O dia já tinha começado estressante e a reunião que tive logo quando cheguei no escritório, piorou tudo. Ter que ouvir os investidores e os problemas com uma das nossas empresas de construção, me deram dor de cabeça.Sem falar que algo estava me fazendo sentir uma coisa estranha e inexplicável assim que saí de casa. Eu estava enfrentando um dilema no momento. Tudo o que fazia me deixava tão ocupado que quase mal via Ellen acordada. Quando chegava em casa, já era tarde demais e ela já estava dormindo, quando saía ainda era bem cedo e não podia ficar esperando que acordasse.Tive que trabalhar em dobro só para ter um dia ao seu lado. Quando estava ao seu lado, nada mais importava. Não tinha estresse, além dos questionamentos de Ellen. Poderia passar dias só a observando ler ou cuidando das plantas no jardim. Ela amava tudo o que era natural.Como tipicamente fazia, Jacob entrou pela porta do meu escritório com sua expressão séria, me passando uma mensagem não dita que algo estava errad
— O que aconteceu, chefe? – Perguntou Mathews, me olhando como se eu fosse um ser estranho. — Levaram a Ellen. – Respondi tentando me controlar e pensar em uma estratégia. – Eu quero que você procure na porra dessa cidade inteira, uma pista de onde ela esteja. Já para a casa de Meredith, veja se ela conseguiu chegar lá.Eu daria mais ordens a ele se novamente o meu celular não tivesse apitado. Parecia que o dia não acabava e o meu inferno estava só começando. A vídeo chamada era de Rebeca e só de ver seu nome na tela do aparelho, desejei matá-la. Eu não queria atender, estava de cabeça cheia, mas então algo veio em minha mente. Ellen foi ver Meredith.Eu não queria imaginar que minha prima tivesse algo a ver com isso, mas teria que tirar a prova.— Que bom que me atendeu, isso facilita as coisas e economiza o meu tempo. – Ela falou com o deboche de sempre. — O que quer, Rebeca? – Perguntei com sangue nos olhos, sem paciência para aguentar as suas provocações, porém, quando a loira
Nunca imaginei que estaria nessa situação. Se alguém me dissesse que minha irmã, apesar de me odiar, me sequestraria e mandaria me torturar, provavelmente eu acharia que seria uma piada ou uma história bem elaborada.Rebeca era mais que uma péssima irmã, ela nem deveria ser considerada minha parente, depois do que ela fez comigo.Eu poderia suportar a suas humilhações, mas além disso, ela fez questão me manter da pior forma dentro desse cativeiro. Eu já não comia ou bebia há dois dias. Sempre que achava necessário, ela entrava pela porta, só para me jogar na cara todas as barbaridades que todos dessa família já fizeram sem o meu conhecimento, principalmente Anthony. Isso também seria suportável, já sabia das sujeiras e mentiras que todos eles guardavam, fora o fato do homem que amava ter comprado a única amiga que tinha só para me manipular, mas as coisas não paravam por aí. Rebeca, pessoalmente, me batia constantemente, rasgou as minhas roupas e ameaçou mandar todos os homens que es
Três semanas depoisTudo o que vivi com Anthony, agora parecia um sonho no qual tive a oportunidade de ser minimamente feliz. Depois daquela notícia e de ter sofrido tanto nas mãos da minha própria irmã, fiquei tão abalada que me mantiveram no hospital por um tempo, me recuperando, ou tentando.Não consegui ir ao enterro dele. Sentia um vazio tão grande que se eu fosse e visse tudo, provavelmente entraria em desespero novamente. Os dias e as noites passavam e minha cabeça ainda tentava assimilar o que havia acontecido. Todos estavam mortos. Minha mãe, meu pai e agora, a única pessoa que eu amaria na vida. Tudo isso era tão injusto, que pensava estar totalmente sozinha nesse universo de merda. Não importava se Eva, mesmo depois de eu ter descoberto a sua farsa, estivesse do meu lado no hospital, como se fosse umas das enfermeiras, ou se Meredith, que me criou como uma mãe, estivesse cuidando de mim como se ainda fosse uma criança. Nada me faria sentir-me completa novamente.Pensei p
Três semanas antes— Você provavelmente enlouqueceu. – Falou Jacob andando de um lado para o outro do meu escritório, pensando no que falei. Sim, eu estava louco. Minha loucura era explicada pelo desespero de salvar a mulher que amava e por ela eu até morreria. – E se tudo der errado, pensou nisso?— Jacob, o meu plano tem no mínimo 90% de chance de dar errado, estou indo para esse encontro sabendo que posso não voltar. – O respondi depois de tomar o último gole de whisky. – Para que isso não aconteça, precisamos deixar isso entre nós, e pagar muito bem as pessoas envolvidas nessa merda. — Claro! – Disse sarcasticamente.— Os paramédicos, legista e todo o resto, deverão agir naturalmente e como vou estar baleado e quase morrendo, não será difícil convencer a todos sobre a minha morte, claro, se isso realmente não acontecer. – Falei ainda encostado na cadeira. – O mais importante nisso tudo será Ellen. Eu tenho que estar próximo o bastante para protege-la e impedir que seja atingida po
Muitos achariam estranho um homem como eu, tão mais velho, se interessar por alguém como Ellen: jovem, inocente e minha prima, mas essa menina despertou algo em mim que eu não conseguia explicar.Sempre que estava ao seu lado, não conseguia me controlar, nutrindo um louco desejo de protege-la, persegui-la e deseja-la.Muitas vezes me torturei devido a isso. Era errado e perigoso, no entanto, quanto mais o tempo passava e ela crescia, meu desejo pela bela jovem aumentava.Agora, me via sendo um psicopata correndo atrás da sua presa. Não conseguia dormir, comer ou trabalhar sem que minha mente voltasse a pensar nela. Era como se eu não conseguisse viver sem saber onde estava e o que fazia. Desde que Ellen entrou na universidade, minha loucura se tornou mais intensa, me fazendo observa-la por onde quer que fosse. Odiava ver aqueles idiotas ao seu lado, a tocando e olhando com desejo, quando ela já pertencia a mim.Tive que me controlar várias vezes para não quebrar a cara dos moleques
Já se sentiu sendo observada o tempo todo, mas não sabia quem e onde estava o seu observador?Pois bem, me sentia assim o tempo todo. Em casa, na faculdade, andando na rua, acompanhada ou não.Estava começando a achar que estava ficando esquizofrênica e que precisaria de um tratamento urgente para o meu transtorno.Tinha vezes que imaginava alguém nas sombras do meu quarto, me observando dormir. Eu ficava tão assustada que não conseguia fechar os olhos.Desde que meu pai morreu, venho tendo a impressão de que ele me assombrava, e isso era como uma tortura. Já não bastasse a minha irmã tentar a todo custo me manter fora de casa, ou de quaisquer coisas que pertencesse a nossa família, por simplesmente desejar tudo só para ela.Por sorte eu tinha Anthony que, desde que essa tragédia aconteceu, vem cuidando de mim. Às vezes penso que ele exagera com o seu excesso de proteção, mas no fundo sei que faz isso por me amar.Eu não desejava vir a esse lugar, odiava lugares fechados, barulhento e
Quando acordei, senti minha cabeça doer. Não sabia o porquê, pois não toquei em álcool. Talvez fosse porque fiquei um bom tempo pensando no que havia acontecido ontem.A imagem de Anthony no escuro quase berrando o meu nome, não saiu da minha cabeça. Ele parecia outra pessoa, uma que eu ainda não conhecia. Nunca tive uma relação com qualquer outro garoto por ser mais calada e tímida. Já me peguei tendo sonhos estranhos e inapropriados com o meu primo mais velho, uma dessas vezes foi na noite passada.Era estranho e perturbador, pois não foi como das outras vezes. Anthony não era o homem carinhoso, mas sim sombrio que me amedrontava com a sua fúria. O problema era que eu não estava com tanto medo dele. Na verdade, isso me excitou.Loucura.Depois que meu pai morreu, acredito que adquiri uma paranoia sem sentido e isso estava afetando até o meu sono.Anthony não era essa pessoa malvada que me prenderia e torturaria. Apesar da sua mudança de atitude comigo ontem, meu primo ainda era a p