- Oi. - eu disse logo após me sentar ao lado de André no banquinho do bar da piscina. André me olhou um tanto surpreso mas também receoso, parecia estar se contendo, eu acho que ele estava se esforçando muito para não me assustar ou me afastar de vez. -Oi.- Ele deu um suspiro, não parecia feliz. -Eu queria agradecer a Rosa mas... esta tudo bem com você? Parece triste. -Tudo bem para você se eu desabafar? Meus dois amigos andam bem ocupados e sei que é uma coisa estranha eu me abrir com você mas... -Claro que pode desabafar comigo, vamos fazer de conta que você está falando com outra pessoa, o que acha? Oi Chef, eu sou a Carlota. André sorriu mas curtiu a minha ideia. -Oi Carlota, que bom te encontrar, estou precisando desabafar, nunca me senti como estou me sentindo agora sabe, tão confuso e inseguro...é que sempre foi tão fácil lidar com as garotas...isso porque no fim elas iam embora e pronto, eu não precisava me preocupar com mais nada, só que tem essa garota que é diferente,
-Meu Deus, Leo sabe disso?- André perguntou chocado.-Como eu poderia contar uma coisa dessas? Tenho muita vergonha, me sinto suja, a pior pessoa, me sinto culpada por ter sido tão inocente.-Nada disso foi culpa sua, Clara. Existe muita gente ruim nesse mundo, e eles querem que você acredite que a culpa foi sua, mas é deles, somente deles. - André me abraçou de forma protetora.-Eu tenho pesadelos toda noite, sonho que me levaram de volta para lá, sonho que estão aparecendo aqui no hotel, ou que um "cliente" vai aparecer aqui e dizer para todo mundo que não passo de uma "mulher da vida". Você tem certeza que quer essa bagagem toda?André se afastou por um momento, então me puxou pela mão e me levou para o mesmo banquinho branco onde eu estava anteriormente, sentou-se ao meu lado e segurou minhas duas mãos me olhando nos olhos.- Você é uma sobrevivente Clara, você lutou e venceu, está aqui com sua vida de volta...quantas mulheres você conheceu que não tiveram a mesma sorte?-Muitas,
Olá Leitores, Espero que estejam gostando desse livro, estou escrevendo com muito amor. Hoje decidi falar com vocês sobre esse assunto que abordei no capítulo anterior... infelizmente essa questão do tráfico de mulheres ainda existe em números alarmantes, podemos fazer tão pouco, não é mesmo? No entanto, mesmo que seja apenas uma gota no oceano, preciso fazer a minha parte e a minha parte é dar esse alerta a vocês: Investiguem muito bem quando alguém oferecer uma oportunidade de trabalho fora, hoje temos recursos para isso, pesquise, encontre outras pessoas que trabalham na tal empresa, faça contato com grupos online, troque informações e de forma alguma faça o processo de forma sigilosa, se te pedirem silêncio, desconfie! Uma empresa real não precisa se esconder, não é mesmo? Vivemos num mundo onde as pessoas se aproveitam dos nossos sonhos de uma vida melhor para nos enganar com os mais diversos golpes, mas eu me recuso a deixar de sonhar, espero que você também jamais desista de
Anne me explicou que Lana ia ficar com Will pela manhã e a tarde o levaria para a casa dos pais de Anne, que no caso era a nova casa deles também, eu ainda não havia me acostumado com isso. Depois seguimos em silencio até o carro, notei que embora tivesse me desculpado, Anne estava ferida pela minha atitude grosseira com ela mais cedo durante o café da manhã. Abri a porta do carro para ela depois entrei e me sentei também mas antes de dar a partida, segurei sua mão e falei.- Quero realmente te pedir perdão, Anne, vou te explicar as razões de eu estar nervoso mas sei que nada justifica eu te tratar mal, não quero mais fazer isso e quero ouvir você quando eu voltar dessa viagem, vamos falar do seu teste e dos prós e contras de você estar no GrupO, esta bem?- Tudo bem.- Ela ainda estava entristecida, mas eu não podia julgá-la.- Me conta então, o que aconteceu?- Meu avô deixou algo para mim na casa de campo.- A casa de campo?- Os olhos de Anne se encheram de lágrimas.- Eu ia viver lá,
Voltei opara dentro do hotel e fui procurar Lana com Will, os encontrei no lugar favorito do Will, o espaço kids, ele estava sentado num tapete brincando com alguns carrinhos e Lana estava olhando pensativa, provavelmente estava pensando em seus bebês, pois acariciava a barriga.- Oi, ja estou de volta.- Falei meio desanimada- Ei! vocês brigaram novamente?- Não, até que nos entendemos sabe, ele se explicou e tal, decidimos conversar mais na volta, o importante é que ele viajou sem estarmos naquele climão.- Entendi, mas não esta realmente tudo bem né?- Lana me conhecia bem para saber.- Na verdade Lana, tenho pensado faz tempo, tudo no meu relacionamento com o Leo é muito intenso, movido por causa dessa situação atípica da minha gestação, muitas vezes ainda duvido que seja uma relação que eu teria escolhido ou até mesmo ele teria escolhido se não fosse pelo Will.- Até faz sentido para mim só que você esta esquecendo que Leo gosta de você praticamente desde a infancia, para ele o Wi
Depois de ligar para Anne, voltei ao escritório e continuei ouvindo o áudio do meu avô.“Imagino que ja tenha pego o testamento na gaveta, deve estar se perguntando quem é Anne Johnson, não é mesmo? Dentre as coisas horríveis que fiz, a que mais me arrependi foi a que fiz com essa jovem. Não sei se você se lembra disso, mas quando você era criança, encontrou na praia uma garotinha que tinha se perdido dos pais, nós a devolvemos a eles mas eu me afeiçoei a ela, aquele dia pedi para adotá-la. Eu sei, foi impulsivo e tolo ja que ela tinha uma ótima família, mas desde então eu a observei crescer, Anne era uma jovem doce mas ao mesmo tempo decidida e de muito caráter. Quando percebi que você se negaria a me dar um novo herdeiro, tive a ideia de providenciar um de forma não natural.”pause no áudioPausei o áudio, claro que eu ja sabia de tudo aquilo, mas ouvir ele confessando tornava muito pior, eu deitei a cabeça na escrivaninha e chorei colocando para fora toda minha indignação depois re
Após o cafá da manhã eu fiquei com Will no espaço kids, acabei me sentando no chão com ele depois de Anne subir para descansar um pouco, estavamos nos divertindo brincando juntos, na verdade eu sempre fiz isso com Will, sentar e brincar por horas, mas dessa vez foi diferente, eu ficava pensando nos meus bebês, logo seria com eles que eu estaria.- Você vai ser uma ótima mãe- Ouvi a voz de Lucas vinda da porta, quando me virei ele estava ali encostado olhando emocionado.Me levantei e fui a té ele, me encostei em seu peito pedindo um abraço que ele logo me deu, Lucas me acolheu em seus braços e beijou minha cabeça me apertando forte.- É tanta coisa para pensar, o que você quer fazer, Lucas? Podemos deixar pra lá essa coisa de casamento, focar nas crianças, em como vamos…- Você esta querendo fugir do casamento, senhorita?- Ele me afastou me segurando pelos ombros e falou em tom brincalhão.- Não mas é que…- Lana, vamos nos casar, ter dois filhos lindos e vai dar tudo certo, só um pas
Eu estava com o tal Nicholas no carro quando me lembrei da onde eu o conhecia, ele era muito familiar mas eu não conseguia me lembrar até então.- Ei, você disse que se chama Nicholas né? Por acaso é o irmão do Kevin Azevedo?- Por acaso eu sou, mas não andamos muito unidos, fui para outros caminhos.- Ele explicou.- Meu empregador era amigo do seu avô, e como seu avô forjou a própria morte, precisava de alguém que não se importasse em fazer coisas ilegais para ajudá-lo, então pediu ajuda de meu chefe, o Hector Magli.Me assustei com a revelação, o Hector era o marido da Patrícia, filho do Dom Luiz, o cara da Máfia italiana, mas o que meu avô tinha com essa gente, era muita coisa para processar.-Seu avô não tinha negócios ilícitos, se é isso que esta pensando, ele apenas precisava de pessoas que pudessem ajudá-lo no período entre a falsa morte e a verdadeira e o Hector era um conhecido que topou ajudar, pelo preço certo, é claro.- Ah entendi, mas cara, você é herdeiro de uma empresa b