-Você não pensou que faria essa viagem sozinha, pensou? - Gabriel caminhava ao seu lado com seu uniforme de batalha e uma espada em cada lado das costas.
-Que merda você acha que está fazendo? - Ela parou de andar e o olhou brava. - Nós não vamos lutar, eu não vou lutar! Eu vou negociar, para que todos parem as hostilidades. Serei a oferenda que vai acabar com uma guerra que sequer vai iniciar, e ponto!
-Muito bem, eu farei sua segurança até lá então, Oferenda! - Ele continuou andando e parou para olhar para ela impaciente. - Vamos Lily! Seu prazo está acabando!
-Não não está, eu estou adiantada na verdade. - Foi até ele e caminharam juntos até desaparecerem em direção às terras d
Muitas coisas poderiam ter acontecido com Lily para que saísse da condição de moeda de troca, oferenda ou seja lá por qual nome chamaram sua entrega voluntária a Lúcifer.Gabriel poderia, quando Lillith mandou que o libertasse, ter reunido sua guarda e invadido o inferno para resgatar a mulher que o fez sentir aquele turbilhão de coisas inesperadas, e únicas em sua vida. Poderia ter desobedecido a Deusa, e a própria Lily, mas ele não fez nada, se sentiu traído, enganado depois de tudo. Porque para ele foi tudo, e para Lily também, mas ela sabia que tudo nem sempre era motivo para mudar seus planos.A Deusa poderia ter enviado suas tropas, ou emissários, poderia ter ameaçado o filho rebelde e desfeito acordos, poderia ter ido buscar ela. Mas deu sua palavra a Lily,
Levantou da cama algumas horas depois de Lúcifer se despedir dela e sair para resolver alguns assuntos. Ela deveria encontrá-lo na sala do trono, aparentemente ele tinha uma surpresa. Se vestiu e desceu com calma, observando todos que passavam por ela, a maioria fazia reverências, alguns a olhavam torto, focaria nesses para executar seus planos.Se aproximou, ele esticava a mão e sorria. A sala do trono estava repleta de demônias, todas com sua melhor roupa de batalha, fizeram uma reverência quando ela parou ao lado dele.-Aparentemente todas querem servir em sua guarda. - Ele levantou uma sobrancelha divertido. - Quando dei a ordem para que aquelas que estivessem dispostas a compor a guarda da Senhora se apresentassem, todas as demônias que ocupam algum lugar na defesa de nosso mundo compareceram.<
Lily levantou da cama, beijou Lúcifer e se vestiu apressada. Precisava ordenar os preparativos para a festa daquela noite, onde nomearia suas Duquesas, dando a elas os títulos de nobreza que mereciam. Imaginava os demais Lordes enlouquecidos, contava os segundos para que reagissem, para devorar seus corações, junto de suas meninas, para que elas ganhassem suas legiões e tomassem aquele mundo de machos escrotos.Mandou chamá-las na sala do trono, quando elas se apresentaram, as olhou séria e levantou de sua cadeira. Caminhou lentamente até elas, enquanto falava.-Daremos uma festa, ainda nesta noite. Será uma festa formal, vocês devem comparecer com suas melhores roupas, afinal, será em sua honra. Neste evento vocês serão consagradas Duquesas do Inferno, minhas cavaleiras. -
Lúcifer irrompeu no quarto, estava coberto, da cintura para baixo, com um pano que retirou da decoração de sua festa, pois suas roupas incendiaram durante sua reação aos ataques a Lily. O primeiro escalão das legiões de Lily estava à beira de sua cama, junto com as coletoras e sua guarda, as últimas haviam chegado pouco antes, depois de acabarem com 1/3 dos nobres do Inferno, em parceria com seu Senhor, evidentemente.-Como ela está? - Ele gritou se aproximando, abrindo caminho entre eles.-Perdendo sangue senhor, não conseguimos estancar os ferimentos, são inúmeros, não sei o que será dela… - Dina parecia não querer falar, seus olhos estavam cheios de lágrimas, os olhos de todas na verdade. Lily havia pensado em quase tudo, quando entendeu que a filha não corria riscos, e que Lúcifer faria tudo o que ela quisesse, resolveu que não obedeceria mais ninguém. Planejou a festa, e esperou que os primeiros lordes chegassem para reclamar dos títulos das demônias, eles eram previsíveis, invejosos e não suportavam o fato de seres considerados inferiores terem mais poder do que eles, ou um poder igual ao deles.Quando matou o Barão, soube que seus planos funcionariam, deixou Lúcifer sozinho na sala do trono e chamou Alaal até a adega.-Ele disse que você deveria contar tudo a ele?-Nossa Senhora eu…-Tudo bem, você pode contar, é seu direito escolher a quem servir. MaApocalipse
A reunião seria nos domínios de Lillith, o local mais neutro que poderia haver. Lily havia chegado no dia anterior, um mês depois de assumir a Terra, estava acompanhada de sua filha, sua Guarda, suas Cavaleiras e Legiões.Amamentava Azazel enquanto conversava com as irmãs, a mãe a cumprimentou quando de sua chegada, depois a deixou em paz. Mas agora precisava conversar, logo a Deusa chegaria, logo tudo seria resolvido, finalmente.-Minhas filhas, me deem um momento com sua irmã, sim?Sentou diante de Lily e sorriu para a cena, a filha com a pele vermelha, os olhos verdes brilhantes, dando alimento a sua linda neta. Aquela criança poderosa que era, por enquanto, apenas uma linda bebe também vermelha e feliz. Lily despertou assim que anoiteceu, levantou, se espreguiçou e caminhou até a varanda de seu apartamento de um quarto. A cidade acendia as luzes, os postes ainda iluminavam fracos, em desleal concorrência com o pôr do sol. Era como se a noite quisesse protelar sua chegada, gostava dessa luminosidade obscura, quando o sol começa a desaparecer e a noite desponta lentamente. Olhou para o movimento nas ruas, todos apressados, correndo sem saber porquê. Sequer imaginavam que seres como ela estavam por perto, à espreita, esperando sua chance de roubar aquilo que os humanos tinham de mais precioso, e óbvio, aquilo de que menos cuidavam em suas vidas. Fumou um cigarro tranquilamente enquanto seu corpo acordava de verdade, mas precisava se apressar, essa não era uma noite como outra qualquer.Deveria se alimentar antes do encontro com Mamom, ele nãoLily e as almas
Nahema levantou lentamente quando anoiteceu, depois de Mamom arrancar as almas de dentro dela, ficou se sentindo imprestável. O bonito demônio que trabalhava na casa lhe serviu um coração quente, não queria saber de quem era ou como chegou ali, o engoliu quase inteiro e assim que conseguiu, desapareceu para sua casa. Sabia que não foi bondade de Mamom o envio do “jantar”, Lily tinha um dedo nessa história. Só esperava que ela não tivesse se encrencado com ele por conta disso. Não era a primeira vez que desagradava ao Senhor, mas desta vez ele a deixou em frangalhos, seu erro nem foi assim tão grave. Mas as coletoras deveriam obedecer, e jamais questionar ou se intrometer. Já era difícil ser a única que nunca dormiu com ele, pensou que isso passaria com o tempo, toda vez que cometia um erro, ele a castigava, a punia ainda mais do que as outras. Como uma forma de lembrar sempre a ela, que deveri