— O quê? Não é a Ayumi? Não tem como isso acontecer. Aí vocês serão… — Irmãs? Ou ter algum parentesco? — Digo, e ele pega os porta-retratos das minhas mãos, fica olhando-as e depois olha para mim. — Não tem semelhança nenhuma, eu sei. Mas se tem alguém que pode responder é o papai.Ele pega minha mão e vamos para a sala. Assim que chegamos, Paul vai para a cozinha e caminho até papai que está com o celular na mão e com um sorriso largo na cara. Ele deve estar aprontando. Papai e mamãe se separaram já faz um tempo e eles foram sinceros comigo o tempo todo. Me aproximo e ele guarda o celular no bolso do paletó.— Ah! Ele trouxe as fotos da vovó Amanda? — Ele se levanta e eu lhe entrego os porta-retratos.— Não me lembro de ter visto essas fotos da vovó em casa, papai. — Essas fotos ficavam no baú, minha filha. Essas ela sempre pedia para guardar com cuidado porque era relíquia. Com certeza, a Celina deve ter tirado para limpar. Eu pedi a ela porque quero colocar as fotos da vovó pela c
— As coisas naquela época eram difíceis — mamãe começa. — Estava difícil, para mim, ter o seu pai longe, eu sentia como se o estivesse perdendo entre meus dedos. Então em uma noite ele voltou de viagem, fiz um belo jantar e tivemos uma noite maravilhosa. — Ela sorri.— Dias depois desse nosso encontro, voltei a viajar e passei quinze dias longe. Vim para a nossa casa e passei uma semana com sua mãe, passei mais dez dias longe novamente, foi aí que eu tinha tomado uma decisão e não queria mais ficar naquela vida. Queria acabar com o nosso casamento e ficar com Eloise, mesmo não a amando com a mesma intensidade que amo a sua mãe.— Mas não terminou? — Pergunto.— Não, quando cheguei em casa naquele dia disposto a terminar tudo com sua mãe e até mesmo havia levado Eloise comigo, mas ela me contou que estava grávida — ele sorri. — Eu nunca estive tão feliz em toda minha vida, cheguei até a esquecer o que havia ido fazer e até mesmo dela. Porém, dias depois Eloise me ligou, me lembrei que e
A palavra sabedoria é constituída por dois verbos: saber e doer. É uma fusão de palavras que se cria com o tempo. Se desenvolve no passado para ser aplicada no presente e no futuro. Embora os momentos felizes da vida sejam os melhores, os mais ansiados por todos, não há aprendizagem sem dor. E viver, de tempos em tempos, dói. Só se torna sábio quem aprende com o sofrimento. Por isso, quanto mais se vive, mais sábia uma pessoa pode se tornar. A grande desventura disso tudo, é que ao nos tornarmos mais sábios, nos tornamos também mais velhos, e menos tempo temos para desfrutar da nossa sabedoria. É a dor e a beleza da vida, e é o que traz equilíbrio ao mundo, já que somos mortais. Adquirir sabedoria é o desafio da vida, mas seria divino ser jovem e sábio, e ter a vida toda pela frente! É como várias pessoas dizem: “Ah, se eu soubesse aos vinte anos o que sei hoje…” o que vivi não teria me doído tanto. Ou ao menos, eu saberia lidar com a dor de maneira diferente. É por isso que o melhor
Já se passaram meses, realmente estou com algum problema! Não consigo me envolver com ninguém e nem mesmo para desestressar, isso já está me irritando. Olho mais uma vez para a minha mesa e ali está o envelope com todo o dossiê que Tayson me entregou hoje de manhã. Desde a minha última discussão com a Ayumi sobre a mãe dela, nos afastamos e quase não nos vemos, eu realmente não sei como chegamos a esse ponto! Éramos melhores amigos, sempre contando tudo um para o outro, e agora estamos nessa bagunça. Sei que amigos discutem, brigam, nem sempre concordam com a mesma coisa. Porém, eu e a Ayumi chegamos a um nível que moramos na mesma casa e nunca nos vemos. Tudo piorou no dia em que perguntei a ela se estava comprando as coisas com o cartão que deixo em casa, ou até mesmo usando a quantia que deixo em um envelope na gaveta do meu escritório, para caso de alguma emergência em casa…Lembranças…— Myu Myu, se você estiver usando tudo bem, não tem por que ficar assim irritada!— Claro que
Assim que as portas se abrem, entramos e o som da risada contagiante da Ayumi me faz parar no lugar. Irei acabar com aquele momento em que realmente a ouço sorrir. Mas que amigo seria eu, se a deixasse continuar sendo enganada? Isso não é certo, não posso deixar isso acontecer. Quando dou por mim, estou sozinho no corredor.Caminho e vejo Evelyn se sentando ao lado da mulher e Ayumi, que está sorrindo quando me vê, seu sorriso morre. Vou até elas e deixo o envelope em cima do balcão ao meu lado.— Você chegou cedo, estamos apenas comendo antes de irmos para o apartamento.— Você não vai para lugar nenhum! — Digo entre dentes com raiva e ela me olha de cara fechada. Quando vai falar algo, Evelyn chama sua atenção.— Yumi, ainda não conheço a sua mãe.— Verdade… ainda não tive tempo para apresentá-las, me perdoe Evy, é que tudo anda uma bagunça — fala olhando para mim. — Essa é a minha mãe Ruth, mamãe essa é a Evy, minha salvadora, amiga e irmã! — Diz sorrindo e Evelyn se levanta indo p
— Maria Acosta, você está presa por falsidade ideologia, roubo, falsificação de documentos, falsificação ideológica e assassinato. — Ale a algema e a traz até nós.— Não, não, isso é um engano! Eu sou a mãe da Ayumi, eu tenho provas! Eles estão mentindo, eles estão querendo me separar da minha filha! — Ruth diz gritando e se debatendo enquanto Mayke a algema. — Assassinato? — Eu, Evelyn e Yumi perguntamos. Evy ainda está com o celular no ouvido, acredito que esteja falando com Paul. — Sim, ela é procurada na Argentina pela morte do marido Leonardo Acosta. — Ela disse que o marido havia morrido, que ele havia lhe ajudado a me encontrar… — Ayumi diz com os olhos cheios de lágrimas. — Agora que descobrimos tudo, nos conte por que você ia ao orfanato? — Evelyn pergunta. — Por que tinha fotos da Ayumi quando criança? Você conheceu a mãe dela? — Assim que ela diz, Yumi vira a cabeça tão rápido com os olhos arregalados.— Eu acompanhei, sim, o crescimento da Ayumi, eu a vi crescer naquel
Foi um baque, para mim, descobrir que fui enganada, eu realmente achei que teria encontrado a minha mãe e que meu sonho tinha se realizado.Lembranças…Estou aqui trancada nesse quarto. Como pude ser tão idiota ao ponto de não me atentar aos detalhes? Como pude não ir mais a fundo nessa história? Eu realmente me deixei levar. Sou tirada dos meus pensamentos com o som de alguém batendo na minha porta e sei que é ele.— Léo, por favor, me deixe quietinha.— Smile, sou eu, vim para conversar com você, abra a porta. — Ouço a voz de Havah.Me levanto, indo até a porta e a abro. Ela sorri e entra no quarto. Fecho a porta e ela se senta na minha cama dando tapinhas com a mão ao seu lado, para que eu vá me sentar.— Venha, vamos conversar &md
Meu coração parecia estar apertado e cada vez mais acelerado, a cada palavra que saía de sua boca, minha vida era um quebra-cabeça, e agora parecia que as peças estavam se encaixando, eu só não sabia definir quais eram os meus sentimentos ao ouvir tudo aquilo. Ele parecia nervoso e ansioso ao mesmo tempo, as mãos de Kaléo apertam a minha para me passar a coragem e o conforto de sempre, dizendo silenciosamente que estaria ao meu lado, podia sentir meu corpo trêmulo pela avalanche de emoções que estava sentindo. Mas agora, eu pelo menos tenho as respostas que tanto procurava, finalmente ele estava ali e agora eu poderia descobrir quem realmente eu era.— Agora só falta o exame de DNA para não termos mais nenhuma dúvida! Tudo bem para você, Ayumi? — Sheyla pergunta.— Claro, o dia que vocês marcarem, irei. — Digo olhando para el