Ash acordara com as mil notificações de mensagens em seu WhatsApp. Tinha se esquecido de colocar o aparelho no modo silencioso na noite anterior. Estava na casa de Lori e dormira na cama da menina. Por via das dúvidas, tinham trancado a porta a fim de evitar alguma visita que não batesse pela manhã.
Jim as levara para comer hambúrguer e ver as estrelas, mas não quisera falar sobre o que acontecia entre Lizzie e Julian. Tinha prometido que falariam no dia seguinte e as duas apenas concordaram em aproveitar aquele momento. Havia várias fotos no celular de Ash e Lori, Ash e Jim, Lori e Jim e dos três juntos. Precisava upar tudo para um álbum no facebook. Uma noite para nunca ser esquecida.
A morena espreguiçara e virara-se na cama, abraçando Lori e a beijando. Era ótimo acordar sentindo o perfume da garota ao seu lado, sentindo seu calor debaixo das cobertas. Esperava poder ter muito
Ash e Lori saíram rumo, caminhando pela calçada na manhã do dia seguinte após o baile.—Tenho um pouco de medo de Anna – disse a loira escondendo as mãos nos bolsos da blusa de moletom – Digo, ela foi bem perspicaz e fria ao planejar como envergonhar Lizzie ontem à noite. E poucos meses atrás, elas eram amigas.—A diferença entre elas é que Annabelle não obteve nenhum lucro pessoal com isso – disse Ash, defendendo a menina de quem falavam – Eu mesma nunca aprovaria aquilo e ela sempre soube disso. Mas como disse, se Lizzie visse a oportunidade e pensasse ser uma vantagem, faria o mesmo comigo, Margot ou qualquer outra visando apenas o ganho pessoal. Anna não quer nada para ela mesma.—Vendo por esse lado…—Anna precisa de uma amiga que a guie por um bom caminho, que a ajude a usar seus talentos para o bem de outras pessoas, d
—Há quatro anos – respondeu o rapaz mexendo o chocolate que bebia com uma pequena colher – Desde que Julian e eu nos conhecemos. Lizzie descobriu há alguns meses. Ela nos viu juntos um dia no parque, pensamos que estávamos sozinhos e ela surgiu do nada. Quando nos demos conta já tinha tirado uma foto, mas Julian tomou o celular de suas mãos e o arremessou dentro de um caminhão de lixo que passava.—Então era sobre isso a discussão na festa e no baile – comentou Lori.—E ela nos odeia desde então. Ela vem ameaçando nos expor, embora não tenha nenhuma prova que possa usar – explicou com os olhos fixos no líquido marrom que mexia dentro do copo – Eu não me importo, ninguém da minha família sabe sobre isso, mas não ligo se descobrirem. Porém, Julian faz parte de uma importante família da cidade e &eacu
Os dias seguintes após o baile no Delphine passaram muito rápido aos olhos de quem não tinha mais tantos compromissos quanto durante o período letivo.Ash e Lori revezavam entre dormir hora na casa de uma, hora na casa da outra e passear, aproveitando o tempo livre. Debbie parara de vigiar cada gesto das duas como fizera no começo, quando descobrira sobre elas e, por fim, parecia que as coisas tinham voltado ao normal.David conseguira dois dias de descanso, respectivamente na véspera e no dia de Natal. Ao que parecia, o Venatores et Luna, hotel onde o sujeito trabalhava, estava sendo dirigido por uma nova administradora, uma bela mulata chamada Louise e a mulher tinha apreço por ele, pois seus pratos vinham sendo muito elogiados por diversos clientes.De acordo com o que diziam, o cozinheiro conseguia oferecer um cardápio diferenciado e parecia saber o que cada cliente desejava trocando poucas palavras com
—Não sei se é conveniente deixarmos as meninas e os garotos nas barracas dessa vez – dizia a mãe da menina – Vai esfriar bastante na madrugada. Acho que vamos ter de colocar os sacos de dormir e descobrir alguma forma de acomodarmos todos dentro do chalé.—Vou falar com Robert e Arthur quando chegarmos – respondeu David – e daremos uma olhada nas coisas. Se for preciso colocamos alguns móveis na varanda para aumentar o espaço e dividimos os quartos. Vai ficar tudo bem, amor – disse procurando animar a esposa.Desde que pudesse ficar ao lado de Lori, Ash não se importava com onde fossem dormir. Pensando bem, não era má a ideia de abraçar a loira e passar algumas horas aquecida com o calor do corpo da menina colado ao seu.Anna cutucou Ash discretamente, que se virara para ela.—Posso dormir por perto de vocês? Não conheç
—Me sinto mal por tia Debbie – dissera a loira – Me perdoe por dizer isso, mas não posso mentir para você. Ouvi tudo que me contou sobre a conversa que tiveram e claramente ela se sentiu forçada a aceitar por te amar… por nos amar. Não é como se entendesse o que sentimos. Estive pensando no que Jim disse sobre Julian alguns dias atrás…—Eu também estive pensando naquela conversa, aliás, nunca me dei conta do como estava errada em tudo, no que pensava e como agia… – respondeu a namorada.—Falo sobre os pais de Julian esperarem que ele tivesse uma esposa e filhos, lhes desse um herdeiro de sangue. Como Jim disse, eles ficarão frustrados um dia quando descobrirem e ele também ficará arrasado por tê-los decepcionado – Lori tentara abraçar a garota, mas ao repousar a cabeça no pescoço da mesma os prote
Lorena já havia desenhado mais de cem corações na folha de caderno. Seus pensamentos estavam distantes, em um lugar acolhedor onde ela podia ser ela mesma com a única pessoa que queria estar naquele momento. O único som que ouvia era o tic tac do relógio de parede na sala de aula. Estava contando os segundos para dar logo meio-dia e poder sair daquele lugar. No meio daqueles quarenta alunos agora sentia-se sufocada, sentia algo lhe apertando dentro do peito, algo do qual precisava extrapolar para conseguir respirar de novo.Lembrara-se da amiga e do dia anterior. Ela havia dito que a amava? Não se lembrava, mas se não tivesse dito precisava dizer, precisava colocar para fora o que sentia, ao menos para a responsável por aqueles sentimentos. E se já tivesse dito faria questão de repetir mais um milhão de vezes para ter certeza que sua amada não se esqueceria.Pensara em sair corre
Lorena havia arregalado os olhos e corado. Permanecera imóvel e silenciosa como se fosse uma estátua. Seu olhar baixou devagar para as mãos das duas.—Você está tremendo e gelada. Aconteceu alguma coisa? Está bem? – indagou Ash.Ouvir aquela pergunta da professora era plausível, mas da amiga já era exagero – pensou a menina. Ashley sabia que os alunos de qualquer escola adoravam falar e inventar histórias.—É que… você está segurando minha mão e todos estão olhando…—Você está com vergonha porque vim lhe esperar na saída e por estar segurando sua mão agora? – perguntou a morena baixando a cabeça para mirar diretamente o olhar da amiga.—Claro que não sinto vergonha de você, mas vão começar a falar… você sabe – Lorena n&a
—Você é doida, se alguém passar e nos ver…—Sabe, eu queria poder gritar para todo mundo que você é minha – respondeu a morena – Ou que sou sua, o que você preferisse, juro.—Mas… – começara a amiga. Ash a cortara no início da frase.—Mas eu sei que não podemos e mesmo assim te quero, entende?—Eu também te quero…Lorena abraçou a outra e repousou sua cabeça em seu ombro, sentindo o choque entre suas peles, sentindo o perfume do cabelo molhado da outra e da colônia em seu pescoço lhe invadindo e lhe anestesiando. Sentia-se confortável e segura, queria não precisar mais sair dali.Ficaram por vários minutos assim, os braços de Lori entrelaçados pela cintura de Ashley enquanto a companheira colava sua testa à dela e permitia que seus narizes