— Então, me conta tudo novamente como aconteceu, eu sinto que tudo que penso, tudo que tinha certeza, tudo na vida, foram somente mentiras.Falo sem resistir, estou começando a sentir o efeito dos remédios, me deito no travesseiro e olho para ele.— Maya, sei que tudo ficou esquisito para você, mas te asseguro que Bernard somente te ajudou, seu sangue é precioso para eles, e amanhã irei te trazer os jornais sobre seu caso, eles acham que você morreu e nesse momento é melhor.Ele não grita comigo, não fala alto, apenas acompanha a sensação que estou tendo de calma e relaxamento.Fechou meus olhos que estão pesados.— Bernard, não me machuque.Falo quase dormindo.— Ele não vai te machucar patricinha e nem eu, Bernard te ama como a filha que ele perdeu.Sinto as cobertas sendo colocadas em mim e depois sinto sua mão em meu rosto, parecia que eu estava em um sonho bom, ele retira uma mecha do meu cabelo.— Bons sonhos patricinha.Eu durmo não sei por quanto tempo, o efeito do remédio me
— Por que Bernard nunca me falou sobre você?Pergunto olhando para um ensopado que estava no fogo que fazia meu estômago apertar com a fome.— No nosso trabalho, não podemos falar muito.Ele fala e o olho ainda mais intrigada, sua destreza para picar legumes demostrava que estava habilitado a facas e cortes.— "Nosso trabalho".Falo enfatizando suas palavras.— Também sou das forças armadas.Eu o olho, quero mesmo saber mais sobre ele.— O que faz nas forças armadas?Ele para de picar um tomate e me olha depois volta a picar novamente.— Posso lhe informar que não respondo perguntas e não vai saber nada sobre minha vida patricinha.Reviro meus olhos.— Cara, ser chato é de família, Bernard não me conta nada da vida dele, você não vai me contar nada da sua vida, e sabe o que é engraçado, vocês sabem tudo sobre a minha vida.Falo irritada, me viro arrastando o suporte do soro que virou meu amigo.— Preciso tomar banho, onde está o banheiro e onde tem roupas limpas para usar.Ele para de
Puta que pariu, ela é chatinha, patricinha, mimada e gostosa pra caralho.NÃO...PARA COM ISSO JONES, ELA É SUA MISSÃO.Sai correndo do banheiro e vim para a cozinha, bebi um litro de água para me acalmar enquanto me lembrava daqueles olhos verdes magníficos, são como esmeraldas, são jóias preciosas, seu corpo quente no meu, sua respiração no meu rosto, sua pele sedosa.Meu amigo começa a dar sinais de vida quando escuto meu telefone tocando, esse era o principal, meu sangue congela porque sei que há uma missão importante, vou até a mesa da sala e o pego.Deixo meus pensamentos eróticos de lado, preciso de uma mulher urgentemente, organizo minha voz que deveria estar tomada pela luxúria e atendo.— Na escuta." Colina Foreman, três da tarde de quarta feira, carro Lcy0087, camisa branca, calça preta, maleta vermelha".Desligou e olhei para a parede guardando as instruções na minha mente.Me viro sentindo o cheiro de morango do sabonete atrás de mim.— Vamos jantar. Coloquei esse telefo
Abro meus olhos e sinto braços fortes ao redor de minha cintura, o cheiro de amadeirado com um toque de masculinidade e força me atinge, olho para o lado e estou literalmente enroscada no corpo de Jones.— Mas que porra é essa??Exclamou sem entender, a muralha de travesseiros estava jogadas do meu lado da cama.— Não, isso é impossível, como eu.... Será que foi ele.Falo baixinho, seu braço quente e forte me traz calor, seu peito subia e descia parecendo estar em um sonho bom, seu rosto relaxado trazia paz e o deixava ainda mais bonito.— Mais que merda é essa?.Falo para mim mesma, devo estar com estresse pós traumático só pode, como me sinto atraída por um cara desses, oh lógico ele é um gato rústico e bruto, mas é idiota, ignorante, chato.Talvez Freud explica, talvez minha psicanalista diga : Calma Maya, isso foi só por conta das circunstâncias.Sim, é isso.Abaixo minha cabeça sentindo um pouco mais seu corpo quente, seu cheiro, sua mão na minha cintura.Olho novamente para seu
Volto para o quarto com raiva, cobras, matas, eco que nojo.Sento na cama e um segundo depois a porta é aberta, Jones entra no quarto com o prato em que eu estava comendo, na sua mão.— Coma.Reviro meus olhos.— Não quero, você estragou meu apetite.Falo e deito na cama virando de costas, ouvi ele andando até onde estou e esticando o prato na minha direção.— Coma ou eu enfio pela sua goela abaixo.Rio com isso, quem ele pensa que é.— Experimenta.Foi como se visse tudo em câmera lenta, porque ele me puxou da cama com tanta força e rapidez que quando dei por mim estava sentada na cadeira do lado.Olhei para ele sem acreditar.— Que merda Jones !!!! Exclamo assustada.— Come, de onde venho não desperdiçamos comida por nojinho de algo, simplesmente comemos porque não podemos desperdiçar e por que há pessoas no mundo passando fome.Ele fala e empurra o prato na minha mão.Eu estarrecida e com medo acabou comendo.— Toma, comi, satisfeito, na mereço uma estrelinha ou melhor uma medalha
Uma semana se passou e estou bem melhor, meu ferimento está quase curado, falo quase porque ele cicatrizou bem e está fechado, o que me dá raiva é ficar totalmente isolada em um mundo completamente diferente do meu, não há nenhuma interação com o mundo real.Olho para fora com raiva, estou com cólicas e minha cabeça dói, Selma estria aqui com uma jarra de chocolate quente e aspirinas.Selma, estou com tantas saudades dela, como será que ela está, o que está acontecendo, minha doce Selminha deve estar sofrendo horrores.Saio do sofá na direção da cozinha, pego um pano de prato e gelo, não acho nada nessa casa minúscula, queria uma bolsa de água quente.Olho ao redor para ver se acho.— Onde aquele troglodita guarda a bolsa de água quente.Olho em todas as gavetas, ah e por falar dele, ele foi até a cidade me deixando aqui dizendo que não era para tentar sair que eu seria devorada pelos ursos e olha que eu os ouvi outra noite, você já ouviu os sons que eles fazem, são amedrontador.— Na
— Braço esticado, observe o vento, a posição do sol e seu braço pisque para limpar suas vistas e atire, cuidado com o ricochete que a arma faz ao ser disparada. Falo mais uma vez ao ensinar ela a atirar.Mais uma semana se passou e vejo o foco nos olhos dela, Maya está se tornando uma pessoa completamente diferente daquela que aqui chegou, seus traços de patricinha mimada está sumindo e no lugar uma mulher sedenta por aprendizado e vingança. Ela passou dois dias lendo tudo que saiu dela nos jornais, chorou, se irritou, correu pelo caminho, gritou, a pior e mais dolorosa notícia foi ver que Selma sofreu um infarto e está no hospital, nunca vi uma pessoa chorar e gritar como ela fez.A noite deitada sentei ao seu lado e a abracei apertado, eu sentia sua dor, e ela me contou o amor que sentia por aquela senhora, jurei para mim mesmo que a ajudaria a se vingar, ou eu mesmo mataria aquela pessoas com minhas próprias mãos e traria seus corações para ela.Maya dormiu agarrada a mim, ela não
Abro meus olhos para mais um dia, olho para o lado e vejo que Jones não está mais deitado ao meu lado, estranho sua ausência.Tiro os cobertores e sinto um frio inexplicável, estremeço indo até a janela e retirando a cortina.— Neve? Exclamo sem entender, calço meu chinelo e vou até o guarda roupas pegando uma blusa de frio dele, fica parecendo um vestido que vai até os meus joelhos.Saio do quarto em direção ao banheiro.— Droga. Falo assim que sento no vaso sentindo que estava gelado.Eu gostava de frio, depois que fui totalmente enganada eu acabei odiando neve.Saio do banheiro de cabelo preso e dentes escovados, vou até a cozinha sentindo cheiro de bacon e ovos, o café santo de todo dia.— Bom dia, caiu da cama!!!Brinco vendo ele olhando para fora pela janela da cozinha, Jones estava tomando café em silêncio como sempre faz.— Bom dia, vamos enfrentar uma nevasca, tive que organizar as coisas rápido, não estava na previsão do tempo.Sento olhando para fora e vendo que a neve come