prote&cce
O mês de julho chegou, Nina, já havia trabalhado alguns meses na peça teatral, onde conseguiu o papel sozinha, sem a ajuda de nenhum super astro de Hollywood, ou alguém importante que pudesse dar-lhe regalias na hora de ser escolhida. David a ajudou com a parte burocrática e direitos contratuais, ele a apoiava, embora houvesse relutado um pouco ao saber do baixo cachê que receberia.Ele tentou convencê-la de que estava perdendo tempo e dinheiro desnecessariamente, quando havia várias outras propostas melhores com grandes franquias. David não entendia o porquê dela insistir em continuar trabalhando em seus projetos sociais na área da saúde, enquanto corria para fazer apresentações num teatro modesto no centro de Londres. Embora ela já houvesse explicado milhares de vezes.Vários produtores, diretores e olheiros já haviam assistido sua apresentaç&atil
A festa mais esperada do ano entre os atores, que aconteceria primeiramente em fevereiro de 2021, foi adiada para abril de 2021, mas agora estava acontecendo em julho, devido à pandemia e vacinação da população mundial. Esse era o ano em que David finalmente tinha seu talento reconhecido, depois de tantas nominações e nenhuma vitória.Nina chega acompanhada de sua alma gêmea. Ele desce primeiro, vestindo seu smoking preto com uma gravata borboleta, e ela com um vestido strapless tomara que caia de vermelho de veludo, justo em seu corpo. Seu cabelo num estilo molhado e solto, tão liso que as pontas podiam espetar qualquer superfície e ela ainda usava um chale discreto combinando com sua bolsa de metal.O casal foi recebido com muito fervor entre o público e a imprensa. As pessoas já não gritavam somente o nome de David, mas o de Nina
Chegando à casa dele, Nina parecia um zumbi, ele a conduziu até o quarto de hóspedes, estava literalmente com medo de que ela cometesse uma loucura. Não sabia se a instalava no andar de cima, temendo que ela pulasse de uma janela, ou se ficasse no andar de baixo e saísse na rua pela madrugada.Ele a aposentou em seu próprio quarto, pôs um colchão no chão e cedeu sua cama para ela. Ele falava com ela, mas ela não respondia, ele tirou seus sapatos, seu vestido, a levou para o banheiro, abriu o chuveiro e a banhou ainda vestida em suas peças íntimas. A água caía sobre a cabeça dela e desfazia o penteado, seus cabelos loiros, longos e pesados estavam encharcados pela água do chuveiro quente.Elo a enxugou, enquanto falava com Alexia ao telefone. Ele insistia que ela precisava de ajuda profissional. A assessora do casal pediu que ele não fizesse nada, inform
O mês de julho passou lentamente. Parecia que as horas se arrastavam no tempo. Os dias não eram mais coloridos, o sol não brilhava mais pela manhã, ele não aquecia mais a sua pele latina, não alegrava o seu coração com seus raios luminosos. Os lagos não eram mais encantadores, as árvores não eram mais suas confidentes. Assim se sentia Nina ao ter que falar sobre os seus sentimentos em suas sessões de terapia.Havia se passado um mês e ela estava em depressão. Estudava dia e noite os seus roteiros, gravava até a produção cessar fogo. Comia sozinha em seu trailer, dormia a cada vez que era liberada das gravações. Podia dormir por vários dias. Ela fazia de tudo para demonstrar que estava bem, mas todos viam que não estava. Todos sabiam que era por causa de David. Alexia a visitara com frequência. Não po