Maia Pensar em Lorena não foi muito bom. Finalmente estava tendo uma noite agradável com o Dmitry, saímos para jantar depois de passar o dia agarradinhos, mas tocar na minha amiga me deixou pensativa. Como ela estava? Como estava se sentindo? Será que ela passava por perigo?— Maia. – Ouvi sua voz me tirar de meus pensamentos.— Oi.— O que houve?— Nada.Ele me analisou por um tempo, bebeu sua bebida e resolvi beber a minha também. Já tínhamos terminado de jantar, agora estávamos nas bebidas.— Se não quiser falar comigo não precisa falar, afinal mal nos conhecemos, mas notei que ficou mais calada depois que falou da sua amiga.— Não foi nada, Dmitry. – Reforcei.— Tudo bem. Vamos.Ele chamou o garçom, pagou a conta e se levantou. Achei que voltaríamos para o apartamento dele, mas ele me surpreendeu.— Para onde estamos indo?— Você vai ver.Não demorou muito e chegamos em uma boate. O lugar era discreto, mas era possível ver os carros caros parados em frente, eu conhecia bem esse
DmitryO álcool tinha sua contribuição, mas não posso isentar-me de tudo. Eu sentia uma atração por aquela mulher desde o primeiro dia, tentei lutar, mas sentia que era em vão. Afinal, Maia irá embora nos próximos dias, o que há de mal em satisfazer meu desejo?O lugar de Olga jamais seria ocupado por alguém, estaria então saciando um desejo que mais cedo ou mais tarde teria que satisfazer. É claro que o álcool me deu coragem para aceitar, para decidir que era inútil lutar contra aquilo, sem contar que Maia era alguém que não veria uma outra vez, e isso contava mais um ponto a favor. Não teria que me preocupar com uma mulher amargurada atrás de mim, com promessas feitas sem pensar e todas as outras coisas que me faziam pensar em ter um lance com alguém, mesmo que fosse apenas por prazer.Ela iria embora em breve, era isso, e eu teria que aproveitar.Por isso a beijei e deixei claro meu desejo por ela.— Tem certeza? – Ela perguntou ofegante após chama-la para ir para casa. Ela entende
MaiaAcordei sentindo um peso ao redor do meu corpo, abri os olhos e pude constatar que a noite passada não tinha sido apenas um sonho. Finalmente eu estive com esse homem lindo, já estava achando que um beijo seria o máximo que teria dele, e então ele me surpreende. Parecia decido, não sei o que o fez mudar de ideia, mas nem vou tocar no assunto, vai que ele resolve repetir a dose. Eu nem preciso dizer que ficaria super feliz.— Dobroye utro. (Bom dia) – Falou ele sonolento, espalhando pequenos beijos pelo meu rosto. Era um sonho, certeza!— Bom dia, gatinho. – Selei sua boca com a minha e ele sorriu. Quero acordar não! O sonho tá tão bom.Ele tirou seu braço que estava sobre meu corpo, me aliviando do peso que sentia, mas eu gostei de sentir seu peso sobre mim. Queria que ele repetisse a dose, será que eu o assustaria se me insinuasse? Com ele eu tinha que andar com cautela, foi assim que não o assustei ontem e cheguei onde queria. Tenho que continuar com essa estratégia.— Preparad
DmitryTinha que receber uma mensagem do Mikhail para macular meu dia perfeito com Maia. Eles bateram no endereço dado pelo defunto e não tinha nada lá. Os caras são espertos e trataram de sumir do mapa. O corpo de Nikolai ainda não tinha sido encontrado, ansiava em poder pelo menos enterrar meu amigo com honras, mas ao que parece nada estava dando certo. Por sorte meu pai receberia alta em alguns dias, palavra do médico. Ao menos uma notícia boa no meio disso tudo.Mas cada vez mais eu estava desconfiado de um traidor, alguém do lado de dentro vazando informações, mas quem? E isso é uma merda, pois pode ser qualquer um. Mikhail também desconfia, Kirill acha impossível ter alguém de dentro envolvido, mas se não fosse de dentro, quem seria?Minha cabeça estava borbulhando. Parecia ser daquelas coisas que você mesmo tem que ir lá e fazer. Meu primo chegou a falar que eu deveria parar de brincar de casinha e ir para a base trabalhar, mas eu só tinha mais um dia com ela. Já havia deixado-
MaiaJá fazia mais de dez horas de viagem, o corpo já estava dolorido de ficar na mesma posição. Mesmo me levantando de vez em quando e inclinando a poltrona, era péssimo não poder se locomover. Na viagem de ida a Rússia, tinha a presença de Dmitry, mas agora sem ele tudo estava entediante. Cochilar era o único meio de passar o tempo ali, e eu deixei o sono me levar mais uma vez.Finalmente cheguei em solo brasileiro, alívio e aperto no coração era o que sentia, uma mistura estranha de sentimentos.Mandei mensagem para Ruy como de costume e fui para meu apartamento, precisava descansar. Apesar de ter dormido por tanto tempo, meu corpo permanecia cansado. Me lembrei de Lorena, mas era madrugada, tendo saído da Rússia às 10h da manhã, com o fuso horário e o tempo de viagem, cheguei em casa depois de meia noite, então mandei mensagem para minha amiga apenas na manhã seguinte. Combinamos de tomar um café depois que ela levasse o irmão para a escola.Estava com muitas saudades dela e do me
DmitryUm mês depois da partida de Maia e eu ainda não a tirei da minha cabeça. Coisas que ela falava não deixam minha mente, e seu cheiro que mesmo depois de ter saído do ambiente ainda permeia minha memória. A droga de um sutiã que ela esqueceu pendurado no banheiro, só para ferrar com meu juízo. O guardei ainda com o cheiro dela em meio às minhas roupas. Parecia um moleque idiota agindo desse jeito.— Primo, está ouvindo?Levantei o olhar e dei de cara com os meus homens me olhando. Droga! Tinha esquecido que estava em meio a uma reunião.Me levantei.— A reunião está encerrada. – Declarei e deixei a sala, seguindo para meu escritório.— Mas Dmitry. – Mikhail veio atrás de mim. – O que está acontecendo, cara? Tá estranho demais desde... puta merda, é a... – Ele pausou e sei bem o que ele ia falar, mas ele sabe que se falar vai ficar sem o dentes. - ... a garota brasileira. – Concluiu.Entrei em meu escritório e me joguei em minha cadeira.— Sente-se. – Falei grosseiro e ele me aten
MaiaEu estava em Nova York, sabia que estava perto da minha amiga, mas não fazia ideia de em que Boate ela trabalhava. O empresário para quem eu estava trabalhando era um senhor, as coisas com ele aconteciam muito rápido, o que era bem vindo para mim, pois eu só conseguia pensar em Dmitry quando estava com outro homem.O que ele estaria fazendo? Será que já estava com outra mulher? Dois meses e nada de eu esquecer esse homem. Richard dormia entre os lençóis, eu estava sem sono, queria conversar com minha amiga, mas o telefone dela nunca chamava, não sei o motivo. Se conseguisse um contato talvez pudesse me encontrar com ela, meu cliente era gente boa e tenho certeza que se pedisse com jeitinho ele me levaria à Los Angeles. Suspirei pesado.Fui até minha bolsa, abri minha carteira e bem escondido estava uma foto minha e de Dmitry. Foi no dia mais frio que saímos, até gorro coloquei, embora não estivesse tão frio assim. Dmitry riu por eu estar esperando por um frio inexistente e com es
DmitryXinguei todos os palavrões que conhecia em russo e em outras línguas. Eu sabia. Maia tinha sido pobre, passou uma infância e adolescência difícil no interior de Pernambuco. Aos 16 anos recebeu uma proposta para ser modelo, linda como era, não levantaria qualquer suspeita. A oportunidade era fora do país, em Paris. Seus pais assinaram o contrato de permissão, ela realmente trabalhou como modelo até completar 18 anos. Sua família recebia o dinheiro, via fotos da filha frequentemente, a comodidade foi tomando conta da família que tinha certeza que a filha estava bem, o dinheiro nunca parou de chegar, mas perderam o contato.Aos 18 anos ela foi coagida a se prostituir quando viu que não tinha saída, sua família fazia parte das ameaças e assim ela aceitou o trabalho e se afastou dos pais. Disse a eles que não voltaria mais ao Brasil e deu uma boa quantia para que eles seguissem a vida, tudo a mando de um merda chamado Gonçalves, e isso já fazia oito anos.Investiguei e descobri que