Estou aqui ainda no CPBD, abro o envelope e nele tem um bilhete que está escrito "Base P. Às 14h, não atrase!" Fala aí esses caras são incríveis, não se atrase, seja pontual, esteja no lugar, por que eles nunca põem o local no envelope? Me ajuda muito ser pontual isso.
Fico ali pensando, ainda estou desconfiado da porta secreta na parede, talvez esse seja o lugar, o que não tornam as coisas mais fáceis.
Pego o envelope para guardar o bilhete e vejo que tem algo a mais nele, parece uma chave eletrônica com dois códigos magnéticos, fico olhando pra ela um instante e olhando o lugar que estou, que só estou eu agora.
Eu me dirijo até a porta falsa, e procuro algum leitor que não encontro, ouço passos, o garçom deve estar subindo, retorno no meu lugar, rápido quando volto a sentar, vejo que do lado da minha mesa tem um pequeno encaixe pra cartão quase não dando pra ver
─ O senhor gostaria de algo mais? ─ O garçom me pergunta─ Não, obrigado! Poderia me trazer a conta?─ Claro, só um instante.
Quando ele desce enfio o cartão e vejo que a porta abre uma pequena fresta, pego o cartão e corro para a porta entrando, quando entro a porta logo se fecha.
Desço por uma escadaria, até me deparar com outra porta com um leitor de retina, que ler a minha e logo aparece a mensagem, ACESSO NEGADO - POR FAVOR, SE IDENTIFIQUE - vejo que próximo tem outro leitor de cartão então pego o cartão e aproximo o outro código magnético.
A mensagem muda para um BEM VINDO NOVATO, SIGA EM FRENTE! A porta se abre e eu vou até o fim, do corredor, tenho uma pergunta em mente, como cabe um corredor desse tamanho de baixo de um restaurante?
─ Parabéns Archimedes! ─ Douglas no fim do corredor me espera ─ Mais uma vez surpreendente─ Achei que a Andreia Amor tivesse te esperando?─ Ela está, eu disse que tive que voltar ao escritório apanhar umas coisas que eu esqueci.─ Hum, e ela acreditou?─ Espero que sim! ─ ele responde rindo ─ Mas vamos lá não tenho muito tempo─ Vamos! Mas o que faremos?─ Seu cadastro ─ ele digita alguma coisa num teclado ─ Archimedes .2 Agente Secreto da Inteligência. Eu ainda reluto para acreditar que teu nome seja Archimedes mesmo─ Pois é, meus pais eram fãs dos gregos!
Ele rir, me direciona para um leitor de retina e pede que eu olhe enquanto o leitor a cadastra, depois aparece um leitor biométrico que colhe minhas digitais.
─ Perfeito, conhece a Avenida José Carlos Pace?─ Sim, próximo à avenida Atlântica.
Ele me olha espantado, imaginava que eu não conhecesse:
─ Eu morava relativamente perto! ─ Na verdade da casa dos meus pais até lá é longe, mas vou poupar-lhe os detalhes ─ Qual o número?─ Ótimo, S/N. Você vai procurar uma loja de antiguidade e vai jogar essas moedas no copo do mendigo que fica sentado na porta, depois vai andar dez passos em direção norte e vai esperar. Compreendeu?─ Sim, às 14h?─ Sim, se apresse ou não chegará a tempo. Antes de ir, naquela sala ─ Ele me mostra uma sala fechada, ─ Você encontrará uma maleta com o tua id, terá uma chave de um carro e alguns reais, além de uma nova identidade e CNH.─ E onde eu pego o carro?─ A princípios aqui na Paulista mesmo─ Ok, então pegarei depois, é mais rápido se eu for de metrô e trem e descer ali na estação socorro─ Ok então, mas passe lá e pegue a maleta
Fui até onde ele indicara, mais um leitor de retina, e lá estava minha identificação, pego a maleta, .2 e reparo que ainda tem outras, .3, .4, .5, .6 e a .7 imagino eu então que os agentes .8 e .9 já tenham pegado suas maletas além do .1 que fará parceria comigo
Me despeço de Douglas, ele trocou de camisa, eu entrego a ele sua aliança
─ O que faz com isso?─ Você deixou cair, foi assim que achei o leitor na mesa 9 ou mesa 1─ Obrigado .2 você salvou minha vida
Saio e vou em direção pretendo chegar lá em ponto para não esperar tanto, Douglas ainda me mostra outra saída, que saio do lado da estação de metrô.
Às 14h chego na loja de antiguidade, jogo as moedas no copo do mendigo que eu torço para que seja esse, dou os dez passos para o norte e paro de frente a uma loja de roupas, então espero.
Pouco depois, um senhor para ao meu lado, deve ter seus 65 anos, cabelos grisalhos, está com livro de astronomia na mão direita, está de social também, um terno cinza, com uma camisa azul e uma gravata cinza grafite, o terno é sob medida, ele é alto 1,90 imagino, tem olhos pretos e pele negra, e parece gostar de academia, já que é forte.
─ .2, siga-me por favor!
Eu o sigo ele entra na loja, por uma porta nos fundos e mais uma escadaria a baixo até chegarmos, a uma sala, decorada com um tema espacial, constelações, cometas, planetas, eu diria que parece o espaço, mas como nunca estive lá.Ele senta atrás de uma mesa dessas de escritórios, se reclina na cadeira para trás, um pouco à cima na parede em suas costas está um quadro, que mostra um desenho do que imagino eu ser a constelação de sagitário, o quadro é bonito, mas está torto na parede e isso me incomoda muito:
─ .2, essa é a base P, ou pelo menos é a principal, muito prazer sou .X o encarregado do programa.─ É um prazer, Carlos. Muito feliz em conhecê-lo!─ É todo meu. Eu não disse meu nome, como sabe?─ Atrás de ti, naquele armário, .X Carlos Maia Amaro.─ Hum, verdade, ninguém reparou isso antes, vejo que é bem observador─ Um pouco.─ Além de observador, o .. disse que você é bom de improviso, os demais relatórios dizem que tem profundo conhecimento em anatomia, matemática, idiomas... Você está bem? ─ Ele me pergunta, porque estou inquieto na cadeira─ Quase, com licença! ─ Me levanto vou até a parede e endireito o quadro e retorno ao meu lugar ─ Agora sim obrigado.─ Além de ter TOC ─ ele fala sorrindo ─ e pelo que vejo isso também é verdade ─ ele fala sorrindo─ Pois é, não aguento ver as coisas erradas, me desculpe.─ Tudo bem. Precisamos realizar alguns exames, e avaliar se já pode ir a campo ou não, faremos isso amanhã, por hora essa é a chave de seu novo lar, modele ao seu gosto.
Ele me passa um endereço, o qual não revelarei por motivos óbvio, mas é uma casa, numa vizinhança tranquila, com casas longes umas das outras, cercado de árvores e pracinhas com canteiros de flores, lugar que eu realmente não imaginava que ainda existisse em São Paulo a cidade dos Arranha-céus, gostei.
Não é lá uma casa grande, mas para eu que viverei sozinho é ótima. Decorada a moda clássica estilo inglês, como minha preferência quando passei no primeiro teste há um ano, pedir também que deixassem escura a casa o que me disseram ser uma preferência comum entre nós espiões, lugar reconfortante.
Chego por volta das 17h, tomo um banho e morro na cama, já que não dormir ainda!
Acordo meia noite, tenho esse hábito de dormir de dia e me manter acordado a noite e aqui estou acordado e morto de fome, preciso encontrar algo para comer.Vou à dispensa, a AIB cuidou com excelência disso, encheu minha dispensa com tudo que é ingrediente, mas nada pronto, sabe? Nenhum biscoito, nem pão, nem frios nem nada do tipo, ou seja, terei que cozinhar, que maravilha!Minha mãe me ensinou de pequeno a me virar na cozinha, me ensinou a fazer de tudo, mesmo que eu não goste muito. Bom, vamos lá!Manteiga, açúcar, ovos, farinha de trigo, goiabada e água. Bolo de Rolo de Recife. Quando eu termino pego uma cerveja na geladeira e vou para a sala, me sento no sofá e ligo a televisão procurar algo que preste, bem difícil isso. Coloco em um jogo qualquer da Premier League, não estou prestando lá tanta atenção.Na verdade, eu procuro
Como é feito um espionado? Eu lhe disse que qualquer um pode ser um espião, principalmente a pessoa que você nunca nem se quer imagine, aliais, provavelmente é a pessoa que você nunca imagine, mas a quem espionamos?Basicamente a todos também. Pessoas com algum poder de influência, ou alguma autoridade política, sejam para o país ou para uma empresa. Funcionários com potencial para ser chefe, com espírito de liderança e uma personalidade marcante.Talvez pessoas boas que gostam
Chego em casa às 21h, demorei primeiro por que passei em uns lugares, comprei umas tábuas para colocar nas portas e umas travas pra preencher os vãos, se quiser falar comigo tenha a decência de bater e me chamar, comprei um carpete novo também, bem melhor do que o outro, que dei a um mendigo de manhã.Mexo na casa toda e mudo tudo de lugar, troco as fechaduras e os ferrolhos da janela, além de cortinas escuras, instalo umas câmeras escondidas filmando as ruas de acesso, e cada ponto da casa. Amanhã pretendo colocar espelhos na casa assim não haverá pontos cegos.Depois disso vou fazer umas pesquisas, preciso descobrir quem são três pessoas!Geovana Martins: Assistente direta de Alexandre Raposo Farias, e amiga do Ministro Lúcio Costa Paiva, o tal Ministro das Embaixadas, para o qual o senhor Alexandre lhe presta serviços. Ela é a ponte de Alexandre e L&ua
A viagem é longa e com trânsito devido a chuva é ainda mais, o que aliais, é ótimo já que não estou com pressa e preciso conversar com ela, o que não é algo muito difícil, já que ela adora falar.Ela me conta que seu filho Elias ficou muito impressionado comigo em saber que toco bateria, me conta também que sua filha Ester me adorou e me achou muito simpático.─ Você conseguiu impressionar até o Alexandre, disse que é responsável e atento, e olha que para agradar meu esposo é muito difícil viu!─ Hum, legal. Mas, e a esposa dele, eu consegui também agradar?─ A esposa dele uma chata!!! ─ Eu sei que essa foi a deixa para eu elogia-la, e dizer que não, que gostei muito dela e do senso de humor e coisa e tal, mas, eu simplesmente desato a rir ─ Ei para de rir!─ Me perdoe! Mas a senhora é tudo menos chata,
Sair da casa dos Farias e fui para a casa de Agnaldo dei uma volta reparei que estava na troca de turno, então entrei por trás peguei uma roupa de um dos funcionários, olhei no computador um dos empregados Arthur Morgan acabara de ser contratado, seu primeiro dia, coloquei um bigode e uma barba falsa, tirei uma foto e lá estava pronto meu crachá.Só esqueci de ver qual era a função do Morgan, bem esperto eu né?Entrei na casa a pé mesmo, mostrei meu crachá ao segurança que me
Volto para casa, essa missão de espionagem está cada vez mais estranha, se você pensar em tudo que eu descobri, da família Farias, os meninos incríveis, a mulher dando em cima de mim, o canalha que a trai e principalmente sobre Agnaldo, é tudo muito pouco eu esperava descobrir mais, porém se você considerar que a missão ainda nem começou de verdade!Resolvo mudar o caminho vou para a base CPBD, será que tem alguém lá?Chego pela entrada próxima da estação, o leitor de retina ler a minha e aparece a mensagem "Bem-Vindo Novamente .2" a porta se abre, adentro o corredor parece não haver ninguém, mas vejo que há uma fresta de luz de computador vindo dá sala de Douglas.Vou em direção a ela e quando chego o vejo dormindo em cima do teclado, na tela do computador está a fachada da minha casa, tem um homem tentan
A semana vai passando e enquanto trabalhamos para criar nossa nova rádio, eu aproveito para passar algumas vezes pela a casa dos Farias e do Schock, de longe, para não ser percebido, passo também algumas vezes próximo à casa de Gustavo e Felipe, fico de longe os ouvindo tocar, das quatro vezes que estive aqui só ouvi o baterista uma vez, acho que Gustavo não tá lá tão empenhado quanto os demais, o que realmente é uma pena, porque na vez que ouvi, vi que o cara é fera na batera.Ao fim da semana vou a base .T onde encontraria Douglas, Carlos e em fim conheceria o .1, iríamos colocar o plano em prática,está marcado para as 7h da madrugada, e claro com a marca clara dos recados, NÃO SE ATRASE!Chego às 6h e ao contrário do que as outras vezes, ela está movimentada, vejo o .M, ao lado de um guri que tem cara de nerd da
Saio dali para um café com Eliane, a fim de nos conhecermos melhor, ela esbanja simpatia. Conta que era modelo fotográfica antes de entrar na AIB, e foi a primeira recrutada ao programa ., depois de um bom tempo ela soube que apareceu um .2, e que trabalharia junto com ela.Ela também soube da missão antes de mim e conseguiu se infiltrar como Marcela uma funcionária fantasma do governo, que meio sem querer propositalmente fora descoberta por Alexandre, e aí começou a descobrir os “pecadozinhos” dele, mas enrola ele bem já que não rolou nada:─ É foda pra mim, Archimedes, sou casada, mãe e apaixonada por eles (marido e filho)─ É deve ser. É casada muito tempo?─ Cinco anos!─ E ele não desconfia de nada?─ Sou mulher e mulher é boa em esconder as coisas ─ ela rindoLevanto as mãos como sinal de que não discu