— Pensei que pensasse nele com amor!— ele ficou confuso. Eu apertei as peças de lingerie com as mãos trêmulas, como se pudesse assim encontrar forças para impedir que as lágrimas rolassem pelo meu rosto. — Isso virou um pesadelo para mim!— confessei angustiada. — Posso compreender. Você não pensou que pudesse ser ele. Confesso que nem eu, para mim foi um choque! Ele permanecia na porta, o que aumentava a minha angústia. Avancei para ele e abracei o seu corpo, encostando a cabeça no seu peito. — Sei o quanto isso é desagradável para você, Romeu, por isso te entendo, mas agora eu não tenho para onde ir com o meu filho! Ele não me abraçou, permaneceu sem reação, mas depois de respirar fundo, angustiado, procurou me acalmar, se afastando e dando um passo para trás. — Não se preocupe com isso, Juliette. Não pretendo mandá-la embora desta casa. Ele ficou a menos de um metro de distância de mim, mas parecia muito mais. — Não gostaria que me olhasse como uma mulher que de
— Casar?— Eu pensei não ter ouvido direito. — Isso mesmo, Juliette, casar!— Arthur insistiu. — Não, casar não! — Por que não, Juliette? Eu fiquei confusa e levantei, me sentando na cama com dificuldade. — Eu não sei, Arthur. Eu sou mulher do seu pai! Arthur riu compreensivo e segurou a minha mão, elevando para os lábios. — Não precisa ser mulher dele para sempre! Você pode se divorciar. Sim, eu entendia que um divorcio seria inevitável, mas ser mulher de outro homem, para mim, era inadmissível. — Não posso, Arthur! Arthur tentou ser paciente. — Por que, Juliette? Meu Deus, o que tem de tão terrível nisso? Eu sou o pai do seu filho! Precisa de um motivo melhor? Eu estava atordoada, olhava em volta, enquanto falava como se fosse um robô. — Eu não consigo imaginar outro homem me tocando, Arthur, não consigo! Arthur me envolveu com os seus braços carinhosamente, para que eu me acalmasse. — O meu pai não foi o primeiro, Jul
Arthur ficou surpreso e deu um passo para trás, mas ainda conseguiu ser sarcástico: — Isso quem decide é ela, pai! Pode acreditar, ela tem tanta certeza que eu sou o mascarado misterioso, que nunca duvidou diante das evidências. Romeu entristeceu e olhou para a escada decidido. — Vou subir e falar com ela. — E para quê? Não sabe o estado em que a deixou! Ela já deve estar dormindo! Romeu não se deu por convencido e avançou para as escadas. Em vão, Arthur tentou evitar. — Pai, espere! Não vá, por favor! Romeu chegou no meu quarto e entrou sem acender a luz. Eu dormia profundamente e não percebi. Ele acariciou os meus cabelos, sentado à beira da cama, e ficou ali algum tempo, até que se retirou, indo para o seu quarto. Arthur vinha no corredor e parou para o interrogar: — Conseguiu falar com ela? Sem parar de andar, Romeu respondeu: — Não, mas amanhã vou falar claramente durante o desjejum. Arthur ficou boquiaberto, v
Eu comia e sorria. Romeu me olhava admirado, como se estivesse vendo uma criança feliz. Já Arthur, fechou o semblante e mal conseguiu comer. No carro, a caminho do trabalho, ele desabafou com o pai. — Não faz nenhum sentido essa condição que impôs! Romeu não se alterou. — São as minhas condições e vocês só tem que aceitar. Se for um bom observador, vai ver que ela ficou até feliz com isso. Ao que parece, não quer casar-se com você, mesmo sendo pai do seu filho. Arthur engoliu em seco e segurou a emoção para não demonstrar sua contrariedade. — Como quiser, senhor Romeu, mas foi o senhor quem decidiu se divorciar por não aceitar que a sua esposa guardasse no ventre, um neto seu. Romeu empalideceu e se ajeitou no banco, segurando a gola do paletó. * * * Enquanto isso, eu dividia a minha alegria com as criadas na cozinha, apreciamos crianças sorridentes e de mãos dadas! — Ele não vai se divorciar de mim! Ele não quer m
Era como flutuar. Depois de tanto tempo, não achei que seria mais possível. Fui tocada sem muita delicadeza ou demora. Como se fossemos animais no cio. — Romeu, vem logo! Ele ouvia as minhas súplicas e sorria com aquele seu jeito de príncipe, enquanto se despia, de pé, diante de mim. Meu Deus, quanta beleza num homem só! Os olhos azuis penetrantes me hipnotizaram e eu me espalhei oferecendo tudo para ele. — Eu vou, Juliette, eu vou… me espera que eu vou. Tão lindo, tão gostoso, tão cheiroso, meu Deus! Ele inclinou-se, já totalmente despido, para beijar o meu ventre, e me deixou mais excitada. Minhas pernas subiram sem precisar da ajuda dele. Claro que senti uma pressão no útero! Eu sabia que estava me excedendo. Romeu segurou minhas pernas e as puxou até eu chegar à beira da cama. Ele se colocou ali, de pé no chão e inclinou-se para enfim me satisfazer totalmente, sentindo-me preenchida por ele. Tinha que ter muito cuidado, mas ele teve. Às veze
Romeu se manteve tranquilo, ignorando o desespero do filho. Eu fiquei no meio do fogo cruzado. — Calma, Arthur!— eu disse nervosa. — Calma, Juliette! Ele registrou o meu filho! Eu dei de ombros, indiferente. — Isso não muda nada, Arthur! Arthur estava muito alterado. — Como não muda? Vamos nos casar, criar o nosso filho e ele vai ter o nome dele na certidão! Você acha isso pouco? Eu respirei fundo. Era só falar em me casar com o homem que eu tinha como amigo, que logo ficava agitada. — Ela não quer se casar com você, não percebe?— Romeu debochou apontando para a minha expressão assustada. Arthur me olhou com os olhos lacrimejando. — Vamos nos casar, não vamos Juliette? Você também quer isso, não quer? Pressionada, intercalando o olhar entre pai e filho, eu respondi sem jeito: — Sim, é possível que teremos que fazer isso, pelo nosso filho! Arthur se acalmou e controlou a respiração. Ele veio na minha direção e beijou car
— O que eu fiz, está feito, e se o resultado do DNA der positivo, entramos com um processo e consertamos, simples assim! Arthur não conseguia se convencer. — Mas o senhor podia ter evitado todo esse trabalho! Romeu forçou um pouco a voz para parecer alterado. — Como? Toda criança tem que sair registrada do hospital! O que esperava que eu dissesse para eles? Que precisávamos de um tempo? Ele é meu filho para todos os efeitos, Arthur! Eu só segui a lei! Eu fui obrigada a concordar com o Romeu. — É verdade, Arthur. Por lei, uma criança precisa ter um registro de nascimento para ser liberada do hospital. Arthur bufou inconformado. — Então que me deixasse registrar! Eu sou o pai, não sou? — Sim, quando conseguir provar— Romeu foi irônico. Arthur demonstrou ressentimento. — O senhor sabe que eu sou, porque está fazendo essa pirraça comigo? Sem sustentar o olhar do filho, Romeu respondeu, olhando para os pés: — Não se preocupe, logo vai poder provar sua suposta p
Romeu se sobressaltou, imediatamente. — Sério! Acha mesmo que ainda existe uma saída para o meu casamento? Eu só consegui ganhar tempo, na verdade! Meu pai com o ego sempre lá em cima, estava se achando muito esperto. Manter aquele casamento era tudo para ele. — Peço-lhe apenas que tenha um pouco de paciência, porque preciso conversar antes com a Marlene. Vou precisar da ajuda dela. Romeu ficou intrigado, mas não tinha outra alternativa a não ser confiar. Os dois desceram, e um tempo depois, voltaram para o quarto. Eu percebi que eles tinham um olhar cúmplice, mas nunca poderia imaginar o que planejavam. Júnior voltou para o quarto e os meus pais puderam curtir um pouco o neto. Na hora de ir embora, Romeu fez questão de sair junto com eles. Ele apoiou uma mão no ombro do seu sócio, o que me causou estranheza. Um tempo depois, ele voltou esquisito, pensativo demais. Essa inquietação durou alguns dias. Arthur ficou trabal