NARRADORAEle rugiu mentalmente para Dalila.— Posso tentar salvar as filhotes enquanto combato o veneno. Hakon, dê seu sangue para nutrir Anastasia e repor o que ela perdeu.— Vamos tentar, vamos logo! Aaron, me ajuda a desenhar as runas de cura.Sem hesitar, o Alfa abriu um corte no próprio pulso e levou-o até os lábios pálidos de sua companheira.Anastasia sentia ânsias e tontura, nem conseguia soltar os caninos ou sugar o sangue.A força de sua loba interior era o que ainda mantinha seus olhos abertos.Hakon mordeu selvagemente o próprio pulso, sugando o sangue com seus caninos e o mantendo na boca.Depois, despejou-o com cuidado nos lábios da sua fêmea. Um pouco escorreu, mas algo passou pela garganta da Beta, que lutava contra a inconsciência.A magia Centuria encheu de repente o pequeno quarto e Dalila começou a recitar seus encantamentos.Destruir aquele veneno com suas chamas e reparar o útero, para que as filhotes pudessem se implantar, não seria nada fácil.Foi quando Cedri
NARRADORACedrick falou de repente com todo o seu poder de Alfa dos Alfas, pressionando Hakon para dominá-lo e impedir que deixasse seu lobo escapar — isso seria muito pior.— Se não confia nele, confia em mim! Hakon, eu sou seu Rei, confia em mim! Vamos salvá-la, eu te prometo, nós vamos salvá-la! — olhou direto na alma dele.Eamon estava pronto para se lançar sobre Lorcan e contê-lo.Então a respiração ofegante de Hakon cedeu um pouco, e ele apenas abraçou Anastasia com mais força, fechando os olhos com raiva e dor.Sentia tudo através do vínculo — e sentia como ela chorava contra seu peito.Mesmo que conseguissem salvá-la, se perdesse as filhotes, se não pudesse ser mãe de novo, Ana jamais se recuperaria desse golpe.— Salva ela, por favor, salva... faço o que quiser, dou o que me pedir, minha vida se for preciso... mas salva minha fêmea, por favor, Rei, salva ela…Olhou para Cedrick confiando nele, pela primeira vez, como em um verdadeiro monarca.— Vamos conseguir, Hakon. Vamos c
NARRADORA— Também ajudamos nosso Druida com nossa magia interior — Steve respondeu, encarando-o com coragem.— Não fizemos nada contra as Centurias. Isso é obra de outra pessoa.Falou em voz baixa, mas fria.Estavam ofendidos pela desconfiança, mas ao mesmo tempo compreendiam.Se fossem suas mulheres, também procurariam culpados entre os mais prováveis.Steve olhou à distância para sua companheira, entre as fêmeas do pântano que se escondiam atrás de seus guerreiros.Ela o observava, angustiada.— Certo. Estou apostando tudo em vocês. A verdade virá à tona no final — Cedrick respondeu, e Steve assentiu, sentando-se no círculo mágico.— Pai, eu vou fazer! — Cedrick ouviu a voz de Aidan correndo.Ele havia escapado das mãos de Clárens, que cuidava dele junto com seu próprio filhote.— Aidan, você está sem seu lobo de inverno, filho, é muito pequeno — Cedrick se agachou para acariciar seus cabelos brancos.— Eu posso, pai... não quero que nada aconteça com a Ana. Eu vou salvá-la — respo
HAKONNunca pensei que sentiria tanto medo em toda a minha vida.Nem mesmo diante daquela parede de gelo desmoronando, abrindo caminho para o perigo, senti tanto pavor quanto ao imaginar uma vida sem ela.Sei que devo soltá-la para que descanse, trocar suas roupas e os tecidos da cama… mas não consigo parar de abraçá-la.Só o fato de sentir seu corpo respirando contra o meu é o que mantém minha sanidade.— Alfa, deixe ela conosco, nós a trocaremos. Os outros machos já saíram — ouço a voz da Rainha ao lado da cama.— Não… não, eu faço isso, eu mesmo a troco — respondo, e ainda percebo minha voz trêmula.Ela me olha com olhos complicados, mas concorda.— Obrigado — digo às suas costas — Obrigado por salvar minha fêmea.— Anastasia é como uma irmã pra mim, e uma filha para Dalila. Não importa como, nós não a deixaríamos morrer. Pode ficar em paz… e agora, aproveite o presente que a Deusa criou para vocês.Ela responde e sai do quarto, levando a Sacerdotisa, fechando a porta.Baixo a cabe
NARRADORAEle estava com a perna destroçada, coberta de sangue e mordidas ferozes.— O que fazia na área dos jacarés?— Não sabia que era a zona deles... ouvi dizer que lá cresce a fruta Buba.Vincent respondeu, segurando a dor lacerante na perna direita e parte do torso.— Fruta Buba? Tem uma fêmea prenha? Essa fruta é muito ácida, só quem gosta são as fêmeas grávidas. Você está com alguma Centuria? — perguntaram com curiosidade."Minha companheira nem nasceu ainda..." pensou Vincent com ironia.— Procurei para a Rainha... foi Sua Majestade o Rei quem pediu que ela colhesse. — mentiu descaradamente.Só estava dando explicações porque o haviam salvado da morte certa na boca de vários jacarés. Vincent não era de justificar suas ações.— Ah... devia ter perguntado. No nosso clã, poucos se aproximam daquela área. É muito perigosa. Só um macho louco pela fêmea se atreve a isso.Responderam, e Vincent apertou em sua mão ensanguentada o saco de couro cheio da fruta madura.Mesmo prestes a s
NARRADORA— Ela foi envenenada por uma planta que cresce aqui no pântano, que destrói o útero das lobas grávidas. Se parece com ervas aromáticas… ninguém além da nossa própria gente poderia ter feito isso! — disse Hakon.— Não pode ser...— Como é possível? Nunca ouvi falar de um veneno assim...— Que planta é essa? Alfa, por favor, investigue a fundo...A matilha do pântano começou a se agitar, inquieta.No meio deles, Inna pensava nas contramedidas.Como é possível que descobriram tudo tão rápido?Por ser uma planta rara, chegou a imaginar que até poderiam pensar que vinha da área dos Homens do Inverno.Haveria muitos suspeitos — ninguém desconfiaria de alguém insignificante como ela.Mas então a viu… e lembrou.Era aquela loba velha que já devia estar morta há muitas luas. Nem sabia que ainda estava viva!Um dos filhos a carregava, descendo da casa do Alfa… ela foi quem identificou a planta misteriosa!Será que então também sabiam da outra pessoa que conhecia o segredo?— ONDE ESTÁ
NARRADORA— Minha família controla esse pântano há gerações! Vocês nem imaginam os maldit0s sacrifícios que fizemos pra manter todos os seus cus a salvo! Clárens é filha do meu irmão e meu sangue. Quem não gostar, que caia fora nadando do meu maldit0 pântano!Ninguém ousou dizer mais uma palavra.— Agora é bom que lembre direitinho, velho, ou vai carregar a culpa sozinho! QUEM DIABOS MEXEU NAQUELE LIVRO?!Hakon agarrou Mela pela gola da túnica e rugiu em sua cara, levantando-o quase do chão.Foi então que a mente assustada do velho fez clic — lembrou de uma noite de paixão.Não podia ser… essa foi a razão pela qual aquela loba se ofereceu em sua sala naquela madrugada e o deixou montá-la.Esperou que ele dormisse… para vasculhar os segredos do livro de ervas.— I-Inna… ela também esteve na minha sala… — confessou com a voz quase inaudível.— Inna — Hakon repetiu, com a fúria pulsando por todos os poros.— O que ela te ofereceu em troca da informação? Ela te deixou transar com ela? — o
RavenCaminhei pelos corredores dessa mansão enorme.Minhas mãos tremiam e suavam de nervosismo.Meu corpo ainda estava coberto de feridas, principalmente as do abdômen, que quase tiraram minha vida.Eu estava a caminho de ver meu salvador, o homem a quem devo estar viva hoje. Mas, acima de tudo, o único homem que pode me dar vingança e redenção.Fui conduzida até uma sala enorme e, no final, quase como se estivesse num trono, o vi sentado, revisando alguns papéis sobre uma mesa gigantesca.Só de estar na presença dele eu já me sentia intimidada. Ele é um Alfa puro. Mas eu... eu também não sou qualquer coisa, não mais. Então, busquei coragem dentro de mim e caminhei até o Alfa Walker.— Disseram que você pediu uma audiência comigo, que era algo muito importante — ele disse com aquela voz profunda, sem nem levantar os olhos do que estava lendo.— Eu tenho uma proposta pra te fazer — soltei depois de engolir em seco, e minha loba me dava forças, mesmo que a pressão do Alfa a mantivesse