Los Angeles, Terça-feira.
Allie acordou aquela manhã se sentindo mais sozinha do que nunca, sua semana havia se resumido a trabalhar e a fugir dos problemas. O álcool havia sido sua companhia constante em todas as noites, como se por toda sua vida tivesse desenvolvido um tipo de vício.
Não conseguia parar.
A dor de estar sozinha era sufocante, quase tanto quanto a certeza de que não era amada. Allie podia procurar quantos encontros pudesse ou responder quantas mensagens Brandon lhe mandasse.
Quando fechava os olhos era Gregory que via, eram suas palavras doces que queria ouvir, eram seus abraços que desejava sentir e aquilo doía mais que qualquer coisa.
Entre as horas que seguiram a passeio pelos arredores do bairro, comendo batatinhas e bebendo refrigerante, Allie e Gregory foram parar no prédio ao fim da noite.Sentados na escada de incêndio eles bebiam cerveja enquanto observavam a perseguição de Church ao gato do vizinho do prédio ao lado. Os dois torciam para gatos diferentes numa aposta secreta para ver de quem seria a última lata de cerveja.- Droga… - Gregory observou o gato preto correr de Church que finalmente havia estabelecido seu território no beco escuro ao lado do prédio. - Justo hoje que eu estava com sorte.Gregory entregou a última cerveja a Allie, vendo o sorriso sacana que ela fazia com seu ar de péssima vencedora. Era uma oportunidade
As garotas sorriram com isso até que a janela foi aberta subitamente quando Gregory a atravessou. O homem alto parou na sala observando todas as garotas ao seu redor.Camille e Allie acenaram o cumprimentando como se fosse uma aparição normal, enquanto Aria e Serena se assustaram quanto ao fato de ele nunca utilizar a porta da frente.- Não façam essas caras, me sinto um bandido. - Gregory comentou encarando exclusivamente Serena e Aria.- Então não entre pela janela seu mané. - Aria diz roendo as unhas. - Estamos em Los Angeles, podem entrar criminosos em qualquer lugar.- Depois eu que sou o racista. - Gregory comentou indo em di
Enquanto os três faziam o trabalho de uma equipe completa de operários, Serena estava sentada numa mesinha de café em uma reunião com um de seus primeiros clientes em potencial.Mark Hayes era um homem de quarenta e cinco anos, autor de Os Contos de Hollow-Pearls, um livro que narra a história de dois detetives que caçam um serial killer nas partes mais sombrias de Nevada.Hayes havia sido negado por quatro editoras tradicionais por escrever um clichê que estava fadado ao fracasso. Já que romances policiais bons eram considerados difíceis de emplacar, afinal todas as boas histórias policiais já haviam sido contadas.
Los Angeles, Sexta-feira.Ainda eram nove e meia da manhã quando Allie finalmente terminou de se arrumar para a grande viagem a São Francisco. Ao todo ela tinha roupas para todas as ocasiões, desde roupas para chuva até as roupas mais apropriadas para o verão.Se alguém observasse sua mala naquele momento, teria certeza de que ela não sabia nada sobre a cidade para onde estava indo. Era o tipo de coisa que faria Camille ter um chilique.As batidas incessantes soaram na porta segundos antes de Gregory invadir o apartamento sem a menor educação. Largando a mochila no sofá ele observou a quantidade de malas que Allie havia separado com um ar assustado.
Ao saírem da casa de Madeline por volta das oito da noite, Gregory e Allie seguiram para o carro em busca de algum lugar animado no centro de São Francisco.Ao observarem a fachada brilhante do velho clube de boliche do bairro, os olhos de Gregory brilharam em nostalgia ao se lembrar de seus melhores dias na época da universidade.- Vamos ficar por aqui. - Gregory sorriu entrando com o carro no estacionamento. - Eles tem o melhor omelete da cidade.- Comida boa e barulho. - Allie comentou quando o carro estacionou numa ótima vaga perto da saída B. - Preenche meus requisitos.Ao entrarem no local numa sexta à noite, foram surpreendidos pela quantid
Era por volta de uma da tarde quando o casal finalmente chegou a casa da família Farrell. Eleanor os recebeu com um sorriso e um suave puxão de orelha, visto que Madeline e Kate estavam ali desde às dez da manhã.Quando entraram na casa, o cheiro de churrasco se fez presente junto com o som animado da festa do quintal. Juan estava na churrasqueira preparando costelas e coxas de frango, enquanto Madeline dançava no meio da roda com um dos primos Martínez.Sentada numa cadeira colorida longe da fumaça, estava Ellis Farrell, a avó de Gregory e matriarca da família. No auge de seus sessenta e oito anos, ela curtia a boa música e a comida bem temperada com um martini em mãos.Semp
São Francisco, Domingo.Durante a madrugada, após uma longa conversa na cozinha sobre as consequências de dizer palavras “Adultas” diante de crianças. Gregory estava deitado no colchão com os cabelos de Allie entre seus dedos, ela sorria em seus braços enquanto ouvia cada um dos sermões de Madeline saírem da boca dele numa imitação péssima da própria irmã.- Você sabe quanto tempo vai levar para fazê-la esquecer essa palavra, Gregory? - Ele repetiu num tom fanho do que esperava ser o mais próximo da voz de Madeline.- Sua avó também deve estar sabendo agora. - Allie escondeu o rosto no peito de Gregory tentando segurar a ri
Duas semanas depois…Los Angeles, Quinta-feira.Aria correu como louca após sair da cafeteria, os resultados da seleção para o programa de Artes Digitais na Coreia do Sul já haviam chegado, estava louca para abrir o computador e saber se tinha conseguido a vaga. As garotas tinham se reunido para o momento, compraram bebida barata e muita comida, mais que o suficiente para uma comemoração decente.Correndo pelas ruas agitadas com uma caixa de bolinhos nas mãos, Aria percorreu pelo menos dois quarteirões até finalmente chegar ao seu apartamento.O som da televisão foi a primeira coisa a ser ouvida quando ela entrou, um