Alisson Parker
O bom de ter o seu próprio negócio é que você, às vezes, pode tirar um tempo apenas para si. Foi o que a Alisson fez nesta sexta feira, depois do almoço ela foi andar pelo calçadão.
Apesar do clima agradável não tinha tantas pessoas na rua, apenas alguns jovens na prainha.
Sentindo o celular vibrar no bolso, logo vê o nome do seu namorado na tela
— Scott.
— Oi, minha flor
— Está tudo bem? — Por mais carinhoso que ele seja, não tem o hábito de ligar.
— Sim, só bateu saudades...
— Ah, também estou com saudades — não continha aquela empolgação verdadeira.
— Está em casa?
— Não, decidi caminhar um pouco.
— O que está fazendo fora de casa? — A pergunta não tinha um tom agradável, ela não respondeu imediatamente. — Quer dizer, não gosto que ande sozinha, sabe que cuido de você, minha flor.
— Sim — de repente o clima já não era o mesmo para ela.
— Tenho que desligar agora, não demore na rua, te amo — ela não teve chances de responder pois o mesmo já tinha desligado.
— Você deveria ganhar um prêmio por ser adorável desse jeito — uma voz conhecida a assusta.
— E você deveria ganhar um, mas por assustar os outros.
— Não sabia que eu era tão feio assim — o comentário arrancou uma risada de ambos.
— Olá... desculpa, esqueci seu nome — realmente ela não lembrava.
— Vincent e a propósito, não é muito legal chamar uma moça bonita de “sem nome”.
— Me chamo Alisson — dessa vez ele estava sem jaquetas, mas com uma blusa preta e jeans que marcavam cada músculo.
— Posso me sentar, Alisson?
Não sabia que motoqueiros eram educados, imaginava um monte de bárbaros com cervejas em um mão e mulheres em outra, sem contar os palavrões.
Ela acena com a cabeça e ele se senta ao seu lado no banco que tem no calçadão.
— Como uma cidade pode ser tão calma? — O comentário do Vincent a faz sorrir, pela segunda vez.
— Guimarães ganhou esse título, acho que, pela grande maioria, ter nascido e criado aqui. Além do clima favorável para caminhadas, essas coisas...
— Entendo, mas... não há nada ilegal?
— Está querendo drogas, senhor Vincent? — Ela pergunta divertida, mas dependendo da resposta com certeza sairia correndo.
— Eu tenho cara de quem usa essas coisas?... Certo, não responda — Ela não aguenta o semblante engraçado que ele faz e cai na gargalhada.
— Vai rindo, querida, esta cidade não me aguentaria.
— Falando nisso, sem ofensas, mas é estranho olhar um monte de motoqueiros numa cidade tão pequena. O que vieram fazer aqui?
Ela nota que a pergunta o deixou agitado, mas com certeza, é o que todos estão querendo saber.
— Negócios, querida.
— Que tipo de...
— Vincent! — Uma voz grossa interrompe a sua fala.
— Oi cara — Vincent responde ao homem, quando ela olha para frente, precisa piscar várias vezes.
Ele é alto e está com uma blusa cinza mostrando seus braços cobertos por tatuagens e um jeans escuro, loiro com uma barba grande moldando o seu rosto, seus olhos incrivelmente azuis estão focados nos dela. Ele parece saber exatamente o que ela pensa, um fato que a fez se sentir desconfortável.
A definição dele com certeza é “quente como um inferno”, ele deveria estar com uma placa sinalizando “perigo”.
— Alisson, este é o Airon.
Airon BonucciAiron não estava surpreso de encontrar o amigo com uma mulher, diga-se de passagem, que ela é muito linda, mas ele não estava ali para isso.Precisava agir e não perder tempo.— Alisson este é o Airon — Ela por uns segundos parecia fora de área quando o viu, o que ele achou engraçado.— Alisson — Ele pronuncia o nome dela lentamente, como se estivesse saboreando uma boa refeição.Ele sabe o efeito que causa nas pessoas e ela parece uma gatinha acuada
Airon BonucciAssim que saem com as motos, pilotam direto para o hotel Sonserina. Ao subir para o quarto principal se deparam com os seus homens reunidos; o total de vinte homens.— Descobriram algo? — Airon pergunta entrando e indo até a mesa com bebidas, servindo-se com um pouco de whisky.— Senhor, as notícias não são boas — Marcos, um homem robusto de quarenta e três anos, chefe dos seguranças, informa — Descobrimos que foram os Miller que mandaram matar a sua família senhor, e de um jeito inexplicável somente está vivo o Adam. E Adam não bota a cara na empresa, na verdade
Alisson ParkerNormalmente Alisson leria um livro, deitada em sua cama e dormiria, mas, naquela noite ela não conseguia tirar o calor do seu corpo ao lembrar daqueles olhos cobertos por algo que ela não soube decifrar.A campainha toca às nove horas e ela logo se arrepende dos pensamentos anteriores quando abre a porta.— Scott, não me avisou que viria — ela sorri para o namorado que entra sem dizer nada.Está de terno, o cabelo castanho com loiro soltos, a gravata frouxa e um semblante fechado. Com certeza o estresse do trabalho, ela pensará.— Quantas vezes, Alisson? — A voz dele sai baixa.— O que? — Alisson
Alisson ParkerAlisson não aceitou a carona do Vincent; os dois estavam de moto. E foi em seu carro guiando para o bar.❦Como ela imaginava, o bar estava um pouco cheio, mas conseguiram uma mesa em um canto que tinha a visão de tudo. Ela senta de frente para o Airon e do lado do Vincent que não demorou muito para sair dizendo olhar o ambiente, deixando os dois sozinhos.Um garçom chega pegando os pedidos deles e logo sai.— Você não é de conversar? — Airon está sentado com uma p
Airon BonucciO vento frio sopra fazendo os cabelos da Alisson balançar; o mesmo aroma adocicado. Airon estava um pouco atrás tendo a visão de seu corpo, ela é linda, mas o melhor ele pode conhecer essa noite: sua personalidade.Airon tinha consciência do que os outros falavam dele: arrogante, prepotente, sem coração alguns ainda o chamam de Diabo. Ele não faz esforço para desmentir ninguém, sabe que é ‘’cruel’’ com quem merece e também sabe apreciar uma boa companhia.— Não precisa me acompanhar — a voz suave o tira dos pensamentos.— Eu sei..., mas irei — ela revira seus olhos, uma mania que ele percebeu e acha divertido. Alisson Parker— Querida, você deve nos visitar...A voz calma e serena da mãe a despertara no domingo. Era certo, toda manhã dominical dona Rachel, a mãe, telefonava para cobrar uma visita da filha.— Mãe, como a senhora está? Eu estou bem também viu — Alisson com um tom irônico, mas amigável responde a chamada, e um suspiro é ouvido do outro lado da linha.— Minha lindinha, sabe que a mamãe só está com saudades... já tem uma semana que eu não vejo a minha filhinha — se a Alisson fechasse os olhos poderia claramente visualizar, um biquinho e os olhos fechados da mãe, a rainha dos dramas.—Capítulo onze
Airon BonucciO ar naquela manhã estava denso; um frio se instalara na cidade de Guimarães, dando um contraste com a primavera.Como um sinal, o tempo colabora com o humor de Airon e o seu semblante astuto mostrava os indícios de seus sentimentos com as novas descobertas. Com certeza ele não esperava que Vincent estivesse às sete horas da manhã esperando para o levar ao galpão arranjado por Marcos.Como um predador ele observa os papéis em sua frente que destacavam o nome: Império Miller.— O filho da puta está ferrado — Vincent se pronuncia ao ler as informações coletadas pelo membro infiltrado na empresa.— Senhor Bonucci — J
Alisson ParkerA manhã de segunda-feira começa pelo dito popular: com o pé esquerdo. Antes das sete horas Alisson já estava de pé, alimentando a sua gata Diane e preparando um chá.A mente da Parker está agitada, bebendo o chá ela começa a se questionar o porquê da sensação estranha, como se algo de ruim quisesse entrar em seu dia. Ela nunca foi uma mulher supersticiosa, mas naquela manhã temeu pelas aflições de alguma forma serem algum sinal.Saindo pelas ruas da cidade, apertando seu casaquinho rosa mais ao corpo em busca de um calor, Alisson estranha pela primeira vez a calmaria, como se tudo cooperasse. Assim que chega no trabalho, não encontra como de costume a dona Vera.Último capítulo