Adwig despertou com algumas gotas de água pingando em seu rosto. Já imaginava que poderia estar num ciclo temporal, quando se deu conta que se lembrava de quem era ela. Estava debaixo de uma árvore e as gotas de orvalho pingavam em seu rosto. Levantou-se e, para seu alívio, reconhecia aquela floresta. Ela estava novamente no planeta Key. Aparentemente, olhando para seu próprio corpo, estava tudo no seu devido lugar. Levantou e, daí sim, notou uma grande diferença. Ela estava flutuando. Não que ela já não conseguisse voar antes, mas a gravidade para ela, agora, estava completamente diferente. Teve que realizar um tremendo esforço para ficar no chão. Aos poucos foi se adaptando, utilizando a pressão do ar ao seu favor, mas gastava energia para manter-se de forma normal ali.
Estava próxima da casa de Mantelar. Isso, significava muita coisa, para ela. Ela tinha pensado, antes de morrer, naquele local em específico e foi para lá que acabou indo. Não pensou na caverna que viveu séculos- Existe uma Deusa. Alguém muito acima de nós, alguém muito acima de qualquer um. Ela sabe de tudo, ela coordena tudo. Ela sabia que seríamos capturados. Fazia parte do plano dela. E se ela sabia e eu ainda estou vivo, meu verdadeiro objetivo nunca foi te capturar, mas te contar tudo que sei. - Dr. Ferne não parecia estar sendo interrogado, parecia conversar consigo mesmo.Estava amarrado em uma cadeira. Mantelar não tinha dado chance para os outros escaparem, colocou-os numa armadilha que se tentassem fugir, morreriam inevitavelmente. Precisariam de muito poder para se livrarem dali e não parecia ser o caso deles possuírem tal poder.- Dr. Ferne, o que essa deusa quer que eu saiba? Quando fui usada como cobaia, ela já sabia algo sobre mim? - Adwig tentava trazer o Dr. Maluco de volta pra frequência normal do diálogo com ela.- Não entende, o que você não entende? Imposs&ia
O processo agora já não era mais tão complexo. Dr. Ferne tinha uma mini maleta, que possuía uma tela e uma seringa. A tela era sensível ao toque e o Dr. tinha um mapa do Universo ali. Bastava ele selecionar uma localização que era sintetizado o soro correto. Adwig era praticamente imortal, quase imortal, mas sua morte havia causado transformações nessa fisiologia e, agora, ela não mais tinha essa característica. Apesar de ainda ser muito difícil sua morte, não era mais condicionada ao sacrifício por um bem maior. Não havia esse impedimento em seu cérebro, bastava apenas ela querer morrer. E foi isso que fez com o soro correndo em suas veias. Dr. Ferne carregava também uma espada em sua cintura. Enquanto Adwig desaparecia no ar, ele sacou a espada e com ela criou um portal de teletransporte pelo qual se foi, levando seus colegas e Mantelar. Mal desceram no planeta vermelho em local deserto e Dr. Ferne preparou outro soro, repetindo o mesmo processo anterior. Adwig morta, desa
Adwig tentava descobrir se era agora mais poderosa que Poseidon para atacá-lo. Sua análise era de que o mais provável era que no máximo ela conseguiria um equilíbrio de forças. Ela passou a pensar que talvez não tivesse sido uma boa ideia trazer Mantelar, pois ela teria a preocupação com ele como desvantagem. Mas não se arrependeu de ter seguido o Dr. Ferne. Ela estava mesmo mais evoluída agora e se não tivesse ido, não poderia tentar impedir os objetivos, que Elaryan e Poseidon poderiam ter. Ferne também estava em perigo e ele estava sendo usado, era alguém que precisava de ajuda.- Você foi a única pessoa até agora em quem o processo do Dr. Ferne funcionou. - O salão onde eles apareceram era realmente majestoso, com uma decoração robusta. Poseidon pegava uma bebida, numa espécie de adega que ficava atrás de uma p
Adwig e Mantelar ficaram deitados na grama, abraçados. Ele acariciava o cabelo dela, com uma sutileza que nem parecia ser possível vir das mãos de um homem tão grande. Ela vez por outra beijava a parte baixa da lateral de seu rosto e passava a mão em seu peito, como se dedilhasse seus músculos. - Por que passamos tanto tempo longe? Por mais que as coisas sejam diferentes hoje, podiam ser boas naquela época também, não podiam? - perguntou Adwig. - Se não foram, não podiam, Ad. Nossa mente permite apenas as coisas com as quais podemos lidar. Olhar para trás com nossa cabeça de hoje e julgar parece fácil. - Mantelar filosofava a respeito e Adwig sentia-se ainda mais atraída por ele. Um barulho estranho aconteceu no mato, acima e perceberam que havia mais alguém além deles. Levantaram-se, vestindo-se rapidamente e foram verificar. - Vocês! Vocês estavam com Poseidon! Foi ele que mandou vocês até nós? - perguntou Adwig, pronta para atacar se achasse necessário. A mulh
Adwig começou a contar para a mãe tudo que aconteceu depois de sua morte.Mantelar preferiu deixar as duas sozinhas conversando e se afastou.Relembrar as coisas que viveu, apesar de deixar Adwig deprimida, parecia necessário, para que sua mãe entendesse um pouco melhor o significado de sua ausência.É claro que ela não teve culpa pela própria morte, muito menos responsabilidade sobre a decisão do pai de passar a procurá-la pelo Universo, mas ainda assim, parecia uma forma interessante dela conhecê-la melhor. Talvez a própria Adwig conhecer a si mesma.Lembrou que depois de desistir do trono de forma forçosa, apesar de ninguém ter tirado seu direito de permanecer no Castelo, ela passou a sentir-se julgada e acusada por todos. Faziam caras e bocas para ela, comentavam pelos cantos. Ela inclusive ouviu comentários de que não deveria mais ficar lá, qu
Ao irem na direção do barulho, Adwig e Médera encontraram Móretar e Mantelar caídos de uma forma um pouco estranha. Não dava pra entender muito bem o que tinha acontecido. - Deixamos vocês dois sozinho por alguns minutos e vocês quase se mataram? - Adwig deu uma bronca em Mantelar. - Olha, pela posição que os dois ficaram, não sei precisar muito bem se tentavam se matar mutuamente ou se esperavam conseguir alguma outra coisa. - Médera gargalhava da situação que realmente parecia um pouco cômica. - Será que vocês podem nos ajudar? - Mantelar orientou as duas dizendo para tomarem cuidado pois Móretar tinha um corte no pescoço e que sua perna era a única coisa que estava mantendo-o vivo. Com sua mão, Médera fez o ferimento de Móretar parecer que nunca tinha existido. Adwig, por sua vez, tirou os braços de M
O choque que Adwig sentiu com a atitude de Móretar foi imenso e diante da cadeia de acontecimentos seguintes ela ficou praticamente anestesiada. Não conseguia pensar ou assimilar o que estava acontecendo a sua volta. Olhou a sua frente e viu Dafa que, aparentemente, teve a mesma reação que ela, mas seu olhar era de puro ódio. A dúvida de Athos era sobre o que eles fariam com Hades e Poseidon e sua mãe começou a conduzir todo o restante das ações, como se tivesse todas as respostas. Contou para Athos que havia uma espécie de prisão ali na estrutura de Atlantis, dentro do Castelo, que poderia prender qualquer ser, incluindo o próprio Poseidon, que não havia sido feita por ele. Athos teletransportou todos e seguiu cada orientação de Médera. Segundo ela, apenas quem selava aquela estrutura que parecia de vidro poderia abrir novamente, naquele sistema. Ele n&
Adwig e Dafa acordaram ao mesmo tempo, na mesma cama, uma olhando para a outra. - Precisamos para com esse hábito de acordarmos juntas... - Adwig falou, levantando-se num pulo. - Não pense que é da minha vontade também - Dafa respondeu à provocação, mas permaneceu deitada. Estavam num quarto hermético, completamente fechado. Paredes, teto, chão brancos e iguais. Estavam numa caixa quadrada. Estavam apenas numa espécie de colchão feito de um monte de retalhos empilhados. Ainda assim era macio. - Vai ficar aí parada? - Adwig perguntou. - Assim que eu abri os olhos, movimentei uma corrente de ar que tentou achar alguma brecha por toda a sala. Esse processo levou 5 segundos. Eu já sabia que não teríamos como sair daqui antes de você sequer parar de olhar para mim. O ar é oxigênio puro somado apenas com cartox, pequenas moléculas capazes de transformar qualquer gás em uma sala fechada em oxigênio. Por essa composição, acredito que essa prisão não foi pensada especific