Laura
— Você usou o meu computador ? -a cadeira onde estou é desconfortável, ignorando sua pergunta começo a ajustar cada peça.
— Não. – Denise, ergue uma das sobrancelhas a certeza de que eu estava mentindo em seu rosto.
— Você pode usar qualquer coisa que me pertença. Eu sou a sua mãe e tudo o que eu tenho é seu.
Fecho os olhos e como em um filme a minha vida passa, eu criança correndo para os braços da minha mãe. Ela me ajudando a maquiar, me consolando, me beijando...
— Mãe. – Ela me abraçou. O seu choro tão intenso quanto o meu. A minha mãezinha querida. O que ela já havia feito por mim, o quanto ela já tinha sacrificado por mim. A minha melhor amiga sempre foi ela.
— Você se lembrou, Xuxu?
— Eu não sei. lembranças apenas. Acho que de quando eu era criança. Não tenho certeza.
— Vamos para casa. - Ela tenta disfarçar o
LauraRespiro mais uma vez, na tentativa de não parecer fraca enquanto Maik me segura. Esse é a primeira sessão de fisioterapia na água.- Por que sua mãe não vem até aqui? Ela sempre fica te observando da janela.- Você é mais próximo dela que eu, por que você não me diz o motivo?- Por que você está brava ? - Não digo uma única palavra enquanto ele me tira de dentro da piscina e me coloca na cadeira. Não iria ter novamente a mesma discussão que tive nos últimos dias com todos. Estava de volta a minha casa ou eu acho que essa é minha casa. Meus pais brigavam a todo momento. Meu irmão me segue por todos os cantos, a única pessoa que ele confia é em Maik, então quando estou com meu fisioterapeuta ele pode descansar. Maik empurra a cadeira até sacada e eu posso ver o mar, as pessoas brincando na areia me trás de voltas memórias de uma infância feliz. Odeio o fato de que minha memó
Laura - Está tudo bem, filha ?- Oi. Pode entrar, pai. - limpo as lágrimas para não continuá-lo preocupando.- Não chore, querida. Lembra quando você me disse que a vida é agora. Você só precisa viver um minuto por vez. Não pense muito, você já enfrentou coisas piores é por isso que você é a minha heroína. Você nunca desiste.Ele se ajoelha em minha frente, seu rosto ficando no mesmo nível que o meu.- Estou tentando mudar...tentando lembrar... Estou tão triste nos últimos dias. Eu me sinto perdida. Vazia . É possível ser como era antes ? Será que um dia será como antes? Será que é o que quero?- Você não vai querer ser aquela garota com sede de agradar a todos. Eu me culpo a todo momento por ter te feito ir até a Alemanha, me perdoei minha bebê.Acaricio seus cabelos curtinhos, sentindo cócegas nas minhas mãos, Isaac Ferreira nã
Laura- Eu sinto muito por não ter conseguido, está com você. De não ter pensado com mais clareza. Eu queria fazer o certo porém acabei estragando tudo. - Ele me abraça com mais força, sua voz embargada, as lágrimas brilhando em seus olhos. Ele não queria falar do nosso bebê.- Eu fui incapaz de cuidar do nosso filho...- Por favor não fale isso. Você fez tudo o que poderia ter feito. Você tentou fugir quando percebeu o perigo, lutou contra quem te fez mau e sobreviveu. Certa vez você me disse que a tempo para tudo. Tudo acontece no seu tempo. Não se preocupe, meu amor. Eu estou aqui e vou proteger você, vou ama-la e a farei feliz.- Por quanto tempo estará aqui ? Por que nunca foi ao meu encontro? Sabia onde estava esse tempo todo, no entanto não se preocupou em ir ver como estava, eu precisei que alguém segurasse a minha mão e chorasse comigo a perca de parte da minha alma. Porque eu
#Matheus—Ei. – Lúcio segura em meu braço, me impendido de subir as escadas. — Por que está tão zangado ?— Me deixa, Lúcio.– Ele solta o meu braço. No mesmo momento parecendo muito preocupado. — Você não a viu ? — Eu a vi. — Então...— Eu estou furioso por ter que deixá-la mais uma vez, estou furioso por ter deixado essa merda atingi-la, por ter que esperar para por um fim em tudo. Estou furioso porque mesmo ela não se lembrando, me aceitou e o único pedido foi que eu não abandonasse no entanto eu não pude ficar. — Ela vai entender, cara. — Há uma pessoa que precisa ver antes de irmos. Ele me caminha até o escritório e eu o sigo. Quando abro a porta do de cara com um árabe. — Salamaleico. – O árabe nos cumprimenta, atrás dele se encontra mais dois homens deduzi serem seus seguranças e um dos nossos homens.— Alaikum As-Salaam. – O respondo. Esses não era os árabes que t
LauraPisco mais uma vez na tentativa de afastar a dor em meus olhos. Não sei quanto tempo já havia se passando, porém eu não conseguia desviar o olhar do alarme de incêndio, a luz vermelha piscava sem parar. Alguém bate a porta, um médico com idade já avançada entra no quarto. — Como você está, querida ? Não respondo não consigo encontrar palavras para o que estou sentido no momento. A confusão de lembranças, as vozes, os acontecimentos. Tudo conspira para me deixar louca. — Preciso que fale comigo, Laura.
Matheus— Aqui esta seu café. – Laura sorri, é tão bom ver o sorriso em seus lábios, a beleza jovial de cada traço do seu rosto.— Ainda é tão cedo. Voce saiu ? Eu havia conseguido tomar um banho no banheiro do quarto de Laura. Lúcio trouxe uma mala com roupas, eu não queria deixar ela sozinha e não iria. O pedido de desculpas de Denise ainda era algo a ser digerido. Em algum momento eu tive a afeição da mãe de Laura porém era algo que se eu quisesse teria que conquistar a muito custo.— Eu estou aqui com você, só precis
LauraEu não me lembrava da última vez que estive em um velório e não tinha nada haver com a minha perca de memória. Eu simplesmente não me lembrava de algo tão triste e fúnebre. Todas as pessoas em suas elegantes roupas pretas, o silêncio era algo terrível o único som no ambiente é o choro da senhora Ruth sem dúvidas ela é a mais afetada e eu a entendo. Ela teve uma vida inteira para amar seu filho, ela o viu crescer, se deitou ao seu lado quando ele teve um pesadelo, o levou a escola, viu se tornar um adolescente, esteve em seu casamento... Vinicius segura em meu braço, me ajudando a continuar a caminhar. Higor tinha culpa pela morte do meu filho. Ele era tão culpado quanto Ronaldo, se ele não tivesse ajudado Ronaldo a me encontrar eu ainda teria um filho. Mas eu simplesmente não poderia deixar duas pessoas tão importantes como Matheus e Helena sozinhos
— orquídeas ou Gipsófilas?Do outro lado do sala minha mãe olhava atentamente a decoração da mesa, cristais e prataria não parecia ser o suficiente. Helena parecia nas nuvens por escolher a iluminação e eu aqui sofrendo ao ter que escolher o tipos de flores. Vivian a cerimonialista me olha esperando a resposta, acho que ela esta a um passo de ter um colapso coma minha paciência para algo tão próximo.A verdade que ainda é tão cedo e hoje é sábado, tudo o que queria é ficar na minha cama, mas isso seria impossível para minha mãe e a três semanas para o casamento. — Eu gosto das duas.– Ela revira os olhos e sai em direção a minha mãe. Matheus e eu havia combinado que faríamos isso juntos, no entanto ele pediu para Helena avisar que ele não conseguirá chegar a tempo. E já estamos aqui a quase uma hora.— Chegamos Mon chéri . – Edgar, acompanhado de mais três ajudantes, entra na sala que agora se transformou em um es