DmitryMe arrependi no segundo que abri a boca. Os olhos dela perderam o brilho, sua face divertida se contorceu, eu podia estar meio alterado devido ao álcool, mas não estava maluco, notoriamente o rosto dela mudou com minha pergunta.Achei que ela entraria e se trancaria, mas ela andou até a beirada da varanda, apoiando-se no ferro gelado do gradeado, suspirou fundo e olhou para o alto. A noite estava fria, para mim estava muito agradável, tinha até aberto um pouco a camisa, mas ela estava com os braços cruzados apertando o agasalho ao corpo, não sei bem se do frio da noite ou para espantar alguma sensação.— Não precisa falar se não quiser. – Disse me aproximando dela, deu para ver que havia muito por trás disso tudo.— Não vou contar tudo. – Suspirou novamente. Olhou para a lua que brilhava límpida no céu e então olhou para mim. – Eu era pobre, meus pais não tinham dinheiro e eu ajudava minha mãe a vender coisas na rua. Quando adolescente surgiu uma suposta oportunidade, uma que s
MaiaSenti a mudança no corpo dele. No instante que as coisas começaram a esquentar ele mudou. Mas desde o início eu sabia, depois do que ele havia declarado é lógico que ele não iria muito longe, e eu ficaria feliz de ir até onde ele pudesse. Nunca fiquei tão empolgada em dividir a cama com um cliente, justamente aquele que estava ferido demais para ter qualquer coisa comigo, era quem eu desejava mais e quem eu sabia que não o teria. Talvez se eu tivesse alguma sorte e ele me contratasse novamente depois de mais alguns meses ou anos, quem sabe então eu conseguiria saciar esse desejo. Mas por enquanto um beijo até que foi mais do que eu esperava e no mais, uma boa ducha gelada terá que bastar.Quando deixei o banheiro ele entrou em seguida. Não esperei ele sair de lá, sabia que o clima ficaria um pouco tenso, então me deitei na cama e me cobri completamente, deixando espaço mais que o suficiente para ele na cama. O sono me pegou segundos depois.Acordei novamente como se estivesse den
DmitryA manhã foi agradável, mas o dia seria cansativo. Depois de uma viagem longa até o interior, agora teríamos que voltar e nos preparar para a viagem à Santa Catarina. O clima lá é bem mais frio que aqui em São Paulo e Maia não está habituada a climas frios, por isso preciso comprar agasalhos para ela. Sei que como acompanhante de luxo, ela é acostumada a ganhar muitos presentes, e não seria muito bem visto se não desse a ela presentes, já que esse é um costume no ramo.Novamente Maia dormiu durante a viagem toda, talvez tivesse sido melhor assim. Devo a Falcão o motivo de termos alguma conversa leve no início da viagem, mas quando o assunto se extinguiu o silêncio tomou conta do ambiente, então algum tempo depois ela estava dormindo. Eu não consegui dormir, até tentei, fechei os olhos, mas o sono não veio. Então tive que passar a viagem toda olhando pela janela, ouvindo o som baixo que tocava no carro.Mais uma vez eu tinha a tarefa de acordar a bela adormecida que desta vez não
MaiaA manhã estava muito fria, parecia até que o tempo estava rindo da minha cara, já que íamos para um lugar mais frio ainda. Pelo menos tivemos uma boa noite de sono, ele fez a barreira de travesseiros e eu ri quando acordei na madrugada e vi metade de seu corpo por cima dos travesseiros. Talvez ele estivesse em cima de mim se não fosse por eles, acho que tenho alguém espaçoso aqui.Estávamos já há quase duas horas dentro do carro, dormi a viagem de avião inteirinha, então agora eu estava totalmente desperta. A paisagem cada vez mais rural é muito bonita, tem muito verde, muita paisagem natural. Chegamos em uma área onde o que mais tinha eram fazendas e sítios. Observava as extensões de terra quando ele tocou em minha coxa.— A partir daqui é tudo da minha família.Olhei e não tinha como ver o fim. O lugar era grande demais.— É muito bonito. – Disse.A cerca bem cuidada deu lugar a um muro de pedras muito bonito com um portão de madeira, tudo em estilo rústico, mas muito chique ao
DmitryMinha irmã não perde a oportunidade de me perturbar, mas achando ela que estava atrasando minha vida, na verdade ela estava me ajudando. Dividir a cama com Maia era uma tentação, principalmente no estado de semiconsciência devido ao sono, e tinha medo de meus instintos falarem mais alto. Ela já me atraía desde o primeiro dia, depois daquele beijo as coisas só pioraram. Fiquei ainda mais mexido por ela.— Conta para outra que aquela lá é sua assistente. – Ela disse assim que entramos no quarto de hóspedes.— Ela é minha assistente, não está rolando nada entre nós, não dormi com ela. – na verdade eu dormi, mas não no sentido que minha irmã queria saber, porque ela queria saber, por isso essa reação.— Ainda não acredito.— Não está me punindo nos colocando em quartos separados. – Ela estava me ajudando na verdade, mas também não precisava dizer.Ele me olhou com seus olhos azuis tão iguais aos meus.— Olga era minha amiga, era uma mulher maravilhosa, espero que não a esteja subst
MaiaA sobrinha do Dmitry é uma criança adorável, depois do passeio ela voltou a brincar comigo, muito feliz por ter uma nova companhia. E eu feliz por deixar aquela bonequinha um pouco mais feliz, eu sei o quanto é ruim não poder brincar, se bem que nossos motivos eram bem diferentes.Estávamos brincando de maquiagem, já que antes ela havia me mostrado todos os seus vestidos de princesa e agora trajava um deles e disse que se servisse em mim, ela me emprestaria um. Mas a brincadeira estava prestes a acabar e ainda não sabíamos. Uma batida frenética na porta fez a menina levantar-se correndo para abri-la.Era Dmitry, sua face estava distorcida, totalmente diferente de pouco tempo atrás.— O que houve? – Perguntei notando como ele olhava para mim de um jeito que parecia estar pensando em algo.— Preciso conversar com você. – Ele disse contido e eu tinha certeza que algo não tinha dado certo. – Gatinha, o tio precisa conversar com a Maia, tá bom.— Mas a gente tá brincando. – Reclamou e
Dmitry— Conta agora o que aconteceu. – Exigi de meu primo.— Você tem que voltar cara, a coisa aqui tá uma loucura, os caras estão loucos.— Que caras?— Os Romanov, cara. Devem ter arrancado algo do Nikolai, descobriram a rotina do papa e uma falha milimétrica na segurança. Os caras atiraram para matar, por sorte o tiro não foi certeiro no coração.— Meu pai foi baleado?— Foi, mas já foi socorrido, e vai passar por cirurgia.— Mas que merda! – Esbravejei.— Cara, larga tudo aí e volta, depois alguém viaja para resolver no seu lugar.— Acha que estou preocupado com isso, Mikhail? Quero ver meu pai, saber como ele está.— Mas sabe que não é só isso, na ausência do papa, você como sucessor assume tudo.— Eu sei. Vou pedir aos seguranças para comprar a passagem e amanhã bem cedo estarei embarcando.— Ótimo.— Mikhail, tem certeza que Nikolai abriu o bico? Sabe o que acontece com traidores.— Não temos certeza, desconfiamos, mas de que outra forma eles descobririam uma falha na seguranç
MaiaConhecer a Rússia era um sonho e estava muito feliz em conhecer aquele lugar. A viagem é longa e cansativa, pode durar um dia dependendo das condições, mas graças aos céus o tempo estava perfeito e nossa viagem durou menos de 20h, pois é, ainda assim é tempo pra caramba.Dmitry me prometeu me levar a vários pontos turísticos de Moscou, mas eu sei que ele está com a cabeça cheia. Quem não estaria depois de acompanhar apenas por telefone o que se passou com o pai? Por sorte o homem é forte e está se recuperando bem, embora eu não saiba ainda de quê. Dmitry não falou muito, mas entendo que ele está abalado.Ao chegarmos, ele me levou diretamente para seu apartamento, disse que eu podia descansar enquanto ele iria visitar o pai. Queria apoiá-lo, mas não me colocaria em uma posição na qual não pertencia. Foi gentil da parte dele em me trazer, qualquer outro simplesmente me deixaria lá sem pensar no que poderia acontecer a mim, em como meus patrões interpretariam a volta repentina de m