Irina Petrova.Os raios de sol começam a inundar o quarto, infiltrando-se pelas cortinas e espalhando uma luminosidade suave que pousa gentilmente sobre o meu rosto. Lentamente, desperto daquele torpor pós-noite, sentindo-me confusa e desorientada. Pisco algumas vezes, tentando afastar a sensação de enevoamento que ainda persiste em minha mente.Levanto-me com cuidado, puxando a coberta que repousa sobre mim. Uma pontada de dor de cabeça me lembra que a noite anterior não foi apenas um sonho. Aos poucos, flashes de memória começam a surgir, como fragmentos de um quebra-cabeça. Lembro-me de cada detalhe do que aconteceu.Primeiro, a garrafa na prateleira do escritório de Maxim, o uísque dourado cintilando à luz fraca. Beber quase meio litro daquela bebida foi um ato de desespero, uma tentativa de encontrar coragem para o que estava por vir. E, então, a escada diante do hall principal, meu refúgio naquela noite.Decidida e ansiosa, esperei por Maxim. Queria a verdade, ou pelo menos part
Irina PetrovaSento-me à mesa e começo a beber o café, que é quente e reconfortante. Cada gole parece me trazer um pouco mais de clareza, e estou determinada a enfrentar a realidade do que aconteceu. Não posso fugir de minhas próprias escolhas.Enquanto saboreio o café, começo a traçar um plano em minha mente. Preciso conversar com Maxim, esclarecer as coisas entre nós. A paixão que compartilhamos é inegável, mas também é complicada. Não posso simplesmente ignorar o que aconteceu, nem as consequências de nossas ações.No entanto, a incerteza sobre como ele vai reagir paira sobre mim. Sei que o mundo de Maxim é complexo e perigoso, e o que aconteceu entre nós tem o potencial de mudar tudo. Não posso prever o que o futuro reserva, mas estou determinada a enfrentá-lo de frente, sei que ele é bem mais velho do que eu, mas eu não me importo com idade para mim é só um número.Após terminar o café, me levanto da mesa e decido que é hora de enfrentar o dia. Enquanto subo as escadas em direção
Irina Petrova.Minhas aulas começarão na manhã seguinte, e a ansiedade toma conta de mim. Me lembro da última vez que estive em uma escola e a sensação de voltar a estudar é assustadora. Mas é também uma oportunidade para crescer e me tornar mais independente.Tudo aconteceu tão repentinamente em minha vida que parece até um pesadelo maluco. Mesmo que não fosse muito próxima dos meus pais, ainda sinto falta deles. A partida deles deixou um vazio que nunca imaginei sentir. A solidão que agora me acompanha é como uma sombra escura que paira sobre meu coração, e eu me pego frequentemente pensando em como seria bom poder compartilhar meus momentos e sucessos com eles, mesmo que nunca tenhamos sido os melhores amigos. A saudade é um sentimento intrusivo, um eco silencioso que me faz perceber a falta que eles fazem, especialmente nos momentos em que mais precisaria de seu apoio e orientação.Sinto um aperto no meu peito, uma verdadeira tempestade de sentimentos se formando dentro de mim. Ma
Irina Petrova.Na faculdade, tento focar nas aulas, mas não pude evitar que minha mente vagasse entre o desejo avassalador que Maxim ainda despertava em mim e a preocupação com o turbilhão de problemas associados ao passado de minha família.À medida que a aula terminava, os corredores da faculdade se enchiam de alunos que se dirigiam em diferentes direções. Eu saí da sala por último, observando meus colegas enquanto caminhava em direção ao refeitório.A movimentação era agitada, com estudantes conversando, rindo e alguns apressados para garantir seus lugares na fila do almoço. Eu me sentia um pouco perdida em meio a tanta gente, mas ao mesmo tempo, aquela agitação era revigorante, e eu sabia que fazer parte daquele ambiente era um passo importante para a minha independência.Enquanto eu caminhava pelos corredores, meu celular vibrou, me fazendo tirá-lo da bolsa. Era uma mensagem de Maxim, e meu coração se acelerou instantaneamente. A mensagem era breve, mas carregada de significado.
Maxim Volcov.Desde aquela noite de paixão e desejos proibidos com Irina Petrova, minha vida virou de cabeça para baixo. Aquela jovem de 19 anos, tão desafiadora e irresistível, tinha se tornado o meu maior dilema. Eu, Maxim Volkov, Dom da máfia russa, acostumado a manter o controle de tudo, me via completamente descontrolado na presença dela.Não podia mais me permitir a proximidade dela, a tentação que Irina representava. Após nosso encontro ardente, tomei a decisão de me afastar, de deixar que ela seguisse sua própria jornada, longe das sombras do meu mundo. Eu sabia que era o mais sensato, o mais seguro. No entanto, não conseguia deixar de observá-la, de protegê-la, de desejar vê-la bem.Nossos destinos se separaram, mas eu a vigiava de longe, como um predador observando sua presa. Câmeras de segurança microscópicas espalhadas por minha mansão me permitiam vê-la em detalhes, até mesmo quando ela não sabia que estava sendo observada. Era uma invasão de sua privacidade, mas eu não p
Maxim Volcov.Minha mente vagou para uma lembrança distante. Lembrei-me de um tempo mais simples, quando a vida era menos complicada e minha família ainda estava unida. Nikolai, meu meio-irmão mais novo, costumava correr pelos corredores desse hotel todas às vezes que meu pai vinha passar as férias aqui. Nikolai tinha apenas 11 anos na época, mas seus traços já denunciavam a força e a determinação que ele desenvolveria ao longo dos anos.Seus olhos azuis profundos, que pareciam esconder segredos profundos, já demonstravam uma intensidade surpreendente para alguém de sua idade. Seu cabelo castanho escuro, cortado curto, às vezes rebelde, era uma amostra de sua personalidade intrépida. Uma pequena cicatriz discreta na testa, resultado de alguma travessura de infância, era sua marca registrada.Apesar de sua juventude, Nikolai já era alto para sua idade, indicando a constituição atlética que o acompanharia desde cedo. Seus ombros pareciam promissores, prenunciando a força que ele desenvo
Maxim Volcov.Ela sorriu, um sorriso enigmático que aumentou ainda mais minha intriga. Sua mão se ergueu, com o punho cerrado, e de repente, o caos à nossa volta cessou. Seus homens pararam de atirar, como se obedecessem a uma ordem silenciosa. A tensão no ar era palpável, e eu me mantinha alerta, sem abaixar a guarda. Será que a misteriosa líder, “La Sombra”, estava prestes a revelar suas intenções?— Ah, você vai descobrir em breve. Estou determinada a conquistar o mundo do crime, e você é apenas um obstáculo em meu caminho.A troca de palavras durou apenas um momento, antes que os tiros recomeçassem e o caos se instalasse novamente. Eu sabia que não era o momento de enfrentá-la, mas “La Sombra” havia se tornado uma figura enigmática que eu não podia ignorar.Com “La Sombra” determinada a conquistar o mundo do crime e Irina sendo o fio que me ligava à sanidade, eu me vi no centro de uma tempestade. Não sabia o que o futuro reservava, mas estava disposto a enfrentar qualquer desafio
Maxim Volcov.Patrick acenou com a cabeça, determinado a cumprir a missão que lhe foi confiada. Enquanto enfrentávamos a tormenta que se aproximava, eu sabia que nossa única opção era lutar com inteligência e determinação.Ofereci uma dose de uísque a Patrick, que aceitou de bom grado. Seu olhar se voltou para o meu ombro, revelando suas preocupações. Eu esclareci a situação: “Meu médico particular já cuidou do ferimento. A bala passou direto, então não há nenhum problema.”Ele soltou um suspiro de alívio. “Que bom, chefe. Fico mais tranquilo.”“Infelizmente, Olavo não está em uma situação muito boa. Ele está no hospital, entre a vida e a morte. Cuide de tudo por lá.”A situação era crítica, e não podíamos nos dar ao luxo de perder tempo. Patrick assentiu, pronto para tomar as rédeas das responsabilidades.“Agora vamos ao que interessa, o que descobriu sobre La Sombra?”Ele me encarou e começou. “Descobrimos que seu verdadeiro nome é Valentina Moreno. Ela havia crescido nas favelas do