Céu levou cerca de uma semana para planejar seus próximos passos. Deixaria a casa trancada como imaginou de início, sob a supervisão de Jão. Decidiu ir para um outro estado menor e pesquisando na Internet achou uma cidadezinha muito charmosa de 6. 500 habitantes. Pelas fotos pôde ver que era uma região em que a produção agrícola era muito forte, e as paisagens eram maravilhosas. Havia parques e cachoeiras, muitos pontos turísticos para visitar. Deveria ter diversas oportunidades de emprego informal. Fez reserva de uma semana em um dos dois hotéis que a cidade possuía, o tempo que considerava necessário para encontrar e alugar uma casa. O dinheiro que havia ganho viria bem a calhar nesse momento, planejava encontrar logo um emprego, mas até
Apesar do cansaço, Céu levantou cedo no dia seguinte, acordou com o canto de alguns pássaros, e vozes de pessoas no corredor. Olhou no relógio do celular e eram sete e trinta da manhã. Pelo que a dona Ana falou o café era servido a partir das sete horas. Vestiu-se com uma calça Jeans azul e uma camiseta branca de manga curta. Como talvez tivesse que caminhar bastante, calçou seu velho companheiro, o tênis de trabalho, pois sabia que era muito confortável. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e desceu as escadas em direção ao salão que servia como sala de refeições.Ao chegar quem arrumava a mesa do café era a própria dona Ana, que a recebeu com um bom dia muito animado.– Bom dia menina, dormiu bem? Espero que os outros hóspedes não a tenham perturbado.Céu pegou um prato para se servir no bufê e esco
Eram três horas da tarde quando Céu saiu do consultório médico, estava lá desde há uma hora. Flor lhe deu a tarde de folga, mas nem ela nem a Kelly conseguiram acompanhá-la, se não a lanchonete ficaria sem atendimento. As duas combinaram de ir até a sua casa após o estabelecimento fechar. O médico foi muito gentil de atendê-la depois que a Flor ligou para ele e avisou que a sua funcionária havia passado mal. Ela conhecia o médico da lanchonete, era um senhor de uns cinquenta anos, muito simpático e gentil.Estava um pouco sem jeito ao entrar no consultório e com medo do que iria escuta
No princípio Céu estava muito insegura sobre a gravidez e o futuro, sobre o emprego e a vida naquela cidadezinha. Mas Flor fez questão de tranquilizá-la, que poderia manter o emprego enquanto quisesse. A alertou que por se tratar de uma cidade pequena, poderiam surgir comentários maldosos e perguntas inconvenientes, mas que ela aprenderia a lidar com aquilo. Os enjoos e tontura tinham terminado, com a graças de Deus, aquele período havia sido muito difícil. Com o passar do tempo Kally e Céu se aproximavam cada vez mais. Passavam boa parte do tempo livre juntas e Kally a acompanhava em consultas e exames sempre que possível.
Quatro meses já haviam se passado, mas para João parecia uma vida inteira de tormento. Ao que tudo indicava, Maria do Céu havia realmente desaparecido da face da terra. João falou com o dono do bar que não disse não saber de nada, era bem provável que fosse mentira, e que ela o obrigou a dizer que não sabia onde se encontrava. O fato é que não conseguiu arrancar nada do Jão.Ao longo dos dias, seguiu procurando como pode, já que havia sido bloqueado em todas as redes sociais e ela havia trocado o número de telefone. Se utilizou dos meios que dispunha, nem todos legais, usou a influência do pai, e até mesmo contratou um detetive particular. Os meses passaram-se e não conseguiu nada, nem rastro da sua Céu. Seguiu a administrar a empresa como sempre, mas sua mente estava tomada pelas lembranças dela e o medo do que poderia ter acontecido. Era uma loucura e
Dois dias depois de descobrir a pista sobre o paradeiro de Maria do Céu, João Vicente e Andreas pegaram a estrada rumo à cidade de Mariana. Era uma longa viagem, mas decidiram ir de carro para não ficar sem transporte lá. Pelo que pesquisaram o lugar não oferecia nem um serviço de aluguel de veículos. Como será que Maria do Céu havia encontrado essa cidade para esconder-se? Foram no carro do João, uma Captiva cinza, modelo 2022. O carro era enorme e bastante confortável para longas viagens. Ambos resolveram o que estava pendente e não perderam tempo em pegar a estrada. Andreas também havia pedido demissão de seu posto na Global Marketing, alegando que não teria porque ficar se o amigo saísse, afinal, sempre haviam sido uma dupla.
Céu desceu do carro apressada e correu para abrir a porta. Andreas desceu do banco do carona e pegou Kelly do banco de trás novamente nos braços para levá-la para dentro. Ele a colocou ainda desacordada com cuidado no sofá. João Vicente entrou logo atrás dos dois na pequena casa.Ao ser deitada no sofá Kelly acordou em um sobressalto, e sentou-se no sofá.– Kelly, você está bem? Você desmaiou na praça.
Céu aguardou ansiosa Kelly chegar na manhã seguinte na lanchonete. Ela chegou pontualmente, como se nada tivesse acontecido, notava- se que estava apenas um pouco mais pálida do que de costume.Juntas, foram organizar as coisa para a abertura.– Como você passou a noite?Foi Céu quem puxou o assunto afinal.– Bem, depois que tomei os remédios eu melhorei. Eu disse que não precisava se preocupar.– Mas foi assustador Kelly, nunca vi você desmaiar daquele jeito. E ficou muito tempo desacordada. Que tipo de problema de saúde você está tendo? Tem certeza que não é grave?Kelly parou de esfregar o chão com a bruxa e se debruçou sobre o seu cabo.– É que eu nasci com uma válvula ruim no coração. Até eu fazer uns 13 anos eu estava bem, mas de uma hora para a outra comecei a sentir os