MELISSA
Meu coração batia descompassado, mas a única coisa em que conseguia pensar era em como desejava mais daquilo, daquele sentimento que ele tinha mostrado. Poucas vezes tinha visto Alex perder o controle, ser só... um homem.
Um homem com desejos, um arrepio desceu pela minha coluna, que me desejava.
Eu tinha tentando esquecer aquilo, mas era obvio que ele não me deixaria em paz, então ao menos poderia aproveitar aquilo, não?
O que estava fazendo?
Respirei fundo algumas vezes deixando que meu coração voltasse a bater normalmente. Quando finalmente fui capaz de respirar sai do carro e fui para minha aula.
Não fui capaz de prestar atenção na aula, mas tentei fingir que o fazia durante todo o dia. Sarah me perguntou algumas vezes se eu estava b
MELISSAAssim que entrei na sala os olhares se cravaram em mim, por um segundo achei que estava sendo paranoica. Estavam mesmo me olhando. Sentei no meu lugar de costume, e sem dar maior atenção para os olhares comecei a arrumar meu material.— Você deve ser Melissa. – Uma voz disse acima de mim.Ergui os olhos encarando um rapaz que me encarava.— Não é da sua conta! Cai fora!— Vamos lá, pare com essa ceninha. Você parecia bem à vontade com menos roupa e diante de todas aquelas pessoas, vai fazer a difícil agora?Senti meu sangue gelar, mas mantive a calma.— Não faço ideia do que você está falando. Me deixa em paz!Juntei minhas coisas e tentei sair dali. Ele segurou meu braço.— Quanto você quer? Para dança
ALEXANDRENão sabia se ficava preocupado por ela ser daquele jeito ou orgulhoso. Melissa era forte e decidida, independente demais. Mas isso também era arriscado. Não tinha nada de errado dançar, o corpo era dela e isso deveria ser seu direito, fazer o que bem entendesse, mas eu sabia que as pessoas não pensavam dessa forma.A maioria aplaudiu sua atitude e notei alguns olhares de admiração em meio a multidão, algumas jovens se aproximaram provavelmente parabenizando sua atitude, longos minutos se passaram até que ela estivesse livre.Seus olhos encontraram os meus e ela caminhou para longe, sabia o que isso significava e a segui para um lugar mais afastado.— Problema resolvido. – ela disse com um sorriso convencido nos lábios.— Não acredito nisso. – me aproximei ainda mais, sabia que j&aacut
MELISSAMeu coração batia descompassado, mas a única coisa em que conseguia pensar era em como desejava mais daquilo, daquele sentimento que ele tinha mostrado. Poucas vezes tinha visto Alex perder o controle, ser só... um homem.Um homem com desejos, um arrepio desceu pela minha coluna, que me desejava.Eu tinha tentando esquecer aquilo, mas era óbvio que ele não me deixaria em paz, então ao menos poderia aproveitar aquilo, não?O que estava fazendo?Respirei fundo algumas vezes deixando que meu coração voltasse a bater normalmente. Quando finalmente fui capaz de respirar sai do carro e fui para minha aula.Não fui capaz de prestar atenção na aula, mas tentei fingir que o fazia durante todo o dia. Sarah me perguntou algumas vezes se eu estava bem e eu
Eu era uma covarde, naquele momento enquanto meu coração acelerava e meus músculos protestavam, percebi que sempre tinha sido uma. Era uma constatação amarga, eu o estava perdendo. Uma risada histérica escapou de meus lábios, que emocional de minha parte, não costumava deixar que sentimentos tomassem conta.Aquela não era eu, bem não costumava ser assim.Pelo menos não antes dele voltar para minha vida e bagunçar tudo, não antes dele me fazer pensar em coisas que nunca imaginei pensar. Desejar o que sabia que nunca deveria desejar.Meus pés esmagavam o gramado bem aparado em meu caminho, tinha invadido o clube mais chique da cidade, driblado seguranças com a ajuda de meus amigos e estava a caminho de acabar com um casamento – ao menos eu esperava acabar.Que merda eu estava fazendo? Por que estava fazendo
MelissaErgui os olhos do meu fichário rabiscado, como sempre, ela estava atrasada. Conseguia escutar trechos de algumas conversas, mas como de costume eu ignorava cada um dos tópicos. Fulano que traiu a ciclana, beltrano que foi expulso por uso de drogas, alguém que tinha “feito favores” ao professor X para não reprovar.A melhor maneira de não me envolver era ignorar, e eu era muito boa em ignorar.Tinha sido um longo e cansativo caminho até chegar ali, aquela nem era minha primeira escolha de faculdade, mas quando tudo tinha dado errado – como se algo desse certo para mim – eu tinha escolhido o que era mais prático, solido e certo. Eu sempre escolhia o caminho de menor resistência, a física dizia que era o mais fácil, quem era eu para ir contra uma lei da física?Estava no terceiro semes
Praticamente me arrastei até a minha primeira aula, meus olhos quase se fechavam, mas segui com firmeza. Sentei no meu lugar de costume e aguardei de cabeça baixa, devo ter adormecido, pois quando me dei conta ouvi risinhos afetados e cochichos baixos.— Ei, você!Uma voz masculina chamou distante. Os risos se intensificaram.Senti uma mão pousar em meu ombro e ergui a cabeça. Encarei um par de olhos esmeralda límpidos, curiosos. Meu coração acelerou em meu peito pois o rosto era tão belo quanto os olhos. A pele era alguns tons mais clara que a minha, os olhos expressivos, a boca de dar inveja a qualquer garota, suculenta. Os cílios longos o queixo pronunciado. Seus cabelos eram castanho claro, quase louros, desarrumados, mas charmosos.— Não teve uma noite muito boa? – sua voz fez meus pelos se eriçarem, pois era profunda e grave.&md
Alexandre— Eu não estou com saco. – expliquei pacientemente para Humberto, pela vigésima vez – Só quero chegar em casa e dormir.— Mais um motivo para vir. Eu juro Alex, você não vai se arrepender... além do mais Lizz não está com aquela sua vizinha velhinha e gentil?— Eu já pago uma miséria para a coitada, isso não é justo!— Ela adora Lizz. Quem não adora aquela pestinha de olhinhos brilhantes?Sorri. Ele tinha toda a razão, sobre minha sobrinha ao menos, todo o resto era uma balela.— Olha, juro que se não gostar pode ir embora. Tem uma coisa que preciso que você veja.— Em uma boate? – questionei incrédulo.— Confie em mim. Sou ou não seu melhor amigo?— Tudo bem, eu vou. E s
MelissaSoltei o ar pela boca e inspirei de novo, e de novo, na esperança de me acalmar. Como ele tinha descoberto?Estava a pelo menos meia hora no cubículo que era um dos banheiros, sentada na privada, encarando palavrões e outros recadinhos na parede, tentando manter um pouco de compostura.— Tudo bem, mantenha a calma... se descontrolar não vai resolver seus problemas.Finalmente deixei o banheiro ainda sem saber ao certo o que faria. Precisava pedir para Jean Pierre não deixar nenhum dos clientes chegar perto, já que desistir de tudo não era uma opção aquela altura.Se professor Alexandre tinha suas suspeitas, ele continuaria sem confirmar nenhuma delas, não daria nenhuma oportunidade de ele descobrir a verdade. Aquele homem já tinha muitas coisas contra mim para acumular mais aque