Eu acordo numa manhã de segunda e olho para o relógio, que marca cinco e meia.. Já faz um mês que tudo aconteceu e hoje, depois da escola, eu e Mari vamos sair para comemorar. É estranho pensar que já faz um mês que eu e Mari estamos juntos. O Samuca já voltou às aulas e os Zés do LoL voltaram à rotina de sempre.
Hoje eu vou a pé para a escola porque o Magnus não vai, acho que ele tem médico ou algo assim, então Rodrigo ficou de passar aqui para me acompanhar junto com o Samuca. Eu levanto da cama e troco de roupa, colocando o uniforme. É um dia importante, mas eu não consigo sentir isso de forma eficaz. Nos últimos dias, Mari tem andado estranha, distraída, parece que tem algo que ela não me contou e isso me deixa frustrado e eu sei que você vai ficar um pouco decepcionado comigo, mas, mesmo hoje sendo um dia de alegria, eu vou sentar com ela e colocar tudo às claras, mesmo que isso sign
Na manhã de segunda eu acordo no horário de ir para a aula, mas já tem umas cinquenta e sete mensagens da Bianca, pedindo para eu não ir. O Magnus já tinha avisado que não iria para o colégio hoje e a Bia tinha prometido passar na minha casa para irmos juntas, mas naquelas mensagens ela disse que eu não deveria sair de casa tão cedo, porque a propaganda não tinha tido uma repercussão muito boa.Mas eu não posso deixar de ir para a aula, então, tomo um banho e visto o uniforme. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e coloco um moletom com o capuz por cima da cabeça, em seguida, desço para comer.– Bom dia, Mari!– Bom dia, Sam! – respondo. – Você está muito ocupada hoje?– O de sempre. – Ela diz. – Por quê?
Quando a aula acaba, eu saio andando até a saída do colégio sem olhar para trás. Os garotos até me convidaram para ir até a casa do Samuca almoçar, mas eu não tenho vontade. Não sei nem o que vou dizer aos meus pais quando eu chegar em casa sem vontade de comer ou falar.Pra ser sincero, eu não consigo nem dizer o que realmente aconteceu. Minha mágoa com a Mari não é necessariamente ela ter usado a gente, mas sim, não ter me contado nada que iria fazer uma propaganda, se ela tivesse falado, mesmo que estivesse me usando, eu teria uma resposta para dar, mas eu fui pego de surpresa.Ao chegar em casa, eu digo à minha mãe que tenho que estudar, então vou almoçar no meu quarto. Assim, eu pego o meu prato e subo, sento-me na cama e tento comer algumas garfadas para não ficar com fome, então largo o garfo e me jogo na cama, deixando o prato na
Eu saio do quarto da casa de Math segurando-me para não chorar e atrair a atenção dos pais dele. Eu comecei e eu terminei algo que não era nem eu que queria. Me sinto uma pessoa horrível tendo feito tão mal a um coração tão bom quanto o do Math. Agora percebo que não pensei direito em nenhum momento e me deixei levar achando que estava fazendo um bem, mas me enganei.Um relacionamento não deve começar dessa forma estúpida e de repente. Sem preparar um alicerce, qualquer tempestade derruba. O Math é uma pessoa com muitas feridas da vida, mas, mesmo assim, estava disposto a se abrir e me acolher e eu acabei machucando-o muito mais.Quando eu chego em casa, Bianca e Magnus estão sentados no sofá e minha amiga tem lágrimas nos olhos. Ao me ver, Bianca se levanta e vem ao meu encontro.– Amiga. – Ela diz. – Eu sinto tanto, devia ter feito alguma coisa pra ajudar. Eu só fiquei quieta, devia ter gritado para aqueles idiotas que você não
No dia seguinte, Mari não apareceu para a aula, nem a Bianca e nem o Magnus. As pessoas já não estão tão impressionados com a notícia da propaganda e, pelo menos nas redes sociais, as fotos já foram removidas.Depois do intervalo, eu e os rapazes voltamos para a sala de aula e combinamos de ir almoçar na casa do Samuca, assim eu poderia ficar mais à vontade e não ter que conversar com meus pais sobre o término.E assim fazemos. Saímos do colégio e vamos a pé até a casa do Samuca. Meus quatro amigos tentam conversar de vários assuntos diferentes comigo, tentando me distrair, mas nada funciona e a única coisa que ronda minha cabeça é que eu devia ter aproveitado melhor o tempo que tive com ela.Quando chegamos na casa, Rodrigo me puxa de canto e me leva até o quarto do Samuca, trancando a p
Enfim chega o dia da minha partida. Magnus e Bianca estão comigo e ficarão até o momento que eu for embora, então, tento ficar feliz e me divertir com eles, já que não quero tornar nosso último momento juntos algo triste.Não sei se já falei isso aqui, mas eu detesto despedidas e coisas tristes e é por isso que não deixei ninguém avisar os garotos que eu estou partindo porque, se eu olhar para o Math, eu vou querer ficar e não vou poder.Neste exato momento, estamos sentados na sala assistindo Meninas Malvadas, que sempre foi o filme preferido, tanto do Magnus, quanto da Bianca. Eles compraram vários doces e salgadinhos para comer durante o filme e eu os observo rindo e repetindo as falas como sempre foi.É engraçado como a gente só percebe as coisas quando é uma despedida. A gente nunca
Depois de uma semana sem ver nem falar com a Mari, meus pensamentos já me engoliram o suficiente. Sei que o que aconteceu foi fruto da nossa falta de base, mas eu devia ter, pelo menos, dado uma outra chance e ter sido maduro para entender que um mal entendido sempre pode acontecer.É sábado e eu levanto tarde quando finalmente desisto de tentar dormir. Eu vou até o banheiro e me olho no espelho pensando se, milagrosamente, minha cara não voltou a ter vida. Samuca me disse que estou parecendo um zumbi. Eu abro a torneira da pia para lavar o rosto, mas decido que talvez seja melhor tomar um banho.Eu tiro o agasalho e o pijama e vou para debaixo da água quente junto com os pensamentos sobre Mari. Eu preciso resolver tudo isso, preciso ir atrás dela para conversar. Ela não foi mais à escola e Magnus e Bianca não contam o que está acontecend
Já é de noite quando nosso carro finalmente chega ao sítio. Meu pai está esperando no portão com roupas velha e um chapéu de palha. Esse lugar é o paraíso dele, onde ele se desfaz da pose de dono da MissBeauty e volta a ser só um cara da roça.Eu desço do carro enquanto Sam me ajuda a pegar as malas, observo em volta reparando nas árvores. Eu também gosto daqui, é o lugar em que fazíamos fogueira e ficávamos até tarde olhando para as estrelas.Essa foi a primeira propriedade que meu pai comprou com o dinheiro da empresa, era para meus avós, que passaram os últimos anos de suas vidas aqui. Quando meu avô faleceu e minha avó adoeceu, meu pai trouxe a Sam para cuidar de mim e ele e minha mãe revezavam para cuidar dela.E assim, me lembro da dúvida que ainda está me assombrando: o fato de Sam
Depois que a Mari foi morar no interior, as coisas voltaram quase todas ao normal, com exceção de Magnus e Bianca, que ainda andavam com a gente e nos deram carona por todo o restante do ano letivo. Mas, fora do colégio, nós não nos falamos muito. Pelo que eu entendi, a Bianca agora praticamente mora com o Magnus e os dois sempre falavam de algo que eu não fazia ideia do que era.Naquele dia, quando Mari partiu, depois que eu saí da casa dos rapazes, eu mandei uma mensagem para ela, pedindo desculpas e coloquei tudo o que eu iria dizer a ela, mas a mensagem não chegou. Eu não sei se ela me bloqueou ou se trocou de número, mas ficou claro para mim que ela ainda conversava todos os dias com seus melhores amigos.As primeiras duas semanas foram bem difíceis, eu tenho que dizer, mas, com o tempo, eu fui me acostumando e as coisas foram voltan