Dias antes…Desde cedo, eu percebia que era diferente das outras crianças, ainda mais depois da morte da minha mãe e a prisão do meu pai. Enquanto elas demonstravam alegria, tristeza e compaixão, eu me sentia como um espectador em um teatro, observando as emoções se desenrolarem diante de mim sem poder vivenciá-las. A falta de empatia sempre foi uma sombra que me acompanhava, aprendi a imitar as expressões faciais e os gestos dos outros para me encaixar, mas por dentro, eu permanecia frio e distante. Não conseguia me conectar emocionalmente com as pessoas, e isso me deixava isolado em meu próprio mundo interno, eu via a vida como um jogo, uma série de oportunidades para manipular as situações e alcançar meus objetivos. Não sinto remorso ou culpa por minhas ações, pois esses sentimentos simplesmente não existem em meu repertório emocional. Eu era movido por uma lógica fria e calculista, usando as pessoas como peças em um tabuleiro. No entanto, devo admitir que havia momentos em que sen
Dias atuais…A noite está envolta em escuridão e tensão, enquanto eu e Mayke corríamos pelas ruas estreitas, em uma perseguição implacável atrás do Carl.— Não podemos deixá-lo escapar, Mayke! Ele precisa pagar por seus crimes brutais! — Digo olhando para ele.— Concordo, Kaléo. Vamos pegá-lo de uma vez por todas! — Continuamos a correr.A chuva começou a cair, transformando o asfalto em um terreno escorregadio, mas isso não nos impediu de continuar a perseguir nosso alvo com determinação feroz.— Cuidado, Mayke! O terreno está escorregadio, mas não podemos desistir!— Não se preocupe, Kaléo. Eu não vou deixá-lo escapar.Saltamos sobre lixeiras, desviamos de carros abandonados e viramos em becos estreitos, sempre seguindo as pistas que nos levariam ao Carl.— Ele é astuto, mas não vai conseguir nos despistar! Vamos pegá-lo! Quero fazer com que ele sinta tudo o que fez a minha smile passar. — Falo em meio a respiração pesada, devido ao esforço da corrida.— Estamos um passo à frente, K
— Carl. — Jackson diz indo em direção a ele, mas Karol o segura. — Ir… mão. — Carl diz com dificuldade e imagino ser por causa da dor. Jackson me olha e já havíamos conversado, ele sabia o que faríamos com o Carl, ele não concordou, porém, disse que não iria nos parar. Ele se aproxima do Carl que olha para ele com os olhos cheios de lágrimas. — Olha o que estão fazendo comigo… — Jack o abraça e fica assim por um tempo, Carl chora e essa cena dele não me comove. — Porque, Carl? — Jack pergunta se afastando e tocando no rosto do irmão. — Por que você fez essas atrocidades? — Estão me acusando de coisas que eu não fiz, posso ter culpa em algumas delas, mas fiz tudo isso por amor! — Que canalha! — Karol diz indo na direção dele e Mayke segura o seu braço fazendo ela parar. — Irmão, pare! Eu sei de tudo sobre você. — Carl começa a rir e Jackson se afasta ainda mais.— Então o meu teatrinho não te comove? Que pena! — diz sorrindo. — Sabe de uma coisa Jack, eu sentia uma vontade imens
Dentro deste lugar escuro e sufocante, eu sou apenas uma sombra entre o abismo. Uma lâmpada pendurada no teto emite um brilho fraco, iluminando o cenário diante de mim. Neste lugar, o terror se manifesta em sua forma mais macabra, o homem está amarrado a uma cadeira de metal enferrujada de forma deplorável, seu corpo treme e não sei se é em antecipação ao desconhecido ou apenas de pavor. Seus olhos arregalados e suor escorrendo pelo rosto denunciam medo palpável. — Se lembrou? Recorda do que fez com ela, seu monstro? — Pergunto e ele sorri. Circulo ao seu redor, movendo-me lentamente, como um predador prestes a dar o bote final. Caminho até a mesa, pego as luvas e a coloco, depois o bisturi, passo a minha mão por ele e sigo até a cadeira, Carl tenta se soltar. — Reconhece este objeto? — Pergunto apontando para ele o objeto. — Foi encontrado um parecido na casa que você se escondia aqui na Eslovênia, acredito que você usou um desses em várias das vítimas que o Mayke encontrou, muita
À medida que a tortura alcança seu ápice, o homem finalmente se rende, implora cada vez mais por misericórdia, seus soluços misturando-se com o odor de sangue e desespero. Entretanto, eu permaneço impiedoso, meu coração suportaria cada segundo ali, seria pelas atrocidades que testemunhei, várias e várias vezes passarem de relance pelos olhos da minha Myu Myu. A vingança é doce e tangível, e eu tenho cumprido meu objetivo finalmente.Agora é hora de partir. Deixei-o ali, amarrado na cadeira de metal enferrujada, seu corpo contorcido pela agonia. Pego o galão com o líquido e começo a jogar nele e em volta dele, Mayke faz o mesmo. — Parem, parem com isso! — Ele grita e nem sei como ele ainda tem forcas para isso. — Vocês não podem fazer isso, Mayke você é um policial, não pode permitir algo assim, isso o faz descumprir o juramento que fez em proteger os cidadãos de bem! — Mayke se abaixa para ficar na sua altura e de frente para ele.— Você disse certo, fiz um juramento em proteger pess
Um tempo depois…Eu não queria sair com as meninas hoje porque amanhã o Kaléo está indo viajar para o Canadá e eu queria ficar com ele, mas não há como dizer não para Ollyvia Coleman e estou aqui terminando de me arrumar. Assim que termino, o meu celular toca, o pego vendo uma mensagem dela dizendo que está esperando lá embaixo e me olho mais uma vez no espelho, estou me sentido tão bem, muitíssimo bem na realidade. Pego minha bolsa e saio do quarto, desço as escadas e vou até o escritório onde Kaléo está, tão lindo usando óculos que me dá vontade de atacá-lo. Ele levanta a cabeça e me olha medindo-me de cima em baixo, tira os óculos e os coloca na mesa, se encosta na cadeira sorrindo.— Você está linda, deslumbrante, amor. — Me aproximo dele e sento em seu colo.— Obrigada, chegarei tarde. — Eu sei, cuidado e divirtam-se!— Pode deixar — ele está fazendo círculos em minha coxa que está a mostra por conta do vestido e isso está me deixando com um calor imenso, lhe dou um selinho, me
Eu estou nervoso enquanto caminhamos pela praia. Tudo parecia tão perfeito, o sol se pondo no horizonte, a brisa fresca do mar e o som das ondas quebrando na praia, eu seguro a mão dela com força, enquanto penso em como irei pedir sua mão em casamento. Ainda estamos na nossa ilha deserta, com areias brancas e águas cristalinas. Finalmente, chegamos a um ponto da praia onde há uma pequena clareira a nossa frente cercada por palmeiras. Paro e olho nos olhos dela que sorri para mim, sabendo que algo está acontecendo, ainda de mãos dadas a levo em direção a um local especial na praia, entramos na clareira onde há uma mesa montada com um pano branco, flores coloridas, uma garrafa de champanhe gelado e duas taças esperando por nós.— Você montou tudo isso? — Ela pergunta com os olhos brilhando e faço apenas um gesto positivo com a cabeça. Puxo a cadeira para que ela se sente e me sento também, abro o champanhe e nos sirvo. Não demora muito e um garçom traz a nossa comida, assim jantamos
O casamento acontece em um castelo antigo e majestoso, com paredes de pedra e um grande pátio interno. O sol brilha no céu azul e uma brisa suave traz um aroma agradável de flores. Um presente dado por mim e pelo Kaléo, queríamos realizar o sonho da Emilia, que era se casar em um castelo e não pensamos duas vezes em realizá-lo. Os convidados começam a chegar, vestidos com trajes elegantes e ansiosos para testemunhar a união de Jacinto e Emilia. Os músicos começam a tocar uma suave melodia, enquanto a noiva entra no castelo, caminhando pelo corredor principal, em direção ao altar onde o noivo a espera. Emilia está deslumbrante em seu vestido branco de renda, com um véu longo e um buquê de rosas-vermelhas. Jacinto a espera ansiosamente, vestido em um elegante terno preto com um sorriso radiante no rosto.Jacinto começa seus votos, expressando seu amor por Emilia e prometendo ser um marido fiel e carinhoso, apoiando-a em todas as suas escolhas. Em seguida, é a vez de Emilia fazer seus vo