Aquele era o Palácio dos seus Contos de Fada, das histórias que seu pai contava quando ela era criança. Segundo seu pai, o Palácio mais lindo que podia existir era o palácio dos Elfos Primordiais, mas ela sabia que muita das coisas vinham da imaginação dele, da adaptação para as histórias que ele criava para uma criança que vivia sozinha e tinha o pai como único amigo de brincadeiras. Sua mãe não tinha esse mesmo engajamento, não entrava nas situações como seu pai fazia. Ele transformava tudo em mágica. Não havia crianças em Key, ela por muito tempo foi a única. Seu irmão agia como adulto desde que começou a falar. E suas brincadeiras consistiam em vasculhar o mundo. Aventureiro, chegava a passar dias na floresta. Adwig tinha medo. Gostava de seu pequeno mundo, do seu chão, de ter pra onde correr, se precisasse. Ela já sabia que era diferente, que nada poderia machucar ela de verdade, que ela era praticamente imortal. Ainda assim, gostava de segurança e detestava chamar a atenção. S
- Ouvi de longe uma história de baile, festa, nesse Palácio de Conto de Fadas, isso é verdade? - Hermes, que estava ainda do lado de fora, entrou animado. - Bom, se me permitirem, vou fazer desse evento memorável!- Imagino que eu não tenha objeções, pois não fazia ideia mesmo de como iria fazer essa ideia funcionar. - Adwig realmente sequer tinha pensado nos detalhes, nem achava que realmente ia sair da sua cabeça a ideia, mas agora, o envolvimento já tinha se espalhado e ela sorriu. - Se me permitem eu vou avaliar minha casa, que Hermes fez porque eu também sou curioso. Com licença. - Athos saiu, aparentemente deixando os preparativos para o evento serem executados, não parecia mesmo ser muito sua área. - Eu adoro o desafio de criar algo assim em cima da hora. Nesse cenário, então... - Hermes parecia que tinha nascido para aquilo. Adwig sentiu falta de alguém, olhou para a porta e ela estava lá. - Será que posso ficar por aqui, não vou atrapalhar o reencontro de
- Isso é mesmo necessário? - Adwig questionava Dafa perguntava para Hermes, que alisava todo seu corpo, sob o pretexto de alinhar a roupa que ele tinha acabado de vestir.- O senhor é o Rei aclamado. Por mais que não queira ser mais. Pode ser que seja a única festa que participe. Nós convidamos quase toda a população. O certo é que esteja vestido de forma compatível. - Hermes estava realmente empenhado com o evento.Móretar olhou no espelho e, no final das contas, estava bastante satisfeito com o resultado. Parecia um misto de oficial de alta patente de um exército com os sacerdotes das Fadas, de visual que ele considerava mais moderno, com uma roupa azul marinho e vinho e detalhes dourados. A Excalibur, em suas costas, agora se destacava.- Agora, eu que pergunto, isso é mesmo necessário? - Krakor saia vestindo uma roupa vermelha que nitidamente não tinha caído bem. - Sou o palhaço da corte, né? É isso que você quis dizer, Hermes? - Meu caro, percebe-se que não tem o m
Adwig foi com Móretar para a pista central. Pelo menos essa era sua expectativa, tendo em vista que andaram muito e não chegavam nunca, o que era um absurdo, pois eles conseguiam ver o lugar desde que entraram. Ao que tudo indicava, havia uma ilusão de ótica: uma leve inclinação, praticamente imperceptível, no chão e uma quebra na estrutura espacial, que permitia uma ampla visualização do que acontecia lá dentro, mesmo com o espaço sendo elástico.Hermes ainda estava tentando demonstrar como tudo seria preparado, mas a música tocando fazia os convidados se soltarem e se mostrarem com pouca disposição à organização.- É um conceito diferente de música, pelo menos pra mim - Móretar falou para Adwif. - Tocada por esses instrumentos tão estranhos, sem ninguém os controlando. Não imagino como Hermes possa ter conseguido isso. - Ele é muito poderoso, a quantidade de coisas que ele consegue deixar funcionando automaticamente, parece até algum tipo de feitiço. As fadas que consegu
- Não se preocupem... Vocês todos serão guiados, só deixem o corpo leve e aproveitem! - Hermes cochichou entre eles, tomando também seu lugar, junto a seu par. O som recomeçou depois de uma pausa e agora era uma valsa. Uma linda e harmoniosa valsa. Realmente, mesmo que não quisessem dançar, os casais se tornaram verdadeiras marionetes. Mas a coreografia era incrível. Adwig se deixou levar e ficou apenas olhando Móretar nos olhos, enquanto os passos eram executados com perfeita precisão. Eram malabarismos incríveis e ela voava pelo ar, como se fosse uma boneca de pano. Conseguiam ouvir o eco do público espantado. Ela mesma quase fazia coro junto, a cada finalização de movimento.- Seu perfume é muito gostoso. - Móretar disse ao pé do ouvido dela, quando ficaram por um tempo maior dançando colados, deixando-a um pouco desconcertada. - Eu
- É sério que isso saiu mesmo da sua cabeça? - Dafa perguntava para Adwig, olhando as grandes oposições que a decoração demonstrava por todos os lados. As cores das paredes, que iam do rosa e azul claro para o preto, já demonstravam um cenário que, ora faziam parte do conceito de Castelo Mágico infantil, ora de algum conto de Halloween.- A forma como Hermes conseguiu refletir isso aqui, nem eu poderia descrever - Adwig respondeu. - E pra chegar na Torre é longe, né? - Móretar observou, depois de já terem subido bastante. - Confesso que chega ficar receosa sobre o que vamos encontrar. - Adwig comentou e deixou os dois apreensivos. Quando chegaram, a porta gigantesca já indicava que não era algo simples o que haveria do lado de dentro. Adwig abriu e deram de cara com uma espécie de templo místico. Parecia muito com os Templos das Fadas q
- Acho que estou com fome, agora que estamos prontas, que acha de vermos se Hermes deixou alguma maluquice diferente para comermos? - Dafa sugeriu. - Vamos descer! - Adwig concordou. As duas deixaram Móretar dormindo e desceram toda aquela extensão de escadas até um salão que era apropriado para as refeições. Passaram pela porta e encontraram Emma, as outras garotas e Teleret. Cumprimentaram Emma e Raquel que estavam separadas das outras. - Fala pra ela... - Raquel cutucou Emma, resmungando. - Adwig. Como vai? Teve uma boa noite de sono? - Emma introduziu o diálogo. - Tive sim, espero que vocês também, mas acho que tem algo que ela quer que você me fale. - Adwig se antecipou. - Minha irmã, a responsável pela existência desse lugar incrível! Nós vamos morar aqui para sempre. - Teleret abraçou Adwig com entusiasmo. - Que not&iacut
- Elaryan, porque não nos conta logo o que irá acontecer ou nos leva para definirmos tudo de uma vez? - Athos perguntou, sem parecer ter levado em consideração tudo o que ela tinha acabado de dizer. - Meu querido, você imagina como é para mim, então, querer chegar logo nesse ponto e ter que viver detalhe por detalhe do caminho? Como eu disse, estamos próximos, só que ainda tem muito o que se fazer, mas que bom que agora, finalmente você sabe que estamos do mesmo lado. - Ela disse de uma forma entusiasmada. - Eu jamais estarei ao seu lado. Nossos objetivos podem se encontrar, mas eu nunca estarei junto de você, concordando com seus métodos - Athos respondeu com muita atitude.- Tudo bem, meu amor. Pense assim enquanto ainda puder, sou paciente, você nem imagina o quanto. Usem o Palácio de Adwig como base. Reúnam aqui todos aqueles que vocês querem proteger. O Pa
- Krakor, ela está nos guiando pelo destino, para cumprirmos nossa missão e encontrarmos o que procuramos pela eternidade.- E o que seria isso?- Respostas.- Imagino que você tenha algumas delas para nós - Athos entrou na conversa.- Não respostas, mas indicações. E a maioria não parece muito fácil. Não são nada fáceis na verdade. - Juper não parecia uma pessoa otimista.- Eu vou explicar...Juper começou a explicar os cenários. Foi separando missões e fez questão de distanciar os que ele chamava, provavelmente para não contagiar com muitas informações os participantes de cada uma das tarefas. Athos deveria levar Drácula para algum lugar. Deveria ser algo muito chocante pois eles ficaram atordoados. Depois de falar com Emma, ela foi reunir toda sua equipe. Móretar, após receber sua