POV AbigailJá não sabia quanto tempo havia se passado, os dias eram implacáveis enquanto a neve caia e os ventos fostes chicoteavam, me empurrando para todas as direções. Não conseguia encontrar nenhum rastro que pudesse me ajudar e caçar estava ficando cada vez mais difícil. Com os ventos mais fortes, as pequenas presas evitavam sair e as maiores andavam em grandes bandos para se protegerem, tornando inviável para uma loba sozinha pudesse atacar. Se não voltasse rápido, seria o meu fim.Os dias mais curtos também não estavam me ajudando, pois perdia muito tempo buscando um abrigo seguro para a noite, gastando a pouca energia que me restava. Naquela noite, comi o último pedaço de lebre que guardei na bolsa, não tinha mais opções a minha frente.Com o estômago forrado, abandonei a toca antes do raiar do dia e me coloquei em movimento, na esperança de encontrar um animal desavisado para abater. Enquanto caminhava, farejando pelo chão, afundando meu focinho na neve, senti um cheiro metá
POV AbigailMeu corpo ficava cada vez mais tenso sob o olhar de Marcus, que continuava tentando uma aproximação. Não parecia que havia mais lobos com ele, o que me deixou um pouco confusa. Rafael jamais mandaria um de seus subordinados mais fiéis sair sozinho, especialmente para me capturar. ― Parece que te largaram muito longe de casa, loba. ― Os olhos de Marcus percorriam meu corpo, me causando arrepios gelados.― E quanto a você, o que está fazendo tão longe do território da Umbra? ― Perguntei tentando me afastar e tirar o foco de Marcus, mesmo que por um instante de mim. ― Não acredito que Rafael te mandou tão longe só por minha causa.A reação de Marcus foi algo completamente diferente do que eu imaginava. Ao ouvir o nome de seu alfa, o lobo diante de mim rosnou alto, irritado. Seus pelos se eriçaram ainda mais e ele travou seus dentes. Marcus batia suas patas no chão molhado, como se algo o incomodasse profundamente. ― Quero mais é que o Angenna e a Umbra vão para o inferno. ―
POV FelixTodos permaneceram em completo silêncio enquanto eu voltava a me sentar. As coisas precisavam ser organizadas de uma forma que a busca pela Abigail fosse a prioridade, em seguida lidaríamos com Esmeralda e suas mentiras.― Beta. ― Chamei e Henrique, prontamente, se aproximou. ― Vá buscar os documentos.Todos me olharam confusos, mas apenas dois olhares me chamaram atenção. Esmeralda me olhava assustada, enquanto a loba chamada Lena parecia esperançosa com algo. Quando Henrique passou por ela, a loba baixou a cabeça, mas continuou acompanhando o caminhar do beta pelo canto dos olhos, seu rosto levemente corado. Bufei por imaginar que teria mais problemas para resolver mais tarde.Peguei meu celular e informei a localização dos documentos, de acordo com a mensagem que Abi havia me mandado, eles estavam no ligar que eu mais gostava de passar tempo com ela. Claro que era na cama, então ordenei que Henrique procurasse dentro do colchão ou dos travesseiros.― Alfa Nigthshade, ― Do
POV FelixAchei que aquela situação já havia sido resolvida, mas os Fiance insistiam em martelar no mesmo assunto. Rosnei furioso, deixando Seraphine tensa ao lado de seu pai. Tudo aquilo já estava consumindo tempo de mais, um tempo que era fundamental para encontrar Abigail.― Já encerramos esse assunto. ― Disse irritado.― Como pode dizer uma coisa dessas depois do que fez comigo? ― Seraphine disse, lágrimas rolando pelo seu rosto corado. Aquela reação estranha surpreendeu a todos, já que ela havia entrado na sala com tranquilidade. Algo estava errado, aquela loba e o maldito do seu pai estavam armando algo contra mim. ― Te rejeitei mais de uma vez, loba. É tão estúpida que não entendeu ainda?― Se não desejava que eu fosse a sua Luna, então por que você me estuprou?!A sala caiu em um profundo silêncio. O chão debaixo dos meus pés tremeu, até mesmo as paredes vibraram enquanto minhas mãos se fecharam em punhos ao lado do corpo. Aquela pulga maldita estava me acusando de algo absu
POV Felix― Do que está falando, Angenna? ― Dominic questionou, sem soltar meu braço direito. ― Não houve nenhum envolvimento da aliança nessa questão.Me lembrava do dia em que Esmeralda apareceu na minha casa, com um documento de anulação do meu compromisso com Abigail e dizendo ter uma ordem da aliança para que eu reatasse o noivado com Seraphine. Apenas o documento de anulação me foi mostrado, estava tão puto com aquilo que ignorei o outro documento.― Esse documento não existe. Eu mesmo nunca o vi. Tudo o que Esmeralda levou naquele dia, foi a anulação do meu compromisso com Abigail. ― Rosnei olhando para Esmeralda.Toda a sua confiança havia desaparecido novamente, seu olhar fixo no chão. Claro, ela havia forjado tudo, talvez até mesmo a suporta anulação fosse mentira, e eu caí como um idiota em toda aquela história. Novamente, a manipulação de Esmeralda se mostrava diante de mim, assim como ela havia feito com o alfa supremo contra a minha mãe para que ele a matasse.― Abrain F
POV AbigailAquele lobo estava completamente fora de si. Talvez tivesse batido a cabeça ou levado um tiro de um daqueles caçadores, mas não poderia estar falando sério. Marcus foi o lobo que mais me atormentou durante toda a minha vida, sempre usando de violência física contra mim e todas as oportunidades. Arrogante, prepotente, narcisista e um cretino. Não havia a possibilidade de que alguém como ele tivesse qualquer sentimento por mim, ou por qualquer outro ser vivo.― Não tenho nada a ver com seus sentimentos, muito menos com a sua confusão.― Sabe quando isso começou? ― Marcus se aproximou, dando passos lentos e cautelosos na minha direção. ― No dia que Ragnar executou sua mãe. Quando te vi chorando no chão, o prazer que senti com aquela cena, como você estava tão linda tento a sua inocência roubada.Aquele lobo estava louco. Precisava escapar rápido dele, ou nunca voltaria para casa. Porém, eu estava em completa desvantagem. Em um território que eu não conhecia, caçadores me pers
POV AbigailMarcus não podia me encontrar, ou seria o meu fim. Minhas pernas estavam fracas por conta da corrida, todo o meu corpo tremia pelo frio enquanto meus olhos, cheios de lágrimas, desviavam da recepcionista para a porta em pânico. Não havia mais tempo, precisava escapar. Me virei para buscar uma rota de fuga, mas algo agarrou meu pulso, dedos finos e quentes me puxaram para a parte de trás da recepção, correndo e me puxando com ela.― Ficou maluca?! ― Alguém gritou, mas a loba continuava me puxando, sem diminuir seus passos.Ela abriu uma porta que levava até uma área cheia de armários. Os cheiros variados daquele lugar me deixaram tonta e precisei cobrir meu nariz. A loba me colocou em um armário vazio, colocando um grosso casaco sobre mim. Antes que ela saísse, colocou o dedo sobre os lábios, indicando para que eu fizesse silêncio, então fechou a porta e tudo ficou escuro e silencioso.De repente, o som de algo se partindo me assustou, seguido de passos e pessoas falando. O
POV AbigailA loba, de repente, se levantou, virando de costas para mim. Uma sensação de urgência cresceu em mim, me levantei e segurei seu braço, a impedindo de se afastar. Tinha tantas perguntas para ela, tantas dúvidas que talvez ela pudesse sanar. Até aquele momento, tudo o que eu havia escutado eram as histórias de lobos parciais, que desejavam defender algum lado daquela história. Porém, naquele momento, alguém que parecia conhecer a verdade estava diante de mim, disposta a falar, se eu lhe desse o incentivo certo, contudo, acabaria revelando quem eu era e colocando minha vida em risco.A loba se virou, esperando que eu falasse algo ou a soltasse, mas eu não tinha ideia do que dizer, então decidi escolher o caminho da razão e calar um pouco meus sentimentos, que insistiam em me colocar em situações complicadas. Soltei suas roupas com um sorriso tímido.― Sinto muito, é que queria te perguntar se posso usar algum telefone. ― Meu questionamento pareceu surpreender a loba, que olho