Celeste MoreauA escuridão da câmara parecia mais densa do que antes, como se o ar estivesse impregnado com a energia de algo antigo e poderoso. Meus sentidos estavam em alerta, meu coração batia tão rápido que eu podia ouvi-lo nos ouvidos. Havia uma força no ar, algo primitivo e avassalador, que nos envolvia como uma sombra viva.O caixão de obsidiana jazia imóvel sobre o altar de ossos, sua superfície negra reluzindo com uma luz fantasmagórica. Por um instante, um silêncio sepulcral dominou o ambiente, como se o próprio tempo tivesse parado. Mas então, um som baixo e profundo ecoou pela câmara.Um ranger de pedra contra pedra. A tampa do caixão deslizou milímetro por milímetro, revelando o que estava dentro.Nosferatu.Meus olhos se arregalaram ao ver a criatura que repousava ali. Sua aparência não era monstruosa como as lendas descreviam. Seu rosto era pálido, as feições marcadas pelo tempo, como se fosse uma escultura de marfim envelhecida pelos séculos. Seus olhos, no entanto, er
Celeste MoreauA câmara reunida em silêncio após as palavras de Nosferatu, mas a tensão era quase palpável.Damian ainda estava rígido ao meu lado, sua presença como um escudo sólido entre mim e o ser ancestral. Seus olhos âmbar, que sempre foram um refúgio para mim, agora ardiam com algo perigoso – desconfiança, fúria, e uma necessidade primitiva de me proteger a qualquer custo.Nosferatu não desviou o olhar. Havia algo em sua expressão – um peso carregado pelo tempo, um arrependimento que o fazia parecer menos uma criatura das trevas e mais um homem quebrado pelo destino.—“Você realmente acredita que pode protege-la sozinho, lobo?” —Sua voz é mais firme, mais humana agora. —“Acha que sua força será suficiente quando o verdadeiro perigo vier?”Damian cerrou os punhos ao meu lado. —“Eu não 'acho'. Eu sei. — Seu tom era cortante, definitivo.Nosferatu sorriu – um sorriso sem humor, sem malícia, mas carregado de compreensão. —“Foi exatamente isso que eu pensei quando tive Eva em meus b
NosferatuA noite estava carregada de medo e perseguição. A igreja estava em meu encalço, sacerdotes armados com lâminas abençoadas e orações gravadas na pele, prontos para me erradicar. Eu os havia subestimado, e agora, estava encurralado.Eva apareceu quando tudo parecia perdido. Seu olhar carregava algo que nunca vi em mais ninguém: determinação e amor. Ela não era apenas uma feiticeira poderosa, era minha aliada... minha amante.—“Não vou deixar que eles te destruam,” —ela sussurrou, traçando runas no ar enquanto me olhava com dor nos olhos.— “Eu encontrei uma forma de te proteger.”Eu deveria ter desconfiado. Eu deveria ter impedido.A magia tomou conta de mim antes que eu pudesse reagir. Correntes invisíveis se enrolaram ao meu redor, selando-me dentro de um feitiço que nenhum humano poderia quebrar.—“Eva, o que você está fazendo?”— Minha voz soou grave, carregada de incredulidade e traição.Ela se ajoelhou diante de mim, os olhos marejados, os dedos tremendo ao tocarem meu ros
Celeste MoreauO silêncio que seguiu a declaração de Nosferatu pesava como chumbo sobre nós. Eu podia sentir o olhar de Damian queimando em minha direção, um misto de incredulidade e fúria contida. Mas minha decisão já havia sido tomada. Eu sabia que não havia outro caminho, não se quisesse proteger meu filho.—“Eu aceito.”— Minha voz não vacilou, embora meu coração estivesse acelerado. —“Nosferatu, eu aceito sua proteção.”Damian se moveu antes mesmo que eu pudesse respirar, sua mão forte segurando meu pulso e me puxando para trás. Seus olhos dourados estavam selvagens, furiosos. — “Você não pode confiar nele assim.”—“Ele não está mentindo, Damian.” — Olhei diretamente em seus olhos, tentando fazê-lo entender. —“Ele tem razões para nos ajudar. Ele sabe o que está por vir.”Damian rosnou baixo, seus dedos apertando meu pulso com mais força. — “Isso não significa que devemos aceitar um pacto com ele. Eu não confio nele.”Nosferatu permaneceu impassível diante da ameaça de Damian, seu
Damian VólkovA notícia sobre o bebê trouxe uma luz inesperada em meio à escuridão que nos cercava. Saber que nosso filho era um menino e que estava bem nos deu um sopro de esperança, algo para nos agarrarmos quando tudo parecia desmoronar.Depois de um longo dia, Celeste e eu finalmente fomos para nosso quarto. O peso da responsabilidade ainda pesava sobre meus ombros, mas, por um instante, permiti-me apenas existir ao lado dela. A mulher que carregava meu filho, minha razão de existir.Ela se jogou na cama, rindo, os olhos brilhando com uma felicidade sincera que me aqueceu por dentro. — “Um menino, Damian… Nosso menino.”Eu a observei por um momento antes de me deitar ao seu lado, puxando-a para meus braços. — “Ele vai ser forte. Vai ter seu coração e sua coragem.”Celeste sorriu, seu olhar cheio de ternura. —“E vai ter seu espírito protetor e teimosia.”Eu ri baixo, roçando meus lábios contra sua testa. —“Espero que não tanta teimosia quanto você.”Ela fingiu indignação e me deu u
Chegamos até aqui juntos, e quero saber: o que você achou dos capítulos até agora? A história está te prendendo? Algum momento te surpreendeu? Quero muito ouvir suas opiniões, teorias e até suas dúvidas! Cada comentário é um pedacinho do seu carinho e me motiva a continuar. 💖Escrever essa obra tem sido uma jornada incrível, e saber que você está acompanhando torna tudo ainda mais especial. Obrigada por dedicar seu tempo a essa história! Vou adorar conversar com você nos comentários. 💬✨
A lua pairava alta no céu, um disco pálido que banhava a densa floresta com um brilho prateado. O vento sussurrava entre as árvores, trazendo consigo o cheiro de terra molhada e folhas antigas. Eu, Damian Vólkov corria, meus pés descalços quase não tocavam o solo enquanto eu me movia com a graça de um predador noturno. Eu não era um homem comum. Nunca fora. Mas naquela noite, seu destino mudaria para sempre.O ar carregava o perfume denso da magia, um cheiro doce e intoxicante que se misturava com o ferro do sangue derramado. Meu peito arfava, e eu parei abruptamente diante da clareira iluminada por velas negras. No centro, um círculo de runas ancestrais brilhava com uma luz pulsante, alimentado pelo feitiço que estava prestes a ser concluído.— Você demorou, Damian — uma voz feminina cortou o silêncio como um punhal afiado. Ergui o olhar, encontrando a figura encapuzada que já esperava por mim. Meu coração bateu forte — não por medo, mas por uma estranha antecipação. Havia buscad
Damian VólkovO tempo não perdoa. Ele devora tudo, reduz homens a memórias esquecidas e impérios a ruínas. Mas não a mim. Eu permaneci. Não por escolha, mas por uma maldição. Uma condenação sussurrada sob a luz pálida da lua, quando uma bruxa de olhos negros e voz de veneno selou meu destino. Desde então, a eternidade tem sido minha carcereira.A imortalidade é um peso, uma prisão sem grades. Quando fui amaldiçoado naquela noite, eu não compreendia o que significava existir além do tempo. Agora, séculos depois, entendo o que a bruxa quis dizer quando sorriu antes de desaparecer na escuridão. Eu nunca morreria. Mas também nunca viveria de verdade. Cada batida do coração se tornou um eco distante de um homem que já fui. A paixão, o medo, a alegria, a dor... tudo se tornou um murmúrio apagado na tempestade incessante dos anos.Comandei exércitos, assisti a nações nascerem e caírem, vi a humanidade mudar e se reinventar. Eu me adaptei, tornei-me um homem de negócios, construí um império q