Eu fiquei sem reação depois que tudo aconteceu. Rodrigo conseguiu me convencer a ir para a sala de artes, onde estamos agora, fazendo o mesmo que ontem, vasos de corda. Me desculpe a franqueza, mas quem inventou esse DIY não tinha mais nada o que fazer na vida.
Guilherme passa atrás de mim e eu fico gelado por um tempo, mas ele apenas me ignora, como sempre foi o normal. E eu sempre preferi assim, ser ignorado é melhor do que apanhar daquele jeito.
– Relaxa. – diz Leandro. – Isso logo acaba. Eles vão achar outra coisa pra zoar.
– Duvido. – Rodrigo responde. – Nós somos o centro da zoação na escola inteira. Com a atitude da Marianne, vamos ficar mais um bom tempo aguentando isso tudo.
– Eu não entendo. – Cléber reclama. – A mina é a mais p
Durante a manhã, Magnus me deu um sermão enorme, dizendo que eu devia ter ficado quieta, pois os alunos do nosso colégio podiam ser muito cruéis. Também disse que eu não deveria ter dito na frente de todo mundo que Math era meu namorado, pois isso podia terminar mal. Mas o que eu podia fazer, estou cansada de esconder quem eu sou por medo do que os alunos do colégio diriam.– Pense pelo lado bom. – Eu digo. – Agora podemos andar com eles sem nos preocupar em nos esconder.– Eu nunca nem quis andar com eles. – diz Bia. – Minha reputação já era depois do que você fez. Nunca mais um garoto desse colégio olha pra mim.– Pra você isso é ótimo. – Magnus responde. – Você precisa se aquietar um pouco. Não precisa pegar todos os garotos do colégio.
Eu chego na cozinha, onde estão o Samuca e o Rodrigo. Eles me olham de uma maneira não muito agradável e eu engulo em seco.– Aconteceu alguma coisa? – pergunto.– Eu só quero te alertar sobre algumas coisas. – diz Samuca.Eu não sei você, mas se uma pessoa, toda engessada, olha pra mim com cara séria e diz que precisa me alertar, isso me assusta muito.– O que foi? – questiono– Eu vou direto ao ponto. – Samuca fala. – Eu sei que você tá vivendo um sonho, mas essa história não me desceu. Do nada, essa garota chega, diz que vocês jogam juntos e que se conhecem há muito tempo. Até aí tudo bem, mas as coisas estão muito aceleradas. O normal era vocês passarem mais tempo juntos, ao invés de
– Que cara é essa? – Bianca pergunta. – Nós estamos em casa faz uma hora e você mal falou nada.– Estou pensando no que os garotos disseram. – respondo. – Acha que fui imprudente?– Amiga, você seguiu o seu coração. Se ele te disse que você deveria ter agido como agiu, então você agiu certo.– Mas você e o Magnus pareceram não concordar muito. – Eu digo.– Você sabe que eu gosto de uns cinco minutinhos de fama. – Ela responde. – Tenho medo de não ser mais querida. Mas, a sua felicidade é importante pra mim. E eu sempre soube que, ou você ia deixar de jogar, ou isso se tornaria público. Nós estamos
Depois de um final de quinta-feira confuso, meu celular desperta na manhã de sexta, mas eu apenas travo o despertador e viro para o lado, pois, graças a Deus é feriado e eu posso passar três dias sem pensar em vasos de corda.Por volta das nove da manhã, meu pai entra no quarto e me chama, perguntando se podemos conversar. Eu respondo que sim e ele se senta no pé da cama.– Filho, me fala, quem bateu em você?O sono me impede de ficar assustado, então, apenas me sento na cama, olhando incrédulo para o meu pai.– Sua mãe não percebeu nada. – Ele diz. – E eu não vou falar nada para ela. Mas você precisa me dizer quem fez isso com você.– Não foi nada, pai. – respondo. – Já passou. Não preci
Eu não pensei que fosse ser tão rápido. Concordei em ser a garota propaganda da campanha na quinta-feira e no sábado já fui chamada para fotografar. Aparentemente, a campanha já estava pronta, faltando apenas as fotos.Então, no sábado de manhã, eu levanto cedo depois de uma sexta-feira conturbada no shopping. Tomo um banho e ponho uma roupa simples, pois meu pai me instruiu a não me arrumar nem passar nenhuma maquiagem, para facilitar o trabalho dos maquiadores, nem o cabelo posso lavar. Tudo isso faz com que eu desça em quinze minutos para tomar meu café da manhã.– Bom dia, Mari! – exclama Sam, animada.– Bom dia, Sam! – respondo. – Está feliz hoje.– Seu pai me pediu que acompanhasse você na sessão de fotos. – diz ela.
Eu acordo numa manhã de segunda e olho para o relógio, que marca cinco e meia.. Já faz um mês que tudo aconteceu e hoje, depois da escola, eu e Mari vamos sair para comemorar. É estranho pensar que já faz um mês que eu e Mari estamos juntos. O Samuca já voltou às aulas e os Zés do LoL voltaram à rotina de sempre.Hoje eu vou a pé para a escola porque o Magnus não vai, acho que ele tem médico ou algo assim, então Rodrigo ficou de passar aqui para me acompanhar junto com o Samuca. Eu levanto da cama e troco de roupa, colocando o uniforme. É um dia importante, mas eu não consigo sentir isso de forma eficaz. Nos últimos dias, Mari tem andado estranha, distraída, parece que tem algo que ela não me contou e isso me deixa frustrado e eu sei que você vai ficar um pouco decepcionado comigo, mas, mesmo hoje sendo um dia de alegria, eu vou sentar com ela e colocar tudo às claras, mesmo que isso sign
Na manhã de segunda eu acordo no horário de ir para a aula, mas já tem umas cinquenta e sete mensagens da Bianca, pedindo para eu não ir. O Magnus já tinha avisado que não iria para o colégio hoje e a Bia tinha prometido passar na minha casa para irmos juntas, mas naquelas mensagens ela disse que eu não deveria sair de casa tão cedo, porque a propaganda não tinha tido uma repercussão muito boa.Mas eu não posso deixar de ir para a aula, então, tomo um banho e visto o uniforme. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e coloco um moletom com o capuz por cima da cabeça, em seguida, desço para comer.– Bom dia, Mari!– Bom dia, Sam! – respondo. – Você está muito ocupada hoje?– O de sempre. – Ela diz. – Por quê?
Quando a aula acaba, eu saio andando até a saída do colégio sem olhar para trás. Os garotos até me convidaram para ir até a casa do Samuca almoçar, mas eu não tenho vontade. Não sei nem o que vou dizer aos meus pais quando eu chegar em casa sem vontade de comer ou falar.Pra ser sincero, eu não consigo nem dizer o que realmente aconteceu. Minha mágoa com a Mari não é necessariamente ela ter usado a gente, mas sim, não ter me contado nada que iria fazer uma propaganda, se ela tivesse falado, mesmo que estivesse me usando, eu teria uma resposta para dar, mas eu fui pego de surpresa.Ao chegar em casa, eu digo à minha mãe que tenho que estudar, então vou almoçar no meu quarto. Assim, eu pego o meu prato e subo, sento-me na cama e tento comer algumas garfadas para não ficar com fome, então largo o garfo e me jogo na cama, deixando o prato na