DmitryXinguei todos os palavrões que conhecia em russo e em outras línguas. Eu sabia. Maia tinha sido pobre, passou uma infância e adolescência difícil no interior de Pernambuco. Aos 16 anos recebeu uma proposta para ser modelo, linda como era, não levantaria qualquer suspeita. A oportunidade era fora do país, em Paris. Seus pais assinaram o contrato de permissão, ela realmente trabalhou como modelo até completar 18 anos. Sua família recebia o dinheiro, via fotos da filha frequentemente, a comodidade foi tomando conta da família que tinha certeza que a filha estava bem, o dinheiro nunca parou de chegar, mas perderam o contato.Aos 18 anos ela foi coagida a se prostituir quando viu que não tinha saída, sua família fazia parte das ameaças e assim ela aceitou o trabalho e se afastou dos pais. Disse a eles que não voltaria mais ao Brasil e deu uma boa quantia para que eles seguissem a vida, tudo a mando de um merda chamado Gonçalves, e isso já fazia oito anos.Investiguei e descobri que
MaiaAs palavras de Dmitry me perseguiram durante o restante dos meus dias de trabalho. Meu cliente me pegava olhando para o nada e me perguntava se eu estava bem, se estava sentindo algo, se tinha acontecido alguma coisa. Eu sempre lhe respondia que estava tudo bem, só estava pensativa. Lhe dava um belo sorriso, sentava em seu colo e tudo estava resolvido.Mas me pegava pensando se Dmitry não estava brincando comigo, ele disse que não me ligaria por muito tempo, depois disse que ficaria com ele se quisesse, eu não estava entendo nada. Mas o que mais me atormentou foi ele dizer que já sabe de tudo. Gostaria de saber o que compõe esse tudo. E para completar ele disse que me tiraria dessa vida.O calor aqui no Rio está ficando sufocante, típico dos últimos meses do ano. E como em Nova York estava fazendo bastante frio por já estar aproximando do inverno, a primeira coisa que senti quando cheguei foi a diferença no clima.Entrei em meu prédio cumprimentando o porteiro. Ele se ofereceu em
DmitryEla estava linda me esperando, e uma saudade enorme me fez beijá-la na frente de todos. Mas não é um movimento suspeito, afinal ela é uma acompanhante contratada por mim, um beijo é o de menos. Mas eu não quero mais que ela esteja comigo, que me beije ou vá para a cama comigo por causa de um contrato, é por isso que a chamei para conversar logo que chegamos ao quarto.Acabei de descrever a ela tudo o que descobri. Sua infância e adolescência no interior de Pernambuco e sua oportunidade como modelo que lhe rendeu uma vida de prostituição. Seus olhos lacrimejavam, e eu vi o quanto ela lutava para conter as lágrimas.— Não quero que se envergonhe, nem que esconda nada de mim. – A puxei para perto e a abracei em uma tentativa de acalmá-la. – Contratei você apenas para ganharmos tempo, para não levantar suspeitas, e para que você possa resolver qualquer coisa que queira sem que eles fiquem te monitorando, enquanto estiver comigo eles estarão de guarda baixa.Ela apenas movimentou a
MaiaDepois do nosso café da manhã bem quente, sugeri a Dmitry que fôssemos à praia, já que vir ao Rio e não ir à praia é um desperdício tremendo.— Acho melhor não. – Ele disse.— Por quê? — Vou sair de lá irreconhecível.Ri da cara de espanto dele. Irreconhecíveis vão ficar as mulheres quando seus queixos caírem com esse homem de sunga.— Pare de bobagem e vamos à praia.Disse praticamente decretando. A praia não ficava longe do hotel, então descemos e seguimos a pé. Sugeri que parássemos em uma loja para comprarmos uma sunga de praia, mas ele disse que não tiraria a bermuda. Que pena.Como eu sabia que ele passaria uns dias aqui no Brasil, imaginei que alguns deles fossem aqui no Rio e não deixei de colocar biquíni e outros acessórios de praia na mala, já que desde o início planejei arrastá-lo.Enquanto estávamos na areia, passei o protetor em seu corpo e quando notava uma mulher o olhando, tratava de deixar um beijo em sua pele, marcando aquele homem como meu, mesmo que fosse te
DmitryDesde o momento que descobri o passado de Maia que anseio em ajuda-la e dar a ela as coisas que mais deseja. E imaginei que seu tivesse sido afastado de meus pais de uma maneira tão dura, eu ia querer vê-los outra vez e com certeza mostrando que eu estou bem, que venci na vida. E é isso que darei a ela: a oportunidade de rever seus pais.Quando ela for para a Rússia comigo, terá que ficar afastada deles e como ela disse que são conservadores, tive a ideia louca de dizer que iríamos nos casar. Sei que era casado até recentemente, e que ainda não estou confortável para ter outra mulher como esposa, mas devo confessar que a ideia me agradou mais do que achei que pudesse. Mas é claro que era apenas para que seus pais se sentissem confortáveis e felizes pela filha, nunca que eles poderiam imaginar o que ela passou. E quem sabe no futuro possamos tornar isso uma realidade.Pude ver a felicidade refletida nos olhos de Maia quando descemos do avião já em solo pernambucano.— Aqui tem l
MaiaDepois do nosso café da manhã bem quente, sugeri a Dmitry que fôssemos à praia, já que vir ao Rio e não ir à praia é um desperdício tremendo.— Acho melhor não. – Ele disse.— Por quê? — Vou sair de lá irreconhecível.Ri da cara de espanto dele. Irreconhecíveis vão ficar as mulheres quando seus queixos caírem com esse homem de sunga.— Pare de bobagem e vamos à praia.Disse praticamente decretando. A praia não ficava longe do hotel, então descemos e seguimos a pé. Sugeri que parássemos em uma loja para comprarmos uma sunga de praia, mas ele disse que não tiraria a bermuda. Que pena.Como eu sabia que ele passaria uns dias aqui no Brasil, imaginei que alguns deles fossem aqui no Rio e não deixei de colocar biquíni e outros acessórios de praia na mala, já que desde o início planejei arrastá-lo.Enquanto estávamos na areia, passei o protetor em seu corpo e quando notava uma mulher o olhando, tratava de deixar um beijo em sua pele, marcando aquele homem como meu, mesmo que fosse te
DmitryDesde o momento que descobri o passado de Maia que anseio em ajuda-la e dar a ela as coisas que mais deseja. E imaginei que seu tivesse sido afastado de meus pais de uma maneira tão dura, eu ia querer vê-los outra vez e com certeza mostrando que eu estou bem, que venci na vida. E é isso que darei a ela: a oportunidade de rever seus pais.Quando ela for para a Rússia comigo, terá que ficar afastada deles e como ela disse que são conservadores, tive a ideia louca de dizer que iríamos nos casar. Sei que era casado até recentemente, e que ainda não estou confortável para ter outra mulher como esposa, mas devo confessar que a ideia me agradou mais do que achei que pudesse. Mas é claro que era apenas para que seus pais se sentissem confortáveis e felizes pela filha, nunca que eles poderiam imaginar o que ela passou. E quem sabe no futuro possamos tornar isso uma realidade.Pude ver a felicidade refletida nos olhos de Maia quando descemos do avião já em solo pernambucano.— Aqui tem l
MaiaUm frio percorreu minha espinha com as palavras dele. Chegamos? Como assim? Acabamos de sair do aeroporto, nem deu tempo para me preparar psicologicamente.— Reconhece o lugar? – Ele me perguntou, e foi aí que parei para olhar ao redor. Faz 10 anos que saí da casa de meus pais, e o lugar era exatamente o mesmo.O mesmo chão de terra, os terrenos bastante espaçados e as poucas casas ao redor. Por isso meus pais precisavam ir até a cidade para vender algo, pois aqui não venderíamos muita coisa.— Sim. – Continuo olhando tudo.— Estamos no lugar certo, então. – Meneio a cabeça em confirmação ainda observando o local. – Onde é a casa?Meus olhos fixam em uma porteira de madeira velha, a cerca de arame meio caída e muito mato saindo para o lado de fora. Me aproximei da velha casa que eu reconhecia muito bem, minha infância foi dura, mas feliz na medida do possível. Corria por estas ruas e me embrenhava no mato com as outras crianças em busca de passarinhos.— É aqui.Ele olhou o lugar