Por Kim Jin-Hoo Meu celular vibra enquanto estou no almoço com Jae-Min. Paro para atender ao ver o nome do meu Appa. Para ele estar me ligando, deve ser importante. — Fala, pai. — Atendo com a voz séria. — Aconteceu alguma coisa? — Não é nada demais, pode se acalmar. Só liguei para perguntar o que você vai fazer no fim de semana. — Ele sorri do outro lado da linha. — Estou sabendo que anda tirando folgas… está com alguma namorada? Balanço a cabeça, rindo baixinho. O senhor Kim nunca perde uma. Eu e Ha-na estávamos nos encontrando três vezes por semana à noite e começamos a tirar folga nos fins de semana. Dois dias sem falarmos de trabalho, apenas aproveitando nossos momentos juntos. No início, achei suficiente. Mas ultimamente… O lance escondido tem seu charme — os encontros secretos, os olhares furtivos, a adrenalina de manter tudo entre nós. Mas ultimamente, essa mesma adrenalina tem um gosto diferente, um gosto amargo. Eu quero andar com ela de mãos dadas sem precisar o
Por Choi Ha-naEstou no meio de uma reunião com a equipe de vendas e logística, analisando o desempenho das lojas físicas e do e-commerce. Meu querido tio teve uma reunião com eles semana passada, e quero saber o que foi discutido. Por enquanto, não vejo nada que possa ser prejudicial.Circulo as vendas do mês passado no papel e observo os números atuais. Houve uma pequena queda, mas nada alarmante.Meu estômago ronca, e coloco instintivamente as mãos na barriga. Olho para o relógio e vejo que já está na hora do almoço.— Muito bem, quero que continuem me mantendo informada. Fiquem de olho nesses gráficos e, se a queda aumentar, avisem-me imediatamente. — Fecho minha pasta, levanto-me e dou um sorriso para eles. — Bom trabalho, pessoal.Saio da sala, e minha barriga ronca novamente. Hye-Jin me olha com vontade de rir.— Vamos almoçar? Também estou faminta. Soube que no refeitório hoje tem tteokbokki.Paro de andar de repente e encaro Hye-Jin. Ela sabe exatamente como me convencer.— V
Por Kim Jin-HooEstou na porta do banheiro, de braços cruzados, olhando para a minha namorada, encarando o teste de gravidez avidamente. Eu me aproximo e faço carinho nos braços dela, e dou um beijo na cabeça dela. — Vai tudo dar certo. — A tranquilizo, enquanto observo o resultado do teste com ela. Confesso que, quando ela me contou, a princípio me assustei, já que nós dois ainda não estamos preparados para isso. Mas então a ideia de ser pai se tornou confortável, e me peguei imaginando... por alguns momentos.Eu quero ter um bebê com ela, mas não desse jeito, quero que ela também queira e esteja feliz com a situação.Ela dá um gritinho quando o resultado começa aparecer e uma linha surge. — Negativo — responde, me mostrando o teste. Ela joga no lixo e lava as mãos. Eu dou um sorriso e a puxo para um abraço, depositando um beijo na sua testa.— Viu como se preocupou demais? — faço um carinho nas costas dela. — Para evitar isso, vamos fazer amor só de camisinha a partir de hoje.
Por Choi Ha-na Eu ando em passos apressados pelo restaurante, uma raridade vê-lo tão vazio hoje. O local fica a apenas dez minutos do meu shopping e é bastante frequentado pela alta sociedade. Dou uma breve olhada em volta até encontrar a mulher sentada no canto mais reservado.Minha respiração está um pouco acelerada, mas eu me forço a manter uma postura firme enquanto caminho em direção a ela. Kim Chae Mi-nah, a mãe do meu namorado.Os olhos dela se encontram com os meus, e mesmo sem hostilidade em sua expressão, há algo em seu olhar que me deixa inquieta. Cumprimento-a rapidamente e me sento sem esperar que ela ofereça um convite.— A senhorita deve estar estranhando esse encontro. — Chae Mi-nah me dá um sorriso contido. Sua voz é suave, mas carrega um peso que não consigo ignorar. — Sei que é uma mulher ocupada, agradeço por ter vindo. Gostaria de comer algo?— Não, estou bem. — Minha voz soa um pouco mais tensa do que gostaria. — Confesso que estou surpresa. O que a senhora dese
Por Choi Ha-na Chego ao shopping e estaciono ao lado do carro dele. Fecho a porta com força, o som ecoa como um aviso. Vou direto ao elevador, em passos firmes com a minha paciência no limite. Assim que as portas se abrem no andar da administração, sou recebida por olhares surpresos. Cochichos começam. Alguns se entreolham, outros fingem continuar o trabalho, mas sei que estão prestando atenção em cada movimento meu. Ignoro todos e sigo determinada até o escritório dele. Jae-Min está conversando com um funcionário, explicando algo que, sinceramente, não me interessa. Quando nossos olhares se cruzam, ele imediatamente percebe que algo está errado. — Senhorita Choi, está tudo bem? — Jae-Min tenta me parar. — Onde ele está? — corto sem rodeios, minha voz sai afiada como uma lâmina. Jae-Min engole em seco e aponta com a cabeça para a sala ao lado. — Não deixe ninguém entrar. Isso é entre mim e esse idiota. Entendido? Ele apenas balança a cabeça, sem alternativa. A porta
Por Choi Ha-na O som da senha sendo digitada na porta me faz sorrir. A mesa está posta, e o cheiro do perfume dele logo invade o ambiente. Viro-me a tempo de ver Jin-Hoo tirando os sapatos e deixando a maleta no sofá antes de caminhar até mim. Seu olhar carrega um cansaço evidente. — Se atrasou um pouquinho mais hoje. — Passo as mãos suavemente pelo rosto dele, sentindo seus braços me envolverem. — Preciso de uma massagem. — Ele murmura no meu ouvido, com voz ouca e carregada de exaustão. Sorrio. Jin-Hoo adora quando faço massagem em seus ombros e costas, e eu sei o quanto nossos trabalhos podem ser estressantes. Fico na ponta dos pés para lhe dar um selinho firme. — Pode deixar comigo. Ah, e fiz o jantar. Jin-Hoo se afasta ligeiramente, analisando-me com uma expressão de puro espanto. Da última vez que tentei cozinhar, transformei a cozinha em um verdadeiro campo de batalha — e ele sabe disso. Admito que não sou tão boa quanto ele na cozinha, só sei preparar pratos rápid
Por Kim Jin-Hoo Ha-na não me respondeu a mensagem pelo resto do dia. Isso significa que ela está furiosa comigo. Sei que nosso combinado foi não falar sobre os encontros e quando seriam, mas o que eu podia fazer? Eu não sabia que ela estaria naquele restaurante. Minha vontade foi correr até ela no mesmo instante, mas quando vi seu pai ali, percebi que não podíamos dar bobeira. O olhar mortal que ele me lançou ainda me incomoda. Por que ele tem tanta resistência comigo? Sei que ele e meu pai têm suas diferenças, mas será que é só isso? Pela primeira vez, quero ser aprovado pelo pai da mulher que amo. Só não sei como fazer isso. Preciso pensar em uma forma de me aproximar dele. Dirigindo até o apartamento, minha mente continua cheia de pensamentos. Já faz um tempo que venho procurando algumas casas para nós dois. Quero pedi-la em casamento, mas o medo de uma recusa me impede. Ha-na é a única pessoa que consegue me deixar inseguro. Ao estacionar ao lado do carro dela, sigo di
Me olho no espelho enquanto termino de me arrumar. Pego as chaves do carro e saio do apartamento. O perfume de Ha-na ainda está no ar, impregnado nos móveis, na roupa de cama, em mim. Isso me deixa louco. Pela primeira vez, ela me disse que teria um encontro e logo com o neto do senhor Park. E até sugeriu que eu fosse buscá-la, caso me sentisse incomodado. Recusei, achando que conseguiria lidar com isso. Mas, quando a vi sair — toda linda, usando o perfume que eu mais gosto —, tentei ignorar, tentei ficar em casa de boa. Mas não consegui. Entro no meu e mando uma mensagem para Ha-na: "Estou indo também." Ela responde em segundos, acompanhada de um emoji risonho: "Meu amor, sabia que não ia aguentar. Pode vir, meu ciumento." Respiro fundo, sorrindo de leve. Quase desisto de ir. Mas o desejo de trazê-la para casa é mais forte. Dirijo até o restaurante onde nos encontramos por acaso daquela vez. O local é discreto, praticamente impenetrável para repórteres. Estaciono no mesm