“É assim eu vou indo, sendo feliz é o que importa”.
Desconhecido
Estávamos no aeroporto, esperando nosso voo ser anunciando. Devo dizer que eu estava ansioso. Meu estômago se contorcia só de pensar nas coisas que a gente faria. Eu sei que parecia loucura, e decerto era uma loucura; mas, cara, essa era a melhor loucura que eu faria na minha vida! Eu esperava que eles tivessem histórias incríveis para contar depois que... Bem, depois que tudo acabar.
Olhei bem para os meninos, que estavam tão agitados e empolgados, como eu.
Tomamos um lanche, em uma cafeteria do aeroporto, brincamos com algumas meninas, que devo dizer que eram lindas... mas o que chamou minha atenção foram as aeromoças. Uma passou perto da gente e quase quebrou o pescoço, de tanto que nos olhava, então soltei um sorriso maroto. Seria ót
”As pessoas são solitárias porque constroem muros, ao invés de pontes”. O Pequeno PríncipeA cabine não era muito grande. Tinha uma cama de casal e um beliche. A vista era linda e o luxo era imenso.Olhei para o teto e sorri. Era pintado como à Capela Sistina. Um espetáculo! Da janelinha só se via água e um baita céu azul tão intenso, que dava vontade de tocá-lo.Deixamos tudo ali, e animados, fomos dar umas voltas pelo navio. Saímos no convés principal.Encostei-me na grade e olhei para o mar. O vento estava forte. Já estávamos navegando, e o inacreditável era que eu não sentia um movimento sequer.Uma moça loira e bonita parou do meu lado. Seus cabelos compridos voavam. Fiquei olhando para ela. Apesar de bonita, tinha o semblante triste e pensativo. Seus lábios eram vermelhos, e seus
“Quem de nós se enganou com um outro amor? Eu vou lembrar de nós, seja onde for”. MaltaOs dias que se passaram foram mais tranquilos. Ela nem olhava na minha cara, eu nem fazia questão disso também...Mentira, eu fazia sim. Sei lá o que acontecia aqui dentro; ou talvez eu soubesse sim, mas não quisesse admitir; talvez admitir isso pudesse pôr tudo a perder; talvez pudesse me machucar, e com toda a certeza a machucaria...Dei de ombros, irritado.Isso não estava nos meus planos, eu não poderia perder a cabeça por causa de uma garota, uma garota que nem gostava de mim, uma garota chata. Carne de pescoço, como ela era, comecei a me irritar mais ainda.Droga! — Hey! Último dia de cruzeiro da gente. Vamos curtir uma piscina? — Bianca sorria, pulando em cima de mim.
“A gente corre o risco de chorar quando se deixa cativar”. O Pequeno Príncipe— Caramba, não é possível...Peguei minhas roupas e me vesti. Saí de trás da moita, um pouco afoito, e ela veio atrás de mim, se vestindo também. Fiquei meio sem graça. Meio não era a palavra exata, eu estava muito sem graça, arrependido a certo ponto, sim, talvez... não sei...Eu não lembrava de quase nada da noite anterior, mas peguei na mão dela mesmo assim. Ela olhou para as nossas mãos e sorriu.Pela primeira vez na minha vida eu fiquei constrangido depois de ter dormido com uma mulher. Dá para acreditar nisso? Nem mesmo na minha primeira vez eu tinha ficado assim. Sentia-me como no colegial outra vez, embora elas tivessem outro foco, me senti com catorze anos.O caminho até a pensão foi longo e em silênc
“Viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existe”. Oscar Wide“Caminhos, pronto para recomeçar”. Esse era o trecho da música que Carter cantarolava. Que saco!Chutei o chão, frustrado. Enquanto enfiava as mãos nos bolsos e olhava para baixo, cabisbaixo, comecei a pensar... Será que eu teria uma chance para recomeçar?Alguns segundos se passaram quando me dei conta de que essa era a chance que eu tanto queria, essa era a minha chance de recomeçar.Ok! Eu sei que não era como eu queria, eu sei que o que eu queria era outra coisa, mas essa havia sido a minha oportunidade de fazer diferente, a chance dada a mim de me libertar.Sorri e balancei a cabeça.Essa chance, eu não perderia por nada nessa vida.Levantei a cabeça e olhei ao redor
“E se quiser saber pra onde eu vou...Pra onde tenha sol, e pra lá que eu vou”.Jota QuestDepois de ter feito amor com Cristina, ela deitou sobre o meu peito. Fiquei fazendo cafuné em sua cabeça, até ela adormecer. Permaneci ali, pensando.Ela tinha total consciência de que nós iríamos embora, ou será que ela tinha a esperança de que eu fosse ficar?Algumas horas depois, ela acordou, e eu nem tinha dormido ainda. — O que foi? — perguntou, me olhando com curiosidade. — Nada, só pensando. — Pensando no quê? — Agora lascou! — Nada demais
“Tinha em mim todos os sonhos do mundo”. Fernando PessoaAssim que acordamos, tomamos um banho e saímos pela cidade. Eu queria conhecer todos os lugares e saber se tinha alguma balada boa no pedaço. Apesar de a cidade ser pequena, demorou para achar um lugar que parecesse bacana.Levantei uma sobrancelha e sorri. Acho que a cidade toda estava se acotovelando para entrar numa boate meio escura escondida. Algo dizia que ali estaria nossa diversão. Cutuquei Brian, que estava do meu lado, e apontei com a cabeça na direção do lugar. — Acho que aqui vai ser legal. O que acham? — Tá doido? — Acho que vai ser legal também. — Carter já começou a andar e
“Para hoje, distribua sorrisos. Com certeza alguém sorrirá de volta”. DesconhecidoA noite até que foi boa, bastante animada. Acabou que os seguranças desistiram de pegar a gente. O pessoal tinha gostado mesmo. Os verdadeiros artistas chegaram, e estava tudo tranquilo. Os meninos... bem, estavam felizes com as meninas, ficaram se pegando. Só não gostei muito porque eu fiquei chupando o dedo, olhando para a cara de enjoada da Beatriz. Era uma cara de quem chupou limão. Eu estava detestando tudo aquilo. Eu não a entendia. Em um instante ela estava de boa; e agora, com essa cara. Mulheres... quem as entende?Mas eu um dia as decifraria, isso você poderia apostar.Ela se levantou e saiu. Fiquei ali, bebendo minha cerveja, e quando acabou, nem quis esperar o garçom, simplesmente fui até o balcão, pegar mais uma cerveja
“Me faça um gesto, me queira perto”. O Tetro mágicoO restante da noite foi agitado. Eu estava esperando o momento certo para cobrar minha aposta com a Beatriz. Podem me chamar de bobo, de ridículo, mas eu queria que fosse especial, tanto para ela quando para mim.Guilherme indicou a mim um lugar bacana para acampar, tinha um píer, com um farol, e segundo ele, noites como àquela eram lindas vistas dali. Agradeci para ele.Quando foi se aproximando uma da manhã, pedi para os meninos chamarem as meninas, porque iríamos acampar em outro lugar. Eles me olharam surpresos, mas pegaram nossas coisas, e fomos até o outro lado da praia. — Nossa, que lindo isso. — Carter largou as mochilas para admirar a vista. — John, voc