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Capítulo 3 - Conhecendo o Chefe

Estou aqui ainda no CPBD, abro o envelope e nele tem um bilhete que está escrito "Base P. Às 14h, não atrase!" Fala aí esses caras são incríveis, não se atrase, seja pontual, esteja no lugar, por que eles nunca põem o local no envelope? Me ajuda muito ser pontual isso.

Fico ali pensando, ainda estou desconfiado da porta secreta na parede, talvez esse seja o lugar, o que não tornam as coisas mais fáceis.

Pego o envelope para guardar o bilhete e vejo que tem algo a mais nele, parece uma chave eletrônica com dois códigos magnéticos, fico olhando pra ela um instante e olhando o lugar que estou, que só estou eu agora.

Eu me dirijo até a porta falsa, e procuro algum leitor que não encontro, ouço passos, o garçom deve estar subindo, retorno no meu lugar, rápido quando volto a sentar, vejo que do lado da minha mesa tem um pequeno encaixe pra cartão quase não dando pra ver

─ O senhor gostaria de algo mais? ─ O garçom me pergunta

─ Não, obrigado! Poderia me trazer a conta?

─ Claro, só um instante.

Quando ele desce enfio o cartão e vejo que a porta abre uma pequena fresta, pego o cartão e corro para a porta entrando, quando entro a porta logo se fecha.

Desço por uma escadaria, até me deparar com outra porta com um leitor de retina, que ler a minha e logo aparece a mensagem, ACESSO NEGADO - POR FAVOR, SE IDENTIFIQUE - vejo que próximo tem outro leitor de cartão então pego o cartão e aproximo o outro código magnético.

A mensagem muda para um BEM VINDO NOVATO, SIGA EM FRENTE! A porta se abre e eu vou até o fim, do corredor, tenho uma pergunta em mente, como cabe um corredor desse tamanho de baixo de um restaurante?

─ Parabéns Archimedes! ─ Douglas no fim do corredor me espera ─ Mais uma vez surpreendente

─ Achei que a Andreia Amor tivesse te esperando?

─ Ela está, eu disse que tive que voltar ao escritório apanhar umas coisas que eu esqueci.

─ Hum, e ela acreditou?

─ Espero que sim! ─ ele responde rindo ─ Mas vamos lá não tenho muito tempo

─ Vamos! Mas o que faremos?

─ Seu cadastro ─ ele digita alguma coisa num teclado ─ Archimedes .2 Agente Secreto da Inteligência. Eu ainda reluto para acreditar que teu nome seja Archimedes mesmo

─ Pois é, meus pais eram fãs dos gregos!

Ele rir, me direciona para um leitor de retina e pede que eu olhe enquanto o leitor a cadastra, depois aparece um leitor biométrico que colhe minhas digitais.

─ Perfeito, conhece a Avenida José Carlos Pace?

─ Sim, próximo à avenida Atlântica.

Ele me olha espantado, imaginava que eu não conhecesse:

─ Eu morava relativamente perto! ─ Na verdade da casa dos meus pais até lá é longe, mas vou poupar-lhe os detalhes ─ Qual o número?

─ Ótimo, S/N. Você vai procurar uma loja de antiguidade e vai jogar essas moedas no copo do mendigo que fica sentado na porta, depois vai andar dez passos em direção norte e vai esperar. Compreendeu?

─ Sim, às 14h?

─ Sim, se apresse ou não chegará a tempo. Antes de ir, naquela sala ─ Ele me mostra uma sala fechada, ─ Você encontrará uma maleta com o tua id, terá uma chave de um carro e alguns reais, além de uma nova identidade e CNH.

─ E onde eu pego o carro?

─ A princípios aqui na Paulista mesmo

─ Ok, então pegarei depois, é mais rápido se eu for de metrô e trem e descer ali na estação socorro

─ Ok então, mas passe lá e pegue a maleta

Fui até onde ele indicara, mais um leitor de retina, e lá estava minha identificação, pego a maleta, .2 e reparo que ainda tem outras, .3, .4, .5, .6 e a .7 imagino eu então que os agentes .8 e .9 já tenham pegado suas maletas além do .1 que fará parceria comigo

Me despeço de Douglas, ele trocou de camisa, eu entrego a ele sua aliança

─ O que faz com isso?

─ Você deixou cair, foi assim que achei o leitor na mesa 9 ou mesa 1

─ Obrigado .2 você salvou minha vida

Saio e vou em direção pretendo chegar lá em ponto para não esperar tanto, Douglas ainda me mostra outra saída, que saio do lado da estação de metrô.

Às 14h chego na loja de antiguidade, jogo as moedas no copo do mendigo que eu torço para que seja esse, dou os dez passos para o norte e paro de frente a uma loja de roupas, então espero.

Pouco depois, um senhor para ao meu lado, deve ter seus 65 anos, cabelos grisalhos, está com livro de astronomia na mão direita, está de social também, um terno cinza, com uma camisa azul e uma gravata cinza grafite, o terno é sob medida, ele é alto 1,90 imagino, tem olhos pretos e pele negra, e parece gostar de academia, já que é forte.

─ .2, siga-me por favor!

Eu o sigo ele entra na loja, por uma porta nos fundos e mais uma escadaria a baixo até chegarmos, a uma sala, decorada com um tema espacial, constelações, cometas, planetas, eu diria que parece o espaço, mas como nunca estive lá.

Ele senta atrás de uma mesa dessas de escritórios, se reclina na cadeira para trás, um pouco à cima na parede em suas costas está um quadro, que mostra um desenho do que imagino eu ser a constelação de sagitário, o quadro é bonito, mas está torto na parede e isso me incomoda muito:

─ .2, essa é a base P, ou pelo menos é a principal, muito prazer sou .X o encarregado do programa.

─ É um prazer, Carlos. Muito feliz em conhecê-lo!

─ É todo meu. Eu não disse meu nome, como sabe?

─ Atrás de ti, naquele armário, .X Carlos Maia Amaro.

─ Hum, verdade, ninguém reparou isso antes, vejo que é bem observador

─ Um pouco.

─ Além de observador, o .. disse que você é bom de improviso, os demais relatórios dizem que tem profundo conhecimento em anatomia, matemática, idiomas... Você está bem? ─ Ele me pergunta, porque estou inquieto na cadeira

─ Quase, com licença! ─ Me levanto vou até a parede e endireito o quadro e retorno ao meu lugar ─ Agora sim obrigado.

─ Além de ter TOC ─ ele fala sorrindo ─ e pelo que vejo isso também é verdade ─ ele fala sorrindo

─ Pois é, não aguento ver as coisas erradas, me desculpe.

─ Tudo bem. Precisamos realizar alguns exames, e avaliar se já pode ir a campo ou não, faremos isso amanhã, por hora essa é a chave de seu novo lar, modele ao seu gosto.

Ele me passa um endereço, o qual não revelarei por motivos óbvio, mas é uma casa, numa vizinhança tranquila, com casas longes umas das outras, cercado de árvores e pracinhas com canteiros de flores, lugar que eu realmente não imaginava que ainda existisse em São Paulo a cidade dos Arranha-céus, gostei.

Não é lá uma casa grande, mas para eu que viverei sozinho é ótima. Decorada a moda clássica estilo inglês, como minha preferência quando passei no primeiro teste há um ano, pedir também que deixassem escura a casa o que me disseram ser uma preferência comum entre nós espiões, lugar reconfortante.

Chego por volta das 17h, tomo um banho e morro na cama, já que não dormir ainda!

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