— Chefe, a senhora Silva já saiu. Nossa equipe está indo buscá-la.— Informou Assistente Martins enquanto apertava o botão do elevador, falando com respeito:— Atualmente, bloqueamos todas as saídas possíveis para o lado de Chris.Quando as portas do elevador se abriram, os seguranças empurraram a cadeira de rodas para dentro. Assistente Martins entrou logo atrás, visivelmente preocupado. Ele não concordava com a decisão de Rodrigo de vir ao local. Seu chefe ainda estava se recuperando e a situação era cheia de incertezas. Sabiam que Chris vinha fortalecendo sua base de poder nos últimos tempos, mas essa intervenção antecipada se tornara inevitável. Enquanto isso, Chris, disfarçado de Rodrigo, recebeu a notícia de que seus homens haviam sido detidos. Seu rosto escureceu de raiva enquanto ele se preparava para sair, mas foi interrompido por Vera. — Rodrigo, Senhor Pedro quer falar com você.Chris estendeu a mão para afastar a mulher que estava em seu caminho, mas parou ao ouvir a vo
— Me obrigar a casar com a Vera e dar ações pra uns gêmeos que caíram de paraquedas.— Rodrigo soltou com um sorriso irônico no canto da boca.Pedro, com o rosto sério, lançou um olhar penetrante e rebateu: — Como assim ‘não sabe de onde vieram’? Eles são seus filhos agora!Rodrigo ergueu uma sobrancelha:— Desculpa, mas meus filhos só vão nascer da minha esposa, e eu nunca toquei na Vera. Ela não pode ter filhos meus.Enquanto o clima entre pai e filho esquentava, o Assistente Martins bateu à porta e entrou, informando: — Os convidados de honra já foram encaminhados e o pessoal do hotel se retirou.Para a festa de hoje, o hotel não recebeu outros hóspedes além dos convidados e da equipe, facilitando os planos de Rodrigo.— A senhora Laura foi levada para a sala de descanso 02 no sexto andar, e já tem gente indo lá. A senhora Silva também subiu para o sexto andar.— O Chris pegou a senhora Pereira e a Érica e subiu com elas para o décimo quinto andar de elevador.— Completou o Assistente
No elevador, Chris sorriu gentilmente para Beatriz:— Bia, com essa sua atuação, é um desperdício você não estar no mundo do entretenimento.Beatriz deu um sorriso leve:— Digo o mesmo, Chris. Sua atuação supera a minha.Eles trocaram elogios, mas Chris, com uma expressão complexa, inclinou a cabeça para estudá-la. Mesmo agora, ele não conseguia ver nenhum sinal de medo em seu rosto.— Você acha que o Rodrigo consegue te tirar das minhas mãos?— Ele perguntou, descontraído.Beatriz observava o elevador subir, sentindo as palmas das mãos suadas de tensão, mas mantinha a aparência calma. Com uma expressão indiferente, ela respondeu: — Não sei se o Rodrigo vai conseguir me salvar, mas, considerando que minha vida está em suas mãos, me diga, quem é o pai da criança que você carrega junto com a Vera?Enquanto perguntava, sua mente trabalhava em um plano para se livrar daquela situação.Ao ouvir a menção à criança, a expressão de Chris mudou para uma mistura intensa de ódio. Ele lançou um olhar
Assim que Chris terminou de falar, Rodrigo lentamente se levantou da cadeira de rodas. Assistente Martins entregou uma bengala a ele. Rodrigo tinha acabado de passar por uma cirurgia; andar ainda puxava as cicatrizes das feridas e causava dor.— Que tal isso: você solta as duas e me leva como refém no lugar delas. Que acha?— Rodrigo sugeriu, com um tom calmo.Assistente Martins ficou pálido:— Chefe!Rodrigo levantou a mão, indicando para ele ficar quieto.Chris observava atentamente o estado de Rodrigo. Sendo médico também, ele percebeu que Rodrigo realmente precisava da bengala; não era fingimento.Pensando bem, Chris preferia ver Rodrigo morto a continuar com seu joguinho perverso.Chris deu um meio sorriso:— Joga fora essa bengala, sem armas, revira os bolsos e vem até aqui.Beatriz olhou para Rodrigo, balançando a cabeça em sinal de negação.Rodrigo sorriu para ela, jogando a bengala de lado e caminhando até ele.Chris, vendo o olhar trocado entre os dois, soltou uma risada fria:—
Na cidade A, em um hospital privado.Rodrigo estava sentado na cadeira de rodas, olhando friamente para Daniel.Daniel, um tanto constrangido, forçou um sorriso. Ele, na verdade, também não queria estar ali, mas não tinha escolha. O Grupo Santos precisava dele.Ele tentou argumentar novamente:— Senhor Rodrigo, o presidente realmente está doente. A empresa precisa que o senhor volte para assumir a administração.— Ele está doente? Que milagre.— Rodrigo zombou.Daniel fingiu não ouvir o comentário.Rodrigo continuou com frieza:— Eu não vou. Ele gosta tanto dos gêmeos, pode deixá-los cuidando da empresa.Daniel sentiu uma gota de suor escorrer. Um absurdo, como bebês que nem têm um ano poderiam gerir uma empresa?Assistente Martins acompanhou Daniel até a saída, e enquanto caminhavam, os dois tentaram sondar informações um do outro.Após despedir-se de Daniel, Assistente Martins voltou ao quarto de Rodrigo:— Hoje, nossos homens ainda não encontraram nenhum sinal da senhora Silva. Além dis
Nove meses de gravidez.Quando Beatriz deu à luz Andrea Silva, era exatamente setembro, início da primavera. Ela despertou sentindo o cheiro de desinfetante no ar e uma dor incômoda em seu corpo. Tinha sido um parto natural, e ela passou um dia e uma noite inteiros em trabalho de parto.— Você acordou. Está sentindo alguma coisa?— Perguntou Chris, que havia passado o dia anterior inteiro esperando do lado de fora da sala de parto. Ele parecia exausto.Beatriz não se sentiu tocada. Ela o encarou e perguntou com a voz rouca:— Onde está minha filha?— Você deve estar com fome. Vou pedir algo para você comer.— Chris massageou as têmporas e fez uma ligação.Assim que desligou, Beatriz insistiu, olhando fixamente para ele: — Chris, você não ouviu minha pergunta? Onde está minha filha? Responda!Ela encarava o homem, sentindo um aperto no peito, com medo de que ele pudesse fazer algum mal à sua filha.— Sou surdo do ouvido esquerdo, não é estranho não ouvir direito.— Chris serviu um copo d’
— Beatriz, me entregue a criança.Beatriz segurou a filha ainda mais forte, tremendo por inteiro. A ideia de ver sua filha, com apenas um mês de vida, sendo levada embora era um golpe no coração.— Não.— Beatriz, é melhor cooperar, ou vou te dar uma injeção para dormir um pouco.— Chris disse, sem nenhuma expressão no rosto, com uma frieza cruel.Os cílios de Beatriz tremeram levemente. Ela olhou para a filha em seu colo, chupando o dedão, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Seu coração estava em pedaços.Chris se aproximou, observando-a:— Eu prometo, vou cuidar bem da Andrea.As palavras dele não trouxeram nenhum conforto para Beatriz; ela não confiava em nada.— Entregue a criança.Chris começou a soltar um a um os dedos de Beatriz. Ela, por amor a Andrea, não ousou segurá-la com muita força.Chris então passou a menina para uma mulher que a aguardava. A mulher saiu do quarto com a criança nos braços.A porta se fechou.No instante em que perdeu a visão da filha, toda a calm
Vera até pensou em correr para confirmar se era realmente Beatriz, mas ao ver a senhora Reis chegando, desistiu da ideia por ora.A senhora Reis sorriu gentilmente:— Eu já disse que não precisava vir me buscar. E as crianças?— Elas estão no carro esperando a senhora, madrinha. Já faz meses que não nos vemos!A senhora Reis gostava muito de Vera e, dois anos atrás, a havia adotado como afilhada. — Você sempre tão doce. Trouxe presentes para as crianças.— E o meu presente? Por que só as crianças ganham?— Vera brincou, fingindo ciúmes.— Claro que não esqueci de você.As duas saíram do aeroporto conversando e rindo.Cinco anos atrás, o casal Reis teve uma conversa com Pedro. Vera, apegada aos gêmeos, não queria se afastar deles. Embora não pudesse morar com o clã Santos, tinha permissão para visitá-los e ver as crianças.— Vovó, a Érica sentiu muito sua falta!— Disse Érica, vestida como uma princesinha, estendendo os braços para um abraço. Vera a pegou no colo, e a menina levantou a ca