2°- Negação (Parte 2)

[...]

Finalmente chegou o dia de Alex voltar para sua casa, o Sr. e a Sra. Stuart nos pediram para acompanhá-los, pois queriam que estivessemos com ele, no momento em que eles contassem para o Alex sobre o Kurt. Nós não pensamos duas vez, queríamos está lá para ajudá-lo, pois como dito, não seria fácil, Alex ficaria abalado, mas não sabíamos, qual seria o nível.

Enfim chegamos a casa de Alex, ele já estava bem melhor, estava sentido algumas dores, porém nada tão grave, afinal, ele foi soterrado. Podem nos questionar, por que decidimos contar à ele sobre o Kurt, no mesmo dia em que ele saiu do hospital, e a resposta é, nós não poderíamos deixar ele passar mais tempo sem saber sobre o que aconteceu, ele tinha o direito de saber e tinha motivo para ficar bravo, por não temos falado antes, mas como dito, foi porque ele já estava passando por uma situação delicada e ainda está, porém, não como antes. Sabíamos que não seria fácil, assim como não foi para nós, mas era preciso, era preciso contar para ele, para que ele pudesse chorar e sentir essa dor agora, para que ele pudesse continuar.

|Já Na Casa De Alex|

-Alex, eu e sei pai, junto de seus amigos quero lhe contar algo, que não vai ser fácil de acreditar e tão pouco aceitar, mas as coisas infelizmente foram assim e nós não podemos fazer nada para impedir ou interferir, pois não está ao nosso alcance. Vai ser difícil?? vai,  e talvez em alguns dias mais que outros, mas é preciso continuar. Sentir dor faz parte, mesmo que seja desagradável, ruim, destruidor, devastador, ou mesmo que seja quase insuportável. É algo que nos marca e pode nos mudar, mas por favor não mude negativamente, pois isso faz parte da vida, mesmo que seja ruim e que não queramos. A vida é assim, não podemos controlar tudo, talvez não possamos controlar nada e isso as vezes é frustrante e devastador, mas infelizmente é assim- disse a mãe de Alex, super emocionada à ele.

-Por que a senhor está dizendo essas coisas??? Por que todos estão tão triste, eu estou bem. O que aconteceu, eu não estou entendendo... Espera... Cadê o Kurt, ele já está melhor??- disse Alex, sem entender nada, porém emocionado, pois enquanto questiona seus pais e amigos, ele ligou os pontos e entendeu do que se tratava. Então saiu correndo para o quarto e ligou para o celular de Kurt. Nós corremos para o quarto dele, porém ele já estava com o celular, ligando. Depois de alguns segundos angustiantes esperando atenderem, alguém enfim atendeu...

-Kurt??- perguntou Alex.

-Não... Sou eu, a Sra. Davies ( mãe de Kurt)- disse ela com a voz trêmula.

-Oi, posso falar com o Kurt??- questionou Alex, estando ansioso pela resposta.

-Alex meu filho, sabia que a vida sempre está em movimento??? É como uma roda gigante, e quem está nela somos nós e há momentos em que estamos em baixo e em outro, estamos em cima, mas isso não é o mais importante, pois faz parte da vida, ter/viver altos e baixos, o mais importante é continuar na roda gigante, apesar de todo desconforto, angústia ou medo, é preciso continuar vivendo apesar de tudo, por que??? Por que viver é um presente e não deve não ser aproveitado, independente de tudo. A vida é uma dádiva e quem tem, tem que aproveitar cada segundo e fazer valer a pena cada segundo, mesmo que alguns sejam de dor, mas esses não devem sobressair os bons, os alegres, os inesquecíveis. Dito isso, quero lhe falar mais uma coisa, infelizmente o nosso querido, amado, sorridente, sincero, tímido e especial Kurt, não resistiu e morreu, devido complicações. Mas tenho certeza de que ele não queria que nós nos torturassemos, ele não queria que sentissemos dor ou sofressemos, mas nós podemos chorar, nós podemos nos sentir tristes e sentir a dor de perde-lo, mas não podemos nos perder em toda esssa dor, tristeza e saudade, pois ele jamais iria querer que passasemos por isso. Então se precisar chorar, chore, se precisar gritar para extravasar a dor, grite, se quiser sentir saudade, sinta, mas não seja dominado por esses sentimentos. Sentir dor é um sinal bom, apesar de cruel, pois isso significa/mostra que era importante. E depois de tudo, temos que continuar vivendo, eu tenho que continuar, você tem que continuar, pois ainda estamos na roda gigante e ela só para, para nós, quando tudo acaba- disse a Sra. Davies, emocionada à Alex.

Alex, que se encontrava emocionado, não tinha como falar, mas juntou forças e disse a Sra. Davies...

-Ok, obrigado por me dizer, tchau.

-Tchau, fique bem- disse a Sra. Davies.

Alex desligou e se sentou na cama...

-Como isso aconteceu???- questionou Alex.

-Bom, devido ao tombo que ele levou da escada enquanto limpava a calha do telhado da casa dele, ele ficou em estado grave, apesar de não aparentar. As convulsões foram um sinal de que as coisas não estavam boas e infelizmente ocorreram algumas complicações indesejadas e isso o levaram a óbito- disse a Sra. Stuart.

-E por que ninguém fez nada, se as convulsões significavam que algo não estava bom, por que os médicos não fizeram nada para ajudá-lo?? Por que não fizeram nada??? Por que?? Por que???- questionou Alex, chorando.

-Eles não podíamos, estava fora do alcance deles. Eles não têm culpa, infelizmente só aconteceu- disse a Sra. Stuart.

-Não pode ser, não tem como ser, eu sei que não é verdade, isso não pode acontecer, não deve, não é verdade, é mentira- disse Alex surtando, chorando e gritando.

Eu, Tyler, Anny, Aaron e o Sr. e Sra. Stuart o abraçamos forte, para que ele soubesse que não estava sozinho, para assim vencer esse processo de negação.


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