Desci com Will e Leo para tomarmos cafe da manhã, Clara se juntou a nós mas Lucas e Lana avisaram que chegariam mais tarde porque tinham um compromisso. Nos servimos no buffet, arrumei o pratinho do Will e nos sentamos para comer, logo observamos que Clara estava diferente, teria a ver com o misterioso homem com quem ela dançou ontem? Na verdade eu não tenho intimidade o suficiente com Clara para perguntar sobre isso então melhor esperar que ela mesma conte.-Tudo bem Clarinha? Você parece estranha.- Leo comentou.- Só cansada, vocês não?- ela perguntou mas notei que estava na defensiva.- Até demais.- Anne disse.- Queria dormir até amanhã.- falei para disfarçar o climão.- Eu também- Will concordou, mas com certeza ele era o menos cansado da mesa, nós rimos do jeito dele e eu acariciei seus cabelos.Vi quando André passou por ali, ele viu Clara e então evitou o salão do café da manhã, foi para o outro lado. Clara ficou ainda mais estranha e agitada, terminou o seu café mas não falou
De manhã enquanto Anne tomava banho, recebi uma mensagem, era da funcionária da casa de campo do meu avô, ela queria falar comigo porque ele havia deixado algo lá para mim e ela tinha acabado de encontrar. Aquilo mexeu comigo de uma forma que não sei explicar, voltaram à minha memória todas as brigas, todas as vezes que meu avô me olhou decepcionado e todas as vezes que ele tentou me manipular, na verdade ele não pensava em mim, sempre pensou somente nele, sempre exigiu de mim uma atenção que na verdade não me deu, quem me criou foi a mãe da Clara, ela sim esteve comigo mas meu avô só queria me exibir para seus conhecidos, nunca tivemos um relacionamento de verdade.Tentei me controlar, só descer para o café com Anne, Will e nossos amigos, fingir que estava tudo bem e depois avisar que ia viajar resolver algo.Ja na mesa com Clara, (Lucas me avisou que se atrasaria) achei ela um pouco diferente então perguntei:-Tudo bem Clarinha? Você parece estranha.- Na verdade eu estava estranho t
- Oi. - eu disse logo após me sentar ao lado de André no banquinho do bar da piscina. André me olhou um tanto surpreso mas também receoso, parecia estar se contendo, eu acho que ele estava se esforçando muito para não me assustar ou me afastar de vez. -Oi.- Ele deu um suspiro, não parecia feliz. -Eu queria agradecer a Rosa mas... esta tudo bem com você? Parece triste. -Tudo bem para você se eu desabafar? Meus dois amigos andam bem ocupados e sei que é uma coisa estranha eu me abrir com você mas... -Claro que pode desabafar comigo, vamos fazer de conta que você está falando com outra pessoa, o que acha? Oi Chef, eu sou a Carlota. André sorriu mas curtiu a minha ideia. -Oi Carlota, que bom te encontrar, estou precisando desabafar, nunca me senti como estou me sentindo agora sabe, tão confuso e inseguro...é que sempre foi tão fácil lidar com as garotas...isso porque no fim elas iam embora e pronto, eu não precisava me preocupar com mais nada, só que tem essa garota que é diferente,
-Meu Deus, Leo sabe disso?- André perguntou chocado.-Como eu poderia contar uma coisa dessas? Tenho muita vergonha, me sinto suja, a pior pessoa, me sinto culpada por ter sido tão inocente.-Nada disso foi culpa sua, Clara. Existe muita gente ruim nesse mundo, e eles querem que você acredite que a culpa foi sua, mas é deles, somente deles. - André me abraçou de forma protetora.-Eu tenho pesadelos toda noite, sonho que me levaram de volta para lá, sonho que estão aparecendo aqui no hotel, ou que um "cliente" vai aparecer aqui e dizer para todo mundo que não passo de uma "mulher da vida". Você tem certeza que quer essa bagagem toda?André se afastou por um momento, então me puxou pela mão e me levou para o mesmo banquinho branco onde eu estava anteriormente, sentou-se ao meu lado e segurou minhas duas mãos me olhando nos olhos.- Você é uma sobrevivente Clara, você lutou e venceu, está aqui com sua vida de volta...quantas mulheres você conheceu que não tiveram a mesma sorte?-Muitas,
Olá Leitores, Espero que estejam gostando desse livro, estou escrevendo com muito amor. Hoje decidi falar com vocês sobre esse assunto que abordei no capítulo anterior... infelizmente essa questão do tráfico de mulheres ainda existe em números alarmantes, podemos fazer tão pouco, não é mesmo? No entanto, mesmo que seja apenas uma gota no oceano, preciso fazer a minha parte e a minha parte é dar esse alerta a vocês: Investiguem muito bem quando alguém oferecer uma oportunidade de trabalho fora, hoje temos recursos para isso, pesquise, encontre outras pessoas que trabalham na tal empresa, faça contato com grupos online, troque informações e de forma alguma faça o processo de forma sigilosa, se te pedirem silêncio, desconfie! Uma empresa real não precisa se esconder, não é mesmo? Vivemos num mundo onde as pessoas se aproveitam dos nossos sonhos de uma vida melhor para nos enganar com os mais diversos golpes, mas eu me recuso a deixar de sonhar, espero que você também jamais desista de
Anne me explicou que Lana ia ficar com Will pela manhã e a tarde o levaria para a casa dos pais de Anne, que no caso era a nova casa deles também, eu ainda não havia me acostumado com isso. Depois seguimos em silencio até o carro, notei que embora tivesse me desculpado, Anne estava ferida pela minha atitude grosseira com ela mais cedo durante o café da manhã. Abri a porta do carro para ela depois entrei e me sentei também mas antes de dar a partida, segurei sua mão e falei.- Quero realmente te pedir perdão, Anne, vou te explicar as razões de eu estar nervoso mas sei que nada justifica eu te tratar mal, não quero mais fazer isso e quero ouvir você quando eu voltar dessa viagem, vamos falar do seu teste e dos prós e contras de você estar no GrupO, esta bem?- Tudo bem.- Ela ainda estava entristecida, mas eu não podia julgá-la.- Me conta então, o que aconteceu?- Meu avô deixou algo para mim na casa de campo.- A casa de campo?- Os olhos de Anne se encheram de lágrimas.- Eu ia viver lá,
Voltei opara dentro do hotel e fui procurar Lana com Will, os encontrei no lugar favorito do Will, o espaço kids, ele estava sentado num tapete brincando com alguns carrinhos e Lana estava olhando pensativa, provavelmente estava pensando em seus bebês, pois acariciava a barriga.- Oi, ja estou de volta.- Falei meio desanimada- Ei! vocês brigaram novamente?- Não, até que nos entendemos sabe, ele se explicou e tal, decidimos conversar mais na volta, o importante é que ele viajou sem estarmos naquele climão.- Entendi, mas não esta realmente tudo bem né?- Lana me conhecia bem para saber.- Na verdade Lana, tenho pensado faz tempo, tudo no meu relacionamento com o Leo é muito intenso, movido por causa dessa situação atípica da minha gestação, muitas vezes ainda duvido que seja uma relação que eu teria escolhido ou até mesmo ele teria escolhido se não fosse pelo Will.- Até faz sentido para mim só que você esta esquecendo que Leo gosta de você praticamente desde a infancia, para ele o Wi
Depois de ligar para Anne, voltei ao escritório e continuei ouvindo o áudio do meu avô.“Imagino que ja tenha pego o testamento na gaveta, deve estar se perguntando quem é Anne Johnson, não é mesmo? Dentre as coisas horríveis que fiz, a que mais me arrependi foi a que fiz com essa jovem. Não sei se você se lembra disso, mas quando você era criança, encontrou na praia uma garotinha que tinha se perdido dos pais, nós a devolvemos a eles mas eu me afeiçoei a ela, aquele dia pedi para adotá-la. Eu sei, foi impulsivo e tolo ja que ela tinha uma ótima família, mas desde então eu a observei crescer, Anne era uma jovem doce mas ao mesmo tempo decidida e de muito caráter. Quando percebi que você se negaria a me dar um novo herdeiro, tive a ideia de providenciar um de forma não natural.”pause no áudioPausei o áudio, claro que eu ja sabia de tudo aquilo, mas ouvir ele confessando tornava muito pior, eu deitei a cabeça na escrivaninha e chorei colocando para fora toda minha indignação depois re