Rodrigo colocou o fone, olhando uns papéis e falou com uma voz de sono:— Estou sem tempo, cara.Thiago não acreditou: — Tão ocupado assim?— É. — Respondeu Rodrigo, já prestes a desligar o telefone, mas aí lembrou de uma coisa: — Que presente cê dá pra deixar uma mina feliz?A voz dele continuava indiferente.— Olha só, que surpresa. — Thiago riu, já bem acostumado com esse tipo de assunto: — Manda um diamante, algumas peças de grife, ou até um apartamento...Antes de terminar, Rodrigo já tinha desligado.Thiago ficou confuso.Será que o cara não curtiu as ideias?Ele conhecia bem o mau humor de Rodrigo, já sabia que ele devia ter achado as ideias ridículas.Na InovaTec.Beatriz tinha acabado de sair da sala do presidente quando o telefone da sua mesa tocou. Era a recepção.— Beatriz, tem um senhor chamado Martins que trouxe um pacote pra você.Martins? O assistente do Rodrigo?— Já estou descendo. Por favor, pede pra ele me esperar, obrigada.Ela pegou o celular e foi direto pro elev
Cristina tava pensando em ir até o Bela Vista e ficar lá plantada esperando a Beatriz.Mas aí ela mudou de ideia.— Calma aí, Íris. — Cristina falou para acalmar a filha caçula e pegou o celular.— Se não dá pra ver ela em casa, deve ter outro jeito. Deixa eu mandar uma mensagem pra alguém.Em pouco tempo, a pessoa do outro lado, um estranho, respondeu à mensagem:[Beatriz agora é funcionária da InovaTec, secretária do presidente.]Cristina ficou meio surpresa. Beatriz tinha ido parar na InovaTec.— Vou até a InovaTec falar com ela.— Mas, mãe, e se a Beatriz não concordar em nos dar o dinheiro? O que faremos? — Íris perguntou, ainda preocupada.— Não se preocupe, ela vai aceitar. — Cristina deu um sorriso: — Se ela não quiser passar vergonha, vai ter que soltar a grana.Cristina estava disposta a fazer qualquer coisa pela filha mais nova.Íris, ainda fungando, se aconchegou no ombro de Cristina, dizendo carinhosamente: — Só você que me ama de verdade, mãe.Quando a Beatriz recebeu a l
Cristina respirou fundo. Pelo jeito, jogar na cara os favores não ia fazer a Beatriz mudar de ideia.— Beatriz, não importa o que você pense, Íris ainda é sua irmã. Se você não ajudar, ela vai acabar casando com um homem 30 anos mais velho. Você realmente não vai fazer nada por ela?— Ela nem é minha irmã de sangue. Casar com um cara mais velho só vai trazer benefícios, ele vai cuidar bem dela. — Beatriz sorriu com desdém, como se nada a atingisse.Cristina franziu a testa, visivelmente irritada, e sua expressão endureceu: — Então é isso? Você não quer ajudar, é isso mesmo?— Isso mesmo. — Beatriz respondeu, balançando a cabeça com indiferença.— Já que é assim, não reclama se eu, como sua mãe, tiver que ser cruel.Cristina olhou pra Beatriz meio esquisito e falou friamente: — Se você não quiser que todo mundo saiba que você já foi assediada pelo velhote diretor do orfanato, é melhor transferir os 7 bilhões.Beatriz perdeu o ar despreocupado: — O que você disse?— Você pode até ter pe
Beatriz percebeu que Cristina tava escondendo algo.Ela arriscou: — Foi o diretor do orfanato que te mandou essa foto, né?Cristina não respondeu diretamente à pergunta: — Não importa como essa foto chegou até mim. O que importa é: você já pensou bem no que vai fazer?Beatriz deu uma pausa, depois sorriu de canto: — Então, primeiro responde a minha pergunta.— Não sei quem enviou. — Cristina falou toda seca: — Nem lembro que ano foi.Beatriz baixou os olhos: — Me dá uns dois dias pra pensar.Cristina notou o sinal de que Beatriz poderia ceder e deu um sorriso leve: — Olha, os 3 bilhões que sobram dão pra você viver na farra. Fica tranquila que eu não vou espalhar a foto.— Pode ir, eu tenho que voltar ao trabalho. — Beatriz disse com frieza.Cristina, satisfeita por ter obtido o que queria, pegou sua bolsa e saiu, deixando a foto com Beatriz.Beatriz ficou sozinha na sala.Tudo quieto.De repente ela deu uma risadinha.Na real, ela tinha outra ideia do que podia ter rolado.Mas não imp
Ana ficou um pouco incomodada no começo, mas quando viu Beatriz pagando tudo, ficou toda animada.Camila nem esperava encontrou Beatriz.— Beatriz, vou levar esse vestido, vai lá pagar.Enquanto Beatriz tava pagando, Ana ficou se olhando no espelho com o vestido.Camila olhou para a peça e comentou com um sorriso: — Linda essa saia.Ana virou-se para ver quem falava, uma mulher de óculos escuros que parecia familiar. — Obrigada.— Você é amiga da Beatriz? — Perguntou Camila.— Você conhece Beatriz? Nós não somos amigas. Ela é secretária do meu namorado. — Ana respondeu, sem muita emoção.Camila esteve um brilho nos olhos. Parece que Beatriz tava mal das pernas. Até acompanhar a namorada do chefe pra fazer compras agora faz parte do trabalho?Beatriz voltou depois de pagar, viu Camila, mas fingiu que não a conhecia. Ela se virou para Ana: — Senhora Cabrita, quer continuar comprando mais alguma coisa?Ana queria comprar mais, mas sabia que se gastasse demais o Aaron podia chutar ela.— N
Quando Rodrigo deslizou a mão para o fecho do sutiã de Beatriz, o toque insistente do celular interrompeu o momento. Ele tentou ignorar e desligar o aparelho, mas Beatriz o impediu. Era Laura ligando para convidá-la a ir até a sinuca. E, como dizem, amigas vêm primeiro, namorados podem esperar.Beatriz aceitou o convite com um sorriso, e após desligar, conseguiu acalmar o Rodrigo irritado, convencendo-o a deixá-la ir. Rapidamente, ela trocou de roupa, vestiu um vestido novo e partiu de carro para se encontrar com Laura.— Bia, finalmente! — Laura acenou animada quando Beatriz entrou na sala de sinuca.Laura tinha reservado o local para a noite inteira. Homens e mulheres, todos com roupas de grife, ostentando relógios caros. A maioria ali fazia parte da elite, jovens ricos e mimados. Beatriz reconheceu alguns rostos de eventos que ela costumava ir com Lucas. Assim que chegou, dois homens ficaram sabendo: Rodrigo, que ela havia mandado de volta para o hotel, e Lucas, seu ex.Alguma
Rodrigo estava vestindo uma camiseta preta e calças pretas, e a mamba negra tatuado em seu braço chamava a atenção. Ele virou a cabeça e olhou para Beatriz.— Rodrigo, não tem jeito mesmo, né? — Beatriz riu. Ela já tinha conseguido mandá-lo de volta ao hotel, mas ele apareceu ali para buscá-la. Sob a luz do poste, o rosto de Beatriz parecia ainda mais radiante.Do carro, Lucas, que observava tudo, sentiu seu coração bater descontrolado. Sua voz soou rouca ao ordenar ao motorista: — Vamos embora. — Enquanto o carro passava em frente à sinuca, ele avistou Rodrigo carregando Beatriz nas costas.Rodrigo a segurava firme, uma mão apoiando suas pernas, enquanto sentia o calor do corpo dela contra suas costas largas. O rosto de Beatriz estava próximo ao seu, e ela sussurrava no ouvido dele. Ele virou a cabeça ligeiramente para perguntar: — Vamos para casa?Beatriz fez um biquinho: — Beija primeiro.Rodrigo soltou uma risada sexy.Ele apertou-a levemente e depois soltou: — Ô mulher, não me pro
Rodrigo foi despertado pelos toques no peito e abriu os olhos com uma expressão de cansaço, mas divertida. Ele puxou Beatriz, que estava aninhada em seus braços, e falou: — Se não levantar agora, vai se atrasar pro trabalho.Os dois ficaram se pegando até altas horas da madrugada.Beatriz estava esgotada, não aguentava mais. Então ela inventou na hora que tinha uma reunião cedinho só pra fazer o cara parar com aquela palhaçada . Ainda sonolenta, ela foi obrigada a levantar quando recebeu uma ligação de Aaron, que insistia para que ela chegasse cedo ao escritório. O pessoal da Grupo Moreno estaria lá, e como A InovaTec e a Grupo Moreno eram tipo rivais e parceiras ao mesmo tempo, Aaron queria tudo perfeito.Rodrigo, ainda ajustando os botões da camisa, olhou de lado para Beatriz e provocou: — Se você não quer trampar, que tal gastar a minha grana?Beatriz bocejou, sem abrir muito os olhos, e respondeu preguiçosa: — Nem precisa, obrigada. — Ela ainda estava meio enrolada nos lençóis.