Anne Johnson

Você deve estar se perguntando sobre a verdadeira história do Will não é mesmo? Pois bem, agora não há mais segredos, as coisas estão mais confusas do que nunca e vou contar tudo porque não aguento mais.

Sabe quando você se arrepende de ser uma pessoa legal? Tipo, você oferece uma mão e a pessoa a quer o braço, você faz uma cortesia e a pessoa começa a achar que é sua obrigação fazer as coisas para ela... pois é, eu me arrependi de ser legal quando conheci Samuel Garcia. Ele gostou tanto de mim que deu uma de Deus, me escolhendo para ser a mãe virgem do bisneto dele, ele só esqueceu de me perguntar sobre isso antes. Pagou alguém para me inseminar com o esperma do neto dele (que nem quero imaginar como ele conseguiu sem o cara saber) e um belo dia apareceu na clínica para me contar que eu ela a eleita.

De verdade, eu pensei muito na mãe de Jesus, deve ter sido um choque imenso de repente descobrir que estava grávida, para mim foi, e assim como no caso de Maria, para mim também o bebê já vinha com uma responsabilidade... não de ser o salvador do mundo, claro, mas de ser um herdeiro importante, eu era a responsável por cuidar desse bebê especial, mas e se quisessem tirar ele de mim?

Foi tudo muito confuso, mas eu aceitei resignada meu destino de mãe, eu amei o Will desde que o vi naquela sala de ultrassom.

Quando pensei que o havia perdido a dor foi dilacerante, mas os enjoos não passavam, então acabei comprando um teste de farmácia que deu positivo, depois fiz um teste sigiloso em uma clínica qualquer, que também mostrou que meu filho estava vivo. Como Samuel havia morrido, procurei o advogado Alex, mandei uma carta à sua caixa postal, eu pelo menos não seria acusada de esconder o tal herdeiro dos Garcia, avisei para onde ia, mas soube pelos jornais alguns dias depois que Alex havia saído do país após a morte do chefe, que trabalharia com seu pai nos EUA por um tempo.

Peguei o milhão que Samuel havia me dado, investi um tanto para ter uma renda e com outra parte comprei um pequeno sítio (está mais para uma casa com quintal grande) bem no interior de Minas Gerais, decidi ficar longe da capital, era até melhor para cuidar de uma criança. Apesar de ser um sítio, não era longe da parte principal da cidade caso eu precisasse de qualquer coisa, aliás, eu ia de bicicleta rapidinho.

Na minha primeira semana, conheci Lana na cafeteria, ela veio me servir e depois descobrimos que ela conhecia minha família, nossas famílias eram amigas há gerações, achei aquilo incrível e nos tornamos amigas também, ela foi fundamental nos meses seguintes, ela é a madrinha do Will, mora pertinho também e sempre está nos apoiando.

Will é um bebê incrível, ele tem olhos azuis e o cabelo é castanho claro. Ele gosta de explorar, vive com uma Lupa olhando tudo o que tem no quintal, nós plantamos juntos nossas verduras, legumes, frutas. Ele adora quando chega a época de colher pois sabe que faremos deliciosas receitas juntos, o que também ama fazer. Ele é um pouco tímido com as demais pessoas, mas em casa fazemos uma grande festa, dançamos, brincamos, conversamos e vemos televisão juntos. Ele também leva jeito para a dança.

Esqueci de dizer, sobre o pai dele, o tal neto do Samuel, é claro que fui investigar quem era, vi uma foto no jornal e quase surtei, não podia ser, o imbecil do grupo de flash mob, o tal Leo bonitão que todo mundo dizia era na verdade o Leo Garcia? O pai do meu filho era o homem mais insuportável que já conheci. Que bom que pelo menos eu não precisava conviver com ele né? Um dia quando Will quisesse eu lhe falaria a verdade.

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