Adriel me olhou com um sulco entre as sobrancelhas, visivelmente confuso e deixando transparecer sua dúvida de como eu iria fazer, para refutar a situação.— Ela não pode interferir em nada, doutor! Dê seguimento ao processo, por favor. Arthur bateu na mesa indignado na tentativa desesperada de encerrar a divisão dos bens. Ele sabia exatamente que, se tornando o chefe dos Lobos, nada poderia detê-lo. A madame não me interrompeu, na verdade, ela ficou um tanto agitada na cadeira, parecia empolgada. Acredito que a malévola ponderava se os acontecimentos a seguir, de alguma forma, a beneficiará. Vez que sua vida sempre fora regada a luxos, nunca iria aceitar viver uma vida tendo que regrar seus gastos exacerbados.Peguei o celular na bolsa e liguei para Lívia, ela atendeu na primeira chamada.— Lívia? — É para levá-lo?Perguntou apressadamente, ao fundo ouvi a voz de Dylan, perguntando a Lívia se era eu quem estava no celular.— Sim! Dei-lhe a ordem e, no mesmo instante, senti o frio
— Você disse, meu filho? Eu... eu ouvi direito? Afastei-me de Filippo e Louis, me aproximei um pouco mais de Adriel quando ele fez a pergunta, literalmente perturbado. Ao passar por Cecília, senti um calafrio e arrepiei repentinamente devido à forma mortal como me olhava. Madame Cíntia continuava estagnada no chão, sem forças para encarar os fatos.— Ser meu pai, não significa que...— Dylan! O fiz calar a boca antes que o garoto soltasse mais uma desfeita. — Ele é tão lindo, Deus! É a miniatura de Adriel!Sr. Louis Lobo continuava evidentemente encantado com meu filho. Tentava a todo custo ter um pouco de contato com o neto. Dylan, por outro lado, permanecia indiferente. — Por que você sumiu com meu filho, Ana Lis? Por quê? Adriel murmurou triste e com a voz baixa.Com pergunta que me fizera, lembrei-me do real motivo do meu desaparecimento e automaticamente encarei Cecília e depois Arthur, ambos baixaram os olhares sem conseguir esconder a expressão de culpa. — Se eu não tive
— Cale-se, vadia! Você não passa de uma vagabunda mentirosa!— Vociferou, fazendo-a encolher os ombros e piscar por várias vezes, assustada.— E esse filho que você está esperando, talvez nem seja de Adriel! — Arthur! — O quê? Vai negar? Sabe muito bem que pode ser meu.Cecília arregalou os olhos no momento em que tentou silenciar o amante. Porém, a raiva atravessava seus olhos de maneira irrefreável. Não havia mais nada que ela pudesse fazer para retroceder suas palavras acusatórias, as quais incriminavam somente Arthur.— Traidora, você não presta, Cecília!— Adriel, querido! Isso é mentira, não acredite nele.A mulher implorava para Adriel, desta vez, suas lágrimas eram verdadeiras. O arrependimento a corroía de dentro para fora.— Vai negar que você não aproveitava as noites comigo? Toda vez que eu lhe fazia um favorzinho, não é mesmo? O homem estava tendo um ataque raivoso, eu não precisava dizer mais nada para mostrar a face oculta daqueles dois. Ambos se autoincriminavam sem
Quando Tomás e Dylan saíram, me senti um pouco mais à vontade para encerrar aquela discussão que já durava horas. Arthur não queria de forma alguma aceitar vender suas ações para Adriel. No entanto, ele não tinha escolha e, não era um pedido, era uma ordem! Eles pensaram que não faríamos questão do dinheiro que roubaram da empresa, estavam enganados. Peguei um laptop da empresa e os obriguei devolver cada centavo para conta da 'M&G'Lobos' — Quanto a você, Cecília — ela me olhou preocupada — pode passar no RH, sua demissão já está em processo, ok?A mulher deu um passo e levantou o dedo pensando em dizer algo, mas se arrependeu no mesmo instante, quando definitivamente notou que ninguém ali estava a seu favor, nem mesmo seu cúmplice. Na verdade, Arthur a odiava.— Adriel... — choraminga — Você não pode me demitir nessas condições, grávida. Juro que esse filho é seu.Revirei os olhos e suspirei impaciente com a teimosia daquela mulher sem princípios. Estava tornando a situação demasia
Olhou-me por cima do ombro, evidentemente nervoso ao ver aquela comoção na sua empresa. — Quando chegamos aqui, um veículo invadiu o local logo após entrarmos no estacionamento. Haviam três homens armados e tentaram nos matar. Por sorte, tenho bons seguranças e meu carro é blindado, do contrário, eu, Dylan e...— Deus do céu!Se alterou novamente. Porém, seus olhos permaneciam fixos na tela do portátil. — Foram eles? Fale a verdade! Não vou permitir que saiam livres dessa. Vou mandar bloquear todas as saídas agora mesmo. Adriel estava prestes a levantar da cadeira para ir atrás de Arthur e Cecília, no entanto, desistiu ao ver seu primo sendo abordado por policiais assim que ele entrou no estacionamento.Um sorriso maroto surgiu em meu rosto, estava adorando ver aquela cena.— Pensou que eu os deixaria livres? — ri me divertindo com a captura de Arthur — sem chances, Adriel! Eles iam se vingar de nós. — Você os enganou, direitinho! — finalmente arranquei um sorriso dele — isso foi
— Mamãe, você chegou? Dylan surgiu de repente, desceu pelas escadas às pressas, usando seu pijama favorito com estampas de astronautas. Vê-lo ali intacto e cheio de vida, parecia um sonho o qual eu jamais queria acordar.— Dylan!— Jesus Cristo!Adriel solta um suspiro pesado e se aproxima de nós.A sensação de alívio era tão forte que o abracei apertado, peguei ele no colo e fui para o sofá, pois as pernas tremulavam com o nervosismo. Nunca havia me sentido não impotente. — Ai, mamãe! Eu também estava com saudades, mas você está apertando demais!Ele reclama, rapidamente afrouxei o abraço e olhei em seus olhos, as bochechas estavam vermelhas por conta do aperto.— Desculpa, meu amor!Espalhei beijos por volta de seu rosto. Estava tão feliz, que não sabia medir o tamanho daquele sentimento surreal. — Oh, não!Olhou por cima do meu ombro, aparentemente aborrecido com a visita. — O que ele está fazendo aqui? Seu olhar despencou para os meus, ele parecia contrariado ao ver Adriel em
Andrew e Adriel conversavam tão tranquilos que pareciam íntimos. Embora suas expressões estivessem rígidas, ambos mantinham um respeito admirável um para com o outro.— Estou pronta!Aproximei-me deles, os interrompendo.— Lis, querida! Mantenha seu celular por perto, eu tentei ligar várias vezes quando Dylan chegou aqui sem você. Fiquei preocupado.— Desculpe-me, esqueci completamente o celular na bolsa.Inventei uma desculpa para não causar nenhum aborrecimento a Andrew, já que ele continua com a saúde frágil. Ao mesmo tempo, fiquei tranquilizada quando tive a certeza que Adriel não havia dito nada sobre o ocorrido de hoje.— Até breve, Sr. Andrew. Foi um prazer conhecê-lo pessoalmente!Adriel levantou-se apressado, se despediu de Andrew com um aperto de mão e um sorriso carismático no rosto. — Você vai ficar bem com Dylan? Dei-lhe um abraço.— Sim, sempre estarei bem ao lado do meu neto.Notei que sua resposta foi dada para Adriel e não para mim. Uma alfinetada de despedida para
— Ana — seu braço envolveu minha cintura — dorme em minha casa essa noite? Sinto tanta falta. — Oh, é uma pena! Terá que lidar com a falta! Fui insensível e, sobretudo, discreta na resposta. — Queria fazer você sentir mais daquilo e… — Adriel! O repreendi entredentes em meio a um sorriso ensaiado, os ‘flashes’ disparavam a cada segundo em nossa direção e Adriel me fazendo ruborizar com maestria, ele era bom nisso.— Por favor... Ele apertou um lado da minha bunda, aproveitando que não havia ninguém atrás de nós, além de uma fileira enorme de carros. Os seguranças ficaram do outro lado do recinto, não vi necessidade de trazê-los para casa dos Duartes. — Vou pensar, ok? Eu vou pensar! Fiquei tão perturbada que apenas disse o que ele queria ouvir para me deixar em paz. O canto de sua boca curvou-se num sorriso encantador, qualquer mulher nesta cidade daria tudo para ter ao menos uma noite com ele, mas eu, estava fugindo de problemas. Quando entramos na casa, o celular de Adriel