Kelly chegou ao prédio de Andreas já eram quase nove horas da noite. Devia ter avisado que viria, de qualquer forma ainda tinha a chave reserva, que inclusive havia se esquecido de devolver a ele. Quando chegou à porta do apartamento bateu, e em seguida ouviu passos que vinham atender. Porém, quem abriu a porta não foi Andreas, e sim Melissa. A mulher estava deslumbrante como sempre, em um vestido que Kelly pensou novamente ser demais para qualquer que fosse a ocasião ali.
– Que surpresa - a mulher falou. - Andreas me disse que você havia ido embora.
Ela precisou b
Andreas descobriu por João Vicente que Kelly iria trabalhar no bar do Jão, que ficava próximo à casa antiga da Maria do Céu. Decidiu ser um bom plano começar por lá. Levou toda a noite depois que o amigo fora embora do escritório, pensando no que faria de sua vida. Teria que ir atrás dela de qualquer forma, havia se imaginando vivendo o resto da vida longe dela e definitivamente, aquilo não era uma opção. Depois do expediente na firma, apenas passou em casa para tomar um banho e trocar de roupa e foi em direção ao subúrbio. O ambiente do bar era bem acolhedor, muito simples. Havia um conjunto de samba tocando, para alguns clientes. Kelly deixou que Andreas dormisse até tarde no dia seguinte, quando ele acordou estava se sentindo miserável. Tinha uma forte dor de cabeça e sensação de secura na boca. Parecia que um caminhão havia passado por cima dele.– Acordou pé de cana.Ela disse bem próxima ao ouvido dele.– Por favor, só não grita comigo.Ele implorou, achando que sua cabeça iria explodir.– Eu não estou gritando, é todo esse álcool no seu corpo que está falando “Bebe mais da próxima vez". Vamos, eu preciso sair, se você não estiver bem para dirigir pega um carro de aplicativo.Ele afastou as cobertas e foi se levantando e sentando no sofá.– Nossa, como você é gentil e receptiva com os seus hóspedes.– Você não é meu hóspede Andreas, nem mCapítulo 26 - Jamais serão o 4° príncipe
Durante a semana, Andreas não apareceu no bar. Kelly conseguiu os dois dias de folga, pois Jão tinha uma moça que chamava esporadicamente, mas que não tinha interesse em trabalhar todos os dias.– Vai ser até bom, desde que eu te contratei não chamei mais ela, deve estar querendo um dinheiro extra.– Eu não queria ter que fazer isso, mas eu não consegui dizer não a ele.Kelly havia contado sem entrar em detalhes a história d
Kelly entrou primeiro quando ele abriu a porta, pegou um pijama e a escova de dente e foi direto para o banheiro. Pensou muito sobre o que usar, já que era óbvio que teriam que dividir o mesmo quarto e a mesma cama. Sentiu-se muito tentada em colocar o pijama dos ogros, mas não se sentia com ânimo para afrontá-lo naquela viagem. Só queria passar por aquilo da maneira mais calma possível. Resolveu colocar o pijama de renda preto e rosa. Era mil vezes mais neutro que a camisola verde, não que pudesse ser considerado decente. Quando ela saiu do banheiro, ele estava checando mensagens no celular, lhe dispensou uma olhada rápida de avaliação e foi ele mesmo lá para dentro do cômodo. Não demorou nem cinco minutos e voltou para o quarto, Kelly já estava deitada e coberta quase até o pescoço. Ele sentiu que ela estava tensa e tentou tranquilizá-la.– Não precisa ficar preocupada, eu não vou tentar nada.Ela ficou em silêncio por um momento e então respondeu falando pausadamente.– Não é com v
A bebe não demorou a nascer e foi para a UTI neonatal. O pediatra garantiu que ela estava bem, que o peso não era de uma criança prematura, mas que ficaria em observação apenas para terem certeza que seus pulmões estavam totalmente formados. A cirurgia de Céu demorou um pouco mais, o que os deixou muito apreensivos, mas ao final o médico veio e disse que ela estava estável e havia ido para recuperação. Nesse momento todos puderam respirar aliviados, e Kelly abraçou João, que estava à beira de um colapso nervoso. Algumas horas depois, Maria do Céu foi para o quarto e eles puderam vê-la.– Que susto a senhora nos deu. Está proibida de fazer isso outra vez. - Kelly disse se aproximando da amiga.– E a bebe? - Foi à primeira coisa que Céu perguntou.– Ela está bem. É uma garotinha muito saudável, e linda, igual à mãe dela. — João respondeu segurando sua mão. - Mas não podemos ficar a chamando de bebê a vida toda, você precisa se decidir por um nome Céu.– Eu já decidi. O nome dela vai ser
– Eu já estou cansado de meias-palavras Kelly, nós estamos juntos ou não estamos? Vamos ficar juntos ou não vamos? Eu não quero mais viver nessa inconstância! Em uma hora parece que estamos bem, e em outra você surta e vai embora, dizendo que vai dar para o primeiro que passar na rua.– Andreas, não foi exatamente assim que eu disse, você está distorcendo minhas palavras. Eu disse que faria uma placa! E, além disso, não pode atribuir a culpa dos meus surtos somente a mim, você sempre teve alguma parcela de culpa. Desde que a gente se conheceu parece que você desenvolveu o incrível dom de me enlouquecer. Às vezes eu nem sei o que é maior, a minha vontade de te matar ou a de ficar nua embaixo, ou em cima de você. Isso enlouquece qualquer mulher, parece que eu estou constantemente de tpm.Ele riu com o desabafo de Kelly.– Eu ach
O ano logo se passou e Andreas foi um sucesso como o novo CEO. A empresa triplicou os lucros e a tão esperada sociedade lhe foi oferecida pelo dono da empresa. O que eles não sabiam é que o senhor Antônio também tinha intenção de transformá-los em herdeiros de tudo o que ele tinha a empresa, os bens, inclusive o castelo. Essa não foi uma notícia tão apreciada por Andreas, que sabia o custo que era para manter uma propriedade como aquela. Mas achou melhor não estragar a empolgação de Kelly e Maria do Céu com a novidade. Mudaram-se para uma casa um pouco maior, com um quintal grande e um bonito jardim. A vida deles se estabilizou naquele conforto, onde o amor e o companheirismo prevaleciam. Os amigos seguiram sempre se reunindo e compartilhando momentos importante
Aos 26 anos João Vicente se tornou um CEO, o pai se aposentou e foi curtir a vida com a esposa trinta anos mais jovem e deixou para ele o comando da sua empresa de marketing. Nisso ele era ótimo, estudou a vida toda para liderar aquele lugar. Acompanhando as evoluções do ramo, a empresa sob o seu comando triplicou os lucros com novas abordagens de mercado. Gostava de viver como Bad Boy, ostentando tudo que o dinheiro podia comprar. E não media esforços para conseguir o que queria na vida e nos negócios. Não atribuía importância a ninguém em particular, nem família, nem mulheres. A mãe faleceu de câncer há uns dois anos, e o pai não perdeu tempo em casar com amante. Havia amado sua mãe, mas sentia que poderia ter deixado isso mais explícito.Competência, proatividade e dinamismo, eram as qualidades que ele mais admirava em qualquer pessoa, e a falta delas, era o maior motivo de desprezo por sua parte. Emocionalmente falando um robô? Bem próximo disso, ao menos é o que as pessoas pensav