No dia seguinte, Kelly acordou com barulho de pássaros cantando. Demorou um tempo para reconhecer o lugar e para que se desse conta de onde estava, tinha caído em um sono muito pesado durante a noite devido ao cansaço. Acordou como em todas as noites que dormia ao lado de Andréas em seus braços, era incrível como havia se acostumado rapidamente com aquilo, em um nível em que já achava estranho não acordar assim. Moveu-se para pegar o celular que estava em um canto da cama próximo ao travesseiro e já eram nove horas da manhã. Quando ela se mexeu, Andreas apertou o abraço em torno da cintura dela, como se não quisesse a deixar escapar.
– Andreas acorde, já é tarde, precisamos pedir o café.
– Pelo nível deste hotel te garanto que não tem horário de café.
Disse ele ainda meio sonolento.
– Mas n&oa
Após o passeio de barco, decidiram ficar mais um pouco nas dependências do Hotel, sentaram no bar e pediram bebidas, a dela sem álcool e surpreendentemente Kelly a achou ótima.– Mas me fale mais sobre a sua família, você só tem uma irmã?Kelly perguntou querendo saber mais sobre a sua vida.– Sim, somos apenas eu e a minha irmã Karina. Meus pais faleceram em um acidente de carro há alguns anos, minha irmã é o parente mais próximo que eu tenho. Ela é casada e tem uma filha linda, a Alice é o amor das nossas vidas.Era fofo o modo como ele falava da família, pensou Kelly. Os olhos dele se alegravam e adquiriam um brilho diferente.– E como ela reagiu quando soube que você se casou?Ele tomou mais um gole de sua bebida antes de responder.– Ela ainda não sabe, e, aliás, quando descobri
Quando puxou seu pé, Kelly se sobressaltou um pouco com o gesto e o encarou. Ele seguiu concentrado na TV e fazendo a massagem, agindo como se não devesse explicações. Kelly estava achando bastante relaxante e por um momento fechou os olhos em deleite. Ele massageou um pé e depois o outro, e em seguida ele se inclinou um pouco em sua direção e veio trazendo lentamente uma de suas mãos pelo lado da perna dela. Ela abriu os olhos quando percebeu o que ele estava fazendo.– O que foi? - Perguntou a ele.– Querida, você acha que eu não reparei em você todo
Kelly levou alguns momentos para normalizar a respiração.– Eu…- Ela começou a falar, mas ainda se perdendo um pouco no raciocínio.- Eu preciso reconhecer o mérito de suas habilidades.Ele esboçou um largo sorriso, surpreso com o comentário dela.– Eu estou lisonjeado pelo reconhecimento.Ela se virou, para encará-lo, demonstrando estar preocupada.– Andreas, mas e você? Eu queria de verdade que você tirasse algum proveito disso também.– Eu fico realmente satisfeito em saber que você está satisfeita. Mas se vai fazer você se sentir melhor, essa é uma lição para a aula de amanhã. Não podemos gastar todas as fichas de uma vez só.Ela sorriu e lhe deu um beijo no rosto.– Então agora sou eu que vou aguardar ansiosamente esse momento!– Vou dar apenas uma sugestão, que você use novamente esse pijama que usou hoje. Fiquei impressionado com a mudança no seu estilo.Ele disse debochando das roupas largas e irreverentes que ela costumava vestir. Kelly deu um leve cutucão nas costelas dele, e
Andreas acordou antes do amanhecer e não conseguiu mais conciliar o sono. Resolveu se levantar para não acordar Kelly, que dormia profundamente ao seu lado na cama. Sentia que as coisas estavam ficando complicadas. Nunca havia experimentado nada parecido com outra mulher, sentia-se muito próximo dela e a vontade em sua companhia. Era como se ela fosse uma sereia que o tivesse enfeitiçado, o perfume dela era o melhor que já havia sentido, o corpo dela era o mais maravilhoso, tudo nela era melhor e mais bonito. Ele sentou-se na sacada para ver o sol nascer, e refletir sobre o problema em que havia se metido.Ele a queria, a queria como nunca quis ninguém e isso era assustador, pois com a mesma intensidade que a queria, sabia que ia ser destruído quando a perdesse. E isso aconteceria, com certeza, ela estava se transformando em uma mulher livre, liberta de seus medos e traumas. Era justo que partisse para desbravar o mundo, e tudo
Por se sentir um pouco alterado, Andreas resolveu deixar o carro no hotel e irem andando até a cabana. Não era uma distância muito longa, seria agradável caminhar com o vento da noite no rosto. Kelly fez questão de caminhar um pouco na praia antes de irem. Ela foi cantando alto durante todo o caminho as músicas mais improváveis."A neve branca brilhando no chãoSem pegadas para seguirUm reino de isolamento e a rainha está aqui…"
Foi Kelly quem acordou primeiro no dia seguinte, levantou-se e foi fazer um café. Os dias no paraíso haviam acabado, daqui a poucas horas eles deveriam arrumar as malas e ir para o Aeroporto. Seu vôo estava marcado para as três da tarde. Kelly não sabia ao certo como as coisas seriam a partir de agora. Ela e Andreas não haviam prometido nada um ao outro, porém ela tinha expectativas. Como falaria disso com ele é que estava a deixando maluca. Não tinha o direito de exigir nada dele, ele já havia feito demais por ela. O certo era deixar ele bem a vontade para seguir sua vida, como ele desejasse sem se sentir preso, ou sentir que tinha alguma responsabilidade sobre ela. Agora que ela estava bem e curada, que tinha um coração novo, não podia deixá-lo ser partido outra vez.
Kelly chegou à casa de Céu, e achou o ambiente bem conservado para um lugar que ficou sete meses fechado. Alguém com certeza havia cuidado do lugar. Era uma casa simples, mas muito confortável, com tudo que era necessário. Nem teve tempo de avisar à amiga que estava indo para lá. Ligou a geladeira e resolveu achar um mercado para comprar algumas coisas. Quando voltou para casa ligou para Céu. – Oi, achei que você já estivesse dormindo. – Oi, na verdade, não estou nem perto. Te liguei para avisar que vim aqui para a sua casa. Já estou instalada e com a geladeira cheia, essa TV da sala é maravilhosa, diga-se de passagem. O sofá também. – Como assim, Kelly, fazem poucas horas que fui te buscar no aeroporto e te deixei em casa com o seu marido. Eu queria saber como uma viagem de lua de mel termina em separação. Kelly sentou no sofá, exausta. Queria apenas um banho e dormir, mas devia algumas explicações à amiga. – Céu, é tudo muito complicado. Você sabe que eu vir para cá, era a ideia
Kelly chegou ao prédio de Andreas já eram quase nove horas da noite. Devia ter avisado que viria, de qualquer forma ainda tinha a chave reserva, que inclusive havia se esquecido de devolver a ele. Quando chegou à porta do apartamento bateu, e em seguida ouviu passos que vinham atender. Porém, quem abriu a porta não foi Andreas, e sim Melissa. A mulher estava deslumbrante como sempre, em um vestido que Kelly pensou novamente ser demais para qualquer que fosse a ocasião ali.– Que surpresa - a mulher falou. - Andreas me disse que você havia ido embora.Ela precisou b