DEANNA
Acordei, sentindo-me um pouco desorientada. Abri os olhos devagar e tentei observar os arredores do quarto onde estava. Era um cômodo impessoal, contando apenas com uma cama, uma cômoda, um armário e outra porta que deveria ser de uma suíte.
Tentei forçar minha memória para descobrir onde poderia ter dormido. Lembrava-me da festa, do trabalho e de… Kade.
Bem, nem precisei de muito mais esforço para me lembrar onde tinha dormido. O bebê, eu fui a casa de Kade para ajudá-lo com seu filhinho. Deus, ele tinha um filho.
Sentindo minha memória um pouco menos enevoada, passei a me recordar da nossa conversa no sofá e do quanto comecei a me sentir sonolenta. Ainda assim não me lembrava de ter chegado na cama. O que me deixava uma alternativa muito desconcertante: Kade tinha me carregado em algum momento daquela noite.
Era estranho me sentir
DEANNA Era como acordar de um pesadelo, mas sem a sorte de poder respirar aliviada, porque não se tratava da realidade. Não… a minha vida real era muito mais assustadora. Kade entrou em casa comigo, com Will no colo, e praticamente me conduziu até o sofá, como se eu pudesse despencar a qualquer momento. Seus cuidados eram tão gentis, tão delicados, e isso afundava ainda mais o meu coração no peito, porque ele não poderia ser meu. Nem mesmo para a promessa que deixei em aberto sobre me permitir entregar, mesmo com prazo de validade. E eu estive a um passo de aceitar. Porque queria sentir. Precisava sen
DEANNANão era a primeira vez que ia parar no hospital depois de um embate com Charles. Infelizmente, eu tinha quase certeza de que não seria a última.Considerando os prós e os contras, acho que tive sorte, pois não saí com nada quebrado.Nada além do meu coração.Mas isso exatamente por causa do homem que também estava ajudando a parti-lo. Não porque tivesse me magoado, pelo contrário. Ele era bom demais para ser verdade. Mas porque eu não poderia colocá-lo em risco, então, só poderia me afastar.Só que… antes… eu queria uma lembrança.Assim que chegou o resultado do meu último exame – a tomografia – e foi constatado que nada de mais grave tinha acontecido com os golpes que levei, Kade me amparou at&eacut
KADE A verdade escapou por entre meus dedos mais uma vez. Eu queria ter falado. Queria ter confessado a Deanna que nosso encontro acontecera de uma forma completamente errada, mas que não mudava em nada o que eu havia passado a sentir. Só que a forma como ela se insinuou para mim, como praticamente implorou que eu a fizesse sentir alguma coisa mudou tudo. Claro que o sexo não aconteceu exatamente da forma como planejei. E para mim, que tinha como profissão fazer as mulheres se desmancharem de prazer, tudo foi um pouco estranho. Não frustrante, porque eu sabia que a culpa não era de nenhum de nós dois. Nós nos desejávamos, mas havia um abismo enorme a nos prejudicar. Apesar de tudo…
DEANNAPegamos a estrada bem cedo no dia seguinte, com Will sentado na cadeirinha no banco de trás. O dia estava lindo, e fazia muito tempo que eu não me sentia tão esperançosa como naquele momento, enquanto Kade dirigia, com uma música suave soando do rádio e muitas promessas de dias inesquecíveis.Decidi ficar em paz com minha própria consciência, aceitando o que o destino estava me oferecendo. Por mais que a realidade fosse feia e assustadora, eu iria aproveitar os dias de sonho que estavam prestes a acontecer. Seriam a minha cura.Deixamos Will na casa de Thomas e Laila, e eu me impressionei com quanto o bebê gostava daqueles dois. Assim como eles também gostavam do menino. Era um casal bonito, os dois eram muito simpáticos e me receberam como se eu fosse uma namorada de longa data de Kade. Pareciam muito felizes em vê-lo com alguém, e isso deix
KADE Assistir Deanna se entregar ao seu primeiro orgasmo foi a coisa mais bonita que já vi na minha vida. Não apenas porque o deleite de ver uma mulher render-se a um momento de prazer era sempre maravilhoso, mas porque ela, em específico, tinha algo de especial. E eu não estava dizendo apenas para mim, aquela mulher tinha uma luz que fora apagada por muitos anos, agora ela merecia voltar a brilhar.Só que eu definitivamente não tinha planos de terminar nosso jogo tão cedo.Algo me dizia que Deanna nunca tinha experimentado um sexo oral, muito menos um bem feito.E… sem falsa modéstia… eu não era nem um pouco incompetente nisso.— Kade! — ela gemeu meu nome relativamente alto, o que me fez sorrir. Era mais um passo que estávamos dando naquela noite.Penetrei-a com q m
DEANNA Eu poderia puxar da memória e não encontraria dias como aqueles na história da minha vida. Era piegas, eu sei, mas era impossível, depois de tudo pelo que passei, acreditar que algum dia eu encontraria felicidade e prazer nos braços de outro homem. Mas Kade era diferente. Eu podia confiar nele. Podia me entregar sem medo de ser machucada. Por mais que nosso relacionamento tivesse um prazo de validade, ele sempre fora sincero em relação a isso. Nunca tentara me enganar e parecia verdadeiramente triste, tanto quanto eu, pela nossa iminente separação.&
KADE A reunião com Adam foi melhor do que eu esperava. Ele já estava com tudo pronto para fazer uma apreensão na casa e na empresa de Charles, levando uma equipe do FBI com ele. Seria o fim da linha para aquele filho da puta. Deanna estaria livre para sempre, e eu poderia contar a verdade para ela. Só mais alguns dias… Se me afastasse, ao menos estaria segura. Mas ao menos saberia quem eu era, e eu faria de tudo para que acreditasse nos meus sentimentos. Estacionei o carro na garagem do prédio e subi, sentindo-me animado. Iria contar para ela o que tínhamos, faríamos amor, jantaríamos, e eu queria ainda fazer uma lig
DEANNA A bile subia pela minha garganta, em reação ao medo que sentia. Não era possível. Quantas vezes mais eu ainda teria que sofrer nas mãos dos homens por quem decidia me apaixonar? Depois de descobrir que o cara maravilhoso que me libertara de todos os traumas do passado era um mentiroso, ainda tinha que lidar com o maior pesadelo da minha vida. Assim que fui surpreendida por Charles, na saída da casa de Kade, enquanto esperava por um táxi, soube que estava perdida. Tentei gritar, mas ele estava armado, então, só me restou obedecê-lo e entrar no carro como uma cordeirinha.&nb