4°- Barganha

|Narrado por Anny|

  Alex aos poucos estava progredindo, ele estava entendendo, que não temos controle sobre quase tudo em nossas vidas e que tinha que passar e vencer isso, o luto, da melhor forma possível, sem se isolar, se culpar ou se enganar. 

  Depois de nosso último encontro, Alex estava melhor e isso era muito bom, porém, a Sra. Stuart, mãe do Alex, ligou para Aaron e disse que, Alex estava agindo estranho. Alex estava fazendo milhares de coisas, literalmente. Então Aaron, nos informou sobre Alex e nós nos reunimos e fomos até a casa do Alex.

  Chegando lá, pudemos ver Alex fazendo de tudo. Ele estava arrumando a casa, fazendo o almoço, fazendo biscoitos e brownies, lendo um livro e ainda assistindo vídeo aula, mesmo estando de férias...

-Alex, o que é tudo isso??- perguntou Kate.

-Ah, oi pessoal, estou um pouco ocupado- disse Alex sorrindo.

-Por que você está fazendo tudo isso?- questionou Aaron.

-Me sinto bem hoje. Eu acordei cedo e como não tinha nada pra fazer, eu vim para a cozinha e vi que na verdade tinha muita coisa pra fazer, então aqui estou- disse Alex.

-Você não acha que esta fazendo muita coisa?- perguntou Tyler.

-Não, não. Vocês querem me ajudar e depois vocês almoçam conosco??- disse Alex.

-Pode ser. O que temos que fazer??- disse (eu) à ele.

  Então nos aventuramos a fazer tudo aquilo, porém apesar de Alex está sorrindo e está alegre, nós sabíamos que havia algo de errado com ele, ele não estava bem.

-Alex, você está bem??- perguntou Aaron, enquanto fazíamos as coisas.

-Sim, estou bem, pela primeira vez, depois de tempos- disse Alex.

-Que bom, mas se precisar de nós, estamos aqui- disse Aaron.

-Ok. Mãe, Pai, o almoço está pronto. Vamos comer pessoal- disse Alex.

  Alex pôs a mesa e então comemos. Enquanto comíamos a Sra. Stuart perguntou...

-Alex, já terminou de fazer tudo o que estava fazendo??

-Aqui em casa já- disse Alex.

-Como assim, "aqui em casa"???- questionou a Sra Stuart.

-É que eu me ofereci para passear com os cachorros dos vizinhos, me ofereci também para ajudar nos seus jardins e nas suas cercas- disse Alex.

-Mas não é muita coisa??- disse a Sra. Stuart.

-Não se preocupe, eu dou conta- disse Alex.

  Terminamos de comer e Alex rapidamente tirou a mesa e foi lavar a louça. Alex estava se sobrecarregando, mas será que era proposital ou apenas ocasional???

Depois de lavar todas as louças, fomos para o quarto do Alex, onde estudamos assuntos referentes ao 3° ano do ensino médio, sendo que tínhamos acaba de cursar o 1° ano e nem tínhamos começado o 2° ano. O interessante, é que ele aparentemente queria entender e aprender aquelas coisas. Depois de 2 horas, eles parou de estudar e foi passear com os cães, e nós fomos com ele.

  Durante o passeio, Tyler não aguentou e perguntou...

-Alex, qual o verdadeiro motivo de você está fazendo todas essas tarefas??? Porque eu acho que você sabe que isso não é normal, poderia até ser, mas não no seu caso. Por que está fazendo isso???

-Eu não sei por que você está tão incomodado, por eu está fazendo essas coisas. Eu realmente não entendo vocês, eu disse que estou me sentindo bem, depois de tanto tempo, depois das coisas malucas que eu passei, que nós passamos, depois da, depois da...- disse Alex.

-Você quis dizer, depois da morte do Kurt??- disse Kate.

-É, depois disso também. Acho que já passei, na verdade, acho que já passamos por muita coisa, então por que não aproveitar um pouco e ser feliz, e se sentir bem do jeito que dê. É tudo o que eu quero, me sentir bem e se o que me fizer, me sentir bem, for acordar cedo, fazer o café da manhã, o almoço, fazer biscoitos e brownies, estudar assuntos complexos e difíceis de entender, passear com cães, consertar cercas e cuidar de jardins, eu irei fazer, pois isso me faz bem e por hora, é tudo o que eu quero- disse Alex.

-Nós não estamos incomodados por você está fazendo essas coisas e sim, no por que está fazendo isso. Nós concordamos com você, quando diz que devemos aproveitar como dê para sermos feliz. Porém há limites e você, evidentemente, não está respeitando esses limites. Você está fazendo milhares de coisas, como se o mundo fosse acabar a qualquer momento e isso pode acontecer, mas não é o mais importante de tudo, você está se esquecendo de aproveitar o presente, o hoje, o agora e depois não haverá jeito de voltar atrás. Então pare com isso agora e aproveite o agora- disse Aaron.

-Você está certo. Vou começar a aproveitar o agora. Estou tão ocupado e não percebi, que eu estava perdendo um tempo muito precioso. Porém, será que eu estou mesmo perdendo tempo?? Será que ajudar pessoas, é perder tempo??? Eu não entendo, vocês me disseram para passar pelo luto da melhor forma possível, eu estou fazendo isso. Eu quero ser alguém melhor, na esperança de as coisas ruins pararem de acontecer na minha vida ou na vida das pessoas que eu amo. Eu estou tentando, não deixar o que aconteceu com o Kurt, acontecer com mais ninguém, eu só quero ser melhor para protegê-los, para que assim, se existi uma força maior, ela possa me poupar de tanta dor, como a que estou sentindo agora. Tudo o que eu quero é garanti, que não vou mais me sentir devastado, como estou me sentindo e que vocês fiquem bem. Talvez o bem que eu fizer, volte pra mim. Então vou fazer todo bem que eu conseguir e puder, para atrair todo bem possível. E que me ajude a esquecer o que aconteceu- disse Alex emocionado.

-Será que essa é a solução, Alex???- questionei ele.

-Sinceramente, não sei, mas vou tentar- disse Alex.

-Já eu, acho que as coisas não funcionam assim, certo que fazer o bem é essencial, é bom, mas infelizmente, coisas ruins acontecem com pessoas que fazem o bem e com as pessoas próximas de quem faz o bem. Esse tipo de coisa, a qual não podemos interferir, sempre acontecem e lutar contra isso talvez seja inútil, não aceitar também- disse (eu) à ele.

-Que saber, estou cansado de ouvir vocês. Tchau- disse Alex.

  Alex foi embora e nós também fomos. Alex na verdade, estava se ocupando, para não ter tempo de pensar a respeito do que aconteceu e pensava que se plantasse o bem, colheria o bem e esse bem impediria, que coisas ruins acontececem na vida dele e na vida das pessoas próximas a ele. Ele queria barganhar, por uma vida melhor, não somente pra ele, mas também, para as  pessoas que ele amava.


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