LiamPelo menos Dianna tinha conhecimento com lâminas, pois o domínio de seus poderes ainda era muito precário, já que tudo o que faz ainda é por instinto. Ela tem muito a aprender e eu estarei disposto a ensinar tudo, porém, a batalha começa agora e não temos tempo para nada mais que se armar.Minha linda sereia fica ainda mais bonita com aquele aspecto de mulher letal que ela ostentava ao ter seu corpo envolvido por lâminas de todos os tamanhos. Haviam pequenas facas encaixadas em todos os locais possíveis: cinto, cós da calça, cano da bota e entre o tecido da blusa de linho que usava e o corpete de couro escuro. Duas adagas presas em cada coxa e uma espada longa presa às costas. Sorri para ela em aprovação, e seu rosto se iluminou. Eu estava gostando de sentir nossa aproximação.Fill, Arlo, meu irmão e eu não estávamos menos armados. Tínhamos lâminas por todos os lados e os soldados já foram alertados, espalhando a notícia de que todos deveriam ir para um lugar seguro, pois havia u
AryaGaia e eu seguimos em direção aos soldados que avançavam. Preferi não levar armas, não era boa em nenhuma delas e a única coisa que conseguiria era me atrasar se escolhesse leva-las comigo.Queria mesmo que Haj tivesse se rendido de verdade, ao que parece ele apenas teve um surto momentâneo devido a decepção que sofreu, mas depois seu caráter duvidoso tomou conta. Era uma pena. Se vencêssemos a batalha, o reino D’Eryn ficaria sem guardião até que a pedra escolhesse alguém.Era triste ter que matar pessoas, mas era a vida delas ou a nossa, e estávamos lutando para defender as relíquias.Com minha invisibilidade conseguia chegar perto o suficiente de um oponente e feri-lo sem atingir inocentes. Meus golpes eram duros e precisos, e devido a força que a pedra fornecia a sua guardiã, eu conseguia ser bem eficiente em meu ataque.Gaia usava sua velocidade para o mesmo objetivo e envolvia em fogo seu inimigo. Lançar fogo sobre tudo seria muito eficiente, acabaria com tudo de uma vez, ma
DiannaNão podia suportar perder Liam e ainda carregar a culpa pela Relíquia do Oceano estar nas mãos da Rainha Nehyma. Ver seu sangue tingir a água ao redor dele já era desesperador o suficiente, não poderia deixa-lo morrer, precisava fazer algo.A mulher atrás de mim controlava o ar em meus pulmões, podia sentir quando ela deixava apenas o mínimo para que eu não me sufocasse e seria usando isso que ela pressionaria Liam. Tentei sinalizar para ele que não deveria fazer aquilo, mas eu sabia que ele faria de qualquer forma. Não o conhecia há muito tempo, mas eu podia sentir que ele entregaria tudo por minha vida.Minha mente girava a procura de algo a fazer.Droga! Eu sou uma sereia, sou poderosa, não tenho controle sobre meu poder, mas Haj já estava morto, Liam estava ferido e se não fosse socorrido, não haveria destino diferente para ele. Eu estava com a vida nas mãos daquela mulher e quando ela colocasse as mãos nas relíquias, nada garantiria que ela iria cumprir com sua palavra, ou
DiannaJoguei o corpo da rainha, já sem vida, sobre meus ombros e nadei para fora do templo. Escolhi desta vez o caminho que dava para o mar e então para a praia em vez de pegar o caminho do templo. Quando chegasse em terra firme teria que voltar para minha forma normal e ainda carregá-la sobre meus ombros. Essa mulher desprezível não merecia tal esforço.Ao chegar na praia me deparo com uma cena que apertou meu coração. Haj deitado sobre a areia, mas já não estava com aquela aparência estranha de antes. E então vi Liam deitado sobre a areia também. A espada não estava cravada em seu corpo e aparentemente não havia corte. Pisquei para a impossibilidade de tudo aquilo.Nadei até mais perto, arrastando o corpo morto, e quando cheguei perto o suficiente arremessei-o na praia. O impacto do corpo na areia despertou os outros para olharem para o mar.— Dianna! – Arya correu em minha direção. Ela nem se impressionou com o corpo ou com minha aparência. – Que bom que está bem. – Me abraçou mol
LiamEstávamos no reino D’Eryn há dois dias. O rei retornou furioso e entristecido devido a morte de sua esposa. Foi difícil fazê-lo compreender que ela mentiu, manipulou e matou pessoas. Teve o fim que os deuses decidiram e nós não podemos fazer nada contra isso.Outro esforço foi fazê-lo compreender que seu filho não estava em uma posição muito melhor e que quase fora morto também, mas a ele os deuses decidiram dar uma segunda chance.Ida estava bem, como Haj tinha prometido a seu irmão, e ficou encantada com a descoberta de que Fill seria o guardião até que os deuses escolhessem outro e este estivesse preparado para assumir. A honra nunca imaginada pelos irmãos foi concedida por mérito próprio.O templo estava adornado e a Relíquia do ar estava em seu pedestal. Um sacerdote do templo recebeu a confirmação dos deuses de que Fill era um bom candidato ao cargo temporário, que mostrou garra e fidelidade àqueles que estavam a seu lado.Ida era pura empolgação ao lado do irmão. A cerimôn
AryaDepois de voltarmos para o reino D’Arcos, tínhamos uma tarefa importante: dar a Haj uma ocupação. Pensei em coloca-lo junto com os guardas, mas então seria um cargo de certa confiança. Coloca-lo na cozinha também não me parecia uma boa ideia, não pelo motivo de envenenamento, pois ele não seria tão idiota assim, mas porque ele só atrapalharia os cozinheiros. Então, faxina, me pareceu algo mais adequado pelo menos por enquanto. Depois quem sabe trabalhar na biblioteca e mais tarde, talvez, a guarda.Um guarda o guiou até um aposento, onde ele permaneceria até o amanhecer, como foi instruído.— E então, já decidiu qual será o cargo que Haj ocupará aqui no templo? – Perguntou Arlo ao me abraçar.— Sim, acho que no começo a limpeza é um bom lugar, depois, quem sabe, podemos ver outra coisa.— Bom, ele não vai ficar feliz. – Arlo riu.— A ideia é essa, não é?— Eu acho que sim.Estávamos no terraço do templo, um lugar pouco frequentado. O vento quente que vinha do deserto tocava minha
DiannaTrês meses depois de toda aquela loucura, eu já estava bem adaptada a tudo que envolvia a minha nova posição. Quase tudo, na verdade. Ainda era difícil lembrar das tarefas relacionadas ao templo, às orações e ao calendário de festividades e por isso tinha ficado surpresa quando o aviso sobre o festival das frutas no reino D’Arcos tinha chegado.Segundo Liam, o Festival das frutas era um festival anual que representava a fartura e que geralmente o reino não convidava os reinos vizinhos, mas é claro que isso mudou depois de todos nós termos nos tornado amigos. Seria uma grande oportunidade para rever cada um deles.O calor do deserto, dava lugar a um frio extremo durante a noite, devido a estação mais fria do ano que se aproximava. Mas estava usando um vestido de tecido aveludado e mangas que iam até os cotovelos, porém os decotes das costas e dos seios eram profundos.Liam trajava uma túnica elegante, cinza escura com detalhes bordados em azul, do mesmo tom do meu vestido.A pra
Dez anos depoisDiannaEstávamos todos reunidos no templo do deus Eryn. Fill, parecia um sacerdote de verdade, usando a túnica azul clara e os cabelos, antes até a altura dos ombros, agora eram cortados rente à cabeça.O motivo de estarmos ali era a apresentação da criança que nascera. Os deuses presentearam Fill e Yllana, uma jovem que conhecera no reino D’Eryn, com um filho e não era apenas isso, a criança era aquele que os deuses haviam prometido, a linhagem que vinham preparando de novos guardiões da Relíquia do ar.Na verdade, essa linhagem era a de Fill. Seu filho será seu sucessor com a escolha dos deuses, e meu amigo não poderia estar mais feliz. O sacerdote mais velho levantou a criança no alto e disse as palavras na língua antiga dos deuses, agradecendo pela criança que eles enviaram e por ainda ouvirem as orações dos pobres mortais.Fill e Yllana não se continham de emoção. Ao fim das palavras do sacerdote, eles pegaram o pacotinho de seus braços e o abraçaram. Ida também e