Início / Mistério / Agente .2 / Capítulo 5 - Começando o Trabalho
Capítulo 5 - Começando o Trabalho

Como é feito um espionado? Eu lhe disse que qualquer um pode ser um espião, principalmente a pessoa que você nunca nem se quer imagine, aliais, provavelmente é a pessoa que você nunca imagine, mas a quem espionamos?

Basicamente a todos também. Pessoas com algum poder de influência, ou alguma autoridade política, sejam para o país ou para uma empresa. Funcionários com potencial para ser chefe, com espírito de liderança e uma personalidade marcante.

Talvez pessoas boas que gostam de fazer caridades ajudar orfanatos, creches, casa de repouso. Pessoas que costumam a ajudar senhores de idade, ou que fazem doações para projetos sociais, desses aí que a "plin plin" divulga.

Ah então eu estou tranquilo, pois não faço nada disso! Pois é, você se engana também, talvez você tenha trocado de emprego recentemente mais de uma vez, ou tenha o seu merecido salário aumentado, talvez você se destaque por uma habilidade qualquer, você é o que eu chamo de espionado potencial.

Ah, mas por que perder tempo com isso? Tanta coisa que precisamos de importante, saúde, alimentação, igualdade social, moradia, educação, transporte público, trabalho infantil, isso tudo não é mais importante?

Sim eu concordo em partes com você, mas nós garantimos a segurança, ou a "pseudosegurança" é mais ou menos assim, a polícia tem por dever que garantir a segurança nas ruas, inibir assaltos, tráficos de drogas e essas coisas certo? Pois bem, quando pessoas que deveriam fazer isso e vai para o outro lado, policial corrupto, existe a corregedoria, que basicamente é a polícia dos policiais, certo? Pois bem, mas e quando a corregedoria é corrupta? Imagina você aí se houvesse um "capitão Nascimento" servindo o crime, e aí?

Bom, aí fodeu, simples assim, porque quem tem que cuidar disso é o governo, que praticamente caga e anda para isso. E aonde a AIB entra nisso tudo? Nós temos que garantir que o país esteja seguro, de político, mesmo que isso seria impossível, mas também temos que garantir de infiltrados de outros países, que veem para estudar aqui.

O programa . foi criado com intuito de investigar pessoas influentes que possam fazer o que bem quiserem, donos de emissoras de televisão, com gente na política para lhe cobrir e dar-lhe segurança, é um bom exemplo.

Como por exemplo o senhor Alexandre que eu estou pesquisando agora, hoje é assessor direto do ministro das embaixadas, e fora diretor executivo de emissoras de tv aqui no Brasil, é um belo exemplo de como se tronar um espionado.

Ou seja, se você não está envolvido na política do Brasil e não planeja uma guerra de Estados, fique tranquilo não terá um agente . te espionando, mas isso não quer dizer que não haverá um agente da AIB fazendo isso.

Apesar de que hoje em dia, fazer isso é a coisa mais simples do mundo, já que espontaneamente você fornece todas as informações possíveis sobre sua vida.

Ah que isso eu não falo da minha vida para ninguém. Não é? Tem certeza? Ok então, eu acredito em você, mas sugiro então que você dê uma olhada no seu Facebook, Twitter, Instagram, TikTok e outras redes sociais que existem por aí. Sim você diz muito sobre tua vida! #ficaadica!

Bom, o senhor Alexandre mora bem em um bairro privilegiado em São Paulo, que por motivos óbvios eu não direi que é o Alphaville, afinal não queremos que você vá até lá, não é? Irei visitá-lo.

Mas antes preciso fazer umas mudanças nessa casa!

Horas depois...

─ Bom dia! ─ São 7h, estou na casa do Senhor Alexandre, estou de motorista, o original está de licença então invadir o sistema dele e me contratei como temporário

─ Bom dia, senhor!

─ Quem é você e o que houve com o Almeida? 

─ Sou o Carvalho e estou cobrindo o Almeida por essa semana.

─ Ah verdade, fui notificado.

─ Para onde vamos?

─ Pro Palácio dos Bandeirantes!

─ Sim senhor!

Quando eu peguei o carro, antes dele chegar eu instalei uns espelhos meio escondido no carro assim consigo ver o que leem ou que digitam atrás e talvez até consiga prestar atenção no transito também.

Dirijo enquanto o senhor Alexandre conversa no celular no banco de trás, está falando com uma tal de Geovana Martins, pelo menos foi o que deu para ver em seu celular quando procurava o contato,

─ Então, como andam as coisas Ge? ─ Ele pergunta, não dá para ouvir a resposta, mas deixa com toda certeza o assessor bem animado ─ Ótimo, em dois meses teremos resultado, ok, certo, perfeito, deixa eu desligar que estou chegando na casa do governador.

Ele se despede quando entramos no Palácio, estaciono desço abro-lhe a porta:

─ Ótimo, esteja aqui por volta das 9h30min!

─ Sim senhor!

Ele entra no palácio enquanto eu dou partida no carro são 7h40m, dou uma volta com o carro para ver se eu encontro um possível acesso, como não encontro nada, dirijo de volta à casa de Alexandre.

Tomo um café, com uns seguranças, que me contam a rotina inteira do assessor, de sua esposa Patrícia, seu filho Elias e sua filha Ester.

O senhor Alexandre Raposo Farias é metódico, levanta todos os dias às 5h, e corre, o que é admirável por sinal um político que faça isso, volta em meia hora, toma seu café da manhã às 7h vai ao Palácio dos Bandeirantes, volta às 10h passa um tempo com a esposa e filhos, às 12h sai para o gabinete do prefeito onde fica até às 15h depois sai novamente e se encontra com outros assessores, às 20h ele vai a sua antiga tv, se encontra com o atual presidente da emissora, combina o que pode ou não divulgar na programação jornalística sobre política (isso é o segurança que está dizendo, não quero afirmar que ele manipula as notícias) às 22h ele se recolhe em seu apartamento com exceção a dois dias da semana, pelo menos, que ele vai à algum lugar que ninguém sabe onde, e só volta a meia noite.

Vida agitada para um homem do governo...

Sua esposa Patrícia Oliveira Farias, até onde me contam, é uma ex jornalista da emissora, já ouviu falar nela? Pois é eu também não!

Ela cobria a política no Brasil, mas era a terceira da função, ou seja, era pouco competente e só fazia isso quando não havia mais ninguém, até que em uma entrevista ela conhece o Alexandre e deu o pulo do gato em sua vida, se é que me entende!

Ela acorda às 9h e comanda as funcionárias para preparar o café, já que espera o seu esposo para isso às 10h, depois vai para uma academia e fica lá por 4h (ual!) Depois vai a algum salão de beleza ou shopping ou bar com umas amigas, fica até umas 18h, depois volta para casa e então enforca o resto do dia, mas pelo menos duas vezes na semana saí e só volta às 21h30min meia hora antes de seu esposo se recolher.

Elias Oliveira Farias, o filho mais velho do casal, faz faculdade de direito, levanta às 6h pra fazer qualquer coisa sabe-se lá o que, às 10h se reúne com a família, depois disso saí pra casa de sua namorada, Fernanda Machado, fica até às 16h depois vai estudar e volta pra casa, onde se tranca no quarto e liga um amplificador e uma guitarra e começa a fazer uma barulheira insuportável (outra vez, foram palavras do segurança).

Ester Oliveira Farias, é filha adotiva do casal, Alexandre e Patrícia adotaram-na com 6 anos de um orfanato, ela foi abandonada lá depois que a mãe morreu, pelo o pai biológico, o casal não queria mais ter filhos, já que Patrícia teve uma gravidez de risco e quase sofreu um aborto espontâneo de Elias, porém acharam necessário dar um irmãozinho ao garoto de 10 anos. Segundo o segurança, quando chegaram ao orfanato, Elias se apaixonou por Ester e ele a escolheu, o segurança disse que ele é louco pela irmã até hoje.

Ela está no primeiro ano de pedagogia, sai todos os dias as 6h, inclusive aos sábados e domingos para um curso de inglês, volta às 10h (aliais, o segurança me garantiu que é por isso que o café da manhã em família é às 10h) e fica lá até umas 15h ela vai a um clube para mulheres, onde tem depilação, spa, massagem, e outras atividades estética, volta para casa às 17h de onde não sai mais.

Pergunto como ele sabe tudo isso, ele me responde que trabalha desde quando Elias nasceu, então conhece tudo sobre a família, inclusive seus "little sins." Gostei desse cara vou precisar tomar outros cafés com ele.

Às 9h30m estou esperando o senhor Alexandre, que entra no carro às pressas:

─ Que bom Carvalho, vejo que é pontual, admiro isso!

─ Obrigado Senhor!

─ Vou precisar passar na faculdade de minha filha, ela está sem carro depois vamos para casa.

─ Sim senhor. Onde ela estuda?

─ Mackenzie Higienópolis.

Dou partida consigo pegar a moça na saída, ela ver seu pai acenando então entra no carro:

─ Bom dia, pai!

─ Bom dia filha!

─ Bom senhor... ─ ela faz uma pausa notando o novo motorista ─ como se chama?

─ Bom dia, madame! Carvalho as suas ordens.

─ Então, você está falando comigo e não com meu pai, pare com esse formalismo todo por favor.

─ Como a senhora desejar.

─ Carvalho é sobrenome, quero saber teu nome

─ Augusto, senhora

─ Ótimo, agora por favor pare com esse senhora, me sinto velha assim ─ ela sorri assim como seu pai ─ Trate por você mesmo e me chame de Ester, por favor sem madame ou coisa do gênero

─ Ok, como quiser

─ Ótimo Augusto, podemos ir agora

Ela sorri e pisca para mim então dou partida no carro e vamos para sua casa.

Ester é linda, dá para entender o ciúme de seu irmão, é loira com os cabelos ondulados até o meio das costas tem olhos azuis, mas num tom claro, lindo de verdade, tem um corpo de modelo sem exageros saca? Não é magra demais, mas não chega a ser gorda, tem aproximadamente 1,65, dá para medir pelo tamanho de seu pai que tem 1,70, esboça simpatia no olhar e no jeito simples de falar, e não tira o sorriso do rosto, e até aqui tem mostrado uma humildade fora do padrão estereotipado.

Eles vão conversando sobre a escola e uma viagem que ela pretende fazer, ao norte do país, que percebo olhando pelo retrovisor que seu pai não gostou muito da ideia, mas está disfarçando, muito mal por sinal. Chegamos, desço do carro e quando vou abrir a porta ela é mais rápida e faz isso por conta própria:

─ Precisa disso não Augusto, mas obrigada mesmo assim.

─ É um prazer, sen...

─ Ah não, nem vem com esse “senhora” ─ ela sorrir e pisca pra mim enquanto seu pai desce do carro e vai na frente ─ isso quer dizer que é para eu segui-lo. Obrigada!

Ela se vai, Leonardo (o segurança do café) se aproxima bate no meu ombro:

─ É meu caro! Ela é sempre assim!

─ Ela tem noção do poder que tem?

─ Tem sim, mas ela ao contrário do pai não liga para isso. Na verdade, nem ela, nem a mãe e nem o irmão.

Depois disso me junto aos seguranças novamente para conversas mais triviais, às 11h o telefone da guarita que estávamos toca, Leonardo atende:

─ Pronto! ─ ele faz uma pausa está ouvindo a pessoa falar com a voz tão imponente e audível que não preciso muito para saber que é Alexandre e que está irritado ─ ok senhor imediatamente!

Ele desliga e me olha sério mandando que eu pegue a chave por que o senhor Alexandre vai sair:

─ Se eu fosse você me apressaria, ele nunca sai esse horário, deve ter acontecido algo sério.

Pego o carro ele logo sai em disparada entra no carro, xingando e praguejando tudo e a todos:

─ Me leva a emissora (X) logo!

─ Sim senhor!

Dou partida no carro ele está no celular:

─ Como pode acontecer isso Cláudio? Como a culpa não é tua? O que, ele falou ao vivo? Droga!

Ele desliga o celular:

─ Carvalho, da meia volta, me leve ao Morumbi

Eu refaço o caminho, paro em uma casa grande e bem luxuosa, ele desce um senhor o recebe no portão.

─ O senhor Agnaldo está esperando

Ele manda eu voltar para sua casa que não precisará de meus serviços por hoje, e entra bufando na casa.

Eu dou a volta na casa e percebo uma pequena brecha onde eu provavelmente poderia entrar, mas para isso teria que mudar o disfarce, agora não será possível.

Volto para sua casa, paro o carro e desço.

─ Olá, você deve ser o Augusto!

─ As suas ordens, o senhor deve ser o senhor Farias?

─ Pelo amor de Deus, senhor Farias é o meu pai, só Elias tá bom

─ Sim senhor!

─ Não cara, não! ─ Ele fala rindo

─ Viu maninho, não disse que ele é incrível ─ Ester fala se aproximando, rindo da cena.

─ É sim ─ ele se volta a mim ─ Só Elias, sem esse papo de senhor.

─ Ok, então!

─ Ótimo, será que você poderia levar minha irmã e eu no Jardins?

─ Claro, pra isso estou aqui não? 

─ Não. Você está aqui para ser motorista do meu pai, e não nosso ─ Ester me diz ─ É um favor que fará para nós!

Entro no carro e os levo, a casa de um amigo deles, pelo que fiquei sabendo amigo da família desde sempre, os filhos a quem imagino que os dois foram visitar, se chamava Gustavo e Felipe, um era baterista e o outro baixista:

─ Então Augusto, você gosta de música? ─ Elias me pergunta no caminho

─ Sim curto muito!

─ Curte o que?

─ Rock em geral, sou "Beatlemaniaco" assumido

─ Legal, estou tentando montar uma banda, minha maninha aqui tem uma voz linda sabia?

─ Não, não sabia, uma família de artista? 

─ Nada é exagero dele! ─ Ester responde sorrindo timidamente

─ E você toca mesmo essa guitarra ou só usa pra impressionar as meninas?

─ Um pouco dos dois, mas namoro não dá pra impressionar muito

─ Ótimo, um dia vou querer ouvir o som de vocês

─ Que ótimo ─ Ester fala numa expressão alegre ─ ele poderia ficar conosco né Eli?

─ Acho que papai precisa dele

─ Bom, na verdade ele me dispensou por hoje

─ Ótimo, então fique conosco e vamos ver o quanto curte Beatles.

Não contei isso, mas eu realmente sou fã de Beatles e Rock, meu pai de tanto eu encher o saco, me deu uma guitarra quando pequeno e aprendi então a tocar, depois passei para baixo e bateria, só nunca me dei bem cantando, apesar de saber todas dos Beatles.

Chegamos, eles me falam para entrar e passam o som, Gustavo o baterista teve que sair ficando só Felipe, o que deixa Elias frustrado, já que planejava isso havia um tempo:

─ Espera aí, acho que posso ajudar ─ digo me sentando na batera ─ Não sou tão bom assim, mas pelo menos dá para vocês ensaiarem

─ Ah não? É sério que você toca? ─ Elias pergunta incrédulo.

─ Vamos descobrir! ─ respondo sorrindo ─ Qual a primeira do repertório de vocês?

─ Vamos começar com "In My Live" dos Beatles 

─ Então vamos lá 1, 2, 1, 2, 3 e 4

Começamos a tocar e eles mandam bem a Ester canta mesmo bem e apesar do que Leonardo disse Elias toca bem.

Emendamos uma música na outra, Beatles, Rolling Stones, Queens, Tihuana, Rita Lee, Van Hallen, Raimundos, Charlie Brown, Titans, Skank, Sepultura, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Pitty, Fernanda Abreu e Sammliz. Repertório bem vasto e devo dizer que um inglês fluente e perfeito deles. Terminamos com Raul Seixas.

─ E não é que teu pai achou um motorista bom dessa vez Eli? ─ Felipe fala

─ Verdade, ele é ótimo mesmo.

─ Que isso gente! ─ respondo em escusa ─ Sou só temporário

Parto de volta para a casa deles já são 16h, deixo eles e vou embora.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo